Rock na madrugada – Paul Weller, “The Changingman”

POR GERSON NOGUEIRA

“Quanto mais eu vejo/ Quanto mais eu sei/ Quanto mais eu sei, quanto menos eu entendo… Eu sou um homem em mudança“.

Bastariam estes versos para fazer desta canção uma das mais brilhantes do britpop. Paul Weller sempre foi uma figura à parte no gênero. Uma impressão peculiar sobre a rotina das coisas, um recorte da vida em apenas três minutos e meio. Brilhante.

Tempos bacanas quando uma canção gostosa e de letra caprichada, bordada por finos acordes de guitarra, eram suficientes para embalar o mundo. Excelente instrumentista, cantor e compositor, Paul Weller brilhou inicialmente como músico (e líder) de bandas marcantes do movimento de renascimento do rock inglês pós-geração punk.

Style Council e The Jam escancararam seu indiscutível talento. Não um talento acidental qualquer, mas daquele tipo que está um degrau acima dos parças de sua geração, pela classe e elegância. Não por acaso, Weller segue como um dos últimos baluartes do estilo mod. (Estranho que no Brasil, a exemplo do que se passou com Bruce Springsteen, Weller custou a ser notado.)

The Changingman pertence ao álbum Stanley Road, de 1995, que comprei com imenso prazer e ouço até hoje. Na época, Weller contou que o título da música veio do nome que sua filha Leah deu a uma de suas bonecas, embora na época seu chapa Terry Rawlings administrasse uma banda também chamada assim. 
A letra expressa o mantra de Weller de acabar com as coisas quando ficam confortáveis demais – no ano anterior, ele havia se divorciado da esposa, Dee C. Lee, encerrando o que parecia ser um casamento feliz. Em entrevista à revista Mojo, em 2010, explicou que quando as coisas “estavam indo muito bem, estávamos muito felizes, tudo parecia muito bom, para mim, como escritor e artista, eu tinha que quebrar a forma, reorganizar as coisas”.

Em tempo: não há muito mais a dizer porque, na verdade, The Chagingman é apenas desculpa para reapresentar Mr. Weller aos bravos leitores de nosso boteco roqueiro-anárquico-futebolístico-carbonário em meio às brumas desta era insana. É uma das missões deste espaço.

Vitória folgada de Igor Normando sobre bolsonarista consolida força de Helder no Pará

Igor Normando (MDB) foi eleito neste domingo (27) prefeito de Belém ao derrotar, em segundo turno, o bolsonarista Delegado Éder Mauro (PL). A vitória, por 95 mil votos de diferença, consolida o poder do governador Helder Barbalho, que lançou Igor candidato e trabalhou pessoalmente pela sua eleição, destacando a importância de ter um prefeito alinhado com o governo do Estado em 2025, quando Belém vai sediar a COP30.

Helder também comemora a importante eleição de Zé Maria Tapajós (MDB) para a Prefeitura de Santarém, um dos três maiores colégios eleitorais do Estado. Ele derrotou o bolsonarista JK do Povão (PL), por 51,97% (92.500 votos) a 48,03% (85.502).

APOSTA EM IGOR

Primo de Helder e do ministro Jader Filho, das Cidades, Igor repetiu o desempenho do 1º turno, estabelecendo uma vantagem de 95 mil votos sobre o adversário. Ele recebeu 56,36% (421.485 votos) contra 43,64% (326.411) de Éder Mauro. A abstenção foi de 25%, com 266.092 eleitores ausentes das urnas. Em branco, 2,03% (16.053); nulos: 3,32% (26.210).

Ex-vereador e deputado estadual, Igor Normando tem 36 anos. Iniciou na vida pública como líder estudantil, chegando a ser dirigente da Umes e da UNE no Pará. Na política, começou aos 24 anos, quando conquistou uma cadeira na Câmara Municipal de Belém.

Uma aposta pessoal do governador Helder Barbalho, ele disputou a eleição para a Prefeitura de Belém à frente da coligação Levanta Belém (MDB/PSB/PRD/União/PDT/PP/PSD/Federação PSDB Cidadania). O vice-prefeito é Cássio Andrade (PSB).

A frase do dia

“Queria aqui dar os parabéns aos INTELIGENTÍSSIMOS gaúchos de Porto Alegre que adoraram se foder debaixo d’água por meses e vão reeleger o prefeito que deixou as bombas do Guaíba quebradas, assim como a contenção para a cheia do rio”.

Flávio Gomes, jornalista