Para consolidar o primeiro lugar

POR GERSON NOGUEIRA

Derrotar Cametá e Canaã é o plano do PSC para assegurar a primeira colocação na fase de classificação do Parazão e ficar à vontade para a rodada de abertura da Copa do Brasil contra o Ji-Paraná. Serão três partidas longe da torcida. E o primeiro desafio acontece hoje, às 16h, no Parque do Bacurau, contra o Cametá.

Com 13 pontos conquistados, o Papão pode ampliar a distância para o segundo colocado – Remo, com 10 pontos – e estabelecer uma pontuação ainda mais folgada na liderança. Pelas queixas da comissão técnica e dos jogadores, o maior problema a enfrentar em Cametá e Parauapebas é a condição dos gramados.

Em Ji-Paraná (Rondônia), o campo também se constitui num obstáculo para os bicolores, que desde a primeira rodada do Estadual têm reclamado do estado geral dos gramados interioranos.

Apesar das queixas, o time de Hélio dos Anjos até o momento não encontrou dificuldades nos campos do interior. Passou pelo Caeté, com alguma dificuldade, mas triunfou em Marabá sobre o campeão Águia, na melhor exibição do time na competição.

Para superar o Cametá, sexto colocado com seis pontos, ganhou um trunfo de última hora. Vinícius Leite, recuperado de lesão, atuou por alguns minutos contra Remo e Bragantino. Está pronto para entrar de cara hoje, substituindo Jean Dias, suspenso.

Hélio tem outras opções. Pode utilizar Edinho, que ficou fora dos últimos jogos, e Leandro, também liberado pelo departamento médico. Uma outra alternativa seria Juninho, meia que sabe jogar na frente e foi o herói da suada vitória sobre o Bragantino. Ainda há a hipótese mais remota de utilização do atacante Hyuri.

Com exceção de Vinícius e Edinho, os demais jogadores representam uma mudança no sistema de jogo do PSC. Juninho torna o meio-campo mais intenso e dominante, mas não é um atacante em tempo integral. Hyuri é um avançado sem a velocidade que Leandro tem.

Titular em 24 partidas do Papão em 2023, Vinícius tem a preferência de Hélio tanto pela movimentação pelo lado esquerdo, como pela facilidade para recompor e o talento para tiros de média distância. Foi decisivo no quadrangular do acesso com um gol no triunfo sobre o Botafogo-PB, por 3 a 2, em João Pessoa.

Em condições de atuar nos dois tempos, ele pode ser o parceiro ideal para o artilheiro Nicolas no duelo contra o Mapará.

Por dias melhores para o Leão

Baluarte da coluna e do blog campeão, o amigo Ronaldo Passarinho é um dos mais abalizados conhecedores da alma remista. Grande benemérito e sócio proprietário há 72 anos, tem autoridade e poder de fala para opinar sobre o Leão atual. Quando comenta, todos prestam atenção. 

Eis seu comentário:

“O Remo tem uma ótima estrutura no futebol. O executivo de futebol é um dos mais famosos, pelo menos no Norte/Nordeste: Sérgio Papelin;

Um psicólogo como técnico, Ricardo Catalá, que ainda não encontrou um esquema de jogo definido; um ‘auxiliar técnico’, não sei o nome; um ‘analista de sistema’; um analista de mercado, e por aí vai.

Interessante como todos os times que jogaram contra nós vinham com sistema de jogo definido por seus técnicos anônimos: a exceção foi o Paissandu. Os times ditos menores apresentaram alguns jogadores superiores aos nossos. A única diferença está nos salários do Remo.

A Tuna tem três jogadores bem melhores que os nossos: Germano, no meio, ou na linguagem atual, no ‘terço médio’. Chula, artilheiro do campeonato. E o menino Gabriel, autor do gol da vitória contra nós.

O Tapajós, como ‘judeu errante’, longe de sua cidade, veio com um excelente meiuca, o Nilson. Em outros pequenos, destaque para o Gileard do Bragantino.

Por que não pesquisamos alguns jogadores locais? A resposta é simples, os mesmos não estão no celular dos empresários amigos.

Terça feira, dia 20, vamos jogar pela primeira vez longe de Belém, pela Copa do Brasil. Espero uma classificação que valerá ao Remo R$ 925 mil. Meu alerta é porque a Série C está às portas. Meu coração de remista, sócio proprietário desde 1952, clama por melhoras”.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, às 22h, na RBATV, com a participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba baionense. O Campeonato Paraense é o tema em debate. A edição é de Lourdes Cezar.

Pikachu se consagra como defensor artilheiro

Nenhum outro jogador originalmente de defesa marcou tantos gols quanto o paraense Yago Pikachu no futebol brasileiro. Contra o River do Piauí, nesta semana, pela Copa do Nordeste, ele atingiu 150 gols na carreira. A marca é reverenciada com entusiasmo pela torcida do Fortaleza, mas deveria ser mais valorizada e reconhecida em todo o país.   

Pikachu, revelado na base do PSC, tornou-se ídolo alviceleste. Em 213 partidas, conquistou títulos e marcou 62 gols, atuando como lateral-direito. Depois do Papão, foi defender o Vasco, onde fez 39 gols em 253 jogos – foi o jogador que mais vestiu a camisa cruzmaltina no século 21.

