O clássico “Sunshine of Your Love”, marco da carreira de Eric Clapton e do Cream, banda que o guitarrista britânico pilotou nos anos 60, foi um dos pontos altos da apresentação dele em São Paulo (no estádio Allianz Arena, do Palmeiras), na noite de domingo, 29 de setembro. A perna brasileira da turnê mundial de Mr. Slowhand incluiu shows em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, até agora.
De impressionar a média de idade do público que foi ver o quase octogenário Clapton, 79 anos. A imensa maioria da plateia é formada por jovens na faixa dos 20 aos 25 anos. E tem sido assim em todos os lugares onde ele se apresenta – seja na Europa, Ásia ou América do Norte. Prova da resistência de um estilo musical que, para alguns, estaria em franca decadência.
Aliás, não é nova a prática de carimbar o rock como um gênero à beira da extinção. Os apressadinhos esquecem, porém, da máxima contida no hino “Hey Hey My My”, de Neil Young, segundo a qual “o rock nunca vai morrer”. E não vai mesmo.
Pode se transformar e se reinventar, perseguindo a eterna juventude, mas estará sempre vivo enquanto existirem moleques apaixonados e guiados pelo som e a fúria, como os que foram prestigiar o velho “deus da guitarra”, vibrando com os solos e cantando todas as canções junto com ele.
“Sunshine of Your Love” (Na luz do seu amor) é de 1967, inclusa no LP Disraeli Gears, do Cream.
O marketing de guerrilha, conceito criado por Jay Conrad Levinson nos anos 1980, é uma estratégia que utiliza táticas não convencionais e de baixo custo para alcançar objetivos de marketing.
Escrevi, para a editora SENAC-SP, o livro Manual do Marketing de Guerrilha, que já vendeu milhares de exemplares. Àquela altura eu já tinha tido a oportunidade de aplicar essas técnicas na arena eleitoral, onde recursos nem sempre são abundantes e a competição é feroz.
Essa experiência me ensinou como o marketing de guerrilha pode ser uma ferramenta poderosa para capturar a atenção do eleitorado e criar uma imagem memorável de um candidato ou partido.
A seguir, um pouco da minha experiência em como aplicar essa técnica em uma campanha eleitoral.
Conheça seu Público-Alvo
Antes de qualquer ação, é fundamental compreender quem são os eleitores que você deseja alcançar. Pesquisas detalhadas sobre o perfil do eleitorado, suas preferências, hábitos e preocupações são essenciais para o design de campanhas de guerrilha que ressoem com o público e criem impacto.
Seja Criativo e Inovador
O cerne do marketing de guerrilha é a criatividade. Em uma campanha eleitoral, isso pode significar criar eventos inusitados, ações de rua que chamem a atenção ou o uso de qualquer espaço público como plataforma para transmitir suas mensagens de forma original e impactante.
Aproveite o Ambiente Urbano
O ambiente urbano oferece um palco dinâmico para ações de marketing de guerrilha. Intervenções artísticas, flash mobs, projeções em edifícios e instalações interativas em espaços públicos são exemplos de como o ambiente pode ser utilizado para gerar visibilidade para a campanha e engajar o público de forma direta.
Integre as Mídias Sociais
As mídias sociais são aliadas naturais do marketing de guerrilha. Utilize essas plataformas para amplificar o impacto das suas ações, incentivando o compartilhamento e a viralização. Campanhas que têm um componente digital forte podem alcançar uma audiência muito maior do que apenas os transeuntes que presenciaram a ação.
Mensagem Clara e Concisa
O marketing de guerrilha é frequentemente rápido e direto. Assegure-se de que sua mensagem seja clara e concisa, para que as pessoas entendam rapidamente o ponto central da sua campanha. Em meio a uma ação surpreendente, a mensagem política não pode se perder.
Atenção às Regras e Regulamentos
Ao planejar ações de guerrilha, é crucial estar ciente das leis e regulamentos locais. Respeitar o espaço público e a legislação é vital para evitar repercussões negativas que possam prejudicar a imagem do candidato.
Avalie o Impacto
Após cada ação de marketing de guerrilha, avalie seu impacto. Coletar feedback, analisar a cobertura da mídia e medir o engajamento nas redes sociais são maneiras de entender o que funcionou e o que pode ser melhorado para futuras intervenções.
Exemplos de Marketing de Guerrilha aplicado às Campanhas Eleitorais
Stickers e Adesivos Criativos: Distribuir stickers e adesivos em locais estratégicos pode ser uma forma eficaz e barata de gerar reconhecimento de nome e visibilidade.
Aproveitamento de Datas Comemorativas: Realizar eventos ou ações temáticas que se alinham com datas comemorativas relevantes para criar uma associação positiva com a campanha.
