Lula inaugura o maior centro de processamento de gás da Petrobras

Em visita ao município de Itaboraí, no Rio de Janeiro, o presidente Lula inaugurou, nesta sexta-feira (13), o Complexo de Energias Boaventura, o maior centro de processamento de gás natural da Petrobras. Na chegada à cerimônia, ao lado de correligionários e paramentado com o colete refletivo laranja, Lula foi ovacionado pelos funcionários da estatal. O nome polo industrial energético é uma homenagem ao Convento São Boaventura de Macacu, cujas ruínas do século XVII foram preservadas pela Petrobras.

O Complexo de Energias Boaventura é capaz de processar, por dia, 21 milhões de m³ de gás natural, vindos diretamente do pré-sal da Bacia de Santos, por meio do gasoduto Rota 3. Nos próximos anos, a Petrobras prevê ainda a instalação de unidades de produção de lubrificantes, diesel e combustível de aviação, além de duas termelétricas. Com essa iniciativa, o governo federal pretende ampliar a oferta de gás no mercado nacional e reduzir a dependência das importações, melhorando as condições de vida do conjunto da população.

Em discurso forte, Lula defendeu a soberania nacional, criticou a venda de ativos da Petrobras por seus antecessores e rechaçou o Brasil enquanto um “mero importador de tudo”. “Porque, na verdade, nas compras governamentais, é a possibilidade que o Estado tem de favorecer pequenas e médias empresas brasileiras a produzirem aqui no Brasil, com tecnologia brasileira, com mão de obra brasileira, com salário brasileiro, com aço brasileiro, para que a gente possa, então, fazer com que esse país cresça, se desenvolva”, afirmou.

“Nós somos um país grande, muito grande. E esse país precisa gostar de ser grande, gostar de ser respeitado”, enfatizou o presidente, sob os aplausos dos funcionários da Petrobras.

Soberania nacional

O presidente criticou, com veemência, a propaganda massiva por parte da imprensa comercial, sempre enaltecendo o setor privado e mirando fogo no público, tachando este último de corrupto e ineficiente. Lula fez menção à Operação Lava Jato, que, para ele, foi um instrumento da burguesia brasileira para estigmatizar a Petrobras junto à opinião pública e entregá-la à iniciativa privada. O petista argumentou que a privatização de companhias importantes não melhorou em nada a vida da população.

“A Vale, ela está melhor agora que foi privatizada ou ela era melhor quando ela era uma empresa do Estado brasileiro? A Eletrobras está melhor agora ou estava melhor quando estava na mão do Estado? Se não fosse a Eletrobras, a gente não fazia Santo Antônio, não fazia Jirau, não fazia Belo Monte”, pontuou, antes de reclamar dos salários astronômicos dos CEOs dessas empresas atualmente, sem, no entanto, nenhum retorno para o país por parte delas.

“A Petrobras não está à venda”

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), ressaltou a estratégica mudança nos rumos do país proporcionada pelo retorno de Lula à Presidência da República e foi muito aplaudido por isso. “A Petrobras, sob a liderança do presidente Lula, não está mais à venda”, bradou Silveira.

“O governo do presidente Lula reverbera o grito atravessado na garganta de petroleiras e petroleiros, das petroquímicas e petroquímicos. E esse grito diz, de forma clara e altiva: ‘defender a Petrobras é defender o Brasil’”, completou o ministro.

Já a presidenta da Petrobras, Magda Chambriard, referiu-se ao Complexo de Energias Boaventura como “grandioso”. “Isso aqui é muito mais do que uma unidade de processamento de gás natural, muito mais do que 21 milhões de m³, por dia, de gás para a costa. Isso aqui é um investimento total de R$ 20 bilhões”, contabilizou Chambriard.