Chegou ao Fortaleza em 2021. Virou ídolo e capitão, sempre marcando muitos gols. Passou um curto período no Japão e voltou em 2023, para reassumir o protagonismo no clube pelo qual marcou 46 vezes em 175 jogos. Voando como está, tem tudo para ampliar a marca.  

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 18)

Como uma empresa do Paraná se tornou líder do mercado do açaí

Polpanorte é uma das marcas do Grupo Zeppone, que deve registrar um faturamento de R$ 420 milhões em 2023, crescimento de 30% em relação ao ano anterior

Da revista EXAME

Uma empresa de Japurá, munícipio no interior no Paraná, assumiu a liderança do mercado de açaí, superando empresas tradicionais do setor, como Frooty e Oakberry. Com capacidade de produção de 160 toneladas de açaí por dia, a Polpanorte se tornou neste ano a maior produtora de açaí do Brasil. A marca faz parte do Grupo Zeppone, que deve registrar um faturamento de R$ 420 milhões em 2023, crescimento de 30% em relação ao ano anterior.

Transportar o açaí do norte ao sul do país não é uma tarefa fácil. Tudo começa com a colheita do fruto, que é realizada por cerca de 25 produtores paraenses, entre cooperativas e empresas formais. Cada um deles têm cerca de 20 a 50 fornecedores ribeirinhos.

O processamento do açaí acontece em Benevides, no Pará, onde a companhia opera uma planta industrial desde o início de 2022. Para verticalizar a produção, o grupo investiu cerca de R$ 30 milhões para colocar a indústria em pé. Uma segunda rodada de investimento de R$ 20 milhões foi realizada no ano passado para aumentar a capacidade de produção.

Depois desta etapa, a polpa do açaí é transportada até a indústria da companhia no Paraná, local no qual o produto é acabado. A Polpanorte conta com uma frota de 20 veículos próprios, entre carretas e bi-trucks, além de fretes terceirizados para completar a operação logística. Toda distribuição dos produtos finais parte do Paraná para todo o Brasil.

“Na safra de açaí, temos aproximadamente 20 caminhões puxando fruto pra Benevides e durante o ano mais de 400 carretas frigoríficas transportando polpa do Pará para o Paraná”, diz o CEO João Zeppone.

QUEM É A POLPANORTE

A Polpanorte é uma das marcas do Grupo Zeppone, fundado em 1995, em Japurá, no interior no Paraná. A empresa familiar investia mais em operações agrícolas do que no crescimento das marcas de polpas e frutas congeladas.

Depois de uma divisão societária, em 2015, Nelson Zeppone e seus filhos passaram a investir mais na produção do “ouro roxo” da floresta amazônica: o açaí. “Sempre enxergamos potencial de negócio na Polpanorte, mas era necessário investir em indústria e gestão, algo que não era viável antes”, explica o CEO.

A dona das marcas Polpanorte, Origem Açaí e Frutuá é liderada atualmente por João Zeppone e se dedica à produção de polpas e açaí, cremes e sorbets, além de frutas congeladas.

Filho de Nelson Zeppone, um dos fundadores da indústria alimentícia paranaense, João faz parte da segunda geração no comando do negócio familiar e atua na empresa desde os 16 anos, com passagens por diferentes setores da companhia.

Ele assumiu o cargo de CEO em 2020, depois de cinco anos à frente da diretoria. Hoje, aos 31 anos, sua gestão impulsiona a expansão do grupo. “Em 2020 nos tornamos uma S/A de capital fechado e estruturamos melhor a nossa governança. Eu assumi o cargo de CEO e o meu pai virou presidente do conselho”, diz o executivo.

ESTRATÉGIA DE MERCADO

Além de ampliar a fábrica em Japurá, no Paraná, o grupo decidiu investir na construção de uma planta industrial em Benevides, no Pará. Em 2019, a companhia desembolsou R$ 30 milhões no projeto que começou a operar dois anos depois.

Com uma base no Pará, a companhia conseguiu verticalizar a produção e reduzir custos de operar na região com empresas terceirizadas. “Desde 2015 nós crescemos mais de dois dígitos por ano. Com a operação da planta de Benevides conseguimos dobrar a produção de sorbet de açaí e alcançar a liderança do mercado”, diz o executivo.

Em vez de focar nas vendas para o consumidor final, o grupo decidiu ganhar espaço no mercado de food service através de distribuidores locais, que também atendem o pequeno varejo local. Hoje, as lojas de açaí e sorveterias atendidas via distribuidores representam 70% das vendas de açaí Polpanorte.

“No começo usamos a nossa base de distribuidores de polpa de fruta para crescer. Muitos deles trabalhavam com outras marcas de açaí do mercado”, diz Zeppone.

O grupo focou em crescer nos estados da região Sul e Centro-oeste. O produto foi bem aceito pelo mercado e, em três anos, a Polpanorte se tornou líder de mercado.

O grupo conta atualmente com 80 distribuidores. Para o CEO, aumentar a quantidade de vendas de cada distribuidor é mais importante do que aumentar o tamanho da base de forma rápida.

