Papão tropeça no lanterna do Parazão, mas segue na liderança

Com um time mesclado e poupando o artilheiro Nicolas, o PSC empatou com o lanterna Canaã, na tarde deste sábado, em Parauapebas. O começo da partida mostrou o time bicolor mais empenhado em buscar o gol, colocando pressão sobre o adversário. Chegou ao gol em jogada rápida. A bola desviou no zagueiro Mateus Martins e entrou. No segundo tempo, o Papão voltou ainda mais ofensivo e desperdiçou várias chances de gol. Com grandes intervenções, o goleiro Mateus Poletine foi o melhor jogador em campo.

O Canaã ameaçava de vez em quando, mas o Papão teve duas boas chances. Ruan Ribeiro, de bicicleta, quase ampliou aos 34 minutos. Logo depois, Esli Garcia finalizou para as redes, mas o o gol foi anulado por impedimento do meia-atacante. Nos acréscimos, o Canaã chegou ao empate em jogada de Zé Paulo, que entrou na área e bateu cruzado.

Números do campeonato:

Classificação
Paysandu – 17
Tuna – 12
Remo – 10
Águia – 9
Caeté e Santa Rosa – 8
Castanhal, Bragantino e Cametá – 6
São Francisco e Tapajós – 5
Canaã – 4

Jogos realizados – 37
Gols Marcados – 75

Artilheiros
Nicolas (Paysandu) – 6 gols

Chula (Tuna) – 5 gols

Gilleard (Bragantino) – 4 gols

Dedé (Tuna) – 3 gols

Echaporã, Ytalo, Camilo e Marco Antônio (Remo), Gabriel Furtado (Tuna), Filipe Eduardo (Cametá), Mariano (Tapajós), Pétt (Caeté), João Victor e Gedoz (Castanhal) e Flávio (Santa Rosa) – 2 gols

Jáderson (Remo), Bryan Borges e Juninho (Paysandu), Raylson, Alê, Maranhão e Fidélis (Caeté), Pedrão, Balotelli, Magnum e Luan Batoré (Cametá), Matheus, Paulinho, Magno e Carlos Maia (Castanhal), Braga, Kaike, Davi Cruz e Elielton (Águia), Nilson Gomes e Elizeu (Tapajós), Wesley (Tuna), Edicleber e Charles (Bragantino), André Rosa, John Kennedy e Ruan Café (São Francisco), Felipe Vigia (Santa Rosa), Marudá, Joel, Derlan e Zé Paulo (Canaã), Pietro-contra (Canaã), Matheus-contra (Canaã) e Marlon-contra(Tuna) – 1 gol cada.

ONG da Ilha do Marajó aponta mentiras e deturpações em campanha de Damares

Por Marcos Moreira – Diário do Nordeste

Entidade alerta contra campanha liga a região à exploração e abuso sexual

Entidade faz alerta contra campanha impulsionada por Damares
Entidade faz alerta contra campanha impulsionada por Damares. Foto: Divulgação/Agência Senado

O Observatório do Marajó, entidade voltada à viabilização de políticas públicas no arquipélago paraense, manifestou um alerta contra a campanha que liga a região à exploração e à violação sexual de crianças e adolescentes. Em nota pública divulgada na tarde desta quinta-feira (22), a ONG explica que há redes criminosas em todo o país, não sendo exclusividade da ilha. 

“A população marajoara não normaliza violências contra crianças e adolescentes. Insiste nessa narrativa quem quer propagá-la e desonrar o povo marajoara. Para proteger as crianças da violência, o caminho é o fortalecimento do sistema de proteção e garantia de direitos das crianças e dos adolescentes”, aponta o comunicado intitulado de “Não acredite em tudo o que vês na internet”.

Inicialmente, a campanha ganhou repercussão com a senadora Damares Alves (Republicanos), então titular do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em 2022, a parlamentar disse que ouviu “nas ruas” relatos sobre estupro e tráfico de crianças no Marajó. A ex-ministra, no entanto, não apresentou provas das denúncias.

O movimento voltou a receber o apoio de famosos depois que a cantora gospel paraense Aymeê lançou a música “Evangelho de Fariseus”, que cita diretamente o arquipélago paraense e supostas violações de direitos humanos. 

Nomes como Rafa Kalimann, Thaila Ayala, Gkay, Luisa Sonza, Ludmilla, Gabi Martins, MC Daniel fizeram publicações cobrando autoridades locais sobre o combate aos crimes. As postagens não detalham um caso ou apresentam dados oficiais. 

“Enquanto ministra de Estado, Damares Alves não destinou os recursos milionários que por diversas vezes prometeu para a região, para fortalecer comunidades escolares. Ao invés disso, atentou contra a honra da população diversas vezes, espalhando mentiras, e abriu tais políticas públicas para grupos privados de São Paulo que defendem a privatização da educação pública”, relata o texto do Observatório do Marajó.

Ministério dos Direitos Humanos aciona AGU para apurar atuação de grupos em fake news sobre o Marajó

Fake news com conteúdo e formatos similares foram disseminadas no mesmo dia em que Jair Bolsonaro e aliados prestaram depoimento à Polícia Federal

Ministro Silvio Almeida
Ministro Silvio Almeida (Foto: Tânia Rêgo/Ag. Brasil)

Do Brasil247

O Ministério dos Direitos Humanos, comandado pelo ministro Silvio Almeida, irá acionar a Advocacia-Geral da União (AGU) para a adoção de providências sobre a