Para o Leão, a Série D é logo ali

POR GERSON NOGUEIRA

Não há como negar, o Remo está se esforçando muito para repetir a desastrada campanha de 2023 na Série C, quando perdeu as quatro primeiras partidas. O time atual já perdeu três e tem tudo para completar a quadra. Pelo menos é o que se depreende das atuações pífias que o time tem feito, como a de ontem, em João Pessoa, contra o Botafogo.

A derrota não foi o que decepcionou mais o torcedor. O que revoltou mesmo foi o desleixo, a apatia e o desinteresse.

O Remo levou quase 90 minutos para dar o primeiro chute em direção ao gol do Botafogo. Em todos os aspectos, a atuação foi ainda pior que a da rodada anterior, contra o Athletic, em São João Del Rei.

O time simplesmente não acertava passes e nem tentativas de chegar ao ataque. O descompromisso em busca da vitória beirou o pouco caso. Lembrando que a partida era decisiva para o plano de recuperação dentro da competição.

Contribuíram muito para a pavorosa apresentação as mudanças feitas pelo técnico Gustavo Morínigo, uma espécie de alquimista desastrado no comando do Remo. Em relação ao jogo passado, ele montou uma escalação com sete peças diferentes.

Alcançar entrosamento parece algo desimportante para o treinador. A balbúrdia ficou exposta logo nos primeiros minutos, quando a zaga não cortava os cruzamentos altos do Botafogo. Joãozinho perdeu duas chances depois de receber bolas na área sem receber combate dos zagueiros.

O gol de Pipico, aos 28 minutos, foi um primor de desatenção. O zagueiro Ícaro errou no primeiro bote, mas o lateral Thallys consertou a bobagem e devolveu a bola para que Ícaro despachasse para frente. Lento e distraído, ele preferiu tocar nos pés do atacante Thallyson.

O jogador do Botafogo foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para dentro da área. Livre de marcação, o veterano Pipico chegou batendo forte para o fundo das redes. Um gol que determinaria o resultado final.

A partir do 1 a 0, o Botafogo se tranquilizou na partida e não insistiu mais com os ataques. O Remo, ao invés de se empenhar para buscar o empate, ficou ainda mais dispersivo. Os passes nunca chegavam aos homens de frente. Quando isso ocorria, era sempre de forma lenta, permitindo que a zaga paraibana se posicionasse para o desarme.

Matheus Lucas, que estreava no comando do ataque, não recebeu um passe ou cruzamento que permitisse finalização. Cachoeira se perdeu na correria improdutiva e Sillas não apareceu para o jogo.

É preciso entender que o Remo, mesmo com os problemas exibidos nas outras partidas, voltou a ter no meio-campo três jogadores pouco afeitos à marcação. Jaderson, Pavani e Matheus Anjos não combatiam os avanços do Botafogo e a defesa ficava sempre vulnerável.

A derrota agrava a situação do time na classificação. O Remo terá 16 jogos pela frente, oito deles em Belém. O primeiro será domingo, no Baenão, contra o lanterna Floresta-CE – com ou sem Morínigo no comando.

Mistério de 60 anos em torno do troféu do basquete

O troféu exibido por Nelson Maués na foto foi conquistado pela seleção paraense juvenil, ao se sagrar vice-campeã do Campeonato Brasileiro juvenil, realizado em Belém, em 1965. O campeão do torneio foi o Estado da Guanabara, como se chamava o Rio de Janeiro na época.

Leitor da coluna, o próprio Nelson Maués revela que há muitos anos procura por esse troféu, extraviado depois daquele Brasileiro. A busca começou quando ele presidia a Federação Paraense de Basquete, sem sucesso.

Aos fãs de basquete, Nelson pede informações sobre o paradeiro da preciosa taça, misteriosamente sumida há quase 60 anos.

Flamengo surpreende ao criticar erros da arbitragem

Sob a alegação de que teria sido prejudicado pela arbitragem do jogo com o Bragantino (1 a 1), dirigentes do Flamengo botaram a boca no trombone e um deles, o vice Marcos Braz, chegou a invadir o campo para interpelar o trio de arbitragem. Revoltado, denunciou uma suposta “interferência externa” sobre o árbitro.