“Investimos em testes e degustação de produtos, além de treinamentos de vendas, para garantir que os nossos distribuidores tenham a capacidade de atender cada vez mais clientes”, explica.

A empresa não divulga mais detalhes sobre a construção das parcerias com distribuidores, redes de supermercados e atacadistas, e os diferenciais competitivos em relação ao mercado.

Para a reportagem, a Polpanorte informou que os planos de negócios são estudados caso a caso, o que gera benefícios em toda a cadeia.

MARKETING ESTRATÉGICO

O grupo também tem investido mais em estratégias de marketing. A Polpanorte conta com lounges permanentes nos camarotes dos principais estádios de futebol, como Morumbi, Neo Química Arena, Vila Belmiro, Allianz Parque e Engenhão.

Além disso, está presente nos principais shows internacionais no Brasil, como Coldplay, Rebeldes, Taylor Swift, Red Hot e Paul McCartney. “Com as degustações queremos apresentar os produtos aos consumidores e popularizar a marca”, diz o executivo.

A primeira linha licenciada de açaí foi lançada no mês passado. A parceria entre Polpanorte e a Mauricio de Sousa Produções resultou no açaí ‘Turma da Mônica’, que vai das gôndolas dos supermercados para o consumidor final.

O mercado de açaí cresceu 15,5% entre janeiro a setembro de 2023, de acordo com a startup de dados para varejo e indústria Scanntech. No período, a empresa aumentou em 30% as vendas diretas do produto.

Para 2024, a companhia quer superar os R$ 520 milhões em vendas. Para isso, o número de distribuidores em São Paulo deve aumentar — assim como o volume de vendas e a participação de mercado no estado.

O foco da companhia segue no mercado de foodservice, mas iniciativas voltadas ao cliente final devem ser desenvolvidas no próximo ano. É o caso das lojas próprias. O grupo conta com algumas lojas próprias ‘Origem do Açaí by Polpanorte’, que estão sendo usadas como piloto para o projeto de franquias.

As exportações também devem avançar com novas parcerias. Com 130 produtos no portfólio, o grupo já está presente em 16 países. “Queremos triplicar o volume de exportações em 2024”, diz o executivo.

(Publicada em novembro de 2023)

Rock na madrugada – Nação Zumbi, “Um Sonho”

Banda fundamental no processo de fusão do rock com o maracatu, o forró e as demais sonoridades nordestinas, o Nação Zumbi brilha até hoje, mesmo sem seu criador, o lendário Chico Science, que morreu em 1997. Jorge Du Peixe e Lúcio Maia se encarregaram de levar adiante o belíssimo projeto do mangue beat, música com DNA visceralmente pernambucano. “Um Sonho”, do álbum Nação Zumbi, de 2014, é uma das mais viciantes baladas roqueiras já compostas no Brasil.

Estão comendo o mundo pelas beiradas/Roendo tudo, quase não sobra nada/Respirei fundo achando que ainda começava/Um grito no escuro, um encontro sem hora marcada

Ontem eu tive esse sonho/ Nele encontrava com você /Não sei se sonhava o meu sonho /Ou se o sonho que eu sonhava era seu /Um sonho dentro de um sonho /E eu ainda nem sei se acordei

Reza a lenda que Du Peixe sonhou com Chico Science durante viagem de ônibus para um show e a letra veio pronta quando ele acordou, visivelmente inspirada nos replicantes de Blade Runner. Seja como for, é um senhor presente da NZ para o pop rock brasileiro, com a cantoria indolente de Du Peixe e a guitarra hendrixiana de Lúcio Maia em afiado ziguezague sonoro.

Reforços de sobra, time de menos

POR GERSON NOGUEIRA

A cada nova contratação anunciada pelo Remo – são 21 até agora – surge a questão de sempre. Tantos reforços ajudam de fato o técnico a montar um time competitivo? Pelo aspecto lógico, a resposta seria: sim, ajudam. O problema é que o futebol não segue regras lógicas quando o assunto é o complexo processo de escolha dos jogadores.

As duas dezenas de contratações que o Remo trouxe até agora não resultaram na formação de um time. Há jogadores de sobra, o elenco é numeroso, mas o técnico Ricardo Catalá não encontrou o caminho das pedras até o momento.  

Dessa indefinição resulta várias alternativas de times, com testes constantes de jogadores e nenhuma escalação que o torcedor aprenda a conhecer de cor. Pode não ser isso, mas fica a impressão de que o treinador está mergulhado em dúvidas, perdido, sem saber direito como escolher.

Na entrevista que concedeu depois do jogo com o Tapajós, ainda sob os efeitos das vaias que recebeu, Catalá admitiu que não chegou ainda à formação ideal. Reconheceu que, após cinco rodadas, não tem uma equipe inteiramente definida.

Citou como exemplo a situação do meio-de-campo, onde não há um titular na primeira volância. Daniel, Renato Alves ou Henrique? Catalá disse que os três têm demonstrado qualidades, mas apresentado problemas, o que impediu que se decidisse por um deles.

