Técnico do Papão ataca arbitragem e diz que “ninguém vai tomar meu campeonato”

Irritado com a arbitragem do jogo PSC x Bragantino, o técnico bicolor Hélio dos Anjos criticou o árbitro Wanbelton Lisboa Valente pela não marcação de um pênalti sobre Gabriel Bispo e pelo pisão do zagueiro Maia no lateral Edilson. Nas duas situações, o treinador está inteiramente certo. Houve a penalidade e a entrada desleal. Na entrevista coletiva pós-jogo, Hélio praticamente não falou do jogo, preferindo detonar o trio de arbitragem.

Fez acusações graves ao árbitro do confronto. Disse que “ninguém vai tomar meu campeonato na mão dura”. Afirmou ainda que “vi aqui hoje que estão querendo tirar esse campeonato nosso”. Considerou inaceitáveis os erros da arbitragem, responsabilizando também a FPF. Ao longo do jogo, o técnico esbravejou muito contra o trio de arbitragem.

Com um a menos, Papão vence Bragantino com golaço de Nicolas

O Paysandu derrotou o Bragantino por 2 a 1, em jogo válido pela 4ª rodada do Campeonato Paraense, na noite desta quarta-feira (7), na Curuzu. Nicolas marcou o primeiro gol do Papão, aos 22 minutos, chutando quase do meio-campo e vencendo o goleiro Henrique. Um golaço, que fez a torcida se entusiasmar. Aos 26′, o atacante Jean Dias foi expulso por cometer falta em Gileard, que ia invadir a área para empatar o jogo. Na cobrança da fata, Charles colocou a bola no canto esquerdo do gol defendido por Mateus Nogueira.

Com um jogador a mais, o Bragantino esteve perto de fazer o segundo gol na etapa final. O artilheiro Gileard perdeu três oportunidades claras, em falhas da defensiva bicolor. Depois de muito pressionar, o PSC chegou à vitória aos 46 minutos. Leandro Vilela deu um passe prfeito para Juninho, que entrou na área e chutou cruzado, vencendo o goleiro Henrique.

O Paysandu segue invicto e na liderança do Parazão, com 13 pontos. O Tubarão perdeu a primeira na competição e segue na quarta colocação, com 6 pontos, ao lado de Tuna e Cametá.

UFPA cria Comissão para Equidade de Gênero para enfrentamento a discriminações de gênero

Um dia histórico. Assim foi definida pelas mulheres presentes a sessão de instalação da Comissão para Equidade de Gênero na UFPA (CEG/UFPA), nesta terça-feira, 6 de fevereiro. A comissão tem o objetivo de promover ações e acompanhar/monitorar políticas institucionais voltadas ao enfrentamento das assimetrias e discriminações de gênero na instituição. A sessão de instalação ocorreu no auditório da Reitoria, com a apresentação das integrantes da comissão, composta por vinte mulheres docentes, técnicas e estudantes. Também compareceram dirigentes de unidades e membros da comunidade universitária.

A equidade de gênero ainda é um desafio no ambiente acadêmico, como em várias áreas da vida em sociedade. Apesar de as mulheres terem mais tempo de educação formal, há uma sub-representação feminina nas posições de liderança científica. Por exemplo, entre os pesquisadores bolsistas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), apenas 24% são mulheres. O percentual cai para 14% quando se trata do quadro de pesquisadores da Academia Brasileira de Ciências.

Instalação – Participaram da mesa de instalação do evento o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, a pró-reitora de Ensino de Graduação, Loiane Prado Verbicaro; a diretora da Assessoria de Diversidade e Inclusão Social, Zélia Amador de Deus; a coordenadora do Campus Universitário de Cametá, Lucilena Gonzaga; a professora Flávia Lemos, coordenadora de Relações Interinstitucionais da Pró-Reitoria de Extensão; a professora Juliana Canella, do Instituto de Ciências Exatas e Naturais; a servidora técnico-administrativa Ana Lídia Maracahipe, da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação; e a estudante Vanuza Cardoso, da Associação de Discentes Quilombolas.

Além das participantes da mesa, compõem a comissão Daniele Dorotéia Rocha da Silva, coordenadora de Integração Estudantil da Superintendência de Assistência Estudantil;  Iracilda Sampaio, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação;  Kamilla Sastre da Costa, da Associação de Discentes com Deficiência; Larissa Martins, do Diretório Central dos Estudantes; Luciana Gluck Paul, do Instituto de Ciências Jurídicas; Mary Ellen Moraes, do Instituto de Geociências; Míriam Tembé, da Associação dos Povos Indígenas Estudantes da UFPA; Nayan Silva Aviz, da União Nacional dos Estudantes; Roberta Tillman, diretora de Contratos e Convênios da Pró-Reitoria de Administração; Roseane Pinto, vice-coordenadora do Campus Universitário de Bragança; Sheila Braga, da Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal; Sheyla Domingues, diretora-adjunta do Instituto de Medicina Veterinária; e Viviane Almeida, do Campus Universitário de Tucuruí.

A comissão será presidida pela professora Lucilena Gonzaga, tendo como vice-presidentas as professoras Flávia Lemos e Juliana Canella. Considerando as interseccionalidades da questão de gênero, integram a comissão pessoas negras, indígenas, quilombolas, LGBTQIAPN+ e PcD, com representantes da comunidade multicampi.

Histórico – O reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, abriu a sessão fazendo um histórico de iniciativas da atual gestão direcionadas à promoção de equidade e valorização da diversidade na UFPA. Citou, inicialmente, a criação da Assessoria de Diversidade e Inclusão Social, em 2017. Seguindo o projeto que motivou a sua criação, a Adis liderou e agregou contribuições da comunidade universitária para a consolidação, em março de 2020, da Resolução n. 815/2020 do Consun, aprovada por unanimidade, instituindo a política de enfrentamento à discriminação, assédios e outras formas de violência na UFPA.

“A aprovação da resolução foi um marco orientador de várias políticas e ações na universidade e demonstrou o compromisso institucional de enfrentar o tema de forma continuada e qualificada. Mesmo com esta decisão institucional, vimos como os desafios persistem e novas iniciativas precisam ser formuladas e reforçadas”, considera o reitor.

Ele lembrou também da realização do 7º Workshop de Disseminação do Marco Referencial para a Igualdade de Gênero em Instituições de Ensino Superior no Brasil, na UFPA, promovido pelo British Council, em agosto de 2023, sob a liderança local da professora Juliana Canella, do Instituto de Ciências Exatas e Naturais da UFPA, e contou com a participação da pró-reitora Loiane Prado Verbicaro. O evento possibilitou que as discussões para a implementação de políticas para o combate às desigualdades e violências de gênero fossem aprofundadas. Desse encontro, surgiu e amadureceu a ideia da criação de uma comissão permanente na universidade para debater, propor e acompanhar as políticas institucionais voltadas à equidade de gênero, iniciativa apresentada pela Proeg à Reitoria da UFPA, ainda em 2023.