Além da surpresa geral com as queixas do Flamengo por erro de arbitragem, algo raríssimo na história do clube da Gávea, chamou atenção a revolta por erros comuns em praticamente todos os jogos nacionais.

Aliás, na rodada de abertura do Campeonato Brasileiro, o Flamengo foi beneficiado por erros clamorosos da arbitragem no confronto com o Atlético Goianiense. A atuação do apitador foi tão prejudicial aos goianos que a Comissão de Arbitragem decidiu suspender o árbitro.

Futebol perde o talento e a elegância de Menotti

César Luís Menotti, o técnico que comandou a campanha do primeiro título mundial da Argentina em 1978, morreu ontem após longa enfermidade. Ficou marcado como um treinador estudioso e aplicado, defensor do futebol ofensivo e admirado por gente do porte de Pep Guardiola.

Progressista, foi corajoso em assumir uma visão de esquerda mesmo sob a feroz ditadura argentina, Menotti teve habilidade suficiente para levar a seleção ao título no ápice do regime militar.

Teve que explicar durante anos a razão de não ter convocado Maradona, já então celebrado como craque – logo em seguida, ele abriria as portas da seleção para o jovem Dieguito.

Como jogador, El Flaco (o magro) foi atacante de Rosário Central, Racing e Boca Juniors, Atuou também no futebol brasileiro já em fim de carreira, defendendo o Santos de Pelé e o Juventus da Rua Javari, em 1969.

Elegante, foi o primeiro técnico de futebol a se postar ao lado do campo trajando terno, como se fosse um diplomata.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 06)

Pipico marca e Leão perde a 3ª partida seguida

Diante do Botafogo-PB, na tarde deste domingo, o Remo sofreu sua terceira derrota na Série C e ameaça repetir a pífia campanha inicial de 2023, quando perdeu nas quatro primeiras rodadas. O resultado deixa o Leão na 19ª posição. No confronto realizado em João Pessoa, o nível técnico apresentado pelos dois times foi sofrível. Erros de passe, falta de lances agudos e poucas chances de gol.

Apesar disso, o Botafogo foi mais objetivo e aproveitou bem a falha do zagueiro Ícaro para chegar ao gol, ainda no primeiro tempo. Ícaro tinha a bola nos pés e entregou nos pés de Thallyson, que cruzou na área para a finalização de Pipico, aos 28 minutos.

No segundo tempo, o Botafogo seguiu buscando o ataque enquanto o Remo se perdia em passes errados, sem oferecer perigo à zaga paraibana. O melhor lance da etapa final foi uma tentativa de Pipico, que chegou a tocar em direção ao gol, mas Bruno Leite desviou sem querer, atrapalhando a finalização.

Um resultado que vai contribuir para ampliar a crise azulina. No total, desde a série de clássicos contra o PSC, são sete jogos sem vencer.

Treinador do PSC afirma que não aceita pressão externa na hora de escalar o time

Ninguém perguntou, mas o técnico do PSC fez questão de mandar um recado a quem critica seus critérios de escalação. Fez isso logo depois do empate (0 a 0) com o Avaí (SC), na noite desta sexta-feira, na Curuzu. No conhecido estilo gritado, Hélio dos Anjos aproveitou a entrevista pós-jogo para afirmar que tem autoridade plena na escalação do time do Papão, observando que nenhuma influência externa irá interferir na escolha de quem entra ou não em campo.

“Eu só acho que o PSC está bem nesses 10 meses porque ninguém, nesses 10 meses, vai escalar meu time de fora para dentro. Ninguém!!! Não existe essa de que vai escalar meu time de fora para dentro. O dia que as minhas escalações e as minhas decisões não estiverem satisfazendo o clube, contrato é para se quebrar. Mas quero deixar bem claro: não vão escalar meu time de fora para dentro. No dia que eu não servir, você pode ter certeza que eu vou servir para outro”, declarou, em tom enfático.

