Apagão em São Paulo chega a 4º dia, deixando ainda sem luz 250 mil imóveis e prejuízo de, ao menos, R$ 1,65 bilhão
Por Patrícia Faermann, no Jornal GGN
O apagão na grande São Paulo chegou ao seu 4º dia sem soluções, nesta quarta-feira (15), mantendo sem luz 250 mil residências e imóveis, e levando a um prejuízo calculado de R$ 1,65 bilhão. Ainda na manhã de hoje, a Enel informou em boletim que 250 mil imóveis estavam ainda sem luz, e que o serviço tinha sido normalizado para outros 1,8 milhão de clientes.
Enquanto o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi cobrado de tomar iniciativas mais rápidas e resolver o problema, com receio de a inação prejudicar sua campanha à reeleição, o próprio prefeito responsabilizou a empresa e entrou na Justiça, pedindo informações.
Além de ter afetado milhões de residências e estabelecimentos, e ainda continuar prejudicando milhares, a falta de luz prejudicou trânsito e a economia da cidade. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), na manhã de hoje, 48 semáforos ainda estavam sem funcionar.
E os setores de varejo e serviços geraram uma perda de aproximadamente R$ 1,65 bilhão, calculou a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Os números são referentes às perdas brutas, ou seja, a falta de vendas ou de faturamento dos serviços que ficaram sem luz nestes dias. Mas as consequências indiretas e a continuidade do apagão devem ter gerado danos maiores à economia da cidade.
Foi o que apontou a Federação: “Esse valor deverá ser maior, porque a empresa responsável pela distribuição de energia, a Enel, ainda não forneceu respostas concretas sobre o retorno do serviço à totalidade dos imóveis que dependem da rede.”
Enquanto isso, na esfera política, o prefeito Ricardo Nunes chegou a responsabilizar a Enel e o governo federal de Lula sobre a empresa responsável pelo fornecimento de energia elétrica para a cidade da qual comanda, e que foi privatizada.
Sem conseguir solucionar o problema em São Paulo, Nunes replicou a responsabilidade à Enel, ao governo federal e à ANEEL:
“Olha a irresponsabilidade dessa empresa que tem a concessão do governo federal. Eu já tô pedindo desde o ano passado para cancelar esse contrato com a Enel. Isso depende do governo federal, do ministro irresponsável de Minas e Energia. Depende da Agência Nacional de Energia Elétrica, que é do governo federal.”
Além do próprio fornecimento, o planejamento da área de concessão da Enel-SP é de responsabilidade do município. “Município que não cuida da questão urbanística tem que deixar distribuidora cuidar. O prefeito precisa compreender que até dezembro tem muita árvore para cortar”, criticou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que relatou que a principal causa do apagão foi a queda de árvores que afetaram o sistema.
Ainda nesta segunda-feira (14), o ministro de Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, chegou a anunciar que o governo queria propor uma ação de dano moral coletivo contra a Enel SP por conta do apagão em São Paulo, judicializando o tema.
Ainda, na manhã desta terça (15), a pasta Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do governo Lula, expediu ofícios contra Nunes e a Enel cobrando explicações, em um prazo de 24 para o atual prefeito e 48 para a Enel.
Ao tomar conhecimento da atuação do governo federal, Nunes tentou se antecipar e entrou, ele próprio, com uma ação na Justiça paulista contra a Enel, pedindo a restauração da energia elétrica, sob pena de multa diária de R$ 200 mil.
A celebração de uma parceria de sucesso. Na manhã desta terça-feira, 08, a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Associação Circular Campina Cidade Velha (Projeto Circular) formalizaram uma parceria já em andamento, por meio da assinatura do Protocolo de Cooperação voltado à colaboração técnica, acadêmica, cultural e institucional.
Compareceram à cerimônia o então reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho; o então Vice-Reitor e atual Reitor, Gilmar Pereira da Silva; a Presidente do Projeto Circular, Adelaide Oliveira Pontes; a idealizadora do Circular, Makiko Akao; a Diretora do Mercedários UFPA, Thais Sanjad; além de membros das duas instituições, entusiastas e ativistas de diferentes segmentos das artes da capital paraense.
“A Universidade Federal do Pará tem procurado estabelecer relações mais próximas com setores organizados da sociedade responsáveis por iniciativas alinhadas com as aspirações da população. O projeto Circular é uma dessas organizações e nos honra muito ter essa interação e parceria. O fortalecimento de nossa cooperação com o Projeto representa, entre outros, o compromisso da UFPA com a valorização e conservação do patrimônio cultural do Pará, em especial do centro histórico de Belém”, destacou Emmanuel Zagury Tourinho, durante a cerimônia realizada no Mercedários UFPA, prédio centenário localizado na avenida Boulevard Castilhos França, no bairro da Campina, um dos berços do centro histórico da capital paraense.
“As iniciativas desenvolvidas tanto pelo Mercedários UFPA quanto pelo Projeto Circular são valorosas para a manutenção do nosso patrimônio. Essa é uma parceria que já nasce grande, porque vem sendo amadurecida ao longo de todos esses anos”, avaliou o atual reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva.
