Sistema de Segurança prendeu 239 integrantes de facções que se enfrentaram antes de PSC x Sport

O Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sieds) vai informar, nesta terça-feira, 24, os procedimentos adotados a partir da prisão de 239 pessoas de torcidas organizadas que estiveram em confronto, antes da partida realizada na segunda-feira (23) entre Paysandu e Sport Recife, pelo Campeonato Brasileiro Série B, em Belém.

Todos os detidos foram apresentados na Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE) da Polícia Civil, onde foram ouvidos e autuados pelos crimes de associação criminosa, lesão corporal e danos. Além deles, 32 adolescentes foram apreendidos e encaminhados à Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data). Os detidos foram encaminhados à Central de Triagem da Marambaia, e, posteriormente, às unidades prisionais e aguardam audiência de custódia.

A confusão foi registrada na avenida Almirante Barroso no cruzamento com a travessa das Mercês. Ao menos uma pessoa, ainda não identificada, foi bastante agredida, inclusive com golpes de capacete. A polícia não confirmou se ela precisou ser hospitalizada. Após a confusão no início da tarde, a rua ficou com pedaços de pedras e madeira quebrados. Lojas do entorno também ficaram danificadas.

O caso segue sob investigação da Delegacia de Proteção ao Torcedor e de Grandes Eventos (DPTGE). A coletiva será conduzida pelo secretário de Segurança Pública do Pará (Segup), Ualame Machado, juntamente com os demais gestores da segurança pública estadual.

PSC SE MANIFESTA

A Diretoria de Segurança do Paysandu Sport Club emitiu uma nota informando que “presta total apoio às autoridades” e que “as praças esportivas e seus entornos são ambientes de lazer que devem acolher todos os públicos, nos quais devem prevalecer a paz e a harmonia, sem espaço para quaisquer episódios de desordem”.

“Por fim, o Paysandu ressalta e estende à sua imensa e apayxonada torcida o pedido de paz, para que a partida da noite de hoje ocorra sem transtornos dentro ou fora do Estádio Banpará Curuzu”, conclui.

Pra variar, debate em SP termina com barraco provocado por Marçal

Terminou em confusão o debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo promovido na noite de ontem pelo Grupo Flow, em parceria com a USP. Pablo Marçal (PRTB) foi expulso pelo moderador Carlos Tramontina nos últimos instantes do programa por desrespeito às regras. No tumulto que se seguiu, seu cinegrafista Nahuel Medina esmurrou Duda Lima, marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Marçal aproveitou que seria o último a fazer as considerações finais para atacar Nunes, dizendo que ele seria preso, e chamá-lo por apelidos ofensivos. Após três advertências, Tramontina anunciou a expulsão e determinou que o ex-coach deixasse o local. Vídeos dos bastidores mostram Lima rindo das advertências, levando um soco de Medina e sangrando. Os dois foram para a delegacia, de onde o publicitário foi encaminhado para um hospital e o cinegrafista prestou depoimento e foi liberado. A defesa dele alega que Lima tentou tomar-lhe o celular. (g1)

Enquanto Marçal seguiu na mesma linha, afirmando que seu funcionário agiu em “legítima defesa”, os demais candidatos criticaram a agressão. “Marçal inspira essa agressividade e incita a violência desde o dia zero”, afirmou Tabata Amaral (PSB). “Uma agressão física como essa, gravada, com todo mundo vendo, é inaceitável, de qualquer parte. É intolerável”, disse Marina Helena (Novo). (Poder360)

Pesquisas da AtlasIntel divulgadas ontem mostram um cenário muito diverso de outros institutos nas disputas eleitorais em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Na capital paulista, Guilherme Boulos (PSOL) aparece isolado na liderança com 28,3%, seguido de Nunes e Marçal, empatados com 20,9%. No segundo turno, Boulos venceria Marçal por 44,4% a 38,5% e Nunes por 41,7% a 39,5%, resultado dentro da margem de erro de dois pontos. Já o candidato do MDB derrotaria o do PRTB por 47,5% a 28%. No Rio, Eduardo Paes (PSD) tem 48,6%, o que corresponde a 51,2% dos votos válidos, o que lhe daria vitória no primeiro turno. Alexandre Ramagem (PL) vem em segundo, com 32%, e Tarcísio Motta (PSOL) tem 8,9%. E em Belo Horizonte, Bruno Engler (PL) lidera com 25,2% e outros quatro candidatos estão em empate técnico: Mauro Tramonte (Republicanos) tem 15,3%; Gabriel (MDB), 14,4%; Duda Salabert (PDT), 13,7%; e Fuad Norman (PSD), 13,5%. Mais afastado vem Rogerio Correia (PT), com 10%. Engler só venceria o segundo turno contra Correia. A AtlasIntel não mediu a rejeição aos candidatos em nenhuma das três capitais. (Meio)

Faltou talento e competência

POR GERSON NOGUEIRA

O PSC teve um bom começo de jogo contra o Sport. Podia ter feito gol, inclusive. Perdeu oportunidades por falta de competência e apuro nas jogadas de área. O único momento agudo foi com Borasi quase ao final do 1º tempo. Livre na área, ele bateu forte, mas o chute foi em cima do goleiro Caíque França, que espalmou e evitou o gol.