A dúvida é quanto ao alvo do desabafo do treinador. Pode ser tanto alguém da diretoria do clube quanto críticos externos. Referiu-se, especificamente, às cobranças que a torcida faz pelo aproveitamento de Esli García. Observou ainda a necessidade de paciência da torcida diante do desafio que é disputar o Brasileiro da Série B. Na realidade, Hélio sente-se pressionado pelo mau início na competição – uma derrota e dois empates, três gols sofridos e apenas um marcado.

O próximo compromisso será no sábado contra o Mirassol (SP), às 16h, no estádio Campos Maia.

Papão tropeça (de novo) em casa

POR GERSON NOGUEIRA

É provável que os passadores de pano usem a expulsão do zagueiro Quintana, aos 10 minutos do 2º tempo, como justificativa para mais uma atuação confusa do PSC no Brasileiro da Série B. Ao longo da etapa inicial, o time abdicou de pressionar. No período final, conformou-se com o empate.

A fraca produção ofensiva voltou a ser destaque negativo no PSC. Nicolas, que voltava à equipe, teve atuação discreta, sem participar diretamente de nenhuma investida ao gol catarinense. Os dois homens de lado, Jean Dias e Edinho, erraram quase todas as jogadas de infiltração na área.

O meio-campo ficou apenas na transpiração, sem vestígio de vida inteligente ao longo de toda a partida. João Vieira, Leandro Vilela e Val Soares, volantes de ofício, pouco fizeram para dar opções ao ataque. Entregaram-se a uma postura tão conservadora quanto desnecessária, pois o Avaí claramente não veio disposto a se arriscar.  

A igualdade no placar se desenhou desde a metade do 1º tempo pela absoluta ineficiência do setor ofensivo do Papão e pela indolência dos atacantes do Avaí. A bola ficava presa a uma disputa interminável na área central do campo.

Os 9 mil espectadores (7 mil pagantes) não tiveram sequer a chance de vibrar com lances de perigo. As jogadas quase sempre morriam no nascedouro, com passes errados e tentativas bisonhas de finalização.

Os dois melhores momentos ficaram por conta do time visitante. Giovani recebeu passe dentro da área, mas chutou por cima da trave. Depois, Garcez chegou a balançar as redes do Papão, mas Pottker estava adiantado e em impedimento.

Nos instantes finais, o PSC voltou a rondar a área. Edinho cruzou da direita e o goleiro César espalmou. Leandro Vilela aproveitou para emendar de primeira, mas a bola explodiu na defesa catarinense.

Depois do intervalo, a partida recomeçou em clima morno. Na primeira arrancada do Avaí, Giovani lançou Pottker no centro do ataque. O atacante avançou em direção à área, mas foi agarrado por Quintana, último homem da zaga. A expulsão do zagueiro mexeu na estrutura defensiva e enfraqueceu o ataque do PSC.

Jean Dias foi substituído por Luan Freitas, que entrou para recompor a defesa. Curiosamente, apesar da vantagem numérica, o Avaí seguiu cozinhando o galo, sem partir decisivamente em busca do gol.

Essa postura facilitou as coisas para o PSC, que correu poucos riscos e ainda teve duas boas oportunidades no ataque, com Esli García e Juninho, melhor figura da segunda parte do confronto.

É importante observar que o time paraense foi sempre muito hesitante, como se estivesse com receio do Avaí. Com isso, deixou passar um tempo precioso sem propor jogo, perdendo-se em toques improdutivos.

As coisas ensaiaram evoluir quando Juninho entrou e aplicou alguns bons dribles, mas o time estava ocupado demais em segurar o empate. No fim das contas, o 0 a 0 premiou a incompetência geral. Resultado justo.

Na lanterna, Leão joga para debelar a crise

Não adianta fingir que as coisas estão normais no Evandro Almeida. A campanha pífia na Série C coloca o Remo quase na mesma situação do ano passado, quando perdeu as quatro primeiras partidas do campeonato e praticamente deu adeus à chance de brigar pelo acesso. Tudo o que não podia acontecer neste ano era a repetição do calvário de 2023.

