Empate com S. José classifica o Leão para a fase de grupos da Série C

Em jogo marcado pelo equilíbrio, São José e Remo empataram em 0 a 0 na tarde deste sábado, em Porto Alegre, resultado que garantiu a classificação do Leão à fase de grupos da Série C. Os azulinos se classificaram em 8º lugar, com 26 pontos, e está no grupo B, ao lado de Botafogo-PB, São Bernardo e Volta Redonda.

Com as dificuldades naturais de controlar a bola no campo sintético do estádio, o Remo começou errando muitos passes. Ligger, de cabeça, foi o autor do primeiro lance de perigo em favor dos azulinos, assustando o goleiro Rampi. Em resposta, Douglas teve uma excelente oportunidade, mandando a bola no travessão de Marcelo Rangel.

Os remistas reclamaram de uma bola que bateu no braço do zagueiro Fredson, dentro da área. O árbitro Wagner Nascimento mandou o lance seguir. Logo depois, Pedro Vítor recebeu passe junto à pequena área e bateu cruzado, mas a bola desviou na zaga.

Na volta do intervalo, o São José mostrou mais organização e criou várias jogadas na intermediária azulina, aproveitando um buraco na marcação. Os primeiros 15 minutos foram de intensa movimentação dos gaúchos, com jogadas perigosas, que obrigaram o goleiro Marcelo Rangel a duas grandes defesas.

O Remo parecia nervoso e sem forças para acompanhar a correria imposta pelos atacantes do Zeca. Para estancar a superioridade do adversário, o técnico Rodrigo Santana substituiu Pedro Vítor e Ytalo por Rodrigo e Ribamar. A mexida tirou o Leão do imobilismo, fazendo com que Raimar aparecesse mais pelo lado esquerdo.

Antes do final, dois lances fortes. No primeiro, o time gaúcho mandou dois chutes da intermediária com muito perigo, fazendo Marcelo Rangel espalmar para o lado. Em avanço de Raimar quase nasceu o gol remista. O ala esquerdo passou por dois marcadores e entrou na área, mas foi atrapalhado por Ribamar quando ia finalizar.
Como os outros resultados favoreciam as pretensões azulinas, o ritmo foi arrefecendo e o Remo passou a controlar o jogo. Uma grande comemoração tomou conta de jogadores e comissão técnica do Leão dentro de campo, sob os aplausos da torcida remista presente ao estádio.

A pirâmide do coach vai cair?

Pablo Marçal entrega o que a precarização pede.

Por Paulo Motoryn – Intercept_Brasil

Não é exagero dizer que a ascensão de Pablo Marçal na corrida eleitoral é um caso de manipulação digital sem precedentes. O coach, candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, inundou as redes sociais nos últimos anos com uma estratégia agressiva de anúncios, o tráfego pago. E, agora, usa essa estrutura para tentar se eleger prefeito da maior cidade do país.

Para se ter uma ideia do impacto, de janeiro deste ano até o início oficial da campanha eleitoral, em 16 de agosto, mais de 6.400 anúncios rodaram no Instagram e no Facebook mencionando Pablo Marçal – sem o rótulo de anúncio político (com o rótulo, a título de comparação, foram apenas 380).

Dessa forma, escapam das frouxas normas de transparência da Meta, já que para propagandas sobre eleição e política, a empresa revela os valores investidos.

Quanto dinheiro a Meta já faturou com Pablo Marçal? Não dá para saber. Mas a cifra certamente ultrapassa centenas de milhares de reais, o que constitui um bom negócio para os dois lados: o político e a plataforma.

A ascensão do coach é mais um exemplo claro de como o modelo de negócio das big techs, baseado em sugar dados das pessoas para vender anúncios direcionados, pode distorcer a opinião pública e influenciar eleições.

A arquitetura das redes sociais é pensada para isso: manipular e influenciar. O que Marçal faz é um uso otimizado e ultraeficiente dessa estrutura, agora aplicada em uma campanha eleitoral.

