O Athletic não tomou conhecimento do Remo e meteu 3 a 1, na noite deste sábado, em São João Del Rei (MG), pela segunda rodada da Série C 2024. Os gols do Esquadrão de Aço foram marcados por Jonathan, David Braga e Robinho. O Remo diminuiu com Sillas. Com o resultado, o Leão fica na vice-lanterna da competição e o Athletic se consolida na liderança, com 6 pontos.
A primeira etapa foi amplamente favorável ao time da casa, que ameaçou logo aos 10 minutos, em boa investida de Jonathas, que cabeceou com perigo. Aos 16′, o artilheiro não perdoou: livre de marcação, foi lançado na pequena área e só teve o trabalho de tocar para as redes.
O Remo reproduzia a má atuação do início do jogo com o Volta Redonda e não conseguia ameaçar o gol adversário. Quando chegou ao gol, com Ribamar, o lance foi anulado por impedimento. Nos instantes finais, o Athletic levou muito mais perigo e quase ampliou o placar.
Na etapa final, o Remo voltou mais agressivo e esteve perto do empate, aos 3 minutos. Marco Antônio bateu forte da entrada da área. A resposta do Athletic foi imediata e contundente. Aos 6′, um contra-ataque puxado por David pegou a zaga azulina desorganizada. Torrão foi acionado e cruzou para Braga finalizar, de cabeça, marcando 2 a 0. Fácil, extremamente fácil.
Em busca de uma reação, o Remo conseguiu diminuir aos 26′. Sillas, que havia entrado na segunda etapa, recebeu passe na área e anotou o gol azulino. Animado, o Leão foi à frente e quase empatou. Aos 36′, o Athletic marcou o terceiro, com Robinho, que bateu da entrada da área. A boa desviou na zaga e morreu nas redes. Marco Antônio foi expulso e deixou o Remo ainda mais enfraquecido na reta final da partida.
O próximo compromisso do Leão será no domingo (5), às 17h, contra o Botafogo-PB, em João Pessoa.
Em jogo eletrizante com o Botafogo-SP, o Paysandu não conseguiu a sonhada vitória diante da torcida no Mangueirão. O placar final de 1 a 1 retrata o equilíbrio reinante na partida. O 1º tempo foi rico em chances de gols para os dois lados e pródigo em erros de finalização. Logo aos 10 minutos, Schappo recuou perigosamente e Ruan Ribeiro quase marcou para o Papão após disputar a bola com o guardião.
Aos 15′, Patrick Brey entrou livre na área e foi derrubado por João Vieira, mas o árbitro mandou o jogo seguir, sem revisão de VAR, apesar dos protestos do time visitante. No instante seguinte, Edinho invadiu a área, driblou o zagueiro do Botafogo e chutou com muito perigo.
Alex Sandro quase marcou para o Botafogo-SP (Foto: Luís Carlos/Agência Botafogo)
Aos 24′, Quintana deu um carrinho para cortar um ataque rápido do Botafogo, mas chutou a bola contra o patrimônio. A bola bateu no poste direito e saiu, assustando a torcida. Aos 30′, o volante Carlos Maia cabeceou na trave e, no rebote, Leandro Vilela cabeceou novamente, mas Jean Victor evitou o gol. No finalzinho, Alex Sandro caiu pela direita e acertou a trave alviceleste.
A segunda etapa começou com má notícia para os bicolores. Aos 5 minutos, o lateral Bryan Borges foi expulso. Com Esli García em campo, o Papão passou a explorar os contra-ataques. Aos 22′, a estrela do venezuelano brilhou. Ele driblou os marcadores, e mandou um chute por cobertura. A bola tocou no travessão e entrou. Um golaço.
O Botafogo voltou a pressionar e, aos 33′, chegou ao empate. O lateral Wallison cruzou bola na área e o atacante Toró se antecipou aos zagueiros e igualou o marcador. Nos minutos finais, o PSC teve uma boa chance e o Bota quase desempata em duas chegadas perigosas, salvas pelo goleiro Matheus Nogueira.
Na próxima sexta-feira, no Mangueirão, o PSC enfrenta o Avaí, às 19h.
PSC e Remo foram derrotados na abertura do Campeonato Brasileiro. Na Série B, o Papão perdeu para o Santos, na Vila Belmiro. Na Série C, o Leão frustrou sua torcida ao cair dentro de casa para o Volta Redonda. Neste sábado, 27, ambos têm a missão de resgatar a confiança de suas torcidas. Os bicolores recebem o Botafogo-SP no Mangueirão, às 17h. Os remistas enfrentam o Athletic em São João Del Rey (MG), às 19h30.
