O endiabrado Donald Sutherland

Não virou ícone. Foi coisa melhor

Por André Forastieri

Donald Sutherland talvez seja o melhor ator de sua geração que não teve um papel definitivo. Submergia nos papéis e os servia brilhantemente, da comédia ao drama e tudo no meio. Nada “icônico”, nosso favorito.

O que vão mostrar na retrospectiva do Oscar, ele como Hawkeye em M.A.S.H.? Os portais usaram como gancho para o obituário seu papel em “Jogos Vorazes”, a única chance de caçar alguns cliques com o velho ator, 88. Prefiro ele acima, como o professor provocador, sacana de um filme memorável e antiquado, “Clube dos Cafajestes”.

Fez um bocado de filme bom, daqueles que serão vistos enquanto pessoas assistirem filmes. E esteve ótimo em muitos filmes nem tanto.

Vi um assim semanas atrás, pelo qual ganhou o Emmy, “Citizen X”. Faz um coronel atrás de um assassino serial na URSS. É baseado numa história horrível e real. Você nunca fica confortável com as escolhas de Sutherland como esse tira ambíguo, político, um tanto assustador. Olhos satânicos, tinha Donald.

Me ocorre agora que é um ator mais completo que ícones como DeNiro, Pacino ou Nicholson, que me dizes?

Para o velório, vamos tocar essa linda música da Kate Bush, com ele fazendo o papel de… Wilhelm Reich. A letra combina. Quando Donald entra em cena, você já sabe: someting good is gonna happen.

A salvação da lavoura bicolor

POR GERSON NOGUEIRA

Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC

Ninguém levou muito a sério quando Esli García foi apresentado pelo PSC como um dos reforços para a temporada. Baixinho (1,63m), franzino e com cara de garoto, o venezuelano chegou sem muito alarde. Passou semanas treinando, sem ser utilizado de imediato no time que disputou o Parazão.

Quando começou a ser escalado, caiu rapidamente nas graças do torcedor. Apesar do sucesso junto à galera, custou a convencer a comissão técnica. De início, surgiram várias desculpas para justificar a não titularidade, algumas risíveis e sem sentido.

A pressão das arquibancadas falou mais alto e Esli teve que ser escalado, contribuindo bastante para a conquista do título estadual. Foi importante também na exitosa campanha da Copa Verde, sempre como artilheiro.

Veio a Série B e o atacante deslanchou de vez, embora de início não fosse escalado como titular. A perseverança deu certo, novamente com a ajuda decisiva e sábia da torcida, que passou a cobrar sua presença.

Até agora são cinco gols marcados no Brasileiro, o que lhe garante um lugar entre os principais goleadores da competição – e o estrangeiro com mais gols nas três principais divisões nacionais.

Cabe lembrar que Esli não chegou como candidato a artilheiro. Sempre foi um atacante velocista, atuando pelos lados. O candidato natural à artilharia era Nicolas, ídolo da Fiel e campeão de gols na temporada.

Acontece que a habilidade para dribles em curto espaço e finalizações certeiras fizeram toda a diferença na árdua luta contra as defesas da Série B. Depois de esperar pacientemente por um lugar no time, ele abriu caminho com a melhor arma possível: fazendo gols e provando utilidade.

Antes de virar titular, Esli virou xodó da torcida. O ataque tinha Jean Dias, Nicolas e Edinho. Esli entrava no 2º tempo e sempre deixava sua marca. Foi assim contra o Botafogo-SP, no Mangueirão, quando marcou um golaço, bem ao seu estilo, driblando o marcador e encobrindo o goleiro.

Os gols foram acontecendo e as dúvidas sobre o papel de Esli foram desaparecendo. Acabou a discussão sobre massa muscular ou porte físico. Virou um gigante no ataque do Papão. Soma cinco gols, virou peça imprescindível e ninguém sequer discute sua importância. Pode-se dizer que hoje é Esli e mais 10. Coisas do futebol.

Torneio continental começa sem o Brasil como favorito

A Copa América começou ontem à noite, com o jogo Argentina x Canadá, apresentando pela primeira vez um cenário no qual o pentacampeão mundial Brasil não é o grande favorito. Ao longo da história, isso nunca ocorreu. A Seleção canarinho sempre esteve na pole-position para o título.

Desta vez, porém, a situação é completamente diferente. Com números pífios nas Eliminatórias Sul-Americanas, a Seleção está no segundo pelotão dos times cotados para levantar a taça, ao lado de Uruguai e Colômbia.

Terceiro maior campeão do torneio, com nove títulos (atrás apenas dos 15 de Argentina e Uruguai), o Brasil teve suas maiores conquistas a partir de 1997. Foram cinco títulos desde então.

Na edição atual, o favoritismo pertence à atual campeã, Argentina, cujo cartel é abrilhantado pelo recente título mundial, conquistado em 2022 no Qatar. Conta muito para essa condição a presença de Lionel Messi, ainda um supercraque, apesar da fase declinante.

O Brasil tem como trunfo Vini Jr., um dos melhores jogadores do mundo, mas não tem um time pronto. Rodrygo também é um nome de respeito, mas os coadjuvantes são pouco mais que aplicados.

Por outro lado, a inédita perda de protagonismo talvez seja positiva. Vai fazer com que o time de Dorival Júnior busque dar a resposta em campo. A história mostra que o Brasil costuma crescer quando chega a uma competição cercado de descrédito e pessimismo.

Desportiva faz peneirada para descobrir talentos

Os clubes Desportiva e Amazônia, em parceria, recebem o treinador e avaliador espanhol Sosa Espinel na próxima semana. Ao lado do técnico Walter Lima, Espinel vai comandar uma semana de avaliações, no período de 25 de junho a 2 de julho, para atletas de 18 a 21 anos.

A semana de avaliações será realizada no CT da Desportiva, em Marituba, diariamente a partir de 8h. O valor de inscrição de cada atleta será de R$ 50,00. Cada atleta deve levar seu próprio material de treino.

Os aprovados na peneirada viajarão para a Espanha, logo após providenciarem a documentação necessária. Uma grande oportunidade para jovens atletas de Belém e do interior do Estado.

Corrida do Bem vai reunir 3.200 atletas em Parauapebas

Parauapebas prepara-se para receber a etapa paraense da Corrida do Bem/Eco 2024, no próximo dia 30 de junho. O evento, que une esporte, sustentabilidade e solidariedade, promete encantar o público da cidade. A expectativa é reunir 3.200 corredores para disputar as distâncias de 5 e 10 quilômetros. A Corrida do Bem/Eco 2024 é aberta a atletas de todas as idades e níveis de condicionamento físico.

As inscrições já estão abertas – no site oficial do evento – e são gratuitas, para garantir que a participação esteja ao alcance de todos os interessados. O evento busca não apenas promover a prática esportiva, mas também disseminar valores de solidariedade e sustentabilidade.

Em sintonia com os princípios da economia circular, a Corrida do Bem/Eco 2024 destaca uma iniciativa especial de doação de tênis novos ou usados, de qualquer tamanho. Cada par de tênis beneficia diretamente aqueles em situação de vulnerabilidade social e contribui para a construção de uma comunidade mais consciente.

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 21)