Combate à violência de gênero – A igualdade de direitos e obrigações entre mulheres e homens está prevista no artigo 5º da Constituição Federal de 1988. O tema também integra a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 5 – Igualdade de Gênero, e do Programa Planeta 50-50, da ONU Mulher.

Na área da educação, o cenário de assimetrias também exige medidas contundentes. Hoje as mulheres representam 81% de docentes no Brasil, mas esse percentual tende a diminuir entre os níveis mais altos da carreira. Segundo a pró-reitora de Ensino de Graduação e pesquisadora de gênero, Loiane Verbicaro, o assédio e a violência política de gênero estão entre os principais fatores que prejudicam o pleno exercício da cidadania das mulheres e dificultam sua ascensão a postos de liderança econômica, política e social.

“Há desvantagens sistemáticas e históricas que modulam as trajetórias das mulheres, como resultado do caráter estrutural da opressão de gênero presente nas práticas e discursos, sejam explícitos ou implícitos. Quando ocupamos cargos estratégicos, são recorrentes os episódios de violência que, muitas vezes, acabam por contaminar nossa autoconfiança e autoestima”, destaca a pró-reitora.

Diferentes manifestações do assédio, do machismo e da misoginia, entre outras formas de discriminação, como o racismo e a homotransfobia, tornam o ambiente social e especialmente os espaços acadêmicos hostis às mulheres. Recentemente, o governo federal instituiu, por meio da Lei n. 14.540, de 3 de abril de 2023, o Programa de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Sexual e demais Crimes Contra a Dignidade Sexual e à Violência Sexual, que se soma às políticas públicas relacionadas à equidade de gênero. Uma campanha lançada pela UFPA no mesmo dia da instalação da Comissão de Equidade de Gênero segue nessa direção visando prevenir e enfrentar todas as formas de assédio, violência e discriminação na instituição.

Os desafios se tornam mais complexos quando essas temáticas são abordadas na perspectiva das interseccionalidades e da diversidade. Autoridade no assunto, a professora Zélia Amador de Deus, que dirige, desde a sua criação, a Assessoria de Diversidade e Inclusão Social da UFPA, relata: “Quando cheguei à universidade como aluna, todos os centros eram dirigidos por homens, mesmo os centros com a maioria das docentes mulheres. E quem fazia o trabalho de fato eram as mulheres, mas não recebiam pelas tarefas de liderança. Demorou muito para que as mulheres começassem a chegar, de forma tímida, às direções do que hoje são os institutos. Há algumas áreas em que a participação de mulheres continua tímida. Hoje temos uma grande quantidade de mulheres, mas nem sempre ocupam espaços de gestão. Há uma desconfiança nas mulheres como pessoas executivas, que podem dirigir, orientar. E essa desconfiança tem história”. Ela explica: “O patriarcalismo vem com a invasão e dominação europeia ocidental. O racismo, o classismo e o machismo se impõem para a sustentação do sistema capitalista”.

Lugar de mulher é nas bibliografias e onde ela quiser – No âmbito científico, o colonialismo e o patriarcalismo ainda se manifestam de modo particular por meio da invisibilização de pesquisadoras e autoras mulheres nas referências bibliográficas de pesquisas e na composição de bancas avaliadoras e comitês decisórios. As reflexões acadêmicas de gênero e suas interseccionalidades, muitas vezes, são silenciadas em currículos e projetos pedagógicos de cursos, o que freia a formação de uma “consciência feminista”, segundo a professora Lucilena Gonzaga, presidenta da Comissão de Equidade de Gênero instalada.

Citando pesquisadoras como Christine de Pizan, Nísia Floresta, bell hooks e Carolina Maria de Jesus, a professora defendeu a busca de unidade em favor da equidade. “O patriarcado incentiva querelas entre as mulheres e conta com a chancela da Igreja, do Estado e da Universidade também, é preciso dizer. Por isso é muito difícil romper essa cultura. É muito bonito ver esse auditório com público majoritariamente feminino, pois sabemos que somos muitas, mas é importante também que tenhamos homens envolvidos nessa luta. Nós não queremos tomar o lugar de ninguém. Nós queremos compartilhar os espaços, o poder e a ciência. Estamos prestando um serviço para o Brasil e para o mundo”, reflete Lucilena Gonzaga.

Ao parafrasear o verso “Uma flor nasceu na rua!”, do poema “A flor e a náusea”, de Carlos Drummond de Andrade, a servidora técnico-administrativa Ana Lídia Maracahipe recitou: “Uma flor nasceu na Universidade Federal do Pará – e é esta comissão”. Disse estar honrada em representar outras servidoras que a antecederam e tantas mais que hoje anseiam por dignidade e mais oportunidades no desenvolvimento de suas carreiras, de modo que possam atuar em todos os espaços da universidade. Entusiasmada com a missão, assegurou: “Nós vamos fazer história”.

Já a discente Vanuza Cardoso, que estuda a diáspora das mulheres dos territórios quilombolas para a universidade, afirmou: “Este é um espaço importante para mim, mas também para as minhas iguais. Trabalhar nesta comissão é criar condições para outras mulheres, quilombolas, mães, para que tenham um melhor acolhimento. Somos atravessadas por diferenças, diversidades e problemas, o que explica por que algumas quilombolas desistem dos cursos, pois se deparam com ambientes hostis, preconceituosos”.

As vice-presidentas da nova comissão manifestaram sua satisfação em integrar a iniciativa. “A comissão representa mais um passo de uma gestão que sabe que precisa romper com privilégios e violências estruturais”, destacou a professora Flávia Lemos. “Estou muto feliz, animada e inspirada para construir políticas institucionais que representem e acolham as mulheres plurais desta instituição”, celebrou a professora Juliana Canella.

Próximos passos – Antes de encerrar o evento, o reitor Emmanuel Tourinho entregou as portarias de nomeação às 20 integrantes da comissão e apresentou à presidenta do grupo um ofício da Reitoria, com medidas que podem ser adotadas em curto prazo na UFPA, com a garantia do apoio da administração superior para dar celeridade aos trâmites que se fizerem necessários. O reitor solicitou que as medidas sejam analisadas pela comissão e ressaltou que estavam sendo apresentadas sem prejuízo de todas as demais iniciativas que poderão ser propostas pela comissão.

