Times reforçam as defesas

POR GERSON NOGUEIRA

O primeiro a se movimentar em busca de reforço para o setor defensivo foi o PSC. Contratou o zagueiro Quintana, que se destacou no recente Campeonato Paulista, defendendo a Portuguesa de Desportos. Neste fim de semana, o Remo anunciou também a contratação de um defensor: Sheldon. Os representantes paraenses nas Séries B e C perceberam a tempo que é preciso cuidar da cozinha.

A sequência de clássicos pela Copa Verde e Parazão serviu de teste e de alerta. Ninguém pode alegar desconhecimento da realidade dos times. Tanto PSC quanto Remo precisam de zagas mais firmes e confiáveis. O Papão, por sinal, não satisfeito em trazer Quintana, anunciou ontem a contratação de Pedro Romano.

Os jogos realizados até agora, pela CV e pelo Parazão, registraram problemas apenas do lado azulino, que tomou dois gols no clássico do último domingo. E, para se juntar a Ícaro, Bruno Bispo, Jonilson e Ligger, o Remo trouxe Sheldon, de 24 anos, que fez um bom Campeonato Carioca defendendo o Boavista.

Mineiro, ele foi titular em 13 dos 15 jogos do Boavista no Carioca. Participou da decisão da Taça Rio contra o Botafogo, que foi o campeão. Com passagens por clubes medianos – Portuguesa-RJ, Camboriú, América-RJ –, o zagueiro terá sua primeira experiência num clube de massa.

O PSC, cuja defesa passou maus bocados no primeiro Re-Pa, mas não sofreu gols, venceu a disputa pelo valorizado zagueiro Yeferson Quintana, 27 anos, que estava na Lusa paulista. Oriundo do Peñarol, por onde atuou em algumas temporadas, ganhou fama de xerife por puxar briga com Felipe Melo, então no Palmeiras, na Libertadores 2017.

Além de Quintana, o clube contratou Pedro Romano, zagueiro de 23 anos, que disputou o Campeonato Brasiliense pelo Gama.

Com base nas contratações, fica evidente que a preocupação com as defesas parece ter se tornado a prioridade dos clubes a cerca de 10 dias da estreia no Brasileiro.

Violência ameaça maior paixão do povo paraense

As circunstâncias seguem obscuras, mal explicadas, mas o fato é que a violência fez outra vítima fatal no futebol do Pará. Não foi a primeira e desgraçadamente não será a última. De tempos em tempos, a criminalidade emerge das brumas para assombrar o ambiente do esporte.

As ditas ‘organizadas’ seguem livres e impunes há décadas. Quando foram se disseminando, no final dos anos 80, os primeiros problemas também apareceram, mas muita gente fingia não ver o grande monstro a se criar.

Com os novos tempos, as mazelas se instalaram e as facções se tornaram antros de baderneiros e criminosos. Existem relatos, mas não se sabe ao certo se houve o envolvimento direto de ‘organizadas’ na morte ocorrida domingo à noite, no entorno do Mangueirão.

O Re-Pa disputado em fevereiro teve desdobramentos sangrentos com duas mortes em confrontos de facções rivais, na periferia de Belém. Desta vez, o torcedor Paulo Alexandre Silva Dias foi alvejado por um policial da reserva da PM no lado azulino do estacionamento do Mangueirão.

Além da cena intolerável de um sujeito armado num evento com 30 mil pessoas, há outro fato agravante: muitas pessoas testemunharam o crime e até agora ninguém sabe se o homicida foi preso ou não.

Grande desportista e incentivador do futebol no Pará, o governador Helder Barbalho lamentou a perda, informou sobre providências e manifestou indignação com o ocorrido: “O Mangueirão é um local de celebração do esporte e esporte é vida. Vamos seguir lutando contra quem insiste em praticar a violência. Vocês não são bem-vindos!!”.

