Papão sofre virada do CRB e volta a ficar próximo da zona do rebaixamento

Depois de abrir o placar logo nos primeiros minutos, o PSC cedeu espaço e acabou sofrendo a virada do CRB, na noite desta sexta-feira, em Maceió. O placar final de 3 a 2 deu bem medida do equilíbrio da partida, que teve momentos de predomínio dos donos da casa no segundo tempo, mas com o PSC pressionando em busca do empate no final.

Anselmo Ramon, Hereda e Facundo Labandeira marcaram para o Galo alagoano. Jean Dias e Borasi descontaram para o Papão. Com o bom resultado, o CRB subiu três posições na tabela e saiu do Z4.

A partida, válida pela 30ª rodada do Brasileiro da Série B, fez o Papão perder uma posição. Com 33 pontos, volta a ocupar a 15ª colocação, a um ponto do primeiro time da zona de rebaixamento (Botafogo-SP, com 32 pontos), e ainda pode ser ultrapassado na rodada.

O próximo compromisso será contra a Chapecoense, na Curuzu, na próxima semana.

Guerra sem limites de Israel contra Gaza com apoio de aliados precisa terminar

Segundo levantamento do Médico Sem Fronteiras (MSF), em quase um ano de ataques incessantes, mais de 40 mil pessoas foram mortas e 96 mil ficaram feridas no território

Há um quase ano, Israel pratica, sem qualquer contenção, um massacre na Faixa de Gaza, na Palestina. Desde as atrocidades cometidas pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram aproximadamente 250 reféns, as forças israelenses têm travado uma guerra total contra a população da Faixa de Gaza, matando mais de 41.500 pessoas e ferindo mais de 96 mil, segundo dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). Civis têm sido repetidamente deslocados e forçados a ficar em áreas progressivamente menores, sob bombardeios e condições cada vez mais desumanas.

Durante um ano, Israel, Hamas e seus respectivos aliados falharam catastroficamente em chegar a um acordo de cessar-fogo sustentado em Gaza, enquanto o risco de um conflito regional total aumenta. Israel precisa parar imediatamente o assassinato indiscriminado de civis em Gaza e facilitar urgentemente a entrega de ajuda para aliviar o sofrimento da população, inclusive por meio da reabertura de passagens de fronteira, em conformidade com as medidas solicitadas pela Corte Internacional de Justiça.

Diariamente, as equipes de Médicos Sem Fronteiras (MSF) têm tratado pessoas com ferimentos causados por bombardeios massivos. Os pacientes apresentam queimaduras extensas, fraturas graves e amputações. Desde o início da guerra, profissionais de MSF prestaram assistência a mais de 27.500 pacientes com ferimentos relacionados à violência, sendo mais de 80% das lesões ligadas aos bombardeios.

“Os bombardeios israelenses em áreas densamente povoadas causaram ferimentos em grande escala repetidamente. Nossas equipes foram forçadas a realizar cirurgias sem anestesia, a testemunhar crianças morrerem no chão dos hospitais devido à falta de recursos, e até mesmo a tratar seus próprios colegas e familiares”, relata Amber Alayyan, coordenadora médica de MSF. “Enquanto isso, o sistema de saúde em Gaza foi sistematicamente devastado pelas forças israelenses.”

Profissionais de MSF já estavam trabalhando para responder aos impactos do bloqueio de 17 anos de Israel e dos ataques recorrentes contra as pessoas em Gaza, incluindo o tratamento de pacientes com lesões duradouras, problemas de saúde mental e queimaduras graves, infligidas antes de 7 de outubro de 2023. Desde essa data, embora as necessidades tenham aumentado como consequência do ataque de Israel à Faixa de Gaza, o acesso aos cuidados de saúde foi reduzido drasticamente.

Hoje, apenas 17 dos 36 hospitais funcionam parcialmente, segundo o OCHA. As partes em conflito conduziram hostilidades perto de instalações médicas, colocando em risco pacientes, seus acompanhantes, cuidadores e equipes médicas. Seis profissionais de MSF foram mortos.

Desde outubro de 2023, equipes e pacientes de MSF tiveram que deixar 14 estruturas de saúde diferentes, devido a incidentes graves e conflitos contínuos. Cada vez que uma instalação médica é evacuada, milhares de pessoas perdem o acesso a cuidados médicos essenciais. Isso gera consequências na saúde, não apenas imediatamente, mas nas semanas e meses seguintes.

A falta de acesso a cuidados de saúde é agravada pela escassez de suprimentos humanitários em Gaza. As autoridades israelenses impuseram rotineiramente critérios pouco claros e imprevisíveis para autorizar a entrada de suprimentos. Uma vez que os suprimentos entram na Faixa de Gaza, muitas vezes eles não chegam ao seu destino, devido à ausência de estradas seguras e acessíveis, aos conflitos contínuos e aos saques de alimentos e itens básicos de abastecimento.