Para desespero do torcedor, o time resolveu reprisar o filme do verão passado. Foram dois jogos até agora, com duas derrotas para Volta Redonda e Athletic. Atuações pavorosas nas duas ocasiões, por conta principalmente do pífio funcionamento do setor de criação.

Sem criatividade não há ataque que se imponha. Quando a bola chega à frente é sempre na forma dos manjados cruzamentos. Não por acaso, os dois gols marcados (por Jaderson e Sillas) resultaram da troca de passes dentro da área. É um caminho óbvio a ser seguido.

Talvez seja esse o objetivo de Gustavo Morínigo ao insistir com Jaderson, Pavani e Matheus Anjos na meia-cancha. Através da repetição, pretende dar entrosamento e fazer com que as jogadas criativas comecem a aparecer.

Outra esperança de gols é o atacante Mateus Lucas, reforço que veio do Boavista-RJ e que estreia diante do Botafogo-PB, neste domingo. Ele terá Sillas e Cachoeira como companheiros de ataque. Todo mundo preferia ver Ronald e Felipinho nas extremas, aproveitando o provável cenário da partida, com o Remo explorando o contra-ataque.

Morínigo, porém, tem suas convicções e continua firme no propósito de escalar um time diferente a cada jogo. Foi assim no fiasco diante do Voltaço, na derrota para o Athletic e agora contra o Botafogo.

A zaga terá Ícaro e Ligger, dupla que ainda não jogou nesta Série C, e o estreante Helder na lateral esquerda. Que as experimentações funcionem desta vez. Caso contrário, é certo que a casa vai cair.

Bola na Torre

O programa vai ao ar às 22h, na RBATV, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em debate, a campanha dos clubes paraenses no Campeonato Brasileiro. A edição é de Lourdes Cezar.

Palavras de um esteta do futebol

O craque Eduardo Galeano partiu há nove anos – morreu em 15 de abril de 2015. Deixou, porém, um baú de ensinamentos sobre (e além) futebol, com a humildade dos gigantes: “Não passo de um mendigo do futebol, ando pelo mundo de chapéu na mão, e nos estádios suplico: – Uma linda jogada pelo amor de Deus! E quando acontece o bom futebol, agradeço o milagre – sem me importar com o clube ou o país que o oferece”. 

(Coluna publicada na edição do Bola deste sábado/domingo, 04/05)

Valente, Águia cai diante do São Paulo

POR GERSON NOGUEIRA

Apesar da utilização de um time completamente reserva, o São Paulo não teve maiores dificuldades para derrotar o Águia (3 a 1) e encaminhar classificação à próxima fase da Copa do Brasil. Com um grande público no estádio Jornalista Edgar Proença, o Azulão fez o que era possível frente a uma equipe mais qualificada.

Com grande festa e vibração da torcida nas arquibancadas, o time tricolor sentiu-se em casa no Mangueirão. Com cinco atletas formados em suas divisões de base, o São Paulo mostrou uma distribuição em campo eficiente e um interessante jogo de ocupação de espaços.

O Águia entrou com um sistema 3-4-3 com o objetivo claro de fechar o meio-campo e policiar as laterais, sem perder força ofensiva. A intenção não encontrou amparo na realidade. O time paulista se movimentava com intensidade, montando acampamento no setor de defesa marabaense.

De cara, o meia Galoppo se infiltrou entre as linhas de marcação, criando chances claras e abrindo espaço para as subidas de Erick e Patrick. Arriscou em dois momentos e a bola passou muito próximo. Aos 17 minutos, o ataque mais agudo do São Paulo: Luiz Gustavo acertou a trave direita de Axel Lopes. No rebote, Juan acertou o poste esquerdo.

O jogo era dominado pelo São Paulo, que teve até 75% de posse de bola, mas os momentos decisivos ocorreram após os 30 minutos. Wander acertou um pontapé no rosto de Patrick e acabou expulso após o árbitro ser acionado pelo VAR.