Em meio às discussões sobre o tema, já há quem apressadamente defenda a adoção de torcida única, como em Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A tomar como exemplo o ocorrido, nem isso evitaria a tragédia, pois o crime envolveu apenas aficionados do Clube do Remo.

O Ministério Público decidiu barrar o acesso das cinco principais ‘organizadas’ dos próximos 6 jogos de Remo e PSC no Campeonato Paraense e na Copa Verde. Não é o ideal, mas é uma tomada de atitude.

De todo modo, a situação é triste e inaceitável.

E o “sistema” mais uma vez salvou o Palmeiras

Do inacreditável Caio Ribeiro, passando pano para a parceria Rafael Claus e VAR na decisão do Paulista: “Defesa não pode dar mole dentro de um estádio cheio de palmeirenses, em clima de decisão…”.

Hein? Significa que está instaurado o vale-tudo? Pênalti mandrake, cavado de forma acintosa, garantiu o título do Palmeiras de D. Leila (e da Crefisa). E o John Textor é que anda inventando coisas? Sei.

Jogos da Usipaz Padre Bruno reúne mil alunos

Começou ontem, 8, a programação dos Jogos Olímpicos da Usina da Paz Padre Bruno Sechi, no bairro do Bengui, em Belém. A coordenação é da Secretaria de Estado de Articulação da Cidadania (Seac) e a abertura reuniu professores e jovens atletas de diversas modalidades esportivas praticadas na UsiPaz. Ao longo da semana, cerca de mil alunos participam de competições de futsal, vôlei, boxe e natação.

O objetivo é estimular a prática esportiva e chamar a atenção da comunidade para os valores olímpicos. Os primeiros jogos internos da Usipaz são uma homenagem aos Jogos de Paris, que acontecem este ano.

Os Jogos da Usina da Paz Bengui terminam na próxima sexta-feira (12), quando serão entregues as medalhas aos alunos participantes. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 08)

Rock na madrugada – Pearl Jam, “Save You”

POR GERSON NOGUEIRA

Era noite de 15 de novembro de 2002 e o Pearl Jam fez uma de suas melhores performances como convidado do “Late Show” de David Letterman, na rede norte-americana CBS. Em plena Boadway, em Nova York, o teatro Ed Sullivan entregava o melhor das apresentações ao vivo de grandes bandas. O PJ talvez tenha sido o mais assíduo frequentador da “casa”, criando identidade tão forte com Letterman que acabou retribuindo, convidando-o para fazer o discurso de introdução no Hall of Fame, anos depois.

“Save You” é uma das grandes canções do discaço Rio Act (2002), sétimo da carreira do grupo. Apresenta o Pearl Jam em plena forma e atravessando uma fase de amadurecimento musical, incluindo a evolução dos integrantes da banda. O guitarrista Stone Gossard faz brilhante participação cuidando do riff da canção, um rock de pegada raivosa. O começo do vídeo traz um trecho do mini show que a banda do programa fazia antes da atração principal.

Resultado das tristezas e frustrações acumuladas pela tragédia do festival de Roskilde (Dinamarca), em 2000, com nove fãs mortos na plateia, o disco virou um desafogo emocional para o PJ, que também sofria os efeitos do atentado de 11 de setembro. Politizado, o grupo expressa nas músicas os sentimentos daqueles dias turvos.

Foi durante as sessões de estúdio que Eddie Vedder alterou sua rotina de composição. Em discos anteriores, ele passava o dia ouvindo os companheiros executando as faixas instrumentais e levava fitas para casa, onde à noite começava a escrever as letras. Agora, ele sentava num canto do estúdio com a máquina de escrever e datilografava ideias ali mesmo.

Um ponto importante em Riot Act foi a presença do tecladista Kenneth “Boom” Gaspar. O havaiano conheceu Vedder surfando e foi convidado para uma jam informal com a banda, gerando “Love Boat Captain”. Desde então, se juntou ao grupo em apresentações ao vivo.