Filme de Oliver Stone sobre Lula estreia sob aplausos no Festival de Cannes 

Um vídeo que circula nas redes sociais, da documentarista e jornalista do ‘UOL‘, Flavia Guerra, mostra o cineasta e roteirista americano, Oliver Stone, apresentando uma de suas grandes produções no Festival de Cannes 2024. Direto da cidade do sul da França, no departamento de Alpes-Maritimes, à beira do mar Mediterrâneo, na Costa Azul, Stone disse, no evento considerado um dos mais prestigiados e famosos festivais de cinema do mundo: “… é sobre uma pessoa muito especial; um dos líderes únicos; uma alma maravilhosa“.

O cineasta acrescentou que já esteve “com muitos líderes“, mas quis dizer que com o Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi diferente: “Realmente sinto o coração dele“.

De acordo com Guerra, o filme de Lula integra a mostra “Sessões Especiais” e foi recebido de forma calorosa pelos espectadores, que lotaram a sala ‘Agnès Varda‘.

Stone diz que o “filme é sobre uma pessoa muito especial nos dias de hoje. Ele é, penso eu, um dos líderes únicos. Ele é um homem da classe trabalhadora que, como verá, veio do nada. Não sabia ler até estar no sétimo ou oitavo ano. Ele realmente teve dificuldades para chegar onde está e tem mais dificuldades no filme. Por favor. Admiro profundamente este homem. Sei que muitas pessoas nas classes mais altas o odeiam e não acho que alguns de vocês aqui hoje o façam. Por favor, não odeiem muito, porque ele é uma alma maravilhosa. Acredito que estive com muitos líderes e realmente sinto o coração dele“.

Segundo Flavia Guerra, Oliver Stone e outro cineasta, Rob Wilson, preparavam “Lula” há vários anos e sua primeira sessão teve um público “bastante eclético“. O ‘GShow‘ escreveu que a obra foi muito bem recebida e, ao fim da exibição, recebeu quatro minutos de aplausos calorosos no ‘Le Palais des Festivals et des Congrès de Cannes‘ – sede do evento.

Guerra disse ainda que em sua produção ‘Lula‘, Stone investiga o fenômeno de Luiz Inácio Lula da Silva como um político fora do comum. O documentário parte da infância de Lula em Pernambuco, conta sua chegada em São Paulo, o curso profissionalizante na adolescência, o acidente de trabalho que lhe custou um dedo e a entrada no movimento sindicalista até a criação do PT (Partido dos Trabalhadores), a maior legenda de esquerda da América Latina.

Segundo a jornalista do ‘UOL‘, produção apresenta uma narrativa que “faz sentir bem” ao final, com a conclusão de que, depois de anos conturbados com a Lava Jato, o Impeachment de Dilma Roussef, a prisão de Lula e a eleição de Jair Bolsonaro, o Brasil retomou o curso da democracia.

Flavia Guerra diz que a plateia embarcou na proposta e, mesmo que sóbria, aplaudiu muito no final. Houve gritos de “obrigado” para Stone e equipe, e gritos de “Olê, olê, olá, Lula, Lula!” quando Stone deixava a sala.

Vocês fizeram um ótimo trabalho“, respondeu o cineasta agradecendo os brasileiros presentes. Ainda que, obviamente, pró-Lula, o documentário toma o cuidado de contextualizar muito bem a história do Brasil recente, explicando o processo para uma plateia mais ampla que a brasileira.

SEMPRE NA CONTRAMÃO

O jornal Folha de S. Paulo virou piada nas redes sociais nesta segunda-feira (20) ao cobrar “espaço para oposição” no documentário feito sobre o presidente Lula (PT) pelo cineasta Oliver Stone. A obra foi aclamada na noite deste domingo (19) durante sua exibição no Festival de Cannes. Stone, conhecido por obras politizadas como “Platoon” e “JFK”, apresentou o filme destacando a trajetória única de Lula. Stone expressou profunda admiração por Lula, mencionando que o documentário oferece uma visão apaixonada e crítica sobre o presidente.