“À medida em que as necessidades médicas na Faixa de Gaza aumentam, nossa capacidade de resposta continua a ser limitada. Simplesmente não conseguimos obter suprimentos médicos e humanitários suficientes em Gaza”, explica Alayyan.

“Os hospitais de campanha que montamos como último recurso são simplesmente um ‘curativo’ para consertar a devastação causada pela guerra e pela destruição do sistema de saúde. Até mesmo sua configuração foi prejudicada e atrasada, restringindo nossa capacidade de adquirir materiais e equipamentos. Atualmente, as instalações médicas que permanecem em funcionamento não conseguem lidar com as vastas necessidades”, completa Alayyan.

Como a disponibilidade de atendimento médico foi reduzida, também diminuíram as opções para as pessoas buscarem atendimento médico urgentemente necessário em Gaza. Repetidas ordens de evacuação deslocaram 90% das pessoas para as chamadas “zonas mais seguras” que Israel, no entanto, bombardeou repetidas vezes. As pessoas agora são forçadas a ficar dentro de um pequeno trecho de 41 km², segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), com abrigo, comida e água limitados.

Existe um risco crescente do surgimento de doenças devido à superlotação. De cerca de 2 milhões de pessoas que estão na Faixa de Gaza, pelo menos 12 mil necessitam ser evacuadas urgentemente do ponto de vista médico. A saída de pessoas que necessitam de evacuação médica e o direito dos palestinos de simplesmente buscar segurança para si e suas famílias fora da Faixa de Gaza devem ser facilitados imediatamente, sem prejuízo da permissão de retorno.

Embora os últimos 12 meses tenham sido marcados por ações destrutivas, eles também foram definidos por uma inação vergonhosa.

“Por um ano, aliados de Israel continuaram a fornecer seu apoio militar, enquanto crianças são mortas em massa, tanques disparam contra abrigos fora das zonas de conflito e caças bombardeiam as chamadas zonas humanitárias”, denuncia Chris Lockyear, secretário-geral de MSF. “Isso foi acompanhado por uma narrativa pública consistente que desumanizou as pessoas em Gaza e falhou em distinguir alvos militares de vidas civis. A única maneira de parar as mortes é com um cessar-fogo imediato e sustentado.”

Repetidas vezes, as lealdades políticas foram colocadas acima da vida humana. Embora os aliados de Israel falem publicamente sobre a importância de um cessar-fogo e a necessidade de facilitar a ajuda humanitária em Gaza, eles continuam a fornecer armas a Israel. Os Estados Unidos, em particular, embora tenham defendido recentemente pedidos de cessar-fogo, têm frequentemente trabalhado para ofuscar, bloquear e minar os esforços por um cessar-fogo por meio de sua postura no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Enquanto isso, a guerra em Gaza está alimentando as tensões regionais, que estão atingindo níveis desastrosos. Os ataques israelenses aumentaram na Cisjordânia e agora no Líbano, com consequências já devastadoras para os civis.

Apelos de MSF:

  • Um cessar-fogo sustentado precisa ser implementado imediatamente.
  • A morte em massa de civis precisa parar imediatamente.
  • A destruição do sistema de saúde e da infraestrutura civil precisa parar.
  • O bloqueio a Gaza deve terminar.
  • Israel deve abrir fronteiras terrestres essenciais, incluindo a passagem de Rafah, para garantir que a ajuda médico-humanitária em grande escala possa chegar às pessoas que necessitam urgentemente de assistência.
  • Israel deve garantir a evacuação médica para aqueles que precisam de cuidados médicos especializados, incluindo seus acompanhantes e cuidadores, e permitir que aqueles que desejam buscar segurança no exterior possam sair do enclave, garantindo que todos tenham o direito de um retorno seguro, voluntário e digno a Gaza.
  • O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve tomar medidas para assegurar um cessar-fogo como garantidor da paz e da segurança internacionais e acabar com sua complacência com a destruição contínua da Faixa de Gaza.

Crédito da foto: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

A primeira grande decisão

POR GERSON NOGUEIRA

O PSC joga hoje contra o CRB, em Maceió, com a responsabilidade de pontuar para evitar perder posição na tabela de classificação da Série B. Depois desta partida restarão oito jogos para o fim do campeonato, o que torna a disputa contra o rebaixamento ainda mais dramática.

Desde a rodada passada, quando derrotou o Ituano na Curuzu, o PSC resolveu encarar as partidas restantes como verdadeiras decisões. E esse espírito é o que deve prevalecer de fato, a fim de preparar o time para os obstáculos a serem superados, a começar pelo confronto desta noite.

A partida com o CRB adquire importância maior porque é contra um adversário direto na luta para permanecer na Série B. Além disso, há um fato que aumenta o grau de dificuldade. O time alagoano é dirigido por Hélio dos Anjos, ex-técnico do PSC, que montou o atual time do Papão.

Por uma questão lógica, é possível avaliar que Hélio conhece mais a potencialidade e as fragilidades do elenco bicolor do que o próprio Márcio Fernandes, que está no cargo há cerca de um mês apenas.