Curiosamente, não mencionou Paulinho Curuá, seguramente o melhor volante do elenco, mas sempre deixado de lado. É uma espécie de titular da reserva desde o ano passado.

Outras dúvidas não esclarecidas pelo técnico estão no lado esquerdo, onde Raimar e Marco Antônio vêm se destacando, mas na última partida o lateral foi substituído razoavelmente por Nathan. Na direita, Felipinho foi aprovado plenamente, mas o lateral Thalys perdeu a titularidade para Vidal.

Não explicou também a opção por dois zagueiros de área que mostram extrema insegurança desde o clássico Re-Pa. Ligger e Reniê exibiram desentrosamento e baixa conexão. Diante do modesto Tapajós, bateram cabeça o tempo todo e deixaram o torcedor assustado.

O gol do time santareno foi um primor de desatenção defensiva. Os zagueiros não conseguiram chegar na bola, que atravessou a área até chegar viva para a finalização de Elizeu. O erro se repetiu por mais três vezes, inclusive no gol anulado (corretamente) no fim do 1º tempo.

Boa parte das vaias dirigidas a Catalá tem a ver com a dupla de zaga, mas a indefinição sobre o papel de Camilo também chama atenção. Contra a Tuna, ele entrou como ponta esquerda no lugar de Marco Antônio. Diante do Tapajós, foi praticamente um atacante de área.

As avaliações críticas não podem desconsiderar o fato de que o trabalho ainda está no começo. O problema é que o torcedor é um apressado por natureza.

Final em Buenos Aires atiça velha rivalidade

A grande final da Libertadores de 2024 será disputada em Buenos Aires. A Conmebol definiu a capital argentina, mas não apontou o estádio escolhido, embora o Monumental de Nuñez (do River Plate) seja o palco mais provável. Passou por ampla reforma e é hoje o maior estádio da América do Sul, com capacidade para 83 mil espectadores.

Outras opções são a Bombonera, do Boca Juniors, o Nuevo Gasómetro, do San Lorenzo, e o José Amalfitani, do Vélez Sarsfield. A decisão, independentemente do estádio, será no dia 30 de novembro.

É a primeira vez que o formato de final, desde que a sede única foi instaurada, que um estádio argentino receberá a decisão da Libertadores. Desde 2019, as sedes foram Lima (Peru), Montevidéu (Uruguai), Guayaquil (Equador) e Rio de Janeiro (Brasil), duas vezes.

Ao longo da história, a Argentina já recebeu 14 finais do principal torneio interclubes da América do Sul, com Buenos Aires sediando nove desses jogos. A capital é a segunda cidade que mais recebeu decisões e igualou São Paulo na liderança, com 10.

É uma chance de ouro para um representante brasileiro conquistar a Libertadores em uma final contra o River Plate dentro do Monumental e quebrar um tabu de 61 anos para o futebol brasileiro: dar a volta olímpica da competição em estádio de um grande clube argentino. 

Só o Santos foi campeão dentro de Buenos Aires. Foi em 1963, na Bombonera, contra o Boca Juniors, em pleno apogeu de Pelé. Além do time do Rei, só o Grêmio deu a volta olímpica na Argentina, em 2017, mas diante do modesto Lanús.

Hélio lamenta que o Estadual não sirva de parâmetro

A velha discussão está de volta: o Parazão é parâmetro para clubes que têm competições pela frente? Hélio dos Anjos afirmou ontem, de forma enfática, que não considera o Estadual como referência, principalmente quanto à avaliação do potencial dos times.  

O técnico do Papão está certo. O campeonato não permite que se tenha uma ideia da força dos times para o Brasileiro. Hélio citou os exemplos de Ponte Preta e Novorizontino, que disputam o Paulistão, certame estadual mais competitivo do país.

A Ponte fez jogo equilibrado com o Red Bull Bragantino, perdeu por um detalhe. O Novorizontino derrotou o Corinthians dentro de Itaquera. Obviamente, são grandes times, muito mais fortes do que os adversários que o PSC enfrenta no Parazão.

Como não há como mudar a realidade das coisas, Hélio apenas lamentou e reconheceu que é fundamental trabalhar mais forte para diminuir as diferenças e desvantagens em relação aos concorrentes paulistas.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 16)

No sufoco, Leão volta a vencer

POR GERSON NOGUEIRA

O técnico Ricardo Catalá foi muito vaiado no intervalo da partida e depois do apito final também. É início de trabalho, todos compreendem, mas o pavoroso comportamento defensivo irritou os torcedores, desconfiados com as atuações nos clássicos contra PSC e Tuna. A vitória de virada significou a recuperação do Remo no campeonato, mas a repetição de erros deixou muitas dúvidas no ar quanto à confiabilidade do time.

Quando um time vence por dois gols de diferença fica a impressão de que impôs superioridade em relação ao oponente. Não foi bem o caso do confronto de ontem à noite, quando o Tapajós foi sempre organizado e perigoso quando investia em direção ao gol.

O gol tapajônico aos 20 minutos, com Elizeu aproveitando cobrança de escanteio, fez o torcedor reviver as aflições do clássico diante da Tuna, que também saiu na frente. Aos 25’, na primeira boa jogada bem tramada, a bola chegou a Marco Antônio na esquerda e o cruzamento saiu certeiro, nos pés de Ytalo, que desviou para as redes.