Nos comentários da publicação da Folha, um internauta rebate: “uma pesquisa rápida no Google e vocês aprenderiam a diferença entre reportagem e documentário”. Outro provoca: “a oposição que lute por espaço”. Um usuário ainda lembrou do amplo “espaço para oposição” na imprensa brasileira: “mas, Folha, o espaço é grande, gigante, alguns falam até que é infinito. Para a oposição, o que não falta é espaço: Folha, Estadão, CNN Brasil, Veja, GloboNews. Basta querer e ir”.

(Com informações de Urbs Magna e Brasil 247)

Gustavo Morínigo sai de cena e Remo procura um novo treinador

O técnico Gustavo Morínigo não dirige mais o Remo. Ele caiu após o empate diante do Tombense, no domingo, que manteve o time mal posicionado na Série C. A sequência de três derrotas no início da competição contribuiu decisivamente para o desgaste do treinador. Em comunicado divulgado na tarde desta segunda-feira, 20, a diretoria do clube agradeceu a contribuição de Morínigo, desejando “sucesso nos projetos futuros”.

Ele dirigiu o Remo em 16 jogos (sete vitórias, cinco empates e quatro derrotas). O início foi promissor. O time ficou invicto por oito partidas, mas os clássicos contra o PSC começaram a desgastar o paraguaio, pela eliminação da Copa Verde e a perda do título estadual.

Para complicar a situação, Morínigo teve uma estreia desastrosa no Brasileiro. Fez três mudanças no time que enfrentou o Volta Redonda, no Baenão, e acabou derrotado. Em seguida, sofreu mais duas derrotas – para Athletic e Botafogo-PB.

A diretoria corre agora em busca de um substituto. O mais cotado é Luizinho Lopes (foto), que acaba de sair do Brusque, onde conquistou o acesso à Série B do Brasileiro deste ano. Ele estava no Brusque desde novembro de 2022. Conquistou o vice-campeonato estadual duas vezes e da Série C em 2023. Nesta Série B, fez o pior início de campanha do clube na 2ª divisão. Comandou também o Confiança, a Jacuipense e o Manaus, onde foi campeão do Amazonas em 2021.

Em 14º lugar na Série C, o Remo volta a campo no próximo sábado (25) contra o Náutico, às 17h, no estádio dos Aflitos, em Recife.

TÉCNICOS DO REMO NO SÉCULO

Do primeiro jogo do ano 2000 até o último jogo da atual temporada, o Remo realizou 1.184 jogos (oficiais e amistosos), nesse período 63 comandantes (contando interinos) passaram pelo Baenão. Veja a quantidade de jogos de cada um deles no comando azulino, segundo levantamento do pesquisador Jorginho Neves:

Paulo Bonamigo – 110
Giba Maniaes – 57
Sinomar Naves – 54
Charles Guerreiro – 53
Givanildo Oliveira – 49
Artur Oliveira – 44
Samuel Cândido – 43
Flávio Campos – 37
Válter Ferreira – 35
João Nasser “Netão” – 33
Agnaldo de Jesus – 32
Cacaio – 31
Marcelo Cabo – 31
Josué Teixeira – 29
Márcio Fernandes – 28
Felipe Conceição – 27
Flávio Araújo – 25
Ricardo Catalá – 25
Roberto Fernandes – 24
Flávio Lopes – 22
Júlio Espinoza – 20
Paulo Comelli – 19
Ronaldo Rangel “Bagé” – 19
Júlio César Leal – 18
Marcelo Veiga – 17
Roberval Davino – 17
Gustavo Morínigo – 16
Mazola Júnior – 16
Cuca – 15
José Dutra dos Santos – 15
Leston Júnior – 15
Zé Teodoro – 14
Rafael Jacques – 13
João Francisco – 12
Ney da Matta – 12
Waldemar Lemos – 12
Joãozinho Rosas – 11
José Luiz Carbone – 10
Léo Goiano – 9
Tita – 9
Walter Lima – 9
Edson Gaúcho – 8
Eduardo Baptista – 8
Fernando Oliveira – 8
Arthur Bernardes – 7
Eudes Pedro – 7
Gerson Gusmão – 7
Luiz Carlos Martins – 7
Bira – 6
Carlinhos Dornelles – 6
João Abelha – 6
Cláudio Duarte – 5
Ademir Fonseca – 4
Arthur Neto – 4
Oliveira Canindé – 4
Edinaldo Biá – 2
Luiz Carlos Cruz – 2
Diego Albrecht – 1
Fábio Cortez – 1
Fernando Silva – 1
Mário Henrique – 1
Odair Hellmann – 1
Renan Capra – 1

