Pontuar é o 1º mandamento

POR GERSON NOGUEIRA

Como visitante, hoje à noite, o Remo tem que ser resoluto e determinado em busca da vitória diante do São Bernardo. A receita básica de competições nacionais ensina que um time não pode se limitar à defesa. O perfil do quadrangular final da Série C exige atitude, coragem e destemor. Quem se acautela muito, dificilmente conquista o acesso.

Com a vitória em casa na estreia contra o Botafogo paraibano, o Remo se credenciou dentro do grupo, ganhando respeito e temor. A classificação em 8º lugar, menosprezada por alguns, não tem qualquer importância. O quadrangular zerou tudo e o que vale é a campanha a partir de agora.

O São Bernardo, que chegou a liderar a Série C, caiu de produção nos últimos jogos, coincidindo com o início da segunda fase. O mau momento coincide com a derrota frente ao Volta Redonda (fora de casa) na primeira rodada. Em casa, o time de Ricardo Catalá passa a depender de uma vitória para manter chances de acesso.

Uma derrota diante do Leão pode confirmar a queda de rendimento e certamente iria dificultar as chances de classificação. Daí a importância do confronto para o time mandante. Não é diferente para o Remo, mas um empate também serviria.

O fato é que os azulinos atravessam um viés de alta dentro do Brasileiro, esbanjando motivação e entusiasmo. Esse estado anímico transparece até nas entrevistas. Os jogadores, que durante boa parte da Série C, mostravam-se monossilábicos diante dos repórteres, agora estão mais falantes e visivelmente otimistas em relação aos resultados.

Futebol é qualidade técnica, mas é também força emocional. Isso se reflete em confiança, fator fundamental para o sucesso. Sob o comando de Rodrigo Santana, o Remo sofreu muitos tropeços e custou a ganhar confiabilidade. As cinco últimas apresentações, porém, trouxeram vitórias categóricas, que tornaram o time mais ajustado e sólido.

É com essa mentalidade vitoriosa que o Remo chega ao jogo de hoje. Nada, porém, reduz os riscos representados pelo São Bernardo dentro de seus domínios. É um time bem estruturado, com jogadores experientes e sempre apontado entre os candidatos ao acesso.

Com a volta da formação titular, incluindo Ligger e Bruno Silva, o Leão deve buscar repetir a performance dos jogos contra o Londrina e o Botafogo, suas melhores partidas na temporada.

O último jogo fora de casa foi o empate contra o São José, em Porto Alegre, com uma atuação que apresentou erros de marcação à frente da zaga, problema que deve ser evitado a todo custo hoje.  

Ytalo terá Pedro Vítor e Jaderson como companheiros de ataque, ficando Rodrigo Alves no banco. A meia-cancha terá Pavani e Bruno Silva. Como nos jogos anteriores, o balanço ofensivo dependerá tremendamente da movimentação dos alas Diogo e Raimar. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Papão procura técnico com o perfil de Hélio

Coisas da vida. O PSC está no mercado tentando contratar um novo treinador que tenha perfil parecido com o de Hélio dos Anjos, o ex-técnico da equipe. Parece uma coisa surpreendente, mas faz todo o sentido. A diretoria quer um profissional que dê continuidade ao trabalho e não modifique radicalmente a maneira de jogar.

Foi mais ou menos isso o que disseram, com outras palavras, o presidente Maurício Ettinger e o vice-presidente, Roger Aguilera, na entrevista em que explicaram as mudanças no comando técnico do time.  

Óbvio que a expectativa maior é por um técnico que consiga tirar a equipe do prolongado período sem vitórias. É preciso voltar a pontuar para brigar por posições na tabela, ampliando a distância das equipes que estão na parte inferior da classificação.

Trocando em miúdos, o cenário ideal é que o técnico utilize a base deixada por Hélio para evoluir, principalmente quanto ao aproveitamento ofensivo, principal calo da gestão do ex-comandante.

Quase desnecessário dizer que o novo técnico deve ter perfil parecido, mas não terá o estilo espaçoso do antecessor, cujos frequentes pitacos na parte administrativa criaram algumas fricções. Crise, aliás, é o que menos o clube deseja neste momento. Quanto menos treta, melhor.

Seleção segue devendo sob a batuta de Dorival

A Seleção Brasileira volta a campo amanhã à noite para enfrentar o Paraguai, em Assunção, na busca pela segunda vitória consecutiva. Na sexta-feira, o time de Dorival Junior finalmente quebrou o jejum nas Eliminatórias, marcando 1 a 0 sobre o Equador.

Venceu, mas decepcionou quem esperava um desempenho técnico convincente. A Seleção voltou a ter dificuldades para criar jogadas, o que deixou o ataque subutilizado na maior parte do tempo. Um gol solitário de Rodrygo garantiu o triunfo, mas a impressão deixada foi negativa.