Parcerias com Influenciadores Locais: Engajar personalidades locais que tenham influência sobre o eleitorado para divulgar mensagens de forma orgânica e confiável.
Arte de Rua: Utilizar o grafite ou outras formas de arte de rua para transmitir mensagens políticas de forma artística e que gere curiosidade e discussão.
Intervenções em Eventos Populares: Realizar ações surpresa em eventos locais populares, como feiras e festivais, para interagir diretamente com eleitores em um ambiente descontraído.
Campanhas Virais: Criar vídeos ou conteúdos digitais que tenham potencial viral para disseminar a mensagem política rapidamente pela internet.
O marketing de guerrilha surgiu como uma estratégia para pequenas empresas competirem com gigantes do mercado, mas sua essência – a criatividade, a surpresa e o impacto – pode ser perfeitamente adaptada para campanhas eleitorais. Em um cenário político cada vez mais saturado de mensagens e anúncios, o marketing de guerrilha emerge como uma tática para capturar a atenção do público de maneira inesperada e memorável, uma ferramenta particularmente útil para candidatos com orçamentos limitados.
Entenda a Mentalidade de Guerrilha
Primeiramente, é essencial compreender que o marketing de guerrilha é mais uma mentalidade do que um conjunto de táticas. Trata-se de pensar de forma inovadora e estar disposto a correr riscos calculados. Em uma campanha eleitoral, isso significa abandonar as abordagens tradicionais e buscar formas de engajamento que possam criar uma conexão genuína com os eleitores.
Conheça seu Eleitorado
A eficácia do marketing de guerrilha depende de uma compreensão profunda de quem são os eleitores e o que eles valorizam. As táticas devem ser direcionadas para ressoar com preocupações locais e culturais, garantindo que as mensagens sejam relevantes e impactantes para o público que você deseja alcançar.
Mensagens Claras e Impactantes
O coração do marketing de guerrilha é a mensagem que fica. Em campanhas eleitorais, a mensagem deve ser clara, concisa e poderosa. Deve comunicar não apenas quem é o candidato e o que ele representa, mas também por que os eleitores devem se importar.
Ações Memoráveis e de Baixo Custo
O marketing de guerrilha é notório por ser econômico. Ações como intervenções urbanas, flash mobs, grafite político ou instalações artísticas temporárias podem ter um efeito duradouro sem exigir grandes gastos. O segredo é a originalidade e a capacidade de gerar conversas e cobertura da mídia.
Integração com Mídias Sociais
Nenhuma campanha de guerrilha está completa sem uma presença online sólida. As mídias sociais são fundamentais para amplificar o alcance das ações de guerrilha. Campanhas virais, hashtags e conteúdo compartilhável podem transformar uma ação local em um fenômeno nacional.
Aproveite o Momento
O timing é crucial no marketing de guerrilha. Planeje suas ações para coincidirem com eventos, celebrações ou momentos culturais importantes. Isso não só aumenta a visibilidade, mas também a relevância da campanha.
Medição e Análise
Assim como em qualquer estratégia de marketing, é vital medir o impacto das suas ações de guerrilha. Ferramentas de análise de mídias sociais e pesquisas de opinião podem ajudar a entender o que está funcionando e o que precisa ser ajustado.
Aplicar o marketing de guerrilha em uma campanha eleitoral requer audácia do candidato e de sua equipe, criatividade de quem estiver conduzindo a estratégia, combinado com um profundo entendimento do eleitorado. Quando bem executadas, essas táticas podem não só aumentar o reconhecimento do candidato, mas também criar uma onda de apoio orgânico e entusiasmo que campanhas tradicionais nem sempre conseguem gerar.
Chico Cavalcante, estrategista-chefe da Vanguarda Política, é jornalista, gestor de marketing e escritor.
Nem bem o jogo com o São Bernardo terminou, com a festejada e merecida vitória, os repórteres trataram de fuzilar os principais jogadores do Leão com perguntas sobre planos de permanência para a próxima temporada. É verdade que ainda há uma meta a alcançar, a busca pelo título da Série C, mas é grande a expectativa sobre o futuro dos melhores do time.
Jaderson, desconhecido e mais certeiro investimento da temporada, é o que mais desperta atenção. O Remo já abriu negociações com ele para renovação de vínculo, embora seja jogador pertencente ao Atlético-PR. Há otimismo entre os dirigentes e evidente interesse do atleta em ficar.
Aos 24 anos, Jaderson desembarcou no Baenão como uma aposta despretensiosa para as competições do ano. No início, Ricardo Catalá fixou o novato como atacante pela esquerda. Em algumas ocasiões, testou no meio-campo e até nas laterais.
Para o torcedor, as constantes mudanças de posição não permitiam fazer um juízo de valor sobre Jaderson. Parecia tecnicamente bom, mas dispersivo e pouco regular. Talvez por isso mesmo não encontrava um lugar definitivo entre os titulares.