Apesar da inferioridade numérica, o Águia não esmoreceu. Minutos depois, em ação rápida na área tricolor, Wender pegou a sobra e encheu o pé para abrir o placar, aos 34’. Um golaço que renovou as esperanças ao Águia.

Pena que o empate veio dois minutos depois. Galoppo, um dos melhores em campo, recebeu passe de Erick e cruzou para Juan cabecear para o fundo das redes, levando a melhor sobre o trio de zagueiros do Águia.

Aos 46’, Juan encaixou outro cabeceio certeiro em nova falha de marcação da zaga. O jogo ainda teve dois ataques fortes do São Paulo, com Erick e Nestor, mas o placar de 2 a 1 se manteve.

No 2º tempo, o VAR acionou o árbitro para a possibilidade de um pênalti sobre Michel Araújo, mas as imagens revelaram uma falta anterior sobre Bruno Limão. A pressão do São Paulo continuou e, aos 17 minutos, Luiz Gustavo aproveitou uma bola rebatida e fez o terceiro gol. A bola ainda tocou no travessão antes de entrar.

O ritmo da partida arrefeceu nos 20 minutos finais. William Gomes ainda teve a chance do quarto gol, mas esbarrou na segurança de Axel Lopes.

O confronto de volta da 3ª fase será no dia 22 de maio, às 21h, no estádio Morumbis, na capital paulista. A vantagem tricolor é expressiva: pode perder por até um gol de diferença.

Para avançar às oitavas, o Águia terá que vencer por três gols de diferença. Tarefa dificílima contra um adversário reconhecidamente superior.

Papão tem a chance de arrancar primeira vitória

Por incrível que pareça, o futebol paraense continua sem vitórias nas três divisões do Campeonato Brasileiro. Foram cinco derrotas e um empate, obtido pelo PSC contra o Botafogo-SP na 2ª rodada da Série B. Remo (Série C), Cametá e Águia (D) não conseguiram nem isso. É seguramente o pior início de campanha dos representantes do Estado no Brasileiro.

Hoje à noite, na Curuzu, contra o Avaí (SC), o Papão pode finalmente quebrar a escrita. A derrota na estreia para o Santos, com atuação razoável, criou junto à torcida uma expectativa positiva para a segunda partida. O empate (1 a 1) com o Botafogo, porém, reabriu as desconfianças quanto às ambições do PSC na Série B.

Sem Nicolas e Robinho, o time para encarar o Avaí deve ter o retorno de Biel ao meio-campo. Kevin substitui Bryan Borges, suspenso. O ataque permanece com o trio Jean Dias, Gabriel Santos e Edinho. Esli García, xodó da torcida e autor da belíssima jogada que resultou em gol contra o Botafogo, corre por fora na briga por uma vaga na linha ofensiva.  

O Avaí, que demitiu o técnico Barroca após perder para o Santos na rodada passada, será dirigido por Marquinhos, ex-jogador e ídolo do clube. Sem pontuar até o momento, os catarinenses vêm em busca de um resultado que devolva a confiança e tire a equipe da zona de rebaixamento.

Ex-promessa da base vai buscar espaço no CSA

Depois de elogiado pela comissão técnica na campanha do PSC na Série C 2023, o atacante Roger, de 21 anos, oriundo da base, está se transferindo por empréstimo para o CSA (AL). O vínculo do atleta com o Papão vai até 2026. Rápido e habilidoso, era apontado como promessa e teve uma tarde de glória contra o Náutico, na Curuzu.

Marcou o quarto gol, fechando brilhantemente a goleada que alavancou a campanha do acesso. A partida começou com amplo domínio do Náutico, mas o Papão conseguiu a virada.  Roger entrou no segundo tempo, mostrando personalidade e presença ofensiva.

Ao todo, Roger atuou em 12 partidas, mas não teve oportunidades nesta temporada, a exemplo de Juninho. Fora dos planos do clube, ganha a chance de mostrar qualidade no alviceleste alagoano.  