Com três atacantes – Borasi, Nicolas e Jean Dias –, havia força para chegar junto à área, mas a afobação prevalecia, atrapalhando a construção de ataques que levassem a algum resultado prático.

Juninho se desdobrava entre o meio-de-campo e a linha ofensiva, mas em vários momentos ficou óbvio que os atacantes não tinham função clara. É como se estivessem ali para demarcar espaço, mas o importante era partir para cima dos zagueiros, e isso não ocorreu.

O jogo era extremamente favorável ao PSC, pois o Sport jogava mal, limitando-se a defender e rebater bolas em seu campo de defesa. Não acertava uma saída em contra-ataque e tinha em Pedro Martins uma peça improdutiva, errando todos os passes na intermediária bicolor.

Aos 36 minutos, na primeira chegada mais forte, Zé Roberto testou por cima do travessão, após cobrança de falta por Lucas Lima. Nos acréscimos, Nicolas teve um lampejo: antecipou-se aos zagueiros e acertou um belo cabeceio, mas o goleiro conseguiu segurar.

Veio a segunda etapa e o Sport melhorou. Com Dalbert na ala esquerda e Barletta, o time rubro-negro cresceu. Avançou suas linhas e fez com que a bola passasse mais por Lucas Lima, que acionava os atacantes Zé Roberto e Wellington Silva.

Aos 18 minutos, saiu o gol. Após Zé Roberto descolar um passe rasteiro na diagonal, o lateral Igor Cariús apareceu de surpresa na área, vencendo Kevyn na corrida e tocando na saída de Diogo Silva. Estabelecida a vantagem, o Sport fechou ainda mais a casinha, substituindo Lucas Lima pelo zagueiro Luciano Castán.

Márcio Fernandes trocou Juninho por Robinho, Nicolas por Joel e Jean Dias por Esli García. As jogadas começaram a fluir, mas faltava contundência. Para piorar, as vaias da torcida deixavam o time ainda mais tenso. Netinho substituiu Matheus Trindade, mas não contribuiu para a reação esperada. No único chute a gol, ele mandou nas arquibancadas.

Confuso na articulação e pouco inspirado nos avanços sobre o adversário, o PSC martelava com bolas aéreas, mas deixou o tempo escoar sem alcançar o empate, apesar dos 11 minutos de acréscimo.

Cenas de violência antes e depois da partida

A pancadaria generalizada entre facções uniformizadas, que levou pânico às ruas de São Braz no começo da tarde, parece ter inspirado alguns torcedores do Papão dentro do estádio da Curuzu. Revoltados com o mau desempenho do time, dedicaram-se a trocar socos e pontapés, dando muito trabalho à Polícia.

Em campo, o clima também foi bélico. Esli García e o goleiro reserva Matheus Nogueira trocaram empurrões logo após o apito final. Foram contidos pelos companheiros, mas poderiam ter sido expulsos, prejudicando ainda mais a equipe.

Uma clara demonstração do clima conturbado que persiste na Curuzu, mesmo depois da saída do técnico Hélio dos Anjos, a quem se atribuía boa parte dos desentendimentos e conflitos internos.

O fato é que o destempero emocional dominou o ambiente da partida. Ao longo do 2º tempo, o árbitro André Luiz Policarpo paralisou a partida por duas vezes para recolher sandálias e outros objetos atirados em campo pela torcida.

Um sinal de que a súmula vai carregar em cima de incidentes no estádio, com o risco de punições para o PSC na reta final da Série B.    

Preparação emocional pode fazer muita diferença

Quando pisar no gramado do Mangueirão, domingo à tarde, o Remo terá que estar mentalmente preparado para as circunstâncias do jogo decisivo contra o São Bernardo. A pressão pela vitória – resultado que garante o acesso à Série B – estará toda sobre os ombros dos azulinos.

Um exemplo recente serve de alerta. Contra o Volta Redonda, na terceira rodada do quadrangular, o time mostrou em vários momentos sentir o peso da responsabilidade diante de quase 45 mil espectadores.

Raimar e Bruno Bispo erraram além da conta, evidenciando um nervosismo que comprometeu tomadas de decisão e afetou até a mais simples troca de passes. Foi um jogo que o Remo abdicou de pressionar desde o começo, como recomendam os manuais de comportamento para mandantes no futebol.

Por essa razão, espera-se atitude completamente diferente na partida contra o São Bernardo, que vem em busca de um empate para permanecer vivo na disputa pelo acesso.

A mentalidade vitoriosa, tão exigida nesses momentos, precisará ser incutida antes do confronto, a fim de que o time entre em campo preparado para encarar todos os desafios – e, principalmente, não se deixar perturbar pelo barulho da massa torcedora.

Pode-se dizer, portanto, que a decisão começará de fato a ser jogada e vivida pelos jogadores do Remo alguns dias antes do pontapé inicial.    

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 24)