A passagem de Morínigo também não acrescentou muito no aproveitamento de Jaderson. Na verdade, não acrescentou nada ao grupo todo do Remo. A situação só foi clarear com a entrada em cena de Rodrigo Santana, que finalmente achou uma função adequada às qualidades de Jaderson.
É justo dizer que Rodrigo foi o primeiro a descobrir a verdadeira utilidade dele para o time. Na prática, entendeu que Jaderson não poderia ficar preso a um espaço apenas. Para render e contribuir para o time, precisava ter mais liberdade, transitando entre uma intermediária e outra.
Em algumas ocasiões, dependendo do adversário e das exigências do jogo, ele foi deslocado para o lado esquerdo, mas com liberdade para flutuar pelo meio. As múltiplas tarefas, sempre muito bem executadas, fizeram com que Jaderson ganhasse o respeito da torcida.
Com desempenho físico acima da média, deu-se ao luxo de aparecer para finalizar e dar assistências – como a de domingo, para Ytalo – ou aparecer como último homem da defesa, aparecendo junto a Marcelo Rangel em instantes decisivos contra CSA e Londrina.
Esse perfil multiuso, de arco e flecha, transformou Jaderson na figura mais destacada do time e, ao mesmo tempo, na mais valorizada. A perspectiva de vir a ser sondado por outros clubes (como foi pelo PSC, no final do Parazão) levou a diretoria remista a trabalhar com afinco para manter seu principal jogador – e de toda a Série C – para a campanha da Série B 2025, antes mesmo da conquista do acesso.
Sem Nicolas, Papão terá novo ataque contra o CRB
Uma nova configuração ofensiva deve ser anunciada por Márcio Fernandes para o jogo de sexta-feira, 4, contra o CRB, em Maceió. Mas, pela importância do confronto, é de se esperar um PSC mais cauteloso, preocupado não só em atacar, mas principalmente em fechar o meio-campo e fortalecer a defesa.
As mudanças no ataque têm a ver com a ausência de Nicolas, suspenso. Mesmo fazendo até agora um campeonato abaixo das expectativas, o atacante ainda é a principal referência ofensiva do Papão.
Nos últimos jogos, diante de América, Sport e Ituano, Nicolas jogou, mas teve participação opaca, com poucas intervenções no ataque e um aparente receio de arriscar finalizações. Aliás, faz tempo que não se vê Nicolas desferir um chute a gol.
Posicionado entre os zagueiros inimigos, ele está sempre voltando à intermediária para buscar jogo ou à espera de uma bola que seja lançada no interior da área. Para um jogador que marcou sua passagem pelo PSC justamente por ser contundente e marcar muitos gols, é muito pouco até aqui.
A ausência do antigo ídolo da Fiel abre ao técnico a possibilidade de testar um novo formato, talvez até com dois atacantes apenas. Um meio-campo integrado por três marcadores – João Vieira, Matheus Trindade e Val Soares –, com Juninho na criação, tendo Borasi e Jean Dias (Esli García) na frente.
É sempre bom ressaltar que um empate não é um resultado a se desprezar na sexta-feira. Com 33 pontos, o PSC encara os próximos nove jogos com a necessidade de somar mais 12 pontos, talvez até menos. Portanto, um empate com um adversário direto na luta contra o rebaixamento significa ganho e não perda.
Todos ainda têm chance de acesso no Grupo B
Uma guerra de foice agita o Grupo B do quadrangular da Série C. Ao contrário do Grupo A, que já definiu o acesso de Remo e Volta Redonda, neste momento, três times – Athletic Club, Londrina e Ferroviária de Araraquara – somam 7 pontos e um (Ypiranga) tem 6 pontos.
A disputa está inteiramente aberta e desenha uma rodada final, no próximo fim de semana, carregada de emoção e incerteza. Todos têm chances de obter o acesso, o que torna a disputa imprevisível.
O Athletic despontou inicialmente como o melhor time do campeonato, mas perdeu fôlego na reta final da Série C. Apesar disso, entrou com pinta de favorito no quadrangular, juntamente com a Ferroviária, mas ambos vacilaram e permitiram que Londrina e Ypiranga equilibrassem as coisas.
Na última rodada, sábado, o Athletic recebe o Londrina e o Ypiranga visita a Ferroviária. Se o fator campo prevalecer, mineiros e paulistas podem se dar bem, mas o Londrina mostrou capacidade de reação nos últimos jogos, derrotando Ypiranga e Ferroviária.
Uma coisa chama atenção no Grupo B: a volúpia ofensiva dos times. A maioria dos jogos teve placares generosos e os times fizeram em média 8 gols. A exceção é o Ypiranga, que marcou apenas 4.
(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 01)