Entre as medidas propostas, estão a possibilidade de ampliação dos prazos de conclusão de curso para discentes mães, tanto da graduação quanto da pós-graduação; a pontuação diferenciada da produção acadêmica de pesquisadoras em licença-maternidade na concorrência em editais de concessão de bolsas Pibic e Prodoutor; a criação de critérios específicos para apoio a mulheres em programas institucionais como o PADT; a reserva de, no mínimo, 50% dos auxílios do Proquali para servidoras mulheres; a identificação e a maior divulgação do trabalho de grupos de pesquisa que discutem gênero e são liderados por mulheres; entre outras. Também são proposições de atuação da comissão a realização de eventos, cursos e capacitações; a produção de documentos orientadores sobre o tema da equidade de gênero; a construção de uma política de paridade de gênero em bancas examinadoras, concursos, comissões e cargos de gestão; a valorização dos saberes e conhecimentos produzidos por mulheres (e suas interseccionalidades) nas ementas de disciplinas, nos programas de cursos e nos projetos pedagógicos; além de outras medidas.

Um novo desafio para o Papão

POR GERSON NOGUEIRA

Contra o Bragantino, hoje à noite, na Curuzu, o PSC cumpre seu quinto compromisso pelo Campeonato Paraense. Uma boa oportunidade para Hélio dos Anjos consolidar o sistema de jogo que tem garantido a campanha invicta na competição. É o segundo adversário interiorano a encarar o Papão (e sua torcida) em Belém – o primeiro foi o Santa Rosa.

Boa parte da torcida encarou a atuação do time no clássico como razoável, com rendimento satisfatório da defesa e do meio-de-campo, mas apresentando algumas falhas preocupantes no ataque. Nesse aspecto, a falta de apuro nas finalizações foi o ponto mais criticado.

Diante das equipes emergentes, o PSC não tem tido problemas. Derrotou o Santa Rosa na estreia, passou depois pelo Caeté (em Bragança) e derrotou o Águia, em Marabá, em sua melhor exibição na competição.

A vitória sobre o campeão de 2023 marcou também uma mudança na escalação da equipe. O habilidoso Bryan passou a jogar na extrema esquerda, tendo Kevyn como lateral voltado para a marcação. No meio, Biel assumiu a titularidade, situação mantida no Re-Pa.

Com o retorno de Robinho ao time, nos minutos finais diante do Remo, é provável que a configuração da meia cancha volte a mudar. Gabriel Bispo, que apareceu bem na marcação, também deve ser mantido.

Quanto ao ataque, o artilheiro Nicolas tem a chance de reencontrar o caminho das redes, depois do incrível gol perdido no clássico. Foi um lance que poderia ter decidido a partida, aos 39 minutos da etapa final.

Depois de iniciar a jogada, dominando a bola à entrada da área, Nicolas lançou Jean Dias na área e este passou para Robinho, que deu um toque de calcanhar para o goleador chapar de primeira. Ocorre que Nicolas chegou na bola, mas isolou por cima da trave.

A torcida ainda curte a frustração pela perda do gol “mais feito” do Re-Pa e o técnico Hélio dos Anjos até arranjou uma explicação polêmica para o erro de finalização. Culpou o gramado do Mangueirão.

Sem papas na língua, ele culpou o jogo Flamengo x Sampaio Corrêa, válido pelo Campeonato Carioca, disputado quatro dias antes do Re-Pa. “A bola deu uma ‘quicadazinha’. Então, o Flamengo prejudicou o nosso clássico”, declarou.

A bronca com a partida (e com o Flamengo) não é novidade. Hélio já havia sido manifestada de forma mais explícita. A justificativa para o chute torto de Nicolas não convenceu, mas o jogo de hoje abre uma nova possibilidade para o ídolo do time voltar a acertar o pé.

Usinas distribuem ingressos para o Pré-Olímpico

As Usinas da Paz vão distribuir ingressos gratuitos para os jogos da Seleção Brasileira feminina no Pré-Olímpico de basquete. O anúncio foi feito ontem pelo governador Helder Barbalho. O torneio, inédito no Pará e no Brasil, tem ainda as participações de Austrália, Sérvia e Alemanha, e garante três vagas para os Jogos Olímpicos de Paris, em julho próximo.

A fim de democratizar o acesso a eventos esportivos, o Governo do Estado decidiu distribuir gratuitamente ingressos para os jogos da Seleção Brasileira no torneio, que começa nesta quinta-feira (8), em Belém.

“A partir de amanhã (quarta-feira), cada Usina da Paz vai disponibilizar ingressos para o jogo de quinta-feira, estreia no pré-olímpico. Serão 7 mil ingressos pra gente lotar o Mangueirinho”, disse Helder.

Todos os jogos acontecem na Arena Guilherme Paraense (Mangueirinho), na avenida Augusto Montenegro. Além dos ingressos, o Governo vai garantir o transporte para que crianças e acompanhantes atendidos pelas Usinas da Paz assistam aos jogos da Seleção.

“Vamos disponibilizar ônibus para levar a meninada para prestigiar o evento. É o Brasil no pré-olímpico. É hora de lotar o Mangueirinho e empurrar as meninas do Brasil rumo a Paris, saindo aqui de Belém”, reforçou o governador.

Para o secretário de Estado de Cidadania, Igor Normando, esta é uma grande oportunidade para aproximar as crianças do esporte.

“Vamos garantir que as crianças e adolescentes atendidos nas Usinas da Paz, que muitas vezes não têm oportunidades, possam prestigiar este grande evento esportivo internacional. Muitos deles já praticam esportes nas Usinas e, no futuro, quem sabe também possam vir a ser profissionais do esporte”, declarou Igor.

Obra póstuma do craque das lentes tributa o futebol

“Futebol do Brasil: Sonho e Realidade”, livro de um dos mais destacados fotógrafos do país, será lançado amanhã (8), na Livraria Travessa, em Brasília. É uma forma carinhosa e merecida de marcar a data em que Orlando Brito, morto em 2022, faria 74 anos. Familiares e amigos do grande jornalista organizaram a noite de autógrafos.

Orlando era um craque da cobertura política, que exerceu por cinco décadas, ajudando a modernizar o fotojornalismo brasileiro. Como todos os profissionais da área, jamais abandonava a câmera fotográfica, e quase sempre da marca alemã Leica, a mesma que foi a queridinha dos grandes mestres, como o francês Cartier-Bresson.

Em meio aos registros da cena política, Orlando aproveitava viagens pelo país para registros variados. Uma vez, no Maranhão, avistou um campinho de várzea, que, na maré baixa, servia de local da pelada da garotada. Com maré alta, virava ponto de pesca (e sobrevivência) das famílias.

Cobriu Copas do Mundo com o mesmo entusiasmo com que passava o dia nos corredores do Congresso Nacional. Entendia a importância cultural do futebol para os brasileiros.