Mas a estratégia de Marçal não é só um case de marketing digital. A perversidade vai além: transpõe para o universo digital um dos golpes mais antigos e perigosos que existem na praça, o esquema de pirâmide.

Nesta semana, nos debruçamos sobre o caso que ficou conhecido como “Cortes do Marçal”, uma competição onde os participantes recebem prêmios por gerar o maior número de visualizações em suas próprias páginas, de conteúdos do coach.

Os vídeos, nomes das páginas, as legendas e até as hashtags são sugeridas pela equipe de Marçal. Nós gastamos muitas horas frequentando o canal do Discord onde o torneio acontece.

Não é só um gincana na internet. É uma engenharia social complexa, que brinca com o sonho de milhares de pessoas: os participantes são seduzidos pela possibilidade de levarem prêmios diários, mensais ou acumulados dentro da própria comunidade.

Os valores são baixos, mas servem para incentivar os participantes a viralizarem conteúdos nas redes sociais e, quem sabe um dia, enriquecerem.

“Marçal emerge de uma carência, de um mundo que está gritando por uma profunda falta de política pública robusta de emprego. A mensagem falaciosa dele é que todo mundo vai ser empreendedor”, explicou a antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, que já foi nossa colunista por aqui, em entrevista nesta semana ao UOL.

Em seu esquema de cortes, é possível enxergar esse mecanismo em ação. Marçal alimenta a ilusão, afirmando que “meninos” podem ganhar até R$ 400 mil com o esquema, embora isso nunca tenha sido comprovado. Na realidade, alcançar essas cifras requer níveis estratosféricos de audiência e engajamento, o que não só é uma tarefa monumental, mas também exige jornadas de trabalho extenuantes.

Pinheiro-Machado, que estuda o mundo do marketing digital e sua relação com a precarização e a ascensão de ideologias de extrema direita e ultraliberais, afirmou que Marçal ainda vai crescer muito. Nesta semana, as pesquisas já mostraram isso. “Talvez ele seja a pessoa mais especializada em explorar as redes sociais entre todos os políticos”, ela disse.

Marçal é recente, mas já dá para cravar: estamos diante de um outro fenômeno político. Enquanto o bolsonarismo utilizou a retórica de ódio, fake news e radicalização à direita para engajar sua audiência, o coach combina tudo isso com promessas de riqueza e sucesso. O alimento perfeito para os algoritmos em um país sedento por emprego e possibilidades de futuro.

O jogo mais importante do ano

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo entra em campo hoje, em Porto Alegre, com a responsabilidade de vencer o lanterna da Série C naquele que é considerado o jogo do ano no calendário do clube. A vitória classifica para a fase de grupos da competição e ao direito de brigar diretamente pelo acesso à Série B, sonho de consumo dos azulinos desde que o time foi rebaixado em 2021.

Por isso, superar o rebaixado São José é um desafio de extrema importância para a vida do clube. Há muita coisa em jogo: a recuperação da autoestima, o planejamento orçamentário para 2025 e os projetos de expansão (que envolvem a conclusão do CT de Outeiro) do futebol profissional e das modalidades amadoras.

Com o time completo, repetindo pela primeira vez uma mesma escalação nas últimas seis rodadas, o Remo tem plenas condições de sair vitorioso do contestado campo de jogo do São José. O adversário, já rebaixado à Série D, tem a pior campanha da Série C. Conquistou apenas 10 pontos em 18 rodadas disputadas.

É claro que times que não têm nada a perder também não têm o que temer, o que pode se transformar em risco para adversários com obrigação de vencer. Até nesse aspecto o Remo teve a vantagem de um alerta. Viu o São José arrancar um inesperado empate em Florianópolis contra o Figueirense.

Rodrigo Santana e seus comandados entram em campo com a consciência de que só depende do Remo a conquista do acesso – justamente porque o São José tirou a vantagem do Figueirense na classificação.

Com Ytalo e Pedro Vítor na linha de frente, o Leão parece ter achado finalmente a melhor configuração, tendo no meio a trinca Pavani-Bruno Silva-Jaderson, ladeados pelos alas Diogo Batista e Raimar.

