Duas glórias olímpicas do Brasil

Rebeca Andrade, a maior medalhista olímpica do Brasil, posando para foto com Tatiana Weston-Webb, a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica no surfe feminino.

Outra fake news desmascarada: medalhas olímpicas são isentas de impostos

A Receita Federal informou que medalhas olímpicas, bem como troféus e quaisquer outros objetos comemorativos recebidos em evento esportivo oficial realizado no exterior, estão isentas de impostos federais. É o que estabelece o Artigo 38 da Lei 11.488, de 15 de junho de 2007. O tema também é tratado na Portaria MF 440/2010. Já os prêmios recebidos em dinheiro são tributados.

Segundo a legislação, é concedida isenção do imposto de importação, do imposto sobre produtos industrializados, da contribuição para o PIS/Pasep-Importação, da Cofins-Importação e da CIDE-Combustíveis, nos termos, limites e condições estabelecidos em regulamento, incidentes na importação de: troféus, medalhas, placas, estatuetas, distintivos, flâmulas, bandeiras e outros objetos comemorativos recebidos em evento cultural, científico ou esportivo oficial realizado no exterior ou para serem distribuídos gratuitamente como premiação em evento esportivo realizado no país.

A Receita Federal garante que entrar no país com a medalha olímpica é um processo rápido e fácil, sem burocracia.

Segundo o Comitê Olímpico do Brasil, quem ganha ouro na modalidade individual recebe R$ 350 mil, prata ganha R$ 210 mil e bronze R$ 140 mil. Na modalidade em grupo, o ouro vale R$ 700 mil, a prata R$ 420 mil e o bronze R$ 280 mil. Esses prêmios são tributados.

A fake news da taxação foi amplamente divulgada pela extrema-direita, incluindo Flávio Bolsonaro, que citou o ministro da Economia, Fernando Haddad, como mentor do plano falso. “Haddad não tem limites. Quando a gente pensa que já viu de tudo, que ele já fez de tudo, ele se supera novamente. Até ser herói no Brasil custa caro. Que loucura!”, disse o senador ao compartilhar a fake news no X.

Bené, o Tanque da Curuzu, morre aos 82 anos

O PSC se despediu neste domingo, 4, de um nome icônico de sua história centenária. O ex-atacante Bené morreu, aos 82 anos. A causa da morte não foi divulgada pela família. Ele é o maior artilheiro da história do clube, com 249 gols marcados ao longo das oito temporadas que vestiu a camisa alviceleste.

Natural de Amparo (SP), Benedito Pinho Leme, o Bené, também conhecido como “Tanque”, chegou a Belém em 1966, oriundo do Vasco da Gama. Atuou de maneira consecutiva até 1973, sempre como titular e ídolo. Foi artilheiro em sete edições de Campeonato Paraense, além de conquistar cinco títulos da competição estadual – 1966, 1967, 1969, 1971 e 1972.

Fez uma dupla célebre com Rubilota, ponta-de-lança que veio junto com ele das divisões de base do Vasco. Rubilota depois trocaria o PSC pelo Remo, onde também foi ídolo.

Em 2018, Bené foi reverenciado com uma camisa retrô, lançada pela marca Lobo. A peça fez alusão ao uniforme usado na época em que o artilheiro atuava e remete a um feito bicolor em 1968: uma vitória por 1 a 0, com um gol marcado por ele contra a seleção da Romênia, que dois anos depois disputaria a Copa do Mundo de 1970, no México.

O PSC decretou luto oficial de três dias e, através do site oficial, se solidarizou com familiares e amigos do ex-atleta. Também comunicou que as bandeiras do clube na Curuzu e na sede social de Nazaré ficarão a meio mastro. Antes do jogo com o Vila Nova, nesta segunda-feira à noite, foi cumprido um minuto de silêncio em memória do ídolo bicolor.

Sobre a falsa polêmica dos impostos

Enlouqueceram de vez! Sim, pagamos impostos, você pode até não achar justo, mas é assim desde 1500. Está também na constituição desde 1891. Não, não foi o Lula e o Haddad que inventaram. Os prêmios em dinheiro pagos aos medalhistas pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) são tributados pelo Fisco brasileiro. Atletas pagaram esse mesmo imposto nas olimpíadas em 2022, 2016, 2012… Todos pagamos impostos, a diferença é que agora existem canais sendo pagos para polemizar algo já existente de forma que prejudique a imagem do governo.