Sua filha Carolina, em entrevista ao Correio da Manhã, revela que “sua percepção possibilitou um aprofundado olhar do esporte que está entranhado na alma brasileira. Da sofisticação dos Maracanãs à singeleza dos cafundós, do encontro de ídolos e atletas famosos com brasileirinhos simples e desconhecidos do interior”.

O livro – que o escriba de Baião já encomendou – é um lançamento da Editora Almedina Brasil, com o apoio da Reag Investimentos. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 07)

Toffoli levanta sigilo e mostra como a Transparência Internacional buscou exercer “influência decisória” sobre R$ 2,3 bilhões

Por Cintia Alves, do Jornal GGN

Em meio à pressão midiática por conta da suspensão da multa aplicada à J&F e da investigação sobre o papel da Transparência Internacional Brasil em acordos de leniência com grandes empresas, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, decidiu levantar o sigilo do processo nesta terça (6).

As informações liberadas por Toffoli, agora acessíveis à opinião pública, indicam como a Transparência Internacional pretendia determinar como seriam gastos os R$ 2,3 bilhões que a J&F deveria pagar a título de indenização por força de acordo com a Operação Greenfield.

O acordo de leniência da J&F com o Ministério Público Federal, assinado em 2017, previa o pagamento de mais de R$ 10 bilhões, mas seu cumprimento integral está em disputa na Justiça. Do total acordado, R$ 2,3 bilhões seriam destinados a “projetos sociais” e combate à corrupção no País.

INVESTIGAÇÃO

A Transparência Internacional Brasil está na mira do STF porque, num acerto com a Procuradoria-Geral da República na época de Rodrigo Janot, ficou encarregada de desenhar o “sistema de governança” que daria cabo dos R$ 2,3 bilhões que seriam investidos ao longo de mais de 20 anos. Na prática, a TI Brasil não receberia os recursos diretamente, mas poderia sugerir os projetos beneficiados.

Os documentos que chegaram ao Supremo mostram que, nos bastidores, dirigentes da Transparência Internacional Brasil enviavam cartas e mensagens a membros do MPF, indicando como o dinheiro deveria ser gasto.

Em uma das mensagens enviadas a Janot pelo presidente da TI Brasil, Jorge Ugaz, a ONG sugeriu que “50% do montante se destine a projetos sociais explicita e inequivocamente voltados à qualificação, proteção e promoção do controle social; Que os restantes 50% sejam destinados a iniciativas que promovam novas formas de ‘participação democrática, conscientização política, formação de novas lideranças e inclusão de minorias e grupos excluídos na política, com o propósito de mitigar ou compensar — ainda que parcialmente — os profundos danos que a corrupção causa ao sistema democrático.”

Nas mensagens ao MPF, a Transparência Brasil ainda admitiu abrir mão de receber recursos enquanto tivesse “influência decisória”, mediante a condição de “ter papel ativo no desenho e monitoramento dos processos”. O interesse em ter a caneta na mão era tão grande que a TI se colocou à disposição para criar o sistema de governança sem cobrar nenhum centavo.

“ALGO ESCANDALOSO”

A ação agora no Supremo foi originada a partir de uma petição encaminhada primeiro ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo deputado federal Rui Falcão (PT). A defesa sustentou que “o simples fato de MPF admitir participação de uma entidade internacional para tratar de ‘premissas e diretrizes que guiarão as decisões acerca da forma como serão geridos e executados os recursos previstos para investimento em projetos sociais no âmbito do acordo de leniência supracitado [J&F] já seria algo escandaloso”.

Os advogados Fernando Hideo e Marco Aurélio Carvalho sustentaram que, por se tratar de um braço de uma ONG internacional no Brasil, a TI não teria qualificação para influenciar o destino dos recursos oriundos de acordos de leniência, que são revertidos para o bem público.

PROCURADORES INVESTIGADOS

O levantamento do sigilo mostra que o Conselho Nacional do Ministério Público e outros órgãos correcionais foram acionados pela Procuradoria-Geral da República sob Augusto Aras para apurar a conduta dos procuradores que abriram as portas do MPF para a Transparência Internacional.

No acordo oficial de leniência da J&F com a Greenfield, a Transparência Internacional não teve participação. Porém, a própria PGR admite nos autos que o MPF orientou a empresa dos irmãos Batista a proceder à execução da multa seguindo orientações da TI.

NA PAUTA DO STF

O caso migrou do STJ para o gabinete de Toffoli por ter sido relacionado à petição 43.007, onde o ministro declarou imprestáveis as provas usadas no acordo de leniência da Odebrecht, por terem sido obtidas por meio de cooperação internacional irregular pela Lava Jato em Curitiba. Nos dois casos, há em comum o uso de mensagens da Operação Spoofing revelando como os procuradores agiram em conluio para processar grandes empresas.

A Transparência Internacional Brasil nega que tenha recebido recursos de acordos de leniência.

Rivais renovam expectativas

POR GERSON NOGUEIRA

O tempo de espera não é muito elástico, mas a dupla Re-Pa renovou as expectativas das torcidas para o desafio do Brasileiro. Os bicolores, que irão disputar a Série B, tiveram desempenho melhor no clássico de domingo, embora devendo nas finalizações. Os azulinos, que também desperdiçaram chances, fracassaram na organização e deixaram seus torcedores preocupados em relação à Série C.

Nos dois times, alguns pontos merecem uma análise mais detalhada. O técnico alviceleste Hélio dos Anjos saiu satisfeito com o rendimento de sua equipe, principalmente no primeiro tempo. Entendeu que os jogadores seguiram à risca o que tem sido orientado desde a pré-temporada.

O segundo tempo exibiu brechas no sistema de jogo, com a concessão de espaço excessivo para a movimentação dos azulinos pelas laterais, o que fez com que o Remo equilibrasse o jogo quanto às alternativas ofensivas. Pela maneira brusca como isso ocorreu, é algo que merece atenção por parte da comissão técnica do Papão.

Bem maior que os reparos que Hélio dos Anjos precisará fazer em seu time é a necessidade de ajustes que se impõe no Leão. Ricardo Catalá atribuiu uma exagerada nota 7 ao comportamento da equipe no Re-Pa.

A bem da verdade, uma nota 5 ficaria mais coerente diante do descalabro visto na etapa inicial, quando o meio-de-campo foi engolido pelo adversário e a defesa sofreu as consequências disso.

Ficou a impressão de que os dois rivais seguem em pré-temporada, fazendo experiências com jogadores e buscando aperfeiçoar os modelos de jogo. O PSC tem feito isso com mais disciplina ao longo do Parazão. Ao Remo falta até definição a formação titular.

Nos três jogos disputados (Canaã, Castanhal e PSC), o time mudou sempre, tanto na zaga quanto na meia-cancha e no ataque. No Re-Pa, o técnico Catalá mexeu na lateral-direita (Vidal no lugar de Thalys), no meio (Daniel como titular) e no ataque (Marco Antônio em vez de Ronald, lesionado).

