POR GERSON NOGUEIRA
A coluna falou de Vinícius inúmeras vezes, de forma predominantemente positiva, reconhecendo suas atuações como goleiro titular do Remo por sete anos. Vinícius volta a ser mencionado aqui, talvez pela última vez como jogador azulino. O clube oficializou ontem o fim do vínculo com o guardião, junto com a dispensa do preparador de goleiros Juninho Macaé.
A coincidência não é despropositada. Vinícius e Juninho formavam uma dupla afinada, com excelentes serviços prestados ao Remo desde 2017, quando ambos foram trazidos para o futebol paraense pelo técnico Josué Teixeira.
Na nota curta e de poucos adjetivos em que anunciou que Vinícius não terá contrato renovado, o clube informa que o goleiro receberá uma homenagem nesta quarta-feira (28), na última partida da equipe em casa nesta primeira fase do Campeonato Paraense.
Diante do São Francisco, às 20h, no Baenão, a torcida terá a última chance de aplaudir e reverenciar Vinícius, um dos mais disciplinados atletas que já passaram pelo Remo em todos os tempos. Curiosamente, circulam boatos nos bastidores tentando impingir a ele uma imagem negativa.
Como Vinícius, Juninho teve sua demissão recomendada pelo técnico Ricardo Catalá. O próprio preparador revelou isso em entrevista, ontem. Ele teria recebido essa informação ao procurar o executivo Sérgio Papellin.
Vinícius disputou 250 jogos com a camisa azulina e coleciona conquistas pelo clube. Foi campeão paraense em 2018, 2019 e 2022, herói do título da Copa Verde em 2021 sobre o Vila Nova, decidida nas penalidades; e peça fundamental no acesso à Série B em 2020.
Juninho é um grande amigo de Vinícius e exerceu sempre uma postura de liderança na equipe. Foi apontado sempre pelo goleiro como um dos responsáveis pelo seu sucesso como titular do arco azulino por tantos anos.
No futebol profissional, a saída de um jogador é absolutamente normal. Ciclos devem ser fechados e não cabe julgar ou criticar dirigentes por decisões do tipo. O que soa estranho, no caso de Vinícius, é a forma encontrada para interromper uma parceria tão benéfica ao Remo.
Ídolo da torcida, Vinícius sai em alta por tudo que produziu ao longo dos anos, salvando inúmeras vezes o Remo de situações difíceis, contribuindo para evitar até rebaixamentos. O torcedor, em sua imensa sabedoria, não esquece isso. E sabe que, acima de personagens menores, que passam como nuvem passageira, ídolos se eternizam na história do clube.
Mais do mesmo prevalece na pré-lista de Dorival
Há quem tenha perdido as esperanças na Seleção Brasileira desde o Mundial de 1998, mas, contra todas as projeções lógicas, eu insisto em achar que existe chance de redenção. Apesar disso, desde a Copa do Mundo de 2018, estabeleci um parâmetro para avaliar a seriedade do trabalho dos técnicos do escrete.
Foi na Copa da Rússia que começou a espantosa série de convocações de Gabriel Jesus, que persiste até hoje. Tite bancou o atacante, hoje no Arsenal, mesmo diante dos pífios números do camisa 9. Presente na Copa seguinte, no Qatar, Jesus conseguiu a façanha de sair “invicto” de ambas: não marcou um golzinho sequer.
Apesar do desempenho chinfrim, Jesus coleciona convocações com base na eterna imagem de jogador que promete desabrochar a qualquer momento. O problema é que até hoje não revelou nenhum talento especial para ser prestigiado com a camisa da Seleção por tanto tempo.
Em pré-lista de nomes que vazou no portal UOL nos últimos dias, supostamente para os amistosos contra Inglaterra e Espanha, em março, Dorival mostra escolhas muito parecidas com as de Tite e Fernando Diniz.