Nem mesmo a igualdade fez o Remo se tranquilizar. Seguiu sofrendo com as articulações do adversário, sempre iniciadas por Otávio e buriladas por Nilson, um dos melhores em campo. Um novo lançamento longo que garantiu a virada azulina ainda na etapa inicial: Ligger lançou Camilo no centro do ataque, o meia se livrou da marcação e bateu no canto direito de Cassiano, para colocar o Remo em vantagem.

Logo em seguida, Marco Antônio driblou um marcador dentro da área e chutou em direção ao gol, mas a bola desviou na zaga. Depois disso, foi só pressão do Tapajós buscando o empate, que quase veio com o zagueiro Sorriso, mas o lance foi anulado por impedimento, aos 49’.

Depois do intervalo, com Thalys substituindo Vidal na lateral direita, o Remo voltou mais adiantado, tentando errar menos. O duelo no meio-campo ficou mais equilibrado, com a participação de Henrique, muito empenhado em dar o primeiro combate à frente da zaga.

Nilson continuava jogando à vontade, sem muitos obstáculos para ir à frente e lançar bolas na área. Numa dessas tentativas, a zaga retomou e tocou para Camilo, que lançou Felipinho na direita. O ponta recebeu e fez um cruzamento perfeito para Ytalo no comando do ataque. Este deu um leve toque para Marco Antônio chegar e finalizar.

Um bonito gol, com a bola entrando no lado direito da trave de Cassiano. A vantagem de 3 a 1 poderia deixar o Remo menos atrapalhado nas ações pelo meio e nas tentativas de saída pelos lados. Lego engano.

O Tapajós seguiu mais presente no campo de defesa azulino, aproveitando o recuo da equipe. Ficou ainda mais perigoso depois que, por contusão, Marco Antônio e Felipinho foram substituídos por Echaporã e Kelvin.

O Remo só levou perigo outra vez quando Camilo cobrou uma falta com maestria, bem ao seu estilo, aos 34 minutos. A bola ia no canto esquerdo, mas Cassiano mandou para escanteio.

Quase ao final, Borel (que substituiu Tiago) acertou um tiro forte no travessão de Marcelo Rangel. O goleiro ainda salvaria a lavoura em chute rasteiro de Jaquinha que pegou efeito após resvalar em Ligger. Defesa milagrosa, de puro reflexo.

Vitória importante, excelente resultado, mas desempenho chinfrim, abaixo das expectativas da torcida, que voltou a vaiar o técnico no final.

Técnico não contesta vaias e vê evolução no time

O técnico Ricardo Catalá faz boas e comedidas análises dos jogos. Não costuma exagerar nos rapapés, nem fica com auto louvação, como é do feitio alguns. Melhor assim. Vaiado pela torcida azulina, que não se conforma com a derrota para a Tuna e nem esquece a pífia temporada de 2023, ele não perdeu a elegância nas respostas no pós-jogo.

Admitiu que não tem uma formação definida, por isso as experimentações e tentativas com vários jogadores. Atribuiu aos problemas de condicionamento o rendimento oscilante de alguns jogadores – Ligger, principalmente, que deixou a torcida com os cabelos em pé.

Fez questão de elogiar a boa participação de Henrique na marcação, a insistência com lançamentos longos, responsáveis pelos dois primeiros gols, e destacou o poder de reação do time, que saiu em desvantagem e conseguiu reagir rápido.

Por outro lado, não deixou de tirar uma casquinha, mencionando que na Série C do ano passado arrumou o time a partir da zaga e terminou o campeonato com a segunda melhor média na parte defensiva.

Precisa apenas explicar como a dupla titular da defesa não consegue nem afastar bolas fáceis em cobranças de escanteio. Mesmo em segundo lugar na classificação, o torcedor não se conforma em ver um time tão inseguro quando é atacado, por isso reage manifestando insatisfação.

Déficit de talento explica fracasso do basquete feminino

A torcida paraense foi incansável nas manifestações de carinho e incentivo à seleção brasileira de basquete feminino durante as três partidas do Pré-Olímpico, disputado na Arena Mangueirinho, semana passada. Apesar do apoio, isso não foi suficiente para empurrar o time à classificação.

As três derrotas puseram fim ao sonho da vaga olímpica para os Jogos de Paris. Em alguns momentos, a seleção até parecia perto de alcançar isso, como na estreia diante da Sérvia. Mesmo assim, a diferença de qualidade frente a australianas e germânicas foi gritante demais.

Na partida final, disputada no sábado, o placar nunca foi próximo da diferença necessária para classificar o time. Em muitos momentos, ficou escancarada aquela que é a maior deficiência do nosso basquete atual: a ausência de talentos.

Quem acompanhou todos os jogos saiu tristemente conformado. Sem jogadoras diferenciadas, como Paula e Hortência, voltar aos dias de glória será muito difícil, talvez impossível.   

