Rock na madrugada – Fleetwood Mac, “Oh Well”

POR GERSON NOGUEIRA

Registro do Fleetwood Mac da era Peter Green em apresentação ao vivo no programa “Monster Music Mash”, da rede BBC, em 1969. Apesar do sucesso junto aos roqueiros mais devotos – Slash acaba de gravar um cover da canção em seu novo disco solo -, “Oh Well” não estourou como merecia. Pertence à seleta galeria do blues-rock, quase no mesmo nível de “Black Dog”, clássico do Led Zeppelin.

Festejado guitarrista, Peter Green foi fundamental na chamada primeira encarnação do Fleetwood Mac, mas teve a carreira abreviada pelo consumo de drogas e problemas sérios de saúde. Para parte da mídia inglesa, Green foi o melhor guitarrista britânico dos anos 1960 – e ele foi contemporâneo da trinca Eric Clapton/Jimmy Page/Jeff Beck.

BB King, lenda do blues, afirmou certa vez que Green “tem o tom mais doce que eu já ouvi. Ele foi o único que me fez suar frio”. Mick Fleetwood, em entrevista à Associated Press, disse que Peter Green merece a maior parte do crédito pelo sucesso da banda.

“Peter foi perguntado por que batizou a banda de Fleetwood Mac. Ele disse: ‘Bem, você sabe que eu pensei que, talvez, eu continuasse em algum momento e queria que Mick e John (McVie) tivessem uma banda’. Fim da história, que explica o quão generoso ele era”, contou Mick, que também descreve Green como um grande virtuose da guitarra.

Green era tão fundamental para a banda, que nos primeiros anos era chamada de Peter Green’s Fleetwood Mac. Um pouco antes, em 1966, substituiu Clapton no Bluesbreakers de John Mayall e depois seguiu carreira com o Mac. Em 1971, deixou a banda após aprofundar os problemas com drogas. Em 1977, foi internado numa clínica psiquiátrica. Morreria, aos 73 anos, em julho de 2020.

O Fleetwood Mac sobreviveu muito bem sem ele, sob a liderança de Mick e John McVie. Mudou de estilo e flertou com o country rock e até com o som progressivo, sempre com muito sucesso.

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