Os goleiros, por exemplo, são Ederson, Lucas Perri, Weverton, Bento e Everson. Entre os zagueiros, aparecem Marquinhos, Nino, Beraldo, Bremer, Gabriel Magalhães e Murilo. Os meio-campistas seriam Andreas Pereira, André, Bruno Guimarães, Raphael Veiga, Lucas Paquetá e Casemiro.
Aí vem a turma do ataque e o mais do mesmo se acentua. Pedro, Richarlyson, Endrick, Vítor Roque, Vinícius Jr., Rodrygo e… Gabriel Jesus. Não tem combate. Com a opção por Jesus, Dorival se alinha com os antecessores e deixa claro que há, ao que tudo indica, uma ordem pré-estabelecida para chamar certos jogadores – inclusive cabeças de bagre.
Bem, como ainda é uma pré-lista, Dorival pode mudar nomes e fugir da velha fama de técnico sem convicções.
A guilhotina não poupa ninguém no Parazão
Rogerinho Gameleira é a mais nova vítima da dança de cadeiras no Campeonato Paraense. Do nada, a diretoria do Bragantino decidiu achar um culpado pela oscilação do time na competição. Pior: optou por despachar o técnico na semana da rodada decisiva.
No começo da noite de ontem surgiu a notícia de que Alexandre Finazzi também teria sido dispensado pela diretoria do Tapajós, que ocupa a penúltima posição na classificação da primeira fase.
Rodrigo Reis, do Santa Rosa, foi defenestrado em consequência direta da goleada (4 a 0) frente à Tuna, no Souza. Surpreende o fato de que as cúpulas dos clubes tenham se dado conta do trabalho insatisfatório somente depois de sete rodadas disputadas.
Antes, quatro outros técnicos haviam sido demitidos. Uidemar, do Cametá; Emerson Almeida, do Canaã; Rafael Jaques, do Águia; e Wilton Bezerra, do Castanhal. No total, sete treinadores perderam o cargo. Emerson conseguiu se recolocar, substituindo Bezerra no Japiim.
Ontem, o preparador de goleiros Juninho foi demitido pelo Remo, depois de quase oito anos de trabalho sempre muito elogiado.
E ainda nem chegamos à fase de mata-mata quando os confrontos são eliminatórios. Pelo ritmo do pagode, o campeonato deste ano vai bater todos os recordes de dispensa de técnicos.
(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 27)
Nunca achei possível Vinícius conciliar simultaneamente a atividade de goleiro e vereador e continuar ser atleta de alta performance. A carreira dele como jogador de futebol já estava em declínio, a meu ver. Mas isso jamais seria motivo para tanto desrespeito por parte da atual diretoria e do técnico Catalá do Remo para com esse profissional. Forçar uma despedida desse jogador num jogo qualquer é uma humilhação e não deveria ser aceita pelo “homenageado”, com relevantes serviços prestados durante anos ao clube. Afastado o obstáculo, a diretoria atual e o técnico da hora do Leão a partir de agora terão responsabilidade dobrada de levar o clube aonde a torcida almeja. O fracasso não será perdoado.
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Tenho a mesma opinião, amigo.
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A saída de um coleiro da qualidade de Vinícius gera celeumas. Eu já vi também saírem outros: Dico e Edson Cimento, por exemplo. A instituição sobreviveu.
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Sim, os jogadores e os dirigentes passam e a instituição fica. Mas tratar bem os ídolos é uma atitude que honra o clube.
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corrigindo: “goleiro”.
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A saída ou entrada de qualquer jogador em um time de futebol é
A entrada e a saida de quaquer jogador no clube deve ser respeitosa. Tratando-se de um ídolo da torcida e o comportamento honesto adotado por todo o tempo em que trabalhou no Remo, não poderia ser diferente para Vinicius. A instituição também sobreviverá aos dirigentes e ao técnico da hora.
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Amigo Miguel, este foi o grande erro da gestão. Independentemente dos problemas de relacionamento, Vinícius merecia uma saída digna e festiva.
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