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 15)

Rock na madrugada – Pink Floyd, “Shine On You Crazy Diamond”

Presente em qualquer lista de clássicos definitivos do rock, “Shine On You Crazy Diamond” aparece aqui numa versão ao vivo, capturada em Knebworth, 1990. A refinada qualidade instrumental do Pink Floyd está sempre em destaque, a partir da genialidade de David Gilmour, que assumiu o comando com a saída de Roger Waters.

A música é uma homenagem tocante a Syd Barrett, poeta e músico fundador da banda nos anos 60 e que mergulhou no abismo das drogas e da loucura, de onde nunca mais conseguiu sair. Morreu em 2006, vitimado por complicações de diabetes, mas jamais será esquecido.

Em 1973, quando o mítico “The Dark Side of the Moon” estourava nas paradas, Gilmour comentou ao Melody Maker sobre as incertezas que rondaram a banda depois que Barrett se retirou. Amigo do compositor desde a infância, o guitarrista conviveu com ele por apenas duas semanas no grupo. Sem ele, Gilmour e os companheiros acharam que o Pink Floyd podia acabar, o que não ocorreu.

Mesmo depois que empresários de Barrett entraram em embate jurídico com o grupo, as relações continuaram boas. Sem ressentimentos, eles aceitaram tocar e produzir várias canções no primeiro álbum solo de Syd, “The Madcap Laughs” (1970). Gilmour e o tecladista Richard Wright (já falecido) ainda trabalhariam em seu disco seguinte, “Barrett”.

O impressionante é que o “Diamante Louco” (Crazy Diamond) como era chamado foi tributado ainda em vida – a canção é de 1975.

O Diamante Louco agora brilha no céu. Shine, Syd!

Com vaias da torcida, Leão derrota o Boto no Baenão

Como visitante no estádio Baenão, o Remo venceu o Tapajós de virada por 3 a 1, nesta quarta-feira, 14, pelo jogo adiado da 3ª rodada do Campeonato Paraense. O resultado recoloca o Leão na segunda posição, com 10 pontos. A partida foi equilibrada no primeiro tempo, com boa atuação do Tapajós na organização de jogadas e explorando erros do setor defensivo azulino.

O primeiro gol foi do Boto, com o zagueiro Elizeu Araújo aproveitando falha da zaga remista em cobrança de escanteio, aos 20 minutos. O Leão virou ainda no primeiro tempo, com Ytalo aos 25′ e Camilo aos 37′. Na etapa final, logo aos 10 minutos, Marco Antônio fez 3 a 1 arrematando um contra-ataque de almanaque, que começou com Camilo, passou por Felipinho e Ytalo, que deu uma assistência preciosa.

Renda R$ 89.250,00, com 4.012 pagantes (2.174 não pagantes). Público total: 5.186.

NÚMEROS DO CAMPEONATO

Jogos realizados – 30
Gols Marcados – 67

Artilheiros
Nícolas (Paysandu) e Chula (Tuna) – 5 gols
Gilleard (Bragantino) – 4 gols
Dedé (Tuna) – 3 gols
Echaporã, Ytalo, Camilo e Marco Antônio (Remo), Filipe Eduardo (Cametá), Mariano (Tapajós), Petti (Caeté) e João Victor e Gedoz (Castanhal) – 2 gols
Jáderson (Remo), Bryan Borges e Juninho (Paysandu), Raylson, Alê, Maranhão e Fidélis (Caeté), Pedrão, Balotelli, Magnum e Luan Batoré(Cametá), Matheus e Paulinho(Castanhal), Braga, Kaike e Davi Cruz(Águia), Nilson Gomes e Elizeu(Tapajós), Wesley e Gabriel(Tuna), Edicleber e Charles(Bragantino), André Rosa, John Kennedy e Ruan Café(São Francisco), Felipe Vigia e Flávio(Santa Rosa), Marudá, Joel e Derlan(Canaã), Pietro-contra(Canaã) e Marlon-contra(Tuna) – 1 gol cada

Classificação
Paysandu – 13
Remo – 10
Tuna – 9
Caeté – 8
Bragantino, Cametá e Águia – 6
Santa Rosa e Tapajós – 5
São Francisco – 4
Canaã – 3
Castanhal – 2

Sobre Ivete, Baby e a Teologia do Domínio.

Por Joscimar Silva, no Twitter

Vocês conhecem Ivete e Baby como cantoras até melhor que eu. Mas a cena deste carnaval que recolocou Baby em evidência diz muito sobre outra coisa da qual precisamos falar: a teologia do domínio. Baby não é mais a “Baby do Brasil”, mas a “Baby das Nações”, como disse seu líder apostólico Renê Terra Nova (um Malafaia menos conhecido) há alguns anos.

Baby agora é parte de uma coalizão apostólica global.
Mas de que se trata? A coalizão apostólica global é um movimento que busca “restaurar” o governo apostólico, considerando todos os outros “chamados” ministeriais (pastor, profeta, mestre, evangelista) subjugados a um/a apóstolo/a.

Parece até inclusivo, já que as mulheres podem ser “apóstolas” (se comparado a outros segmentos evangélicos que não aceitam que as mulheres possam ao menos ensinar. Mas não. A “restauração” ou criação de rede de apóstolos trata-se um projeto maior de domínio.