Paquetá e Bruno Guimarães, titulares do meio-campo, erraram muitos passes e contribuíram para deixar o time lento em excesso. Na frente, Luiz Henrique (estreante), Rodrygo de falso 9 e Vinícius Jr. produziram pouco, o que ensejou algumas vaias da torcida curitibana.

Para amanhã, o desafio é maior num confronto direto na briga pela classificação. Na rodada passada, o Paraguai empatou com o Uruguai em Montevidéu e agora tenta encostar no Brasil, que agora ocupa a 4ª posição.   

O fato é que, além do desacerto coletivo, a Seleção sofre com o baixo desempenho individual de seus titulares. Vini Jr. simboliza bem essa situação. Astro do Real Madrid, segue sem jogar no escrete o que mostra no clube. Rodrygo tem desempenho melhor, mas igualmente sem brilho.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 09)

Para Wired, Elon Musk está “encurralado” no Brasil

Revista de tecnologia revela que, após impasse criado sobre operações da X e da Starlink no país, bilionário começou a balançar

Por Tatiane Correia, no Jornal GGN

O bilionário Elon Musk parece estar encurralado: menos de dois anos após assumir o Twitter, hoje nomeado X, ele conseguiu fazer com a empresa perdesse acesso ao seu terceiro maior mercado global e, por consequência, a mais de 40 milhões de usuários.

O embate entre Musk e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é tema de reportagem da entrevista norte-americana Wired, que destaca o bloqueio como “ápice de um conflito em andamento”.

Como destaca a publicação, Moraes emitiu ordens de remoção de conteúdo apontado como “uma ameaça à integridade das eleições”, no que Musk e X se recusaram a obedecer, e o fato de o bilionário ter mantido a publicação de contas acusadas de disseminar discurso de ódio e fake news na plataforma levou ao banimento no Brasil.

Nem mesmo a empresa de internet de Musk passou incólume: o STF congelou os ativos da empresa dizendo que ela integrava o mesmo “grupo econômico” que a X para um possível uso para pagamento das multas devidas pela X – e, depois da resistência inicial, a Starlink obedeceu a decisão do STF e manteve a proibição ao acesso à rede social.

Enquanto isso, Musk usava sua rede social para antagonizar Moraes com postagens insinuando a prisão do ministro, desbloqueou as contas de diversos influenciadores de extrema-direita e chegou a comparar o magistrado a um “ditador”, embora tenha cumprido ordens de bloqueio semelhantes em lugares como Turquia e Índia, onde suas redes foram usadas para censurar jornalistas e oposição.

A última cartada de Musk foi feita em agosto, com o fechamento do escritório do X no Brasil depois que o representante da empresa foi ameaçado de prisão por não cumprir as ordens do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela empresa – levando a rede social a também violar as leis de localização do Brasil.

“Neste ponto, Musk esgotou a maioria das vias de escalada com o judiciário. E embora tenha retirado os funcionários da SpaceX do Brasil, ele já mostrou sinais de vacilação, pelo menos no que diz respeito à Starlink”, destaca a publicação.

Rock na madrugada – Billy Idol, “White Wedding”

POR GERSON NOGUEIRA

A isto aqui chamamos respeitosamente de rock’n’roll. O melhor registro da canção “White Wedding” (Casamento branco), um dos grandes hits de Billy Idol, lançado em 1982. É o tipo de música que parece ficar melhor a cada nova audição. Com a participação inspirada do subestimado Steve Stevens, dono de uma das levadas de guitarra mais empolgantes da cena roqueira, o vídeo acima é de uma apresentação no Festival Rock Am Ring, de 2005.

O cantor surgido na cena pós-punk teve a felicidade de juntar forças com grandes músicos ao longo da carreira. Stevens é, seguramente, o mais talentoso deles, embora na formação do show de 2005 seja obrigatório nominar o ensandecido Brian Tichy nas baquetas e o talentoso Derek Sherinian no baixo.

Todos estão girando em rotação máxima, dando a Idol a moldura sonora necessária para que entre com a voz sempre impecável, imune à passagem dos anos. O resultado final é um som encorpado, sem brechas, que transmite a verdadeira essência do rock clássico, com instrumentos extremamente bem manejados.

Billy (William Albert Michael Broad) Idol, nascido no Reino Unido há 68 anos, descolou-se da geração que veio na cola do punk inglês de Sex Pistols e The Clash, conseguindo sobressair com um rock de nuances mais melódicas, embora sem abrir mão do peso. Nos últimos anos, diminuiu o ritmo de produção, mas continua a fazer shows de sucesso no mundo todo.