O fato é que ninguém esperava times azeitados e prontos após 15 dias de campeonato, mas era possível mostrar um mínimo de organização e repertório de jogadas. Ainda há tempo para corrigir os vários problemas de lado a lado, mas é preciso agilizar as providências.   

CBF parabeniza o Leão e reconhece conquistas

O Remo comemorou ontem 119 anos de fundação e ganhou parabéns no site oficial da CBF. Melhor que isso: recebeu um presente especial. A confederação que manda no futebol nacional detalhou os títulos do clube e citou, pela primeira vez, que o Leão Azul é tricampeão da Copa Norte. As conquistas ocorreram nas temporadas de 1968, 1969 e 1971.

A competição era conhecida como Torneio do Norte, etapa regional do Norte-Nordeste, com todas as edições organizadas pela antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que depois virou CBF.

Com a afirmação de que os títulos do Torneio do Norte equivalem às conquistas da Copa Norte, a CBF coloca o Remo na condição de tricampeão nortista e maior vencedor da competição, junto com o S. Raimundo-AM, que venceu em 1999, 2000 e 2001. Além disso, o Leão supera o Paysandu, que conquistou a Copa Norte em 2002.

Resta saber se esse reconhecimento tardio implicará em alguma vantagem prática para o clube azulino.

Em público, Re-Pa só perdeu para o clássico do Rio

Em nova demonstração de pujança, a torcida paraense fez do Re-Pa de domingo o segundo jogo mais assistido do país no fim de semana. O clássico 771, válido pela 5ª rodada do Campeonato Paraense, teve 48.180 espectadores (41.461 pagantes). Ficou atrás apenas do jogo Flamengo x Vasco, no Maracanã, pelo Campeonato Carioca, com 56.318 espectadores.

No estádio Jornalista Edgar Proença, os torcedores de Remo e PSC deram um show e superaram o clássico Bahia x Sport pela Copa do Nordeste, que teve 47.138 espectadores, e até a plateia da Supercopa do Brasil, entre São Paulo e Palmeiras, com 42.741.

No Mangueirão, a renda do Re-Pa chegou a R$ 2.482.020,00, com R$ 897.986,65 em despesas e valor líquido de R$ 1.554.023,35. Na composição do público, foram 41.461 pagantes e 6.719 gratuidades, totalizando 48.180 pessoas presentes.

O duelo de torcidas foi vencido pela Fiel Bicolor, que teve 22.831 pagantes e 2.166 gratuidades. Público total: 24.997. A renda bruta foi de R$ 1.363.240,00 e o valor líquido foi de R$ 868.088,61.

A diferença em relação à torcida azulina foi 4.201 torcedores. O Fenômeno Azul ocupou o lado B com 18.630 pagantes e 4.553 gratuidades. Total: 23.183. A renda atingiu R$ 1.098.780,00, com saldo de R$ 685.934,74.

Números superlativos que reforçam o gigantismo de nossas torcidas.

Tênis de mesa terá treinamento com supercampeão

A Associação Paraense de Tênis de Mesa (APTM) contratou o supercampeão paraense Yury Nerys para reforçar o treinamento dos atletas a fim de conquistar mais prêmios e medalhas nos torneios de nível nacional. Yury também vai ministrar oficinas para crianças e jovens que mostram aptidão para a prática do tênis de mesa.

Segundo Adriano Bandeira, diretor da APTM, Yury irá repassar técnicas mais apuradas aos atletas graças à sua experiência em disputas de grandes torneios, o que certamente irá contribuir para a evolução e a conquista de mais vitórias para a modalidade no Pará. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 06)

Rock na madrugada – Black Rebel Motorcycle Club, “Spread Your Love”

“Espalhe seu amor como uma febre… e nunca desista”.

Os versos iniciais entregam o estilo do B.R.M.C., blues mesclado com grunge estradeiro. Um rock respeitável, que nunca permitiu rótulos. As influências são óbvias – Bob Dylan, Syd Barrett, Johnny Cash e pitadas de Hüsker Du, Pixies e Jesus and Mary Chain. Sinais de respeitabilidade até nas referências. A linha de baixo, a guitarra distorcida e a gaita seguem dando o ritmo de uma das bandas mais singulares da cena moderna, desde o surgimento na Califórnia, em 2001. Som sempre cru, áspero e apaixonante nas aparições ao vivo. Ao mesmo tempo, como é próprio do rock, tornou-se um dos grupos mais subestimados de todos os tempos.

Esta canção, uma de suas joias, é parte obrigatória de qualquer trilha roqueira que se preze. Despojada, sem pretensões ou poses, mas arrasadora, como o rock nunca deveria deixar de ser. Originalmente, o Black Rebel Motorcycle Club (que nome pai d’égua!) defendia um revival psicodélico próprio da terra natal. Depois, abriu as portas da percepção e abraçou uma causa sonora mais diversificada. Robert Turner, Peter Hayes e Leah Shapiro são os músicos. Nick Jago, o antigo baterista, saiu recentemente para se dedicar a um projeto solo.

Faltou pontaria e inspiração

POR GERSON NOGUEIRA

O estádio cheio, com mais de 41 mil pagantes, não foi suficiente para inspirar PSC e Remo a realizarem um clássico tecnicamente bom. Não faltou a habitual garra dos dois lados em resposta aos incentivos da torcida, mas faltou qualidade em quesitos importantes do jogo – passe, criação e finalização. As chances de gol até apareceram, mas os atacantes pareciam travados, chutando sempre de pé murcho.

Nicolas, ídolo do Papão, perdeu duas excelentes oportunidades, falhando na definição. Do lado azulino, o estreante Kelvin chutou de maneira bisonha com o gol à sua frente. Outros lances agudos, criados mais ao acaso do que propriamente por criatividade, foram desperdiçados.

É justo dizer que o PSC foi superior ao longo do primeiro tempo. Impôs seu jogo de marcação no meio – com Gabriel Bispo, Val Soares e Biel – e acuou o Remo nos primeiros 20 minutos, com cruzamentos de Jean Dias, Edilson e Kevyn a atormentar a defensiva azulina.

Apesar do nervosismo, a zaga conseguiu se safar porque as jogadas ficavam sempre à espera de um pé certeiro. Aos 6 minutos, Jean Dias cruzou rasteiro e o meia Biel chegou para complementar em direção ao gol. Marcelo Rangel defendeu e, no rebote, Nicolas chutou em cima da zaga.

A pressão do PSC, que recuperava bolas no meio-de-campo e avançava com rapidez, expôs o nervosismo da zaga remista. O setor de armação do Remo não existia e, como reflexo direto disso, o primeiro ataque foi ocorrer só aos 15 minutos. Ytalo recebeu um passe junto à área e deu um chute torto, pela linha de fundo.