Rock na madrugada – The Who, “Behind Blue Eyes”

POR GERSON NOGUEIRA

Grande som de uma banda espetacular. The Who tem uma história brilhante e uma discografia impecável. Ao vivo, o grupo sempre foi intenso, preciso e poderoso. Nascido em 1964, na Inglaterra, segue em atividade, embora sem lançar nenhum novo trabalho desde o final dos anos 90. Pete Townshend e Roger Daltrey são os remanescentes da formação original, que tinha ainda o endiabrado Keith Moon (bateria) e John Entwistle (baixo).

The Who, pode-se dizer, é aquela banda que todas as outras bandas gostariam de ser. Além da obra impressionante, marcou época como símbolo de excelência e elegância nos palcos. Roupas coloridas e ousadas moldaram um estilo próprio, que influenciou bandas e fãs.

Behind Blue Eyes (Por trás dos olhos azuis) integra um disco celebrado até hoje: Who’s Next (1971). A canção, de Pete Townshend, flui como balada na primeira parte e vira um rockão pesado no trecho final.

Abaixo, parte da letra de Townshend:

Ninguém sabe como é
Para ser o homem mau
Para ser o homem triste
Por trás dos olhos azuis
Ninguém sabe como é
Ser odiado
Estar fadado
Para contar apenas mentiras
Mas meus sonhos não são tão vazios
Como minha consciência parece estar
Eu tenho horas, só que sozinho
Meu amor é vingança, isso nunca é de graça

Leão empata com Tombense em jogo de pênaltis perdidos

Duas penalidades desperdiçadas, uma para cada time, foi o que de mais interessante o jogo Remo x Tombense apresentou, na tarde deste domingo, no Baenão. A atuação do time remista voltou a irritar a torcida, principalmente após Ribamar perder o pênalti ainda no primeiro tempo. Sem organização e falhando muito nas ações pelos lados, o Leão pouco criou na parte ofensiva.

Os pênaltis foram marcados aos 22 e 26 minutos do primeiro tempo. Igor Bahia cobrou para o Tombense e Marcelo Rangel agarrou. Instantes depois, o Remo teve sua chance, mas Ribamar bateu no centro do gol e o goleiro Felipe Garcia defendeu com a perna esquerda. Ainda na primeira etapa, Kelvin cabeceou uma bola no travessão.

Logo no início do segundo tempo, Rickson avançou livre até a área do Remo e finalizou à meia altura, mas Marcelo Rangel desviou com a ponta dos dedos, evitando o gol. Apesar das trocas na equipe, o Leão não criou mais oportunidades. Ytalo, Felipinho e Ronald entraram, mas o time parecia travado e sem iniciativa. Aos 39′, Jaderson recebeu o segundo amarelo e foi expulso.

O empate fez o Remo cair da 13ª para a 14ª posição, dependendo ainda de outros resultados na rodada. O próximo jogo será contra o Náutico, sábado, em Recife.

Papão empata em Manaus e segue na zona de rebaixamento

POR GERSON NOGUEIRA

Ainda não foi desta vez que o PSC quebrou o jejum de vitórias. Em partida realizada na Arena da Amazônia, em Manaus, neste sábado, o time paraense empatou em 1 a 1 com o Amazonas. O resultado não foi totalmente ruim, mas insuficiente para tirar o Papão da zona de rebaixamento – está na 17ª posição. A tarde foi dos atacantes Mateus Serafim e Esli García, com destacadas atuações dos goleiros Matheus Nogueira e Carlão.

Os primeiros 10 minutos mostraram o PSC mais ofensivo, criando boas chegadas através de Juninho, Ruan Ribeiro e Esli García. Brilhou, porém, o goleiro Marcão, com duas grandes defesas. O Amazonas começou a sair do sufoco com tentativas rápidas de chegar ao ataque, quase sempre na base da ligação direta.

Aos 25 minutos, quase a Onça abriu o placar. O veterano Patric acertou um chute forte, bem defendido por Matheus Nogueira, que espalmou para escanteio. Aos 38′, a rede finalmente balançou. Tavares deu um passe longo para Mateus Serafim, que se aproximou da área e chutou no ângulo esquerdo da trave de Matheus Nogueira.