Podemos passar a vida discutindo se é justo ou injusto pagar impostos, mas não tem lógica responsabilizar Lula e Haddad. Também não podemos normalizar várias páginas fazendo o mesmo ataque simultaneamente. Fora a exploração da imagem da Rebeca. É perverso o que estão fazendo e sempre tem um custo, não monetário, para quem está no centro da exposição.

(Por Kriska Pimentinha, no Twitter)

A frase do dia

“Ouros, pratas e bronzes que medalhistas brasileiros ganharem em Paris, podem vir nos peito dos atletas e não escondidos em mochilas de assessores, como fez o Bolsonaro com as joias árabes para burlar a Receita Federal. As medalhas são isentas”.

Bohn Gass, deputado federal (PT-RS) e professor

Papão arranca empate com sabor de vitória em Goiânia

Não foi desta vez que o Vila Nova conseguiu a sonhada forra da surra imposta pelo PSC nas finais da Copa Verde (no agregado, 10 a 0). Em partida equilibrada, o time paraense conseguiu um empate em 2 a 2 dentro do estádio OBA, em Goiânia, na noite desta segunda-feira. O resultado foi comemorado pela equipe, principalmente porque o segundo gol saiu já nos minutos finais do jogo, após grande jogada do meia Robinho.

O Papão saiu na frente com um gol de Paulinho Boia logo aos 40 segundos. Ele recebeu passe na intermediária e chutou em direção ao gol, pegando de surpresa o goleiro Dênis Jr., que falhou no lance. O Vila Nova se refez do susto e passou a controlar a partida, cercando a área do Papão e investindo pelos lados. O empate veio aos 18 minutos. Após movimentação pela esquerda, Junior Todinho recebeu na pequena área e chutou cruzado para as redes. O Vila seguiu pressionando e quase virou o marcador em cabeceio de Igor Henrique, aos 46′.

No início do segundo tempo, outro gol-relâmpago. O Vila devolveu na mesma moeda e marcou aos 20 segundos, desempatando a partida. Em jogada rápida pela direita, Elias cruzou rasteiro para a finalização de Alesson. O goleiro Diogo Silva ainda tocou na bola, que entrou mansamente. O Vila ainda teve duas boas chances, incluindo um chute de Juan Christian na trave.

Nos 20 minutos finais, o domínio foi do Papão. Com Robinho no lugar de Cazares, a equipe envolveu o sistema defensivo do Vila e criou boas chances. Nos acréscimos, veio o empate: Robinho recebeu do lado direito da área, fintou um marcador e cruzou sob medida para Lucas Maia finalizar de cabeça para o fundo das redes.

Com o empate, mesmo sem vencer há quatro jogos, o Vila Nova fechou o primeiro turno em 4º lugar, com 30 pontos. O Paysandu terminou o turno em 14º lugar, com 24 pontos. Na próxima sexta-feira, o Papão recebe o Santos, às 20h, no estádio Mangueirão.

Gol salvador de Pedro Vítor coloca o Remo no G8 da Série C

Com um gol de Pedro Vítor no 2º tempo, o Remo derrotou a Aparecidense, na noite desta segunda-feira, no estádio Mangueirão, que recebeu um público superior a 18 mil torcedores. Um jogo difícil principalmente pela má atuação azulina na primeira etapa. O triunfo valeu ao Leão a entrada no G8 da Série, com 22 pontos, depois de dois anos.

Quem começou botando pressão e jogando melhor foi a Aparecidense. Logo aos 6 minutos, Emanuel ficou de cara para o gol após cobrança de um arremesso lateral e Marcelo Rangel precisou fazer grande defesa. Depois, Guilherme acertou um disparo forte, que exigiu a intervenção do goleiro. O Remo, acuado, não conseguia sair jogando.

Aos 23 minutos, Ligger errou na saída de bola e Falcão entrou livre para bater à meia altura para grande defesa de Marcelo Rangel. No rebote, Rubens não conseguiu aproveitar. O Leão só foi fazer a primeira finalização aos 38′, sem perigo. Aos 43′, veio o lance de maior perigo do Remo: Marco Antônio avançou pela esquerda e mandou um chute no travessão.

O esquema 4-3-3 adotado pelo técnico Rodrigo Santana foi prejudicado pelas várias mudanças – duas estreias, Bruno Silva e Sávio, em nível abaixo dos antigos titulares. O certo é que a postura agressiva da Aparecidense surpreendeu o Leão, que não conseguiu sair do sufoco ao longo de 40 minutos. Só foi reagir, parcialmente, nos minutos finais da primeira etapa.