Patrimônio cultural

Dentro do Complexo de Energias Boaventura, o sítio arqueológico da Fazenda Macacu é o lar do Convento São Boaventura e da Torre da Igreja Matriz de Santo Antônio de Sá, patrimônio histórico nacional tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 28 de abril de 1980. As ruínas históricas, resquícios de construção iniciada em 1660 e concluída 10 anos depois, foram conservadas pela Petrobras.

“É um patrimônio histórico de grande relevância para o país, para o estado e para o município de Itaboraí”, explica o engenheiro civil da estatal petrolífera Antônio Carlos, que tem mais de 20 anos de experiência na preservação de patrimônios históricos.

O Convento de São Boaventura foi erguido para abrigar padres franciscanos na extinta Vila de Santo Antônio de Sá. Com o surto de malária e cólera que assolou Macacu, no século XIX, o convento foi abandonado. As ruínas passaram a ser propriedade privada 100 anos depois.

Uma ameaça crescente

Por Paulo Baldin (*)

A história até parece roteiro de ficção científica. Há quase 40 anos, Basit Farooq Alvi e Amjad Farooq Alvi, dois irmãos paquistaneses criaram o Brain, considerado o primeiro vírus de computador do mundo.

O objetivo do vírus era proteger o software médico que haviam criado contra cópias não autorizadas, mas, no entanto, ele acabou se espalhando amplamente via disquetes, invadindo computadores que utilizavam o sistema MS-DOS e modificando o boot dos computadores (o processo de inicialização da máquina).

Naquele momento, ninguém imaginava que a ação “bem-intencionada” dos irmãos traria um novo elemento para o mundo da tecnologia, impactando diretamente o dia a dia de pessoas, empresas, instituições, dentre outras: as ameaças cibernéticas.

Aqui, não estamos falando dos vírus de computador, como o famoso I Love You, que se espalhava por e-mails e causou muita dor de cabeça nos anos 2000, quando infectou máquinas e corrompeu arquivos. Mas das grandes ameaças cibernéticas que começaram a crescer e tomar proporções inimagináveis a partir dos anos 2010.

Ao longo desses quase 15 anos, vimos o surgimento de ameaças cibernéticas extremamente destrutivas, como os ataques DDoS, também conhecidos como ataques de negação de serviço, onde botnets bombardeiam sites e servidores com solicitações, até que eles fiquem lentos, instáveis ou caiam; os ataques ransomware, também conhecidos como sequestros de dados; e o phishing, que tem como objetivo roubar dados e informações de pessoas e empresas.

Essas ameaças geraram alguns momentos emblemáticos na história da cibersegurança, como os ransomware WannaCry, que explorou uma vulnerabilidade do Windows, infectando mais de 230.000 computadores em 150 países, e o NotPetya, um ataque de ransomware, disfarçado como um ataque financeiro, que na verdade era destinado a destruir dados e teve grande impacto em empresas globais, ambos em 2017.

Contudo, assim como os vírus de computador deram lugar aos ataques DDoS, ransomware e phishing, a tendência é que essas ameaças também deem lugar a ameaças ainda maiores.

O mais emblemático, é que já estamos vendo no horizonte o surgimento de algumas delas, principalmente a partir de 2022, com o início da Guerra da Ucrânia. São ataques hackers ainda mais amplos, complexos e avançados, que, dessa vez, miram infraestruturas críticas, como saúde e logística, muitas vezes realizadas por países.

É verdade que não existem provas concretas, mas existem diversas ocorrências recorrentes envolvendo grupos hackers patrocinado por importantes nações. Trata-se de uma verdadeira guerra mundial cibernética, que ocorre de forma silenciosa e discreta.

A grande questão é que, ao termos Estados patrocinando ou apoiando grupos hackers, damos condições das ameaças se tornarem ainda mais destrutivas.

Já estamos vendo algumas tecnologias ganhando força, como a própria Inteligência Artificial e a Computação Quântica, que, provavelmente, serão fontes de ameaça no futuro.

Cabe, portanto, aos países, empresas e pessoas se anteciparem a essas ameaças, de forma a se prepararem e se capacitarem para lidar com elas.