Márcio, por seu turno, demonstra que ainda tateia em busca da melhor formação e do sistema de jogo a ser utilizado. É verdade que o PSC deixou de jogar naquele modelo de linhas altas que tantos problemas provocavam no setor defensivo, mas ainda não encontrou novos caminhos para enfrentar os adversários.

Hoje, por exemplo, o time não terá Nicolas no centro do ataque e o mais cotado para ocupar a função é Yony González, que ainda não disse a que veio, após entrar em quatro partidas. A lógica indica que, como será um time reativo contra o CRB, o PSC deveria entrar com jogadores de velocidade pelas pontas.

Dois atacantes poderiam cuidar disso muito bem, à frente de um setor de meio-de-campo com preocupações de bloqueio e municiamento do ataque. João Vieira, Matheus Trindade, Netinho e Robinho poderiam ser os homens de meio, com Esli García e Jean Dias avançados.

Ocorre que, pelo que ficou esboçado nos últimos, o Papão deverá entrar com três atacantes – Jean Dias, Yony e Borasi. E o meio-campo deve ter João Vieira e Trindade na marcação e Robinho na criação.

Não precisa ser mãe Dinah para perceber que jogar com dois volantes e um meia que não marca deixam a linha de defesa excessivamente exposta. O esforço de movimentação de saída para o ataque precisará ser eficiente para evitar que o adversário domine o setor.

Apesar das dificuldades que o jogo oferece, o PSC tem boas chances de inverter a situação, explorando os espaços que o CRB terá que ceder na estratégia para se lançar ao ataque. (Foto: Matheus Vieira/Ascom PSC)   

Presidente da FPF lança manifesto pela ascensão  

“O futebol paraense, em especial em Belém, sofre fortes influências de dois tons de azul – o do Paysandu e o do Remo – em uma rivalidade secular que molda nossa identidade ou, até mais, agrega ao nosso DNA. Essa rivalidade, que faz de PSC e Remo potências nacionais, é saudável e necessária, e jamais poderá ser diminuída por ninguém. Mas nós, que lideramos o futebol paraense, temos a responsabilidade de ir além das arquibancadas. Devemos ter uma visão de Estado, deixando o ‘eu’ em favor do ‘nós’, unindo todas as forças para fazer do nosso futebol algo ainda maior”.

Este é o trecho de abertura do manifesto “O Pará está em ascensão!”, do presidente da FPF, Ricardo Gluck Paul. “O recente acesso do Remo à Série B simboliza o extraordinário momento do futebol do Pará. Nos últimos dois anos, conquistamos quatro acessos no masculino e feminino, levando Paysandu e Remo à Série B em ambas as categorias. Esse feito acontece na mesma semana em que recebemos a comissão da Fifa para avaliar nosso estádio como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027 e no dia da estreia da árbitra paraense Gleika Pinheiro na Série A”, acrescenta o texto.

“Tenho orgulho de ter contribuído para o acesso do Remo, assim como me empenhei pelo acesso do PSC em 2023 e por todos os clubes do Estado. O sucesso de um é o sucesso de todos, e a união das forças dessas duas locomotivas é uma estratégica e potente mola propulsora de fortalecimento do nosso futebol”.

Ricardo defende que o momento é de unir as forças do futebol paraense: “E o que me enche de maior orgulho não é apenas o acesso do Remo ou ascensão do Paysandu, mas a oportunidade que tenho de liderar este movimento estratégico no ano em que Belém será o centro das atenções com a COP30”.

“A cultura do ‘nós’ certamente levará o futebol paraense a novos patamares. Essa é a minha maior missão: ajustar o caminho, apontar a direção e garantir que o Pará siga em ascensão rumo à grandeza que sempre lhe pertenceu. O Pará está em ascensão. Vamos em frente!”.

Mídia trepidante já bate tambores para Filipe Luís

O Flamengo venceu o Corinthians pelo placar de 1 a 0, anteontem, no Maracanã, abrindo estreita vantagem na disputa da semifinal da Copa do Brasil. Quem viu o jogo com atenção percebeu que a correria desenfreada foi a principal característica da partida.

É óbvio que a mídia que se acachapa para qualquer brilhareco do Flamengo já faz rufar os tambores por Filipe Luís, o novo comandante rubro-negro, alçado por alguns apressados à condição de legítimo sucessor de Jorge Jesus, o mister português que operou milagres na temporada de 2019. 

Mais um pouquinho e teríamos em ação defensores da escolha de Filipe para treinar a Seleção Brasileira. Chegou perto, mas não houve tempo ainda para ensaiar o discurso de entronização do novo milagreiro do futebol.

Na verdade, o Flamengo se lançou ao ataque correndo para cima de um Corinthians tímido e recuado. Quando saiu para o jogo, no 2º tempo, o time paulista esteve muito perto de empatar a partida, com bola na trave e várias chances perdidas. Por pouco, o show de Filipe não foi para o vinagre.   

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 04)