Foi com essa estrutura de meio e ataque que o Remo atropelou o Londrina na rodada passada, marcando 3 a 0 e sobrando em campo. A troca de passes em velocidade e a variação de jogadas foram aspectos que fizeram a diferença. É justamente o que o time precisa repetir neste sábado. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Papão se dedica a recuperar espaço na Série B

As seis rodadas sem vitória custaram caro ao PSC. O time oscilou para baixo e se aproximou perigosamente da zona de rebaixamento – ocupa, no momento, a 15ª posição. Mais do que os poucos pontos conquistados, preocupa a maneira como a equipe se comportou na maior parte dos confrontos recentes.

É curioso que, nos seis jogos que espelham a crise técnica, as atuações com melhor aproveitamento aconteceram fora de casa. Diante do Vila Nova (2 a 2), o time exibiu lampejos da pressão no campo inimigo e da imposição em boa parte dos jogos. Saiu na frente, tomou a virada e, ainda assim, foi buscar o empate nos minutos finais.

Contra o Botafogo-SP, fez o gol e teve domínio parcial durante o primeiro tempo. Cedeu o empate e, depois de ficar com um jogador a menos (Wanderson foi expulso), caiu de rendimento na segunda etapa, permitindo ao adversário o controle das ações. Apesar disso, conquistou um ponto.

Nos demais jogos – Brusque, Grêmio Novorizontino, Santos e Avaí –, a situação expôs uma perda de intensidade técnica e o progressivo desmantelamento emocional. As consequências da instabilidade interna se revelaram na forma de atuações soltas e confusas no segundo tempo diante do Brusque e do Novorizontino, principalmente.

Contra Santos e Avaí, pesaram bastante as ausências (ou limitações) de jogadores importantes e estratégicos. Diante dos santistas, o time ficou sem dois titulares logo de cara e sofreu com o fraco rendimento de Nicolas. Problemas parecidos se repetiram diante do Avaí, quando o PSC jogou sem João Vieira, Edilson, Lucas Maia, Jean Dias e Paulinho Boia.    

Diante de tudo isso, o jogo com o Mirassol, na próxima segunda-feira (às 18h30, na Curuzu), adquire uma importância fundamental na tentativa de reabilitação. Diante da torcida, o PSC tem a oportunidade de brecar a sequência negativa e se credenciar a brigar por uma melhor colocação no returno do campeonato.  

Bola na Torre

Giuseppe Tommaso comanda o programa, a partir das 22h, na RBATV. Valmir Rodrigues e este escriba baionense participam dos debates. Em pauta, a definição na Série C e a expectativa para o jogo PSC x Mirassol pela Série B. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Seleção volta a contar com botafoguense camisa 7

O Botafogo volta a ceder um atleta à Seleção Brasileira, fato sempre digno de menção porque o Alvinegro é o clube que mais contribuiu com jogadores para o escrete canarinho ao longo da história. Desta vez, o atacante Luiz Henrique foi o nome escolhido. Anteriormente, tinham sido chamados o goleiro Lucas Perri e o zagueiro Adryelson, no ano passado.

Com base nas excelentes atuações de Luiz Henrique na temporada, o técnico Dorival Júnior chamou o jogador, que é um dos destaques do Botafogo com grandes performances na Série A e na Copa Libertadores.

Luiz Henrique vive uma situação diferente de outros craques brasileiros que passaram por clubes da Europa. Ele não se acomodou com a contratação pelo Botafogo – R$ 20 milhões de euros (R$ 106,6 milhões), a maior de todos os tempos no futebol brasileiro – e quer fazer da passagem pelo clube um trampolim para voltar à vitrine das grandes ligas europeias.

Sabe que o caminho a ser seguido é o de mostrar qualidade e ganhar visibilidade. Aos 23 anos, LH já havia sido incluído na pré-lista da Copa do Mundo de 2022, mas perdeu espaço no Real Bétis, da Espanha, caindo de cotação junto aos técnicos da Seleção.

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 24/25)