Criado em 2013 por iniciativa de um grupo de agentes culturais independentes, o Projeto Circular é um circuito cultural de revalorização da área histórica da capital paraense, com o objetivo de incentivar a melhor apropriação e utilização das estruturas e edificações existentes nos bairros Campina e Cidade Velha, marcos inaugurais de Belém. O Circular promove eventos regulares, abertos ao público e gratuitos, com vasta programação científica, cultural e artística, além de oficinas, rodas de conversa e visitas guiadas aos prédios históricos da capital.
“Completamos recentemente dez anos e os números não mentem. São 53 edições do circuito cultural, em média quatro mil pessoas a cada edição, e 40 parceiros de portas abertas, quatro documentários, 11 edições do circuitinho e temos fôlego para muito mais ações. Uma caminhada que será muito mais assertiva, comprometida e prazerosa ao lado, agora oficialmente, da UFPA”, comemorou a presidente do Projeto Circular, Adelaide Oliveira Pontes.
As primeiras edições e a presença amiga da UFPA – O friso da presidente deve-se ao fato de mesmo informalmente, a UFPA manter parceria com o Circular desde 2014, por meio do Fórum Landi, espaço de extensão, ensino e pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA (FAU/UFPA) dedicado à revitalização do centro histórico de Belém, com foco na pesquisa da obra arquitetônica de Antonio Landi, no bairro da Cidade Velha. As primeiras edições do projeto contaram com exposições artísticas e mostras fotográficas, além da presença da Editora da UFPA (ed.ufpa), que disponibilizou estande no Fórum Landi e a distribuição de vale-livros nos espaços participantes.
Em 2015, o projeto de extensão Roteiros Geo-Turísticos, organizado pelo Grupo de Pesquisa de Geografia do Turismo (Geotur) e pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia (GGeoTur) da UFPA, atuante desde 2011, passou a integrar a programação do Circular. A iniciativa, criada e coordenada pela professora Maria Goretti Tavares, leva a comunidade às ruas e bairros de Belém em roteiros guiados, apresentando o patrimônio material e imaterial, cultural e ambiental da cidade em caminhadas ao ar livre orientadas por educadores e educandos da universidade.
O I Fórum Circular buscou refletir sobre propostas de requalificação da área central que integra o patrimônio histórico de Belém. Na ocasião, houve debates e palestras em grupos de trabalho, além da elaboração de um relatório com indicativos para a criação de um plano de reabilitação do centro histórico da capital. O evento trouxe, ainda, apresentações musicais de alunos e professores da Escola de Música da UFPA.
O Centro de Memória da Amazônia da UFPA (CMA) também participou da programação do Projeto Circular em 2019, disponibilizando um vasto acervo de documentos jurídicos históricos para consulta e pesquisa. O CMA auxilia pesquisas e iniciativas educacionais em seu acervo, que possibilitam novas leituras sobre o passado da região e instigam discussões sobre o processo de construção social e histórica da Amazônia.
No mesmo ano, o Laboratório de Historiografia da Arquitetura e Cultura Arquitetônica (Lahca), vinculado à FAU/UFPA, juntou-se à programação do projeto em um ciclo de visitas aos espaços da modernidade arquitetônica do bairro Campina. O evento apresentou à comunidade o processo de transformação e modernização da arquitetura no bairro desde a década de 1940 até meados dos anos 1970.
Agora, com o novo protocolo assinado, as instituições comprometem-se a realizar ações conjuntas de promoção das artes, da memória, da sustentabilidade e da conservação e valorização do patrimônio histórico-cultural da cidade de Belém. No espaço Mercedários UFPA, o projeto circular também ganhou uma sala para execução de atividades próprias.
“Eu estou emocionada! A parceria que começou lá atrás em troca de e-mails tão informais, hoje se solidifica. Que o Circular possa seguir, cada vez mais forte, com o apoio da Universidade”, disse sem esconder o sorriso Makiko Akao, idealizadora do projeto. “Que possamos seguir sempre juntos nessa caminhada enfrentando os muitos desafios do Centro Histórico de Belém, e contribuindo para melhorar a realidade de quem vive e faz esse espaço ao nosso redor, porque, sim, eu sigo acreditando, que ações como a do Projeto Circular fazem a diferença”, destacou.
“Eu estou emocionada! A parceria que começou lá atrás em troca de e-mails tão informais, hoje se solidifica. Que o Circular possa seguir, cada vez mais forte, com o apoio da Universidade”, disse sem esconder o sorriso Makiko Akao, idealizadora do projeto. “Que possamos seguir sempre juntos nessa caminhada enfrentando os muitos desafios do Centro Histórico de Belém, e contribuindo para melhorar a realidade de quem vive e faz esse espaço ao nosso redor, porque, sim, eu sigo acreditando, que ações como a do Projeto Circular fazem a diferença”, destacou.