O contragolpe fulminante apanhou a zaga do Papão desarrumada pelo lado esquerdo. Serafim teve tempo para aprumar o corpo e definir onde chutar. Em seguida, o Papão foi à frente e quase empatou com Nicolas, em dois cabeceios, um para fora e outro foi defendido por Marcão.

Nos acréscimos, aos 46′, veio o empate bicolor. Após cruzamento, Kevyn chutou em direção ao gol e Esli aproveitou a sobra para bater no canto esquerdo. Foi o 3º gol do artilheiro na competição.

Na etapa final, apesar de ter campo aberto para atacar, o PSC preferiu tocar a bola e se perdeu em jogadas improdutivas. Faltou agressividade para buscar o gol e pressionar a confusa zaga amazonense. Com as substituições de Esli e Juninho, a qualidade dos passes caiu ainda mais.

A melhor chance surgiu somente aos 38 minutos, mas Gabriel Santos cometeu falta e estragou a jogada. Do outro lado, o lépido Serafim incomodava nos contra-ataques. Aos 44′, o meia Chrystopher, que havia acabado de entrar, teve grande chance, mas chutou mal.

A próxima partida do PSC será no sábado à noite (25), em Campinas, contra o Guarani. O jogo seria na sexta-feira, mas foi transferido para o sábado porque o Papão disputa na quarta-feira contra o Vila Nova, em Belém, a primeira partida da final da Copa Verde.

Sobre escolhas difíceis

Por Tiago Barbosa

O Brasil passou de um país onde um fascista colocava criança no colo para fazer arminha para um país onde um estadista protege a integridade das crianças.

O Brasil passou de um país onde um extremista dizia “pintar um clima” diante de adolescentes para um país onde um presidente cuida das meninas e da família.

A polarização real no Brasil tem o respeito à infância e a valorização da vida, de um lado, e o aceno à pedofilia e o estímulo à violência, do outro.

E tem quem fale em escolha difícil.

A maldição das ‘panelas’

POR GERSON NOGUEIRA

A ‘panela’ é uma praga que resiste ao tempo e prejudica o futebol. A prática une treinadores e alguns atletas numa espécie de compadrio quase sempre danoso aos clubes. O mal se alastra por todas as divisões nacionais e corrompe de alto a baixo. Envolve até a Seleção Brasileira, cujas convocações passaram a despertar suspeitas desde os anos 90, tendo Carlos Alberto Parreira como peça fundamental nesse processo.

No futebol paraense, a situação atingiu níveis absurdos com o excesso de poder concedido aos técnicos, notadamente os forasteiros. O favorecimento a jogadores de baixa qualidade é o principal sintoma das panelas. Basta observar a insistência na escalação de peças claramente improdutivas.

Às vezes, as próprias diretorias são permissivas com esse desvio de conduta ao permitir que os abusos se perpetuem. Técnicos costumam reivindicar autonomia, mas é comum que essa condição se transforme em exercício de autoritarismo.

Com estruturas frágeis na gestão do futebol, Remo e PSC são useiros e vezeiros nessa prática. São incontáveis os casos de jogadores que ganham a titularidade sem que o futebol apresentado justifique as escolhas. 

No Remo, os jogadores saídos da base são as maiores vítimas, ficando sempre em segundo ou terceiro plano, inferiorizados perante reforços importados. É o que se vê na prática quando atletas como Ronald, Kanu, Henrique, Jonilson e Felipinho são deixados de lado, mesmo que sejam tecnicamente superiores.

Ou alguém consegue entender a preferência por João Afonso, Adson e Cachoeira, que ainda não justificaram as contratações? Como a garotada não tem voz, nem padrinho, as injustiças se acentuam. Na rodada passada, Jonilson voltou ao time e atuou muito bem. Ronald só entrou no 2º tempo.

Em alguns casos, nem chega a ser uma ‘panela’ de fato. Muitas vezes, os técnicos preferem por jogadores que têm rodagem, o que necessariamente não garante produtividade quando chegam ao Pará. Como ignoram e menosprezam os nativos, os treinadores apostam tudo nos importados.