Infelizmente, o Brasil ainda precisa percorrer uma longa estrada. Empresas e instituições ainda não se prepararam para isso, seja por falta de capital ou, até mesmo, de maturidade tecnológica para entender que a ameaça cibernética é real e que, cedo ou tarde, baterá à porta.

Individualmente, precisamos criar uma educação cibernética desde cedo, ensinando crianças e jovens sobre ameaças e proteções.

Caso contrário, aqueles cenários de ficção cientificam devastadores que vemos em filmes podem se tornar realidade, infelizmente.

(*) Paulo Baldin é CISO & CTO da Flipside, responsável pelo Mind The Sec

Como parar o Ecocídio – e fazer eles pagarem

O apocalipse ambiental ganhou uma nova definição jurídica. É hora de botar no banco dos réus os presidentes das empresas poluidoras – e dos países também

Por André Forastieri

Ecocídio. Palavra precisa, provocante, poderosa. Como é possível que tivesse escorregado da minha memória? Pois tinha até reencontrar essa semana numa matéria do Guardian.

A primeira vez que esbarrei no conceito foi através do advogado, professor e autor Philippe Sands. Ele advoga em cortes internacionais como Haia. É referência na defesa dos direitos humanos. Argumentou pela Palestina este ano na Corte Internacional de Justiça.

Em seu livro “East West Street”, Sands explica como se originaram e diferenciam os conceitos jurídicos de “genocídio” e “crimes contra a humanidade” – e retrata os dois homens que os criaram.

O livro é fenomenal. Funciona sinultaneamente como estudo psicológico, análise histórica, aula-mestra de Direito, livro de memórias e thriller.

Sands vem tentando emplacar juridicamente o conceito de “Ecocídio” há alguns anos. A partir desta semana, a palavra tem um significado maior. Não é mais um conceito jurídico. É uma demanda.

Traduzo o comecinho da reportagem:

“Vanuatu, Fiji e Samoa querem que o tribunal penal internacional classifique a destruição ambiental como crime equivalente ao genocídio.

Os três países em desenvolvimento deram os primeiros passos no sentido de transformar a resposta mundial ao colapso climático e à destruição ambiental, tornando o Ecocídio um crime punível.

Numa petição submetida ao Tribunal Penal Internacional na segunda-feira, propõem uma mudança nas regras para reconhecer o “Ecocídio” como um crime equivalente ao genocídio e aos crimes de guerra.

Se for bem sucedida, a mudança poderá permitir a acusação de indivíduos que provocaram a destruição ambiental, tais como os chefes de grandes empresas poluidoras ou chefes de Estado.”

Chefes de que empresas? Podemos começar com as diretorias das 57 empresas que originaram 80% dos gases-estufa emitidos desde 2016, ano em que foi assinado o Acordo de Paris. Mais detalhes nessa reportagem do Jonathan Watts. 

Empresas como a Petrobras. Uau, nosso orgulho nacional é responsável por gerar quase tanto gás estufa quanto Shell, Saudi Aramco e Chevron!

E chefes de estado como Lula. O Brasil é o sexto maior emissor de gases-estufa. País que dá subsídio pro Ecocídio tem culpa no cartório. No nosso caso, o país é acionista e dá as cartas na Petrobras, diretamente.

A conversinha de “liderança ambiental” e “transição” e “matriz energética limpa” é propaganda pura. Tão verdadeira quanto essas iniciativas dos nossos banqueiros para proteger o Pantanal, enquanto continuam financiando combustível fóssil.

Você sabe que todo ano eventos climáticos extremos causam mais e mais estragos e desgraças. Prejuízos gigantescos a cidades e florestas, empresonas e empresinhas, fazendas e sitiozinhos. Mas o dano vai muito além do financeiro.

“Ecocídio” também quer dizer isso: o assassinato massivo de humanos, mas também de animais de outras espécies – chegando à extinção de espécies inteiras. Esta apresentação da Reuters é bem explicadinha, com gráficos e ilustrações para cortar seu coração.