O Protocolo de Cooperação foi assinado pelo então Reitor da Universidade Federal do Pará, Emmanuel Zagury Tourinho, e pela Presidente do Projeto Circular, Adelaide Oliveira Pontes. Assinaram como testemunhas a idealizadora do Circular, Makiko Akao; Simone Neno, coordenadora editorial da Editora da UFPA; a professora Roberta Rodrigues, diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA e Coordenadora do Fórum Landi; a professora Maria Goretti Tavares, coordenadora do projeto Roteiros Geo-Turísticos; e a Diretora do Mercedários UFPA, professora Thais Sanjad.
Após a assinatura do Protocolo de Cooperação entre as partes, os presentes foram convidados a conhecer espaço dedicado ao Projeto Circular nas dependências do Mercedários UFPA.
Novos espaços – Novo órgão suplementar da UFPA, aprovado pelo Conselho Universitário (CONSUN), o Mercedários UFPA ganhou ainda um espaço vinculado diretamente à reitoria. Além de se configurar como um local alternativo para o despacho administrativo do reitor da instituição, o espaço, inspirado pela vocação do prédio, também funcionará como mais um refúgio de memória institucional.
Para o então reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, “o Mercedários UFPA, agora formalizado pelo Consun, fortalece a presença da UFPA no centro histórico de Belém como um polo de Arte, Cultura e promoção da conservação do patrimônio cultural. Além de acolher o ensino, a pesquisa e a extensão, o Mercedários UFPA é também uma plataforma de interação com a população e com organizações da sociedade paraense, como o Projeto Circular, que se ocupam de promover o conhecimento e a valorização de nosso patrimônio cultural. O novo espaço administrativo do reitor integra essa proposta, na medida em que será também um lugar para receber a comunidade interna e externa, onde estarão exibidos itens que integram o patrimônio artístico e histórico da UFPA”.
No espaço, há uma exposição de peças pertencentes ao acervo do gabinete da reitoria selecionadas nos últimos oito anos, período que compreendeu a gestão de Emmanuel Zagury Tourinho. Entre os itens, todos presenteados, estão um broche celta, oferta do Embaixador da Irlanda no Brasil, Séan Hoy; uma árvore de oliva, em prata, com detalhes em âmbar, oferecimento do IT Business School (ITBS); uma escultura de Ruy Barata, em bronze, assinada por Toco Dias; um cocar indígena, da etnia Waiwai; e outros vinte e dois itens. Soma-se à coleção, obras de arte pertencentes ao acervo do Museu da UFPA e da Coleção Amazoniana.
A iniciativa busca incentivar a cultura organizacional de transparência e valorização do patrimônio institucional. A expectativa é que as coleções sejam renovadas a cada novo quadriênio.
TEXTO: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
André Barcinski lembra no vídeo acima quando armou pro Joey Ramone ir discotecar ao vivo na rádio Brasil 2000. Fomos junto.
Foi outro dia mesmo, 33 anos atrás. Dois de maio de mil novecentos e noventa e um. Caramba, a gente é amigo faz muito tempo. Uma vida.
O Barça sempre cheio de iniciativa. E sempre levando a gente junto. Agora tá trazendo o Sleaford Mods. Já comprou ingresso, né? E depois tem Mudhoney.
Hei, você acompanha o canal de YouTube e você já assina o site de jornalismo cultural dele, certo? André acaba de relançar com novidades. Mais de 600 textos no arquivo, mais de 200 horas de cursos e palestras, só pra apoiadores.
Um detalhe legal que ele lembrou: depois do show no Dama Xoc, fomos Barça, minha mulher, eu e nosso amigo Baia, Ronaldo Masciarelli, pegar o Joey no hotel, centrão de São Paulo.
Chegamos no Hilton, fomos lá na recepção perguntar dele. Telefone toca e toca, ninguém atende. Pensamos ih, miou a discotecagem, não é hoje que conheceremos nosso ídolo.
Joey tava ali sentadinho no sofá ao lado da entrada esperando a gente. Sozinho, disponível, só um cara pronto para ir pra madrugada paulistana com uns caras que nunca tinha visto na vida. E depois de fazer um puta de um show.
Foi emocionante e relax. Ele tocou trocentas músicas e contou causos sem fim. Selecionou canções acervo da rádio e de discos que nós mesmo levamos, o camarada Renato Yada também. E assim fomos, madrugada afora até umas cinco da matina, tomando cerveja, ele café velho da tarde anterior.
Escrevi na época uma matéria sobre essa aventura pra “Bizz”. Amanhã posto aqui, junto com a lista das músicas que ele tocou e uma playlist pra você ouvir.
Não temos uma foto daquela noite. A desculpa é que na época a gente não tava nem aí com foto. Mas o Barcinski tinha sido fotógrafo e não tem essa desculpa não.
Melhor assim, melhor sem celular, ficamos só ali ouvindo Joey. Jogando conversa fora e ouvindo rock. Como Barça e eu continuamos fazendo no nosso podcast ABFP, com o Paulão e o Djeff e um novo amigo a cada quinzena.
É pra isso que a gente reencontra velhos amigos, bons sons, belas memórias – pra rejuvenescer.