São dois jogos com diferentes graus de dificuldades. Em Belém, com apoio da torcida, o PSC entra como favorito e tem grandes chances de conquistar sua primeira vitória. O resultado negativo diante do Santos não parece ter abalado a confiança dos torcedores. A atuação no 1º tempo deixou impressão positiva, apesar da tristeza com o resultado final.
Sem grandes investimentos em reforços, o Botafogo genérico empatou em casa na estreia, confirmando a imagem de time montado para brigar no bloco intermediário. Reativo, com forte marcação e exploração do jogo aéreo, o Bota é uma síntese de quase todos os participantes da Série B.
Na equipe, pelo menos seis jogadores conhecidos do futebol paraense: Patrick Brey, Fabio Sanches, Victor Souza e Robinho, todos com passagem pelo PSC, além de Alex Sandro e Gustavo Bochecha, ex-azulinos.
O Papão deve utilizar o meia Biel no lugar de Robinho, que saiu lesionado do jogo contra o Santos. Uma troca que pode tornar o time mais rápido na saída, embora sem a mesma qualidade de passe no meio. A grande dúvida é Nicolas, artilheiro e principal referência ofensiva, que não participou dos últimos treinos da equipe.
Já o Remo de Gustavo Morínigo tem um compromisso mais desafiador. Terá pela frente um adversário motivado pela excelente estreia – goleou o Caxias, fora de casa, por 4 a 0 – e com bom histórico na temporada. O Athletic tem gestão SAF, investe em jogadores bons e baratos. Roger é o técnico desde 2022.
O Leão sucumbiu às mudanças de última hora contra o Volta Redonda e deu as costas a um entrosamento que vinha sendo construído desde a chegada do novo técnico. As apresentações nos clássicos com o PSC revelaram um time ajustado e em evolução.
Tudo isso caiu por terra logo na estreia do Brasileiro. As circunstâncias do duelo com o Voltaço fizeram a torcida azulina voltar a conviver com o fantasma de 2023, quando o Remo perdeu as quatro primeiras partidas e teve que passar o campeonato em busca de recuperação. O confronto de hoje é uma chance de conquistar a confiança da torcida.
Pela recuperação, Leão pode entrar mais ofensivo
O técnico Gustavo Morínigo foi o principal alvo das críticas pela má estreia do Remo no Brasileiro. Foi dele a ideia bizarra de mexer nos três setores do time, lançando jogadores estreantes, além de jogar sem um centroavante de ofício. Com isso, desmontou o sistema utilizado até então.
É improvável que, depois da repercussão negativa, ele faça novas experiências na formação titular. Pelos treinos, ficou claro que o meio-de-campo deverá entrar com Jaderson, Pavani e Mateus Anjos. Para compensar a vulnerabilidade, pode desenvolver um jogo de imposição técnica.
Para o ataque, é quase certa a escalação do trio Kelvin, Ribamar e Ronald, que deve como sempre exercer o papel de suporte na marcação quando o Remo não estiver no ataque.
Além das críticas da torcida, as cobranças da diretoria devem ter pesado na decisão de Morínigo. A essa altura, só uma vitória devolve o clima de otimismo que cercava o time para a disputa da Série C.
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro comanda a atração, a partir das 22h, na RBATV, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a participação paraense nas séries B, C e D. A edição é de Lourdes Cezar.
Rádio Clube 96 anos: presença viva no mundo
É fato que a história da Rádio Clube do Pará é uma das mais marcantes e bonitas da comunicação brasileira. Fundada por Edgar Proença há 96 anos, a emissora nasceu pioneira na Amazônia carente de uma imprensa que fosse além dos limites da capital Belém.
Os jornais impressos eram fortes à época, mas não tinham uma logística de distribuição que permitisse cumprir o papel de cobrir um Estado continental como o Pará.
Edgar Proença e a sua PRC-5 chegaram justamente para desempenhar o papel histórico de levar jornalismo e entretenimento a um Estado carente de notícias. Na minha infância em Baião, nos anos 60, não havia TV e os jornais chegavam apenas uma vez por semana.
Presença diária e contínua só mesmo a da Rádio Clube. Gerações se habituaram à familiaridade afetiva que o rádio impõe através das vozes de locutores, repórteres e comentaristas.
Aprendia-se a entender o mundo pelas vozes de Edyr Proença, Claudio Guimarães, Osmar Simões, Carlos Estácio, Bellard Pereira, Gandur Zaire Filho, Guilherme Jarbas, Edgar Augusto.
O mundo mudou, ficou mais acessível com a abrangência avassaladora da internet, mas o rádio permanece vivo, invencível e sempre mais forte. Exatamente como Edgar e seus intrépidos sócios acreditavam.
As evoluções do tempo fizeram com que a “voz que canta e fala para a planície” ficasse mais poderosa, passando a se comunicar com mais gente e chegando cada vez mais longe.
Vida longa à Rádio Clube!
(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 27/28)