Você também sabe que alguém precisará financiar todos os investimentos que precisamos fazer pra ontem. Porque é urgente investir em adaptação e mitigação, para a destruição que já está contratada.

Então urge impostos massivos, punitivos, globais sob a cadeia que gera gases-estufa. E é preciso subsídios e estímulos gigantescos, transformadores, estruturantes para energia renovável. Pra começar.

Não existe a mais remota evidência de que alguma solução para a Crise Climática venha “do mercado”. O investimento em combustíveis renováveis se arrasta passo de tartaruga, o do investimento em combustíveis fósseis acelera na velocidade da luz.

Porque dá o dobro do retorno, graças a subsídios diversos e vantagens de “lock-in”. Tudo tem explicação e geralmente é dinheiro. Mas ainda que, como o Bill Gates, você confie que o mercado dará conta e a tecnologia será uma panacéia, a questão da responsabilidade pelos crimes se mantém.

Mas é pouco pagar só em grana. É preciso que eles paguem na cadeia. Porque sabem que estão cometendo Ecocídio. E gastam uma bala pra esconder isso.

Quem tem que ser responsabilizado? Quem lucrou e lucra cometendo o crime. É perfeitamente racional e justo que seus líderes e seus facilitadores e financiadores e políticos de estimação respondam judicialmente pelos danos que causam. E não só as pessoas jurídicas.

É isso que os países do Pacífico propõem. No caso deles é ainda mais urgente e dramático que no nosso, porque são ilhas e estão afundando. Daqui a pouco não tem mais Fiji, Vanuatu e Samoa.

O número de processos nesta linha está aumentando. Elio Gaspari escreveu na Folha que tem uma montanha de ações nos tribunais gaúchos, pedindo indenizações deste e daquele pelas inundações. E está aqui no indispensável Observatório do Clima: o número de processos contra petroleiras triplicou desde o Acordo de Paris. Mantenha-se informada, siga já o OC. Aqui está o site e aqui está o Instagram.

O duro é botar um preço na indenização. Por exemplo, quanto valem os rios do Brasil, que secam ano após ano ao ponto de desaparecerem? Daqui a pouco faltará luz também. Porque a água que temos disponível para gerar eletricidade caiu 30% nas últimos duas décadas.

Para não falar de um número estarrecedor: os 8.34 MILHÕES de seres humanos que morrem anualmente de doenças originadas pela poluição causada por combustíveis fósseis. É genocídio ou não é?

Conheço gente boa e progressista que argumenta o seguinte: para diminuir a miséria e a desigualdade, não podemos abrir mão do petróleo. É o exato contrário. Tentar diminuir miséria e desigualdade enquanto o Ecocídio acelera é enxugar gelo, porque ele acelera loucamente ambas. Veja o que aconteceu no Rio Grande esse ano, o que está acontecendo na Amazônia e Pantanal, visite qualquer hospital de uma metrópole brasileira hoje.

Quando eu insisto no tema “clima” (ih, lá vem o chato) já sei que rapidinho vou ouvir uma de duas respostas. “Não tem o que fazer”, e entendo perfeitamente o desânimo. Vira e mexe eu também toco o fôda-se e ignoro por uns dias o assunto. Mas não vou largar o osso. Continuará sendo tema recorrente por aqui.

Por que? Porque vejo tanta desinformação e cortina de fumaça sendo espalhada pelas empresas poluidoras, e tristemente pela maioria da nossa imprensa, que me sinto na obrigação de ir na direção contrária.

E porque posso.

A outra coisa que tem grande chance de eu ouvir num papo sobre clima, e você talvez esteja se perguntando, é: “O que fazer?” A resposta é “muito”. Precisamos fazer muito.

Precisamos fazer muitas pessoas saberem que é crime, que é Ecocídio, e estimula-las a meter a mão nesta massa de alguma maneira. Bater, bater, bater nesta tecla, hoje, amanhã e depois. Encher o saco até encher o saco.