No PSC, a situação não é tão diferente. Jogadores oriundos da base não ganham minutagem e nem entram no radar do comando técnico. Tanto é assim que Roger, um atacante promissor, foi cedido por empréstimo ao CSA porque a diretoria entendeu que ele não teria chance na Série B.

Perdem todos quando as ‘panelas’ triunfam. O jogador caseiro não cria raízes no clube e acaba desvalorizado em transações que não levam a nada, enquanto o torcedor é privado de acompanhar um talento formado em casa. Não à toa, muitos jovens desistem por desmotivação absoluta.   

Enquanto técnicos tiverem mais poder do que merecem, as injustiças irão prevalecer, sob a indiferença de quem tem o dever de cobrar critérios. Em última análise, o problema não é exclusivo dos treinadores. Coniventes, os dirigentes têm grande responsabilidade pelo descalabro.

Papão sai em busca da primeira vitória

Com um incômodo jejum de vitórias nas cinco rodadas iniciais da Série B, o PSC encara neste sábado (18) o Amazonas, em Manaus. A má campanha se reflete no posicionamento na classificação: o Papão iniciou a 6ª rodada na lanterna da competição, com apenas três pontos.

O desempenho diante do Goiás foi razoável e fez crer num início de recuperação. A entrada de Juninho e Esli García como titulares contribuiu muito para o crescimento do time em termos de organização e ofensividade.

Até Nicolas se beneficiou da estrutura mais leve e ágil no meio-de-campo. Menos isolado, ele teve sua melhor atuação na Série B deste ano e marcou o primeiro gol. Diante do Amazonas, hoje, a expectativa é que o sistema seja mantido, com as mesmas peças utilizadas no meio e no ataque.  

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 22h, na RBATV, com as participações de Giuseppe Tommaso e Valmir Rodrigues. Em pauta, a atuação dos times paraenses na rodada do Brasileiro. A edição é de Lourdes Cezar.

Uma breve pausa

A partir desta segunda-feira, 20, a coluna entra em recesso por 15 dias para recarregar baterias e dar uma folga aos intrépidos leitores.

Leão busca reduzir erros para superar o Tombense

O Remo vive uma situação curiosa. Conquistou a primeira vitória e, em tese, deveria estar cercado de projeções otimistas. Ocorre que, insatisfeito com a atuação contra o Floresta, o torcedor cobra organização, ações criativas e intensidade.

Tudo isso o time chegou a apresentar na Copa Verde e nos clássicos com o PSC, mas repentinamente perdeu entrosamento e agora busca se reencontrar na competição. Gustavo Morínigo admite que as atuações não inspiram confiança. E aí mora o perigo.

Inquieto e hesitante, o técnico vive modificando a equipe, como se estivesse tateando no escuro. Escalou um time contra o Volta Redonda, outro diante do Athletic, mexeu contra o Botafogo-PB e voltou a mudar a formação frente ao Floresta.

É provável que continue testando escalações, mas deveria atentar para as dificuldades impostas pela forma de disputa da Série C, que não permite redirecionar a rota. Depois do Tombense, restarão 14 partidas ao Remo, sete delas em Belém. Não há mais espaço para o erro.  

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 18/19)

À sombra das vozes imortais

POR GERSON NOGUEIRA

A grandeza e a popularidade do futebol no Brasil têm muito a ver com o talento dos comunicadores. Pois três brilhantes profissionais partiram, de uma só vez, em menos de 24 horas. Perdas irreparáveis. A comoção nacional vista durante todo o dia de ontem é a prova maior da extrema importância de Silvio Luiz, Washington Rodrigues e Antero Greco.

Os três foram fundamentais, de maneiras diferentes, para estabelecer a conexão moderna entre o jogo e o grande público. Não são os únicos, mas foram de um valor imenso nesse processo.

Não dá para esquecer as impagáveis narrações de Silvio Luiz na TV, principalmente nos tempos de Rede Bandeirantes, quando era uma das vozes do Campeonato Italiano, então dominante na Europa.

Era obrigatório dedicar as manhãs de domingo a apreciar a irreverência e a capacidade de improviso de Silvio, descrevendo as façanhas de astros brasileiros – Falcão, Careca, Zico, Júnior – e grandes nomes internacionais, como Platini e Maradona.