Na etapa final, Pedro Vítor substituiu Kelvin e abriu caminho para a vitória. Lançado por Ribamar, avançou desde o meio-campo até a área da Aparecidense, onde tocou de cavadinha para encobrir o goleiro e marcar 1 a 0 para o Remo, aos 9 minutos.

Depois do fraco primeiro tempo, o Remo corrigiu erros de cobertura a partir da entrada de Paulinho e Adsson. Chegou a marcar o segundo gol, com Ribamar, mas a arbitragem assinalou impedimento. O jogo foi tenso até o final, com pressão da Aparecidense no jogo aéreo.

Galeria do rock

Postagem de Wolf Van Halen, filho de Eddie Van Halen, sobre a noite em que ambos receberam a visita de Eddie Vedder e do guitarrista Mike McCready, do Pearl Jam, e músicos do Alice In Chains após um show em Tacoma (EUA), em maio de 2012.

Rebeca: o ouro, o recorde e a glória

Com a medalha de ouro conquistada na manhã desta segunda-feira, em Paris, a ginasta Rebeca Andrade ultrapassou Torben Grael e Robert Scheidt e assumiu a liderança absoluta entre os medalhistas brasileiros de todos os tempos. Ao som de “Mas que nada”, de Jorge Ben, ela fez uma apresentação impecável no solo e superou a lenda Simone Biles (EUA).

O resultado transformou o ginásio numa grande celebração brasileira em torno de Rebeca. Ela já tinha ganho duas medalhas de prata e uma de bronze (por equipe). Ainda no pódio, ela foi reverenciada pela própria Simone Biles, curvando-se num gesto de respeito muito aplaudido por toda a plateia.

Esta é a terceira participação de Rebeca em Olimpíadas. No Rio, em 2016, a atleta saiu zerada. Já nos jogos de Tóquio, teve as duas primeiras conquistas. A ginasta conquistou a prata na disputa do individual geral e com o ouro na prova do salto na mesma edição. Agora, em Paris, Rebeca fez sua melhor Olimpíada, subindo ao pódio em quatro oportunidades diferentes. 

Em premiações do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Rebeca receberá R$ 1 milhão pelas medalhas obtidas. O ouro vale R$ 350 mil, a prata paga R$ 250 mil e o bronze, R$ 150 mil. É a maior premiação já paga a uma atleta olímpica no Brasil. Merecidamente.

Rebeca é bolsista do programa Bolsa Atleta, instituído no Brasil no primeiro governo Lula, em 2004.

Leão joga para entrar no G8

POR GERSON NOGUEIRA

A chegada ao G8 vem sendo adiada pelo Remo há várias rodadas. Sempre que o time se aproxima um detalhe acaba frustrando a expectativa. Desta vez, com resultados favoráveis na rodada, a chance é das melhores: contra a Aparecidense, às 20h, no estádio Jornalista Edgar Proença (Mangueirão), uma vitória põe o Leão na oitava colocação.

Para atingir esse objetivo, o time precisa ser agressivo e consistente. Na última vitória em casa, o Remo atuou bem no primeiro tempo, chegou a abrir o placar e ficou com um jogador a mais. Na etapa final, porém, permitiu o empate e quase complicou a vitória.

É o cenário que precisa ser evitado a todo custo hoje, quando deve se repetir aquela situação de ataque contra defesa, muito comum em jogos da Série C. O problema é que o Remo falha muito nas finalizações.

O Remo cria, em média, quatro boas chances por jogo, mas até hoje só conseguiu uma goleada (4 a 2 sobre o Caxias). As outras vitórias foram sempre por placar apertado, o que atesta os erros de pontaria.

O técnico Rodrigo Santana projeta seis alterações, a começar pela adoção do sistema 4-4-3, com a linha de quatro zagueiros – Diogo Batista, Ligger, João Afonso e Sávio. A medida visa abrir espaço para que o volante Bruno Silva entre no time. Saudado como o líder que o time não tinha, Bruno terá Pavani e Jaderson como parceiros de meio-campo.

Para a linha ofensiva, novas mudanças: Kelvin, Ribamar e Marco Antônio. Se há o lado positivo da barração de Cachoeira e Ytalo, fica a dúvida quanto à velocidade que o jogo vai exigir. Para quem precisará propor o jogo, é obrigatório que Jaderson atue mais adiantado.

A campanha na Série C tem mostrado que Rodrigo Santana é chegado a mudanças constantes, nem sempre bem sucedidas. Desta vez, a entrada do estreante Sávio é o movimento mais esquisito e temerário, pois o time sempre funcionou bem quando Raimar faz parte do esforço ofensivo.