Os chutões da defesa do Remo faziam a bola bater e voltar. Aos 24′ e 28′, o PSC voltou a insistir: Jean Dias cruzou da direita para Nicolas desviar fraquinho, na frente do goleiro Marcelo Rangel. Em seguida, Jean alçou na área, mas Bryan não conseguiu arrematar em direção ao gol.

O Remo parecia meio intimidado e pecava pela dispersão entre os setores. Camilo e Pavani não apareciam. E a segunda tentativa de chute a gol só veio aos 45”, com Marco Antônio, mas o tiro passou longe.

O 2º tempo trouxe um Remo ligeiramente mais acelerado, buscando compensar a desorganização exibida na primeira etapa. O estreante Kelvin entrou na vaga de Echaporã, cansado, e teve participação no ataque mais agudo da equipe até então. Aos 11 minutos, lançado na área, bateu na orelha da bola, desperdiçando grande chance.

Para tentar consertar as coisas, Ricardo Catalá lançou também Renato Alves no lugar de Daniel e Jaderson na vaga de Piovani. Deu certo. Melhorou a marcação e o time se tornou mais ofensivo pelos lados, além de menos travado no meio, embora Camilo continuasse ausente.

Hélio dos Anjos substituiu Biel por Robinho, enquanto Catalá fez mais duas mexidas, colocando Paulinho Curuá na vaga de Marco Antônio, que saiu lesionado, e trocou Reniê por Ícaro. O jogo ficou mais aberto e os erros continuaram a se repetir.

Aos 30′, outro bom momento do Remo. Foi a vez do volante Renato Alves errar na hora de definir dentro da área, após ser lançado por Camilo. Aos 34′, foi a vez de Paulinho Curuá bater cruzado após receber bela assistência de Kelvin. O chute rasteiro enganou o goleiro Matheus Nogueira e quase entrou no canto direito.

No momento mais tenso do jogo, perdendo espaço para o ritmo imposto pelo Remo, Hélio dos Anjos fez mais três mudanças: saíram Val Soares, Edilson e Bryan para a entrada de Leandro Vilela, João Vieira e Vinícius Leite.

O time foi à frente e, aos 39′, perdeu outro gol. Livre de marcação, Nicolas recebeu passe de calcanhar de Jean Dias e meteu de rosca por cima da trave. E Nicolas ainda teve a última bola do jogo, recebendo passe de Kevyn, mas terminou bloqueado na hora do arremate.

Técnicos demonstraram satisfação com o resultado

Nas entrevistas, Ricardo Catalá e Hélio dos Anjos concordaram na leitura do jogo. O remista observou que no primeiro tempo seus jogadores custaram a entender o que é o clássico. Uma análise pertinente, pois em diversos momentos o Remo parecia desligado, distante da realidade e da temperatura da partida.

Ficou faltando explicar a preferência por Daniel, volante que não havia jogado bem na estreia com o Canaã e que voltou a ser pouco efetivo diante do PSC. Podia ter sido expulso, pois já tinha o cartão amarelo quando cometeu uma falta dura no fim da fase inicial.

Aliás, o crescimento do Remo depois do intervalo teve a ver com a entrada de Renato Alves e Janderson, que movimentaram mais o lado esquerdo e ajudaram Raimar a aparecer mais como peça ofensiva.

Já Hélio admitiu que a equipe sofreu uma queda na etapa final, atribuindo isso ao desgaste normal de começo de temporada. Tem razão em considerar que, se houvesse um vencedor, este deveria ser o PSC, principalmente pelo rendimento coletivo na primeira metade do jogo.

Não explicou as razões de ter optado por João Vieira na direita. Apesar de habituado a ser improvisado por ali, não teve um bom desempenho. Robinho, cujo retorno era muito esperado pela torcida após a excelente participação na reta final da Série C, também não mostrou a movimentação que Biel vinha apresentando.

Jean Dias e Marcelo Rangel, os melhores do clássico

O ponta do Papão foi dono da participação mais destacada, avançando com desenvoltura sobre Raimar e obrigando o lateral remista a ficar mais preocupado em marcar do que em apoiar o ataque. Além disso, destacou-se pela eficiência e regularidade nos cruzamentos.

Se dependesse dele e de suas iniciativas pelo lado direito, o jogo não terminaria com o placar zerado. Comprovou que é, até agora, a melhor contratação do Papão para esta temporada.

Marcelo Rangel apareceu bem, com duas defesas importantes, com destaque para a jogada de Bryan logo aos 6 minutos. Um lance decisivo para o desenvolvimento do jogo. No minuto final, ajudou a bloquear uma finalização de Nicolas após cruzamento de Vinícius Leite.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 05)

Festival de gols perdidos marca o primeiro Re-Pa da temporada

Com o estádio Mangueirão lotado, Paysandu e Remo fizeram o primeiro clássico do ano, valendo pela 5ª rodada do Parazão. Apesar do entusiasmo dos torcedores, com direito a duelo de mosaicos criativos, o desempenho dos times ficou muito aquém do esperado, fato motivado principalmente por problemas físicos dos dois lados. O placar de 0 a 0 retratou bem a falta de inspiração dos times e de pontaria dos atacantes. Apesar do baixo nível técnico do jogo, os times desperdiçaram pelo menos seis oportunidades claras para marcar.

No primeiro tempo, o PSC foi superior, distribuindo-se melhor em campo e fazendo prevalecer a força de marcação com Val Soares, Biel e Gabriel Bispo. Os laterais Edilson e Kevyn apoiavam com frequência, criando seguidas situações de perigo para a defensiva do Remo. Logo aos 6 minutos, Jean Dias cruzou rasteiro e o meia Biel chegou batendo em direção ao gol. Marcelo Rangel defendeu e, no rebote, Nicolas chutou em cima da zaga.

Só dava Papão, que intensificou a pressão e expôs um certo nervosismo da zaga remista. O meio-campo azulino não funcionava, nem na marcação e menos ainda na criação, tanto que o primeiro ataque foi ocorrer só aos 15 minutos, quando Ytalo recebeu à entrada da área e deu um chute torto, pela linha de fundo.

Aos 24′ e 28′, o PSC voltou a pressionar. Primeiro com Jean Dias pela direita, cruzando para Nicolas desviar fraquinho diante do goleiro Marcelo Rangel. Em seguida, o ponta lançou para Bryan na área, mas ele não conseguiu mandar em direção ao gol.

O Remo parecia intimidado e pecava pela dispersão entre os setores. A segunda tentativa ofensiva foi com Marco Antônio, aos 45′, mas o disparo passou longe do gol. O meia-atacante tinha a opção de passar para Ytalo, de frente para o gol, mas preferiu arriscar.