Eu gostava também de acompanhar o futebol italiano, mas me empolgava mesmo com as transmissões da Segunda Divisão paulista, com jogos de Juventus, Noroeste, Comercial, Oeste e Novorizontino, dentre outros. Futebol raiz narrado pelo locutor mais gonzo que podia existir.

Transformava aquelas peladas em autênticos dérbis, extraindo beleza e alegria onde os simples mortais enxergam apenas várzea e decadência. “Pelas barbas do profeta”. “Pelo amor dos meus filhinhos”. “No paauuu!”. “Mais um gol brasileiro”. “O que foi que só você viu?”. “Olho no lance!”. Isso era puro Silvio Luiz. Expressões que se tornaram eternas na memória afetiva do torcedor brasileiro, independentemente do clube de coração.

Ex-árbitro e ator de novelas, Silvio encantava com seu jeito hilário de enxergar futebol. Não lembro de nenhuma narração entediante, protocolar e burocrática. Todas adquiriam encanto e brilho a partir do bordão inicial: “Acerte o seu aí que eu vou arredondar o meu aqui!”. Era como a abertura das cortinas do espetáculo.

Com Washington Rodrigues, o Apolinho, minha ligação foi mais distante. Sabia de seu raciocínio genial e a facilidade para bordões tipicamente cariocas. A invenção da expressão “arquibaldos & geraldinos” é de uma criatividade ímpar.

Tinha o poder da síntese e da mordacidade em comentários enxutíssimos. A forte ligação afetiva com o Flamengo – chegou a ser técnico do clube da Gávea – talvez tenha sido outro ponto de distanciamento, por razões óbvias.

Considero Apolinho um dos gigantes do rádio esportivo brasileiro, com lugar cativo na mesma galeria imortal de Ary Barroso, João Saldanha, Waldir Amaral, Doalcey Bueno de Camargo, Ruy Porto, Fiori Gigliotti.  

Antero Greco brilhou pelo texto afiado nos jornais e pelos comentários espirituosos na TV. Jornalista moderno, com presença em todas as plataformas, exemplo para muitos de nós. Ao lado do “amigão” Paulo Soares, brilhou na ESPN dos bons tempos, sob o comando de José Trajano.  

A explosão de risadas que a dupla produzia e provocava no fim da noite era uma atração à parte. Alegrava e dava leveza a temas intrincados e muitas vezes fazia a gente rir após um dia em que o pranto tinha sido o companheiro mais frequente.

Íntegro, como profissional e cidadão, expôs suas convicções políticas abertamente nas redes sociais. Comportamento que dignifica uma profissão sempre tão ameaçada pelos fascistas de plantão. Assim como Silvio e Apolinho, Antero foi imenso e jamais será esquecido.

Um lampejo garante classificação ao Botafogo

O Botafogo derrotou o Universitário, por 1 a 0, garantindo classificação antecipada à próxima fase da Copa Conmebol Libertadores. Poderia ter sido uma vitória tranquila, pois ficou evidente a superioridade técnica do Alvinegro. Acontece que o comodismo e a lentidão do time de Artur Jorge quase complicou as coisas.

Com três volantes – Marlon Freitas, Tchê Tchê e Danilo – o Botafogo se limitava a rebater bolas na defesa à espera de uma chance para contra-atacar. Enquanto isso, o Universitário cercava a área, cruzando e finalizando com perigo.  

Na única jogada executada com lucidez, Savarino deu um passe de curva para Jeffinho avançar e bater na saída do goleiro. Bonito e decisivo lance, suficiente para garantir a sonhada vaga e revelador da necessidade de o Botafogo mudar de atitude para seguir na Libertadores.     

Escolhas erradas dificultam vida do Papão na Série B

O PSC amargou um novo resultado ruim dentro de casa, caindo para a lanterna da Série B e deixando a torcida cada vez mais frustrada. As coisas poderiam ter mudado a partir de um triunfo sobre o Goiás, anteontem à noite. A vitória escapou por pouco.

O Papão vencia até os 39 minutos do 2º tempo, resistindo bem à pressão que o Goiás tentava impor, principalmente quando ficou com um jogador a mais, ainda na etapa inicial.