Um outro jogador também se despediu ontem: o zagueiro Naylhor, de 36 anos, rescindiu contrato com o PSC. Depois de boas atuações na Série C do ano passado, ele perdeu espaço com a chegada de reforços para o setor defensivo.

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 03)

Águia encara o São Paulo B

POR GERSON NOGUEIRA

A confirmação de que o S. Paulo vai utilizar o time suplente contra o Águia, hoje à noite, no Mangueirão, aumenta as chances de um bom resultado para o representante paraense. Não que a escolha do técnico Luis Zubeldía implique em inferioridade do campeão da Copa do Brasil.

O favoritismo segue com o Tricolor paulista, mas é evidente que o Águia passa a ter esperanças maiores no confronto válido pela 3ª fase do torneio. Luciano, Calleri, Arboleda, Alisson e Igor Vinícius, titulares absolutos do São Paulo, nem viajaram. Foram poupados para os próximos compromissos. Rafinha e Lucas Moura estão lesionados.

A escalação de simples indica que o Águia é visto como um adversário de baixo risco. Este é o provável time do S. Paulo para hoje: Rafael; Moreira, Diego Costa, Alan Franco e Patryck Lanza; Bobadilla, Michel Araújo e Rodrigo Nestor; Erick, Ferreira e André Silva.

Para surpreender o visitante, o Águia terá que recuperar a consistência tática e a eficiência ofensiva dos primeiros embates nesta Copa do Brasil, contra Coritiba e Capital (TO). Para superar o São Paulo B, o Azulão terá que fazer um jogo perfeito, sem a instabilidade das últimas apresentações.

Nas últimas semanas, o Águia foi eliminado da Copa Grão Pará pelo São Francisco, jogando no estádio Zinho Oliveira, e acabou derrotado na estreia da Série D diante do River, em Teresina (PI), no sábado, 27.

Mesmo contra um São Paulo teoricamente enfraquecido, o jogo exige do Águia a força ofensiva que a equipe apresentava nas primeiras fases da Copa do Brasil. O repertório era mais variado quando o time contava com Iury Tanque (que deixou o clube) ao lado do ágil Braga.

O ataque conta com Braga e Vitão, dependendo muito da produção dos laterais e de uma meia-cancha liderada por Junior Dindê. Desses jogadores dependerá muito o destino do Águia, hoje, no Mangueirão.

Será que Esli finalmente vai ganhar a titularidade?

Melhor e mais eficiente atacante do PSC nas últimas partidas, o venezuelano Esli García é hoje um imenso ponto de interrogação nas discussões sobre o time titular para o jogo contra o Avaí, amanhã, na Curuzu. Pelo que produziu diante do Botafogo-SP, deveria ser o dono natural de uma vaga no ataque bicolor.   

Só não detém a titularidade porque não conta ainda com a confiança do comandante bicolor, que já deixou claro que Esli precisa “evoluir” quanto ao condicionamento considerado ideal pela comissão técnica.

Apesar de serem explicações que não convencem a torcida, cada dia mais apaixonada pelo baixinho driblador, deve prevalecer a lógica de comando. Esli será aproveitado no 2º tempo, como ocorreu nos últimos clássicos contra o Remo e frente ao Bota genérico.

A condição de melhor atacante do elenco é atestada pelo desempenho de Esli, mesmo atuando sempre por poucos minutos. A facilidade para romper linhas de marcação e a capacidade de finalização, demonstrada plenamente no golaço marcado contra o Botafogo, são virtudes difíceis de ignorar.

Em situação normal, caso o critério fosse apenas a produtividade, Esli deveria ser considerado um titular inquestionável, principalmente quando o artilheiro Nicolas está ausente.

Talento faz Vini Jr. quebrar resistências na Europa

Vinícius Jr. tem sido a cereja do bolo da grande orquestra do Real Madrid. Vem jogando tanto que conseguiu até vencer a resistência de boa parte da mídia esportiva inglesa, a mais corneteira do Velho Continente. Astro maior do time merengue, o brasileiro sofre desde sempre com a má vontade dos críticos e a hostilidade das torcidas rivais.