O segundo trouxe um Remo mais acelerado, buscando compensar a desorganização exibida no primeiro tempo. O estreante Kelvin entrou na vaga de Echaporã, cansado, e teve participação no primeiro ataque mais agudo da equipe em todo o jogo. Aos 11 minutos, ele foi lançado na área, mas finalizou para o lado, desperdiçando grande chance.

Para tentar consertar o time, Ricardo Catalá lançou também Renato Alves no lugar de Daniel e Jaderson na vaga de Piovani. Deu certo. Melhorou a marcação e o time se tornou mais ofensivo pelos lados, além de menos travado no meio.

Logo a seguir, Hélio dos Anjos substituiu Biel por Robinho, enquanto Catalá fez mais duas mexidas, colocando Paulinho Curuá na vaga de Marco Antônio, que saiu lesionado, e trocou Reniê por Ícaro. O jogo ficou mais aberto e os erros continuaram a se repetir.

Aos 30′, foi a vez do volante Renato Alves errar na hora de definir uma jogada na área. Foi lançado por Camilo, mas a bola saiu perto do gol. Aos 34′, foi a vez de Curuá bater cruzado após belo passe de Kelvin. O chute rasteiro enganou o goleiro Mateus Nogueira e quase entrou no canto direito da trave.

Pressionado, o PSC fez mais três mudanças: saíram Val Soares, Edilson e Bryan para a entrada de Leandro Vilela, João Vieira e Vinícius Leite. O time foi à frente e, aos 39′, perdeu outro gol. Livre de marcação, Nicolas recebeu passe de calcanhar de Jean Dias e mandou um chute de rosca por cima da trave. O mesmo Nicolas teve a última bola do jogo, recebendo passe de Kevyn, mas foi bloqueado na hora do arremate final.

NÚMEROS DO CAMPEONATO

Jogos realizados – 24
Gols Marcados – 49

Artilheiros
Nícolas (Paysandu), Chula (Tuna) e Gilleard (Bragantino) – 4 gols
Echaporã (Remo), Dedé (Tuna), Filipe Eduardo (Cametá) e Mariano (Tapajós) – 2 gols
Ytalo, Camilo e Marco Antônio (Remo), Bryan Borges (Paysandu), Raylson, Alê e Petti (Caeté), Pedrão, Balotelli, Magnum e Luan Batoré (Cametá), Gedoz, Matheus, João Victor e Paulinho (Castanhal), Braga e Kaike (Águia), Nilson Gomes (Tapajós), Wesley (Tuna), Edicleber (Bragantino), André Rosa, John Kennedy e Ruan Café (São Francisco), Felipe Vigia e Flávio (Santa Rosa), Marudá, Joel e Derlan (Canaã) e Pietro-contra (Canaã) – 1 gol cada

Classificação
Paysandu – 10
Remo – 7
Tuna, Bragantino e Cametá – 6
Caeté e Tapajós – 5
São Francisco e Santa Rosa – 4
Águia – 3
Castanhal e Canaã – 2

Rock na madrugada – MC5, “Kick Out The Jams”

Ao lado de Iggy & The Stooges, o MC5 de Michigan (Motor City 5) foi uma das primeiras bandas a iniciar um protótipo daquele gênero incendiário e bruto que seria chamado de punk rock, também conhecido como protopunk. Fundada pelos amigos e guitarristas Wayne Kramer e Fred “Sonic” Smith, a banda ficou conhecida pela canção “Kick Out The Jams” do álbum de estreia. O interessante é que o disco foi todo gravado ao vivo no Grande Ballroom em Detroit, uma novidade para um álbum de estreia à época.

Logo surgiram problemas com a faixa-título: o vocalista Rob Tyner abria a música com um xingamento: “Tudo bem agora, é hora de acabar com as jams, filhos da puta!”, antes dos endiabrados riffs de Kramer na abertura. Para para tocar nas rádios, a frase foi posteriormente regravada como “Kick out the jams, Brothers and Sisters”. No show (acima) que originou a gravação, Tyner, Kramer e Fred Sonic encantaram a plateia com uma performance incendiária.

Ao longo dos anos, a música foi regravada por vários artistas em diferentes estilos, desde hard rock (Blue Öyster Cult), hardcore (Bad Brains) e stoner rock (Monster Magnet) até o death metal sueco (Entombed) e o garage punk japonês (Guitar Wolf).

O MC5 foi a única banda a tocar para os manifestantes contra a Guerra do Vietnã durante a Convenção Nacional Democrata de 1968, em Chicago. O engajamento político culminou em confrontos violentos e a banda passou a ser questionada por sua aliança com os jovens revolucionários.

Fundador do MC5, Wayne Kramer morreu nesta sexta-feira (2) em Los Angeles, aos 75 anos, de um câncer no pâncreas. Depois da separação do grupo, em 1975, Kramer chegou a ser preso por tráfico de drogas. Depois, tocou com artistas e bandas como GG Allin, Was (Not Was) e Rage Against the Machine, onde se tornou unha-e-carne com o guitarrista Tom Morello.

“Ele será lembrado por iniciar uma revolução na música, na cultura e na bondade”, afirma a nota postada no Instagram do americano. Nos últimos 20 anos, o guitarrista dedicou-se a causas beneficentes, procurando ajudar ex-detentos e pessoas dependentes de drogas.

Onde os fracos não têm vez

POR GERSON NOGUEIRA

O clássico mais jogado no mundo (770 vezes) volta a concentrar as atenções do público paraense. A semana só não foi dedicada inteiramente a debates sobre a partida porque a apresentação do Flamengo na quarta-feira deu um corte na programação natural. Nos outros dias, porém, o tema dominante foi o desafio marcado para hoje, às 17h, no Novo Mangueirão.

Como na maior parte das vezes, os rivais entram em campo sem favoritismo visível. Os times jogaram pouco até agora, não há um consenso nem quanto aos titulares. No Campeonato Paraense, o PSC disputou três jogos e venceu todos. O Remo atuou apenas duas vezes, saindo vitorioso em ambas.

A rigor, reina o equilíbrio absoluto. Os dois lados chegam reforçados ao confronto que pode ser o único de 2024. Fizeram 41 contratações no total e estão inteiramente modificados em relação à temporada passada. O investimento é vultoso, tanto dos bicolores visando a Série B quanto dos azulinos de olho na Série C.

Para quem for ao Mangueirão esperando um grande espetáculo, recomenda-se certa cautela justamente porque o entrosamento ainda não é o ideal, nem pode ser. 

No PSC, o técnico Hélio dos Anjos pontifica como personagem do clássico, pois mantém longa invencibilidade – não perdeu o Re-Pa quando treinava o Remo e se manteve imbatível nas duas passagens pelo Paysandu. O comandante azulino Ricardo Catalá ainda não venceu.