O fato é que, numa rodada em que os adversários diretos não livraram grande vantagem, o Remo tem excelente chance de avançar. Para isso, precisa fazer sua parte, para corresponder à ajuda externa. (Foto: Silvio Garrido)

Papão tenta quebrar sequência ruim

Sem Nicolas, o PSC encara esta noite o Vila Nova, em Goiânia, buscando se afastar da zona de rebaixamento da Série B. Com 23 pontos, está na 15ª posição, mas o equilíbrio da disputa mantém o time paraense a 6 pontos do G4. De qualquer forma, o jogo com o Vila chega em um momento particularmente agitado na Curuzu.

Para afastar a turbulência, nada melhor que uma vitória. Apesar da ausência de seu principal atacante, o PSC tem um time arrumado, que sofre com uma campanha apenas mediana em termos de pontuação.

O retrospecto recente mostra um PSC sempre predominante nos confrontos com o Vila Nova. A última Copa Verde é o exemplo mais emblemático. No placar agregado dos jogos finais, uma goleada histórica do Papão: 10 a 0.

A lembrança desse resultado desastroso é um dos ingredientes da partida de hoje. Apesar da boa campanha na Série B, a torcida não esquece a humilhação e quer uma revanche. Óbvio que ninguém espera que o Vila devolva placar tão dilatado, mas exige-se uma vitória.

Esse tipo de cobrança quase sempre representa um fardo emocional para o mandante. Caso não consiga chegar logo ao gol, o Vila vai enfrentar a irritação de seus próprios torcedores, o que naturalmente beneficia o PSC.

Em campo, independentemente da crise de gestão no futebol do clube, o Papão terá praticamente a mesma equipe que jogou contra o Grêmio Novorizontino na rodada passada. O rendimento foi abaixo do esperado, repetindo a má atuação do embate com o Brusque.

Duas derrotas em sequência despertam sempre preocupação na torcida, ainda mais na Série B atual, que vem se revelando uma das mais equilibradas dos últimos anos.

O meio-campo deve ter Leandro Vilela, João Vieira e Cazares. No ataque, Jean Dias, Ruan Ribeiro e Paulinho Boia. Ruan ganhou a titularidade pelo gol e a boa atuação diante do Novorizontino.  

A polêmica dos acréscimos no futebol das Olimpíadas

O triunfo brasileiro sobre a França (1 a 0) no torneio de futebol em Paris quase foi sabotado por um exagerado tempo de acréscimos. A árbitra aplicou 19 minutos extras no 2º tempo. Somado aos 6 minutos do tempo inicial, foram 25 minutos – praticamente o período de uma prorrogação.

É bem verdade que as brasileiras abusaram da cera, mas os 19 minutos constituíram um castigo excessivo. Por sorte, a França não conseguiu empatar, para alegria da torcida brazuca e alívio de Tori Penso, que seria obviamente responsabilizada por qualquer prejuízo ao Brasil.

Rebeca leva 2ª prata e já é recordista de medalhas

O resultado era pedra cantada: a excepcional Simone Biles não errou nenhum de seus dois saltos e, com isso, Rebeca Andrade ficou com a medalha de prata na final do salto da ginástica artística das Olimpíadas de Paris-2024. Com a conquista de sábado (3), Rebeca soma agora cinco medalhas em sua trajetória olímpica.

A ginasta paulistana ganhou o ouro no salto e a prata no individual geral em Tóquio, há três anos, e completou a coleção em Paris com o bronze por equipes e as pratas no individual geral e no salto. Um feito e tanto.

É sempre bom lembrar que a ginástica artística não era uma modalidade tão popular no país até a ascensão de Daiane dos Santos, Daniele e Diego Hypólito. O furacão Rebeca foi além, elevando o patamar e transformando a ginástica em destaque do Brasil nos esportes olímpicos.

Rebeca cravou outra façanha admirável: empatou com Robert Scheidt e Torben Grael como os maiores medalhistas da história olímpica brasileira. Lendas da vela, Scheidt tem dois ouros, duas pratas e um bronze, enquanto Torben acumulou dois ouros, uma prata e dois bronzes.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 05)

A frase do dia

“Rebeca é um talento extraordinário. Forjada em programa de iniciação esportiva da Prefeitura de Guarulhos. Do PT, claro. Sim, politizo as medalhas. Se não gostam, vazem. As medalhas brasileiras têm cor e forma: estrela vermelha”.

Flávio Gomes, jornalista