Leão ganha reforço no jogo aéreo

POR GERSON NOGUEIRA

Apesar das falhas que permitiram a vitória do ABC na última rodada, o Remo se prepara para o confronto com o Ferroviário, no sábado, sem abrir mão do esquema de três zagueiros, implementado pelo técnico Rodrigo Santana desde sua chegada ao Evandro Almeida.

Foram quatro partidas no sistema 3-4-3, duas vitórias e duas derrotas, quatro gols marcados e cinco sofridos. Santana não muda de ideia nem mesmo com o déficit de gols sob o seu comando.

Talvez esteja certo em manter suas convicções. De maneira geral, o Remo demonstra mais segurança defensiva com três zagueiros na última linha. Contra o Ferroviário, partida decisiva para as pretensões da equipe na Série C, há a boa notícia do retorno de Ligger à escalação.

Ele foi expulso contra o São Bernardo, cumpriu suspensão diante do Ypiranga e ficou no banco de reservas em Natal. Fez falta neste último jogo. As falhas da zaga foram todas no jogo aéreo, justamente uma especialidade de Ligger.

O zagueiro é o melhor cabeceador da equipe, tanto no ataque quanto na defesa. Seu retorno é garantia de mais firmeza na grande área e força nas ações ofensivas. Vai substituir João Afonso, que teve atuação muito criticada contra o ABC.

No 3-4-3, o Remo teve que mudar completamente a maneira de atacar e se defender. Por vezes, o time ainda demonstra instabilidade, principalmente quando precisa sair para o ataque. A presença de João Afonso na zaga era uma tentativa de dar qualidade ao primeiro passe, mas isso não funcionou.

O novo sistema valorizou a presença dos alas, resgatando Raimar pelo lado esquerdo e apresentando Diogo Batista na direita. Quando tem a posse de bola do meio para a frente, o time fica mais encorpado, chegando a ter cinco jogadores na frente – Diogo, Jaderson, Ytalo, Marco Antonio e Raimar.

Às vezes, quando o passe encaixa e os espaços são ocupados, tudo flui muito bem. Foi assim no 1º tempo com o Sampaio Corrêa e nos 90 minutos contra o Ypiranga. A rigor, o sistema só deu errado diante do ABC, quando o Remo só conseguiu atacar em bloco no 2º tempo.

Ligger pode não resolver todos os problemas de articulação do time, mas contribui para um trio defensivo mais consistente na bola aérea, fundamento que costuma ser utilizado exaustivamente na Série C.

É possível que, mais entrosado, o Remo ainda evolua no 3-4-3, alcançando os resultados necessários para crescer na pontuação nas nove partidas que restam. O primeiro desafio será neste sábado à noite, no Baenão. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Brasil tem uma batalha decisiva contra o Paraguai

Ainda sob o peso da má impressão da estreia contra Costa Rica, a Seleção Brasileira entra em campo hoje, às 21h30, em Las Vegas, para buscar sua primeira vitória e afastar eventuais riscos de eliminação na primeira fase da Copa América. O adversário é o Paraguai, que no passado foi um freguês do Brasil, mas que hoje endurece qualquer duelo.

Para se classificar, a Seleção terá que vencer pelo menos um de seus próximos compromissos no grupo – contra paraguaios e colombianos. Como a Colômbia tem um time bem ajustado e é uma das favoritas ao título, o time de Dorival Júnior não pode tropeçar hoje.

Nem é bom avaliar as consequências de uma eliminação precoce. Da forma como o Brasil se conduz nas Eliminatórias, um insucesso na Copa América pode provocar uma das piores crises da história do futebol nacional.

Para passar pelo Paraguai, Dorival precisará ser mais ousado na busca pelo gol. Rodrygo é seu principal jogador e, por isso, merece total liberdade de movimentos do meio para a frente, e o mais próximo possível de Vini Jr.

O técnico deveria se inspirar no Uruguai de El Loco Bielsa, que sufocou a Bolívia ontem à noite, sem dar qualquer chance de reação. Está mais do que na hora de o Brasil voltar a ser respeitado e temido.

Custo das camisas expõe desigualdades sociais entre países

A Copa América apresenta o preço médio de R$ 300,00 (60 dólares) por camisas de seleções, sendo que as mais em conta custam R$ 200,00 (40 dólares) e as mais caras, R$ 500,00 (100 dólares). O levantamento é do site Footy Accumulators, especializado em bônus e custos de uniformes esportivos.

O estudo levantou o preço oficial das camisas atuais de cada uma das 16 seleções participantes do torneio, cruzando com o PIB per capita de cada país e a quantidade de unidades vendidas em 2023.

Para muita gente, a paixão pelo futebol vem acompanhada do orgulho de exibir o manto sagrado de sua seleção. Para surpresa de quase ninguém, a camisa mais valorizada é a verde-amarela, ainda.

A camisa canarinho é a mais cara da Copa América 2024. Custa R$ 500,00 na loja oficial da CBF. No extremo oposto, a camisa da Bolívia é a mais barata do torneio, custando R$ 200,00 (40 dólares). 

Resta saber se o torcedor paga um preço justo pelas camisas. Uma das economias mais fortes do planeta, o Brasil pratica um preço considerado acima da média e das posses do torcedor.

Apesar do preço, em 2023 a Seleção Brasileira comercializou mais de 1 milhão de peças. A CBF parece não se importar em negociar um preço mais acessível junto aos fornecedores. Ao mesmo tempo, as camisas do escrete são confeccionadas em material de alta qualidade e possuem tecnologia de ponta, o que de certo modo justifica o preço mais salgado.

É preciso entender que a camisa da Seleção não é apenas um simples item do vestuário. É um símbolo do orgulho que o torcedor nutre pela história do futebol pentacampeão do mundo.

Além da camisa canarinho, outras que se destacam pelo alto custo são as de Argentina, Colômbia e Estados Unidos, todas na faixa dos 90 dólares. As mais acessíveis são, além da boliviana, as do Peru (50 dólares), Panamá (55 dólares) e Costa Rica (60 dólares).

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 28)

Deixe uma resposta