Quanto aos destaques, o PSC tem Nicolas como grande trunfo. O centroavante voltou ao clube nesta temporada, após passagem apagada no Ceará em 2023, quando fez apenas três gols. Bastaram as três partidas no Parazão para que superasse essa marca, assinalando quatro gols.

É visível que Nicolas cresce tecnicamente quando veste a camisa alviceleste. Há o aspecto emocional e o carinho da torcida contribuindo para isso. Recuperou o protagonismo da passagem anterior e já é apontado como ídolo do atual elenco.

No Remo, as duas partidas disputadas no Estadual não foram suficientes para que a torcida elegesse um ídolo, mas Camilo e Echaporã chegaram perto disso. Com atuações elogiadas na estreia contra o Canaã, ambos ganharam a confiança do torcedor remista.

Contra o Castanhal, o time não funcionou tão bem ofensivamente e ganhou por 1 a 0. Placar magro, mas a arquitetura do gol deixou excelente impressão. Camilo recebeu cruzamento e desviou de peito para a finalização de Echaporã. Um golaço.

Outros nomes com potencial para abrilhantar a tarde-noite no Mangueirão: Robinho, Jean Dias e Bryan, no Papão; Ytalo, Pavani e Marco Antônio, no Leão.  

Mesmo que a partida não seja um primor de técnica, pelas razões próprias de um começo de temporada, um ingrediente certamente não vai faltar: a emoção proporcionada por 50 mil torcedores, responsável por injetar espírito de competição e raça nos jogadores.

Troféu Camisa 13 marca presença no clássico

Com o objetivo de incentivar ainda mais o torcedor-eleitor, ações promocionais do Troféu Camisa 13 estão sendo programadas para o estádio Jornalista Edgar Proença, por ocasião do Re-Pa. A equipe do marketing e da coordenação preparam surpresas para o torcedor, que é o melhor técnico do Parazão.

O Troféu Camisa 13, criado pela RBAV há 32 anos, se consolidou como a maior, mais popular e democrática premiação do esporte paraense.

Bola na Torre

O programa começa às 22h, na RBATV, totalmente dedicado à cobertura e à análise do clássico Re-Pa 771. Guilherme Guerreiro comanda a atração, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. A edição é de Lourdes Cezar.

Inversão de mando descaracteriza o Parazão

O Congresso Técnico Extraordinário convocado pela Federação Paraense de Futebol (FPF), na terça-feira (30), tomou uma decisão que busca corrigir um problema que insiste em se repetir todos os anos: a necessidade de inversão de mando porque vários clubes não dispõem de estádios adequados para realizar seus jogos.

Em decisão unânime, os 12 clubes concordaram em mudar o regulamento do Campeonato Estadual para que a inversão seja permitida. Na prática, a iniciativa corrige a falta de estádios em condições de jogo, mas decreta uma importante perda de característica da competição.

Mais importante: prejudica os objetivos do principal patrocinador do campeonato, cujo interesse óbvio é levar sua marca a todas as regiões do Estado.

Há tempos, o Parazão pretende ser um torneio de amplitude estadual, reunindo times representativos de todas as regiões. A inversão de mando a partir da anuência dos dois clubes diretamente interessados podia ter incluído um adendo: “por motivo justificado” – falta de condições do gramado ou de segurança para o público.

Do jeito como ficou acordado, o mando será invertido sempre que um time do interior, por mero interesse financeiro, preferir jogar na capital contra um dos grandes, Remo ou PSC. Há quem pense que, desse modo, fica bom para todos os clubes. Para o campeonato, porém, não é o melhor caminho.

O que se deveria definir para os próximos anos é uma medida mais prática: times sem campo de jogo automaticamente perdem direito ao mando. Politicamente talvez não seja do agrado geral, mas é o que o bom senso recomenda.

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 04)

Basquete: Seleção feminina chega para disputar vaga na Olimpíada

Jogadoras chegaram à capital paraense na noite de sexta-feira (2) e destacaram a importância do Brasil sediar pela primeira vez a competição

A Seleção Brasileira já está em Belém, para se preparar para o pré-olímpico de basquete feminino, que terá início no próximo dia 8, em Belém, na Arena Guilherme Paraense (Mangueirinho). No aeroporto, a pivô do time, Érika de Souza, que coleciona títulos com a camisa Brasileira citou a importância de jogar em um pré-olímpico inédito no Brasil, que este ano será realizado no Mangueirinho, no Pará. “Sabemos que qualquer competição que envolve a Seleção Brasileira é um grande desafio, ainda mais no Brasil.”

“Sabemos que o ginásio vai ter a capacidade para 11 mil pessoas, então acho que é um momento importante para o Basquete Feminino, tanto para mim quanto para os meninas que estão chegando agora. E é um desafio, é uma emoção muito grande poder estar aqui, contar com a torcida de todo mundo, ir para a guerra, porque agora é uma guerra, agora realmente está valendo, já chegamos aqui, vamos descansar um pouco, amanhã já pensar no treino, pensar já nas adversárias, e ir para cima que essa vaga é nossa”, disse a atleta Érika de Souza.

Os treinos das equipes que vão disputar o torneio que garante a vaga para Paris, serão realizados entre os dias 02 e 05 de fevereiro, na sede da Assembleia Paraense e a partir do dia 06, no Mangueirinho.

“A obra de reforma da área interna do Mangueirinho já está em fase final, e logo será entregue pelo Governo do Pará, esta é mais uma importante ação em prol do esporte paraense, desta vez com o Mangueirinho reformado, sendo sede do pré-olímpico de basquete feminino, evento inédito no Brasil, que será realizado no estado do Pará”, ressalta o Secretário Cássio Andrade.

Jogadora Érika e a atleta paraense de basquete, Jessica Coutinho, que foi ao aeroporto recepcionar as jogadorasA atleta paraense de basquete, Jéssica Coutinho, que faz parte do time de basquete feminino Master Pará, esteve no aeroporto para recepcionar a seleção brasileira. “É um sentimento de pura alegria, êxtase, não só meu, mas de todo nosso time, todas as pessoas que gostam do basquete, porque é a primeira vez, e o Mangueirinho está lá, de cara nova e nós estamos na expectativa dos jogos começarem para assistir esse espetáculo e ver a vitória do Brasil se Deus quiser”, disse.

O pré-olímpico garante 3 vagas para as olimpíadas de Paris 2024, que será disputada pelas seleções do Brasil, Alemanha, Austrália e Sérvia, no Mangueirinho, de 08 a 11 de fevereiro. As informações sobre a venda dos ingressos, meia entrada e gratuidade, estão disponíveis no site da Confederação Brasileira de Basquete. (Da Agência Pará)