Que mais? Precisamos identificar os criminosos, judicializar e criminalizar. O melhor lugar para bater é sempre no bolso. Meter uns CEOs e presidentes na cadeia será educativo também. Difícil, difícil. Quase tudo que é importante é difícil.

Você e eu podemos fazer muito. Não é “fazer a sua parte”, abandonar canudinho de plástico. É fazer seu pedacinho de um grande esforço coletivo.

Podemos prestar atenção. Podemos doar dinheiro. Podemos militar. Podemos usar nossas vozes, talentos, comunidades em toda oportunidade. Eu não sei fazer grandes coisas, então faço o que sei: te escrevo. E espalho por aí essas más notícias, urgência, e quem sabe também esperança.

O Brasil também precisa fazer muito. Inimaginável, mas nossa melancólica, claudicante, corrupta democracia precisa se colocar à altura do apocalipse ambiental. Porque é disso que estamos falando.

Quem garante é nosso mais prestigiado climatologista, Carlos Nobre. Tem o resuminho do que o Nobre disse aqui. Em diversas entrevistas ele repete o mesmo: o Brasil perderá 100% do Pantanal e 50% da Amazônia até o fim do século.

Como você chama isso? Da mesma maneira que deve chamar o ar pútrido que respiramos essa semana toda pelo país afora.

Ecocídio.

Será o Brasil capaz de encarar uma treta dessa? Três ilhotinhas no meio do Pacífico são. Admitir que com esse tamanho e riqueza e sendo o sexto maior emissor o Brasil não pode fazer nada é passar recibo que somos uns bostas.

Finalmente, é comum o argumento de que “não adianta o Brasil não explorar petróleo se a China e os EUA não pararem também”.

Minha resposta é que algum país teve que ser o primeiro a ter coragem de abolir a escravidão (a Dinamarca, em 1792). O Brasil foi o último. Explorou até a última gota de sangue possível os escravizados indígenas e africanos.

No genocídio do século 21, o Brasil tem oportunidade de realizar um necessário acerto de contas com a História. É um imperativo ético.

Saiba mais e faça mais, todo dia mais, e siga STOP ECOCIDE.

Papão busca o renascimento

POR GERSON NOGUEIRA

Em situação normal, a perspectiva de enfrentar o lanterna da competição é sempre motivo de esperança. No caso do PSC, sem vencer há nove partidas, o confronto contra o Guarani não é suficiente para entusiasmar time e torcida. Há sempre o receio de um novo revés, depois de tantos resultados ruins dentro de casa.

Desta vez, há um fato novo a embalar as expectativas da torcida: a estreia de Márcio Fernandes no comando técnico. Contratado para substituir Hélio dos Anjos, ele conhece bem o ambiente da Curuzu e chega respaldado pelo bom trabalho inicial no Vila Nova-GO nesta Série B.

Para a partida deste sábado, o Papão deve ter mudanças pontuais, a começar pelo retorno de alguns titulares, que estavam ausentes nas últimas rodadas e que repentinamente se recuperaram. Márcio deve contar com Kevyn, na lateral-esquerda, e o ídolo Nicolas no comando do ataque.

Yony Gonzalez, Esli García e Paulinho Boia estão cotados para o setor esquerdo, assim como Edinho e Borasi são opções para a direita. No meio-de-campo, Val Soares pode ganhar a preferência do comandante para atuar ao lado de João Vieira e Leandro Vilela.

Pelos treinos da semana, Juan Cazares e Juninho correm por fora para compor o setor de criação. Robinho está lesionado.

Márcio tem dedicado os primeiros dias de trabalho a testar alternativas e a avaliar o potencial de atletas que não conhecia, como Joel, Jean Dias, Ruan Ribeiro e Biel. Na prática, jogadores que estavam alijados podem finalmente brigar por um lugar no time titular.