A frequência com que marca gols decisivos é espantosa e ajuda a quebrar bem acima da média. Revela também uma evolução individual do atacante brasileiro, que nos primeiros anos de Real Madrid pecava demais nas definições. Fazia tudo certo, mas perdia muitos gols. Carlo Ancelotti foi fundamental para que Vini Jr. se tornasse um atacante completo.

No repertório dele, três virtudes essenciais: velocidade, domínio e habilidade. Esse combo, raríssimo em atacantes mais jovens, faz de Vini Jr. um jogador precioso, talvez um dos mais letais do futebol mundial. Os contra-ataques puxados por ele são quase imparáveis. É sempre mais rápido que a marcação e consegue vencer todos os duelos diretos.

Os números atestam o tamanho de Vinícius para o Real Madrid na Champions League: já marcou mais gols que Ronaldinho, Suárez e Neymar. E está a sete gols de igualar Lionel Messi.

Contra o Bayern, na terça-feira (30), a noite foi dele em Munique. Arrematou um contragolpe em parceria com Kross e esbanjou confiança no pênalti (sofrido por Rodrygo) que garantiu o empate em 2 a 2.

E pensar que, em 2022, no Qatar, Vini Jr. foi descartado por Tite no momento crucial do jogo com a Croácia. Uma esquisitice do professor aloprado que golpeou de morte o Brasil na Copa.

TV Cultura garante transmissão de jogos do Papão

A torcida do PSC poderá acompanhar os próximos jogos do time na Série B, dentro e fora de Belém, pelas telas da TV e também pelo aplicativo Cultura Rede de Comunicação. O primeiro foi contra o Botafogo, no último sábado (27), no Novo Mangueirão, pela 2ª rodada da competição.

A iniciativa é uma parceria entre a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a CBF e a Cultura Rede de Comunicação. As próximas partidas a serem exibidas serão Paysandu x Avaí (SC), amanhã (3); Mirassol (SP) x Paysandu, no dia 12 de maio; Paysandu x Goiás e Amazonas x Paysandu, ambas em datas ainda não definidas.

O canal educativo também irá transmitir as finais da Copa Verde, neste mês de maio, em datas a serem confirmadas.

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 2)

Rock na madrugada – Camisa de Vênus, “Só o Fim”

POR GERSON NOGUEIRA

Clássico definitivo, “Só o Fim” é um dos temas de maior sucesso da carreira do Camisa de Vênus, banda baiana que correu meio por fora, marginalizada na onda roqueira que varreu o país nos anos 80. Lançada no disco “Correndo o Risco” (1986), permanece como uma das mais fortes canções da banda de Marcelo Nova, que surgiu em Salvador, longe do eixo roqueiro do país e do chamado “rock de bermudas” em voga no Rio de Janeiro.

“Esse calor insuportável/ Não abranda o frio da alma/ A vida já não é mais tão segura/ E nada mais lhe acalma/ Oh, crianças isso é só o fim”.

A desesperança predominava nas letras e influenciava a produção dos grupos de rock no Brasil e no mundo. O Camisa seguia essa trilha, mas cultivava um estilo sujo e anárquico e abusava dos palavrões nos shows, destoando do padrão mais comportado das bandas do período.

O problema é que o tempo foi particularmente cruel com o grupo e seu líder: o que foi divertida rebeldia virou exercício de rabugice de Marcelo Nova, de posição assumidamente conservadora nos últimos tempos. Virou um chato de galocha, mas a obra resiste ao tempo, apesar de tudo.

Abaixo, a versão ao vivo em show de 1995, em São Paulo. Formação original do Camisa – Marcelo Nova, Karl Hummel, Robério Santana e Carlos Alberto Calazans. Presenças muito especiais de Franklin Paolillo na bateria e de mestre Luiz Sérgio Carlini na guitarra, com direito a um solo com citação de “Layla”, de Eric Clapton.