Igor Normando enfrenta o bolsonarista Eder Mauro no 2º turno em Belém

Os candidatos Igor Normando (MDB) e Delegado Eder Mauro (PL) vão disputar a prefeitura da cidade de Belém no segundo turno das eleições de 2024. O novo pleito acontece no último domingo de outubro, dia 27. O candidato do MDB teve 44,88% (359.904) dos votos, enquanto o do PL teve 31,48% (252.455), com 98,69% das urnas apuradas. Normando — favorito nas pesquisas do primeiro turno — tem Cássio Andrade como vice. Ele foi eleito deputado estadual nos anos de 2020 e 2022.

Já Eder Mauro tem Dra. Tatiane, sua nora, também do mesmo partido, como vice. Ele é deputado federal desde 2015 e pertence à base bolsonarista no Congresso Nacional. Posicionou-se sempre contra a COP30, que será realizada em Belém no próximo ano. Normando liderava as intenções de voto, com 43%, seguido por Eder Mauro, com 26%, segundo a Pesquisa Quaest.

O prefeito Edmilson Rodrigues (Psol), que buscava a reeleição, ficou na terceira colocação, com 9,78% (78.401). Em quarto lugar, Tiago Araújo (Republicanos), com 7,77% (62.271). Em quinto lugar, aparece Jefferson Lima (Podemos), recebeu 4,53% (36.354).

Em relação aos vereadores, Belém também elegeu 35 nomes neste domingo (6). Entre eles estão:
Silvane Ferraz (MDB), John Wayne (MDB), Neném Albuquerque (MDB), Tulio Neves (PSD) e Pablo Farah (MDB), Marinor Brito (Psol) e Alfredo Costa (PT).

MST participa da eleição em 367 municípios brasileiros

Pela primeira vez na história do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o movimento se organiza em nível nacional para disputar as eleições municipais. Com candidaturas próprias e de aliados, as campanhas comprometidas com a Reforma Agrária somam 600 candidatos e candidatas, disputando a vereança e prefeituras em 367 municípios, distribuídos em 22 estados brasileiros. Na disputa, estão 73 candidaturas para os cargos de prefeito e vice-prefeito.

Entre as propostas assumidas por tais candidaturas, enquanto compromissos de campanha, estão o apoio à democratização do acesso à terra, incentivo à produção e cooperação agroecológica na produção de alimentos saudáveis e combate à fome, iniciativas de sustentabilidade e cuidado permanente com o meio ambiente, defesa da educação, saúde, cultura e diversidade.

As candidaturas Sem Terra disputam o eleitorado de cerca de 34 milhões de pessoas, principalmente em pequenas cidades do interior. Dos 367 municípios onde estão distribuídas as candidaturas, 269 são de cidades com até 50 mil habitantes; 95 cidades são de municípios que possuem população entre 100 a 500 mil habitantes e apenas 3 delas possuem população maior que 500 mil habitantes.

Entre a distribuição nacional das candidaturas do MST, 58% estão na região nordeste, 19% no sudeste, 15% no sul, 5% no norte e 3% no centro-oeste. 

Com relação à representatividade de gênero das candidaturas Sem Terra de 2024 organizadas em nível nacional, 38% se referem ao gênero feminino e 62% ao masculino. Tais dados refletem a divisão de gênero da participação política em nível nacional, considerando o levantamento feito pela OXFAM Brasil, sobre a participação política de gênero entre as candidaturas submetidas às eleições de 2018, que registram os mesmos percentuais em uma análise com base em dados nacionais. O que mostra que existe um longo desafio na construção da equidade de gênero na política regional e nacional.

Já em relação à identidade étnico-racial, há um registro superior de candidatos e candidatas pretos e pardos, que somam 375 candidaturas, brancos representam 211 candidatos e 14 são indígenas. Entre a comunidade LGBTQI+, há 28 candidaturas, sendo 7 de pessoas transgênero.

Alinhar as políticas federais às municipais é uma preocupação comum, compartilhada por todas as candidaturas Sem Terra. O que demonstra um cuidado sobre como tornar tornar diretrizes da política nacional, em realidade nos territórios.

“A nossa principal bandeira é o combate à fome, o governo Lula vem fazendo um imenso trabalho em todo o nosso território nacional. E a gente entende que o compromisso maior de nossas candidaturas, caso sejam eleitas as nossas, é atuar junto com o governo federal, fazer essa ponte também nos municípios para trazer essas políticas públicas, que de fato, combatam a fome, geram emprego, renda e melhorem a vida da classe trabalhadora.” – menciona Luana Carvalho, integrante da coordenação nacional do MST.