É um período de mudanças, quando todo o elenco passa a ser observado em igualdade de condições, até mesmo aqueles atletas que pareciam praticamente descartados. Biel, Val Soares e Edinho estão entre aqueles que não apareciam nem mesmo na lista de suplentes.

Com o novo treinador, todos passam a ter nova motivação, principalmente os homens de ataque, pois a prioridade é fazer o time voltar a vencer. A condição de recordistas em chances desperdiçadas (21) foi um fardo incômodo do PSC na era Hélio dos Anjos.

O time até criava situações de gol, mas falhava nas definições. Márcio Fernandes assume com a responsabilidade de romper esse ciclo. Ao mesmo tempo, o Papão tem que melhorar a artilharia – é o 2º pior ataque do returno, com apenas dois gols marcados.

Ganhar é a principal missão, mas o time também precisa cuidar da defesa, cujo retrospecto também é negativo: o PSC levou gols em oito das nove partidas recentes – só não sofreu gol no empate com o Mirassol.

A parte anímica também é outra preocupação. A crise técnica abalou o lado emocional do time, que recebeu 8 cartões vermelhos e 72 amarelos, ostentando a quinta colocação entre os times mais punidos. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Leão mantém sistema, apesar de baixa na zaga

A ausência de Sávio no lado esquerdo da linha de zagueiros é o único problema do técnico Rodrigo Santana para o confronto de domingo à tarde com o Volta Redonda, no Mangueirão. Bruno Bispo, reserva imediato, é o mais cotado para entrar na equipe.

Para uma equipe que sofreu muitas modificações ao longo da fase de classificação, o Remo do quadrangular final tem se destacado pela repetição da equipe titular, fator que explica em parte a boa fase técnica.

O Remo de Rodrigo Santana chegou ao estágio de estabilidade que dá ao torcedor a tranquilidade para ter o time na ponta da língua. Raras são as mudanças e todas são motivadas por ausências forçadas, como contusões e suspensões.

A preparação para o jogo contra o Volta Redonda consiste mais em treinar alternativas para envolver a marcação, que se presume reforçada depois que o Remo atropelou o Londrina e sufocou o Botafogo no Mangueirão.

Em jogos recentes, o Volta Redonda foi um visitante de altos e baixos. Obteve vitórias convincentes e sofreu derrotas acachapantes. Perdeu de 5 a 1 para a Ferroviária e de 4 a 1 para o Confiança.

Diante do Botafogo, em João Pessoa, em jogo válido pelo quadrangular, o time se mostrou fechado ao extremo, mas muito forte nos contragolpes. Quase venceu utilizando essa estratégia.  

É contra esse Voltaço de perfil oscilante que o Remo precisará ter objetividade e capacidade de definir as chances criadas. Como a meta é alcançar 12 pontos para garantir o acesso, será preciso vencer os compromissos em casa e garantir 2 pontos como visitante.

STJD manda repetir jogos semifinais da B2

Como um filme que parece se repetir sempre, as divisões de acesso ao Campeonato Paraense continuam a gerar batalhas de tapetão e contratempos para o calendário. O STJD julgou ontem o pedido dos clubes Gavião Kyikateje, Fonte Nova e Tiradentes, redefinindo a tabela das semifinais e final da Série B2.

Os reclamantes pediam a suspensão da homologação dos resultados das partidas disputadas, alegando que Pedreira e Tesla teriam atuado com atletas em situação irregular na competição.

Com a decisão do STJD, o Pedreira teve cassado o título de campeão, sendo punido com a perda de seis pontos – mesma pena aplicada ao Tesla. Ambos perderam as vagas nas semifinais da B2, sem possibilidade de recurso.

O julgamento terminou por beneficiar Tiradentes e Gavião Kyikateje, que ganharam o direito de jogar a semifinal da Série B2, brigando por uma vaga na final e na Série B1 do Parazão, a Segundinha, que está em plena disputa e terá partidas redefinidas pela FPF.

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 13)