O tropeço ocorreu mais por erros do próprio PSC do que por méritos do Goiás. Verdade que o visitante buscou sempre o empate, mas acabou perdendo um jogador (Rafael Gava) na metade do 2º tempo, e nem assim o PSC conseguiu impedir o gol de empate.

Isso tem a ver com algumas decisões erradas, como a substituição de atacantes por atacantes (Gabriel Santos, Jean Dias e Vinícius Leite), ao invés de aumentar a segurança defensiva. A saída de Nicolas, que estava bem e incomodava a defensiva do Goiás, foi outro ponto negativo.

Por essas e outras, o acerto na escalação de Juninho e Esli García como titulares acabou prejudicado por trocas estrategicamente infelizes. É preciso rever as escolhas a fim de ajustar a rota na Série B. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 17)

Rock na madrugada – Os Mutantes, “A Minha Menina”

POR GERSON NOGUEIRA

Os Mutantes conseguiram provar com esta canção que era plenamente possível extrair sonoridade roqueira a partir de um samba tradicional. A música é de Jorge Ben, composta em 1968, e ganhou do grupo um arranjo inteiramente diferente e psicodélico, sustentado pela guitarra de Serginho Dias Baptista e o vocal de Arnaldo e Rita Lee, adicionando o som de vários instrumentos de percussão.

A banda estava no auge, com a formação original preservada e ainda distante das crises que levaram ao rompimento e à saída de Rita. Tocavam nos shows dos tropicalistas em festivais e participavam de trabalhos de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Tom Zé no período mais experimental de todos esses compositores.

Sempre me impressionou o processo musical inovador dos Mutantes, fundamental para que seus álbuns permaneçam até hoje interessantes e atemporais. A Minha Menina foi incluída no álbum “Mutantes”, de 1969, com destacada participação do baterista Dinho Leme.

Feira do Artesanato da Alepa é realizada em comemoração ao Dia das Mães

Para celebrar o Dia das Mães, a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) realizou, nesta quinta-feira (9), no hall do segundo andar do Palácio Cabanagem, mais uma edição do Festival de Artes dos Servidores – Feart, com a exposição de inúmeros produtos feitos a mãos pelas artistas artesãs presentes no local.  

A artista plástica Andréa Fiúza participa pela segunda vez da feira do artesanato. Para ela, poder apresentar ao público as obras desenhadas por ela, muitas com emblemas dos temas relacionados ao Círio de Nazaré, é sinônimo de gratidão.

”Além de ser uma mulher de muita fé, acreditar no poder de Nossa Senhora de Nazaré, eu tive o privilégio de apresentar o meu trabalho aqui na Alepa pela primeira vez em setembro, local que fui muito bem acolhida, foi quando o deputado Lu Ogawa parou para prestigiar os meus produtos e levou várias lembranças, junto com a deputada Cilene Couto e Thiago Araújo. Dias depois, quando eu entro nas redes sociais, vi umas das peças que eu produzi sendo presenteadas pelo deputado Ogawa na COP 28, em Dubai; foi quando fechei meus olhos e bastante emocionada agradeci as oportunidades que a vida me proporciona”, disse a artista.

O projeto idealizado pela artista plástica Lu Moraes, a coordenadora do Feart, adiantou que as próximas edições da feira virão com muitas novidades e aproveitou para agradecer a presença do presidente da Alepa, deputado Chicão (MDB), no evento.

”Ao longo dos anos a Feart já expôs o seu trabalho por inúmeros locais, e posso adiantar que as próximas edições da nossa feira virão com muitas novidades; estaremos em novos espaços, e pretendemos convidar mais artistas para expor os seus talentos para o público. Gostaria de agradecer a presença do nosso presidente Chicão na feira especial de Dia das Mães, pois com todo o seu carinho já conhecido, veio gentilmente visitar cada estande, ouvir os servidores, e prestigiar os nossos produtos. Para nós, ter o nosso trabalho reconhecido, é sem dúvidas, muito gratificante”, explicou, bastante emocionada a artista plástica.

Feart

Composta por servidores, ex-servidores e seus familiares, o Feart foi criado em 1992, e todos os meses, ou em datas comemorativas, apresenta ao público inúmeros materiais em artesanato, como forma de valorizar e reforçar a importância da economia criativa nas áreas cultural e artística, além de ser uma forma de complementar a renda e atuar como uma atividade terapêutica para as artistas.