Primeiro um domínio sobre outros segmentos cristãos, com o alvo de colocar todos os cristãos sob a hierarquia dos “manto” apostólico. Há também um projeto de governo (mas não só político institucional), mas também de governo religioso, cultural, econômico, social.

Baby, ou melhor, Apóstola Baby das Nações, agora trabalha no projeto de expandir a cultura gospel para os espaços não alcançados. Inclusive ela declarou isso em entrevistas quando voltou aos palcos, anos depois da sua conversão.

Na perspectiva da Teologia do Domínio, à qual baby e a coalizão apostólica internacional se filia, a sociedade é constituída por “montes” sob os quais o conservadorismo cristão deve governar: igreja, educação e ciência, economia e negócios, governo, cultura e entretenimento

O carnaval, sendo a maior festa popular do Brasil, não iria ficar de fora dessa. A Teologia do Domínio diz que as igrejas não devem mais fazer retiros, mas devem ficar e ocupar as cidades lutando contra os deuses carnavalescos.

Quem acompanha o carnaval em Salvador e outras cidades de festas mais intensas já deve ter visto os “blocos gospel”. Eles não querem aceitar a cultura brasileira, eles querem impor a “cultura gospel”.

Foi exatamente isso que vimos em Campina Grande, na Paraíba, onde um grande evento gospel conservador é realizado todos os anos na cidade (inclusive esse ano queriam trazer um pregador estadunidense defensor da escravidão). Aí, o prefeito gospel tentou proibir o carnaval

Baby não é uma chapada no puro suco de sincretismo no carnaval do Brasil. Aquilo foi programado. E se repetirá muito por aí, não só nas festas.

(*) Professor da UnB , cientista político e sociólogo

Crise da democracia no Brasil

Há fortes indícios de que se tramou, de forma organizada e em momentos sequenciais orquestrados, a derrubada do regime democrático no Brasil. Desde 1964, o país não enfrentava a ameaça de um novo golpe vitimando a democracia

Por Lúcio Rennó (*)

Os eventos desvendados na semana passada pelas investigações da Polícia Federal apontam para fatos extremamente graves que ocorreram no Brasil nos dois últimos anos, ao menos, da gestão do presidente Jair Bolsonaro. Há fortes indícios de que se tramou, de forma organizada e em momentos sequenciais orquestrados, a derrubada do regime democrático no Brasil. Desde 1964, o país não enfrentava a ameaça de um novo golpe vitimando a democracia. Após o processo de redemocratização, as elites e a população, embora de forma reticente e inconstante, como mostram dados de opinião pública, abraçaram o regime democrático.

Isso mudou dramaticamente de 2013 em diante, chegando ao seu ápice no governo Bolsonaro. É fato que o país viveu intenso processo de desgaste do regime, com um recrudescimento de enclaves autoritários na sociedade e nas elites políticas. A retórica autoritária voltou a ser bradada. Os violentos protestos de rua em 2013, os primeiros em sua magnitude após décadas, desencadearam um processo acentuado de queda do apoio popular aos políticos no poder e de insatisfação com o funcionamento das instituições democráticas. O humor da população azedou.

Foram vários os episódios subsequentes que pioraram a situação, incluindo crises políticas e econômicas simultâneas e continuadas, imensa instabilidade política que culminou no governo interrompido de Dilma Rousseff e fracassado de Michel Temer, o qual passou mais tempo se defendendo de tentativas de remoção do cargo do que aprovando propostas legislativas.

A turbulência política resultou na eleição de um governo de inclinação populista, antissistêmico, que, claramente, se distanciava dos partidos políticos que governaram o Brasil, e que oferecia um forasteiro (outsider) como alternativa de mudança profunda. No poder, Bolsonaro seguiu sua estratégia de ecoar as críticas às instituições democráticas, respaldado por dados de opinião pública que apontam enorme insatisfação popular com o Congresso, com partidos políticos e, crescentemente, com o Judiciário. O primeiro alvo foi o Congresso e o dito toma lá dá cá, do presidencialismo de coalizão.

Quando o risco de um impeachment se impôs, mudou de estratégia e abraçou o Centrão. Voltou, então, seus canhões para o vizinho na Praça dos Três Poderes, o Supremo Tribunal Federal. Sempre apoiado por um séquito político cada vez maior, que Bolsonaro ajudaria a eleger em 2022. Seu partido, o Liberal, tem hoje a maior bancada na Câmara e a segunda no Senado. Vários governadores militam em seu campo. Trata-se de um movimento nacional.

Os enclaves autoritários ganharam as ruas e voz. A participação do ex-presidente em protestos contra as políticas de enfrentamento da pandemia de covid-19, quando apoiadores pediam golpe militar com Bolsonaro no poder, é um exemplo. Outro é a invasão de Brasília por caminhoneiros defendendo golpe no 7 de setembro de 2021, minuciosamente organizada.

O risco iminente de perder a eleição aumentou a tentação do golpe, como mostram as falas de diversos atores do governo passado. As eleições de 2022 foram marcadas pelo esforço de deslegitimação do processo de apuração e contagem de votos no Brasil, promovido por Bolsonaro. Algo que custou sua elegibilidade em 2026.

Após uma derrota apertada nas eleições, a menor margem de diferença para o vencedor em nossa história recente, as ameaças à democracia se intensificaram. Pessoas fecharam estradas, acamparam em frente a quartéis militares, depredaram o Plano Piloto duas vezes, falharam em atentado terrorista no aeroporto da capital. Estopins para o caos, justificando a necessidade de intervenção militar. Bolsonaro não entregou a faixa presidencial a Lula.

Claramente, a sucessão de eventos não foi devaneio de alguns. As instituições democráticas no Brasil sofreram forte atentado porque uma parte relevante da população não crê nelas há muito tempo. As crises políticas e econômicas de 2013 em diante, acentuaram esse quadro. Ambientes assim são propícios para o recrudescimento de enclaves autoritários. Pior, a polarização atual leva apoiadores de Bolsonaro a defenderem o ex-presidente incondicionalmente. Para esses, ele é vítima de perseguição. Bolsonaristas alegam o uso político da ação policial para prejudicá-los nas eleições municipais.

A narrativa está posta e não é favorável às instituições democráticas, que para essa parcela grande da população não funcionam bem, muito pelo contrário. Os elementos para a continuidade da crise da democracia no Brasil seguem presentes e seguimos sendo terreno fértil para aventuras golpistas. A ilusão de que as instituições funcionam é ledo engano e, mais, perigosa.

(*) Professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB)

Rock na madrugada – Pearl Jam, “Dark Matter”

Pearl Jam volta à cena e com data marcada para lançar o novo álbum. Descrito pelo frontman Eddie Vedder como o “melhor trabalho” da banda, Dark Matter chegará às lojas e plataformas digitais em 19 de abril. O primeiro single saiu de surpresa nesta terça-feira, 13, com a música que dá nome ao disco, que é o 12º da banda, sucedendo ao elogiado Gigaton, de 2020.

O lançamento se confirma após uma festa de audição no final de janeiro no Troubadour Club, em Los Angeles, na qual Vedder antecipou detalhes do novo trabalho. O novo álbum tem 11 faixas e foi gravado no lendário estúdio de Rick Rubin, em Malibu.

A julgar pelo novo single, o PJ vem com um disco pesado e cru, no melhor estilo do grunge. O período de gravação foi de apenas três semanas. Queridinho das grandes bandas, o produtor Andrew Watt trabalhou com Vedder, em “Earthling”, trabalho solo do vocalista, e foi o responsável por “Hackney Diamonds”, o último dos Stones.

Fenaj critica falhas e cobra presença de jornalistas na cobertura do Carnaval

A Federação Nacional dos Jornalistas emitiu nesta segunda-feira (12) nota criticando a cobertura do Carnaval pelas emissoras de TV aberta, repercutindo as queixas do público pela transmissão da TV Globo:

“Erros na transmissão, entrevistadores despreparados e desinformados e falta de detalhes foram algumas das reclamações feitas nas redes sociais pelo público que acompanhou os desfiles das escolas de samba pela televisão aberta em rede comercial neste Carnaval de 2024. Ao abrir mão de repórteres, a emissora detentora do direito comercial de transmissão deixou os espectadores sem informações cruciais sobre a festa.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) enfatiza a importância essencial do trabalho jornalístico na cobertura deste evento tão importante para a cultura nacional, pois os/as jornalistas trazem uma perspectiva histórica e social para o trabalho, enriquecendo a compreensão pública do Carnaval.

Por meio de reportagens, análises contextuais e entrevistas, as/os jornalistas oferecem ao
público uma visão abrangente das tradições, dos desafios e das transformações do
Carnaval. Além disso, destacam-se as questões sociais e políticas que permeiam essa celebração, proporcionando uma reflexão crítica sobre seu impacto na sociedade.

Neste sentido, a Fenaj exorta o público a reconhecer o valor inestimável do jornalismo na promoção da informação precisa e na preservação da memória coletiva. Ao valorizarmos o
trabalho das/dos jornalistas durante o Carnaval, fortalecemos não apenas a liberdade de
imprensa, mas também a nossa compreensão mais profunda das complexidades culturais e
sociais que moldam essa festividade tão emblemática”
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Rock na madrugada – Legião Urbana, “O Teatro dos Vampiros”

“Este é o nosso mundo, o que é demais nunca é o bastante e a primeira vez é sempre a última chance/ Ninguém vê onde chegamos/ os assassinos estão livres, nós não estamos”.

Vamos sair mas não temos mais dinheiro/ Os meus amigos todos estão procurando emprego/
Voltamos a viver como dez anos atrás/ E a cada hora que passa envelhecemos dez semanas
“.

Um dos grandes hinos do Legião, com mensagem atemporal sobre o dilema de ser jovem. Uma letra extensa para uma canção sem refrão, como era característica de Renato Russo. A interpretação é segura e sólida, com as guitarras dele e de Dado Villa-Lobos pontuando o vozeirão de cantor. Música do disco Legião Urbana V, de 1991, todo repleto de hits que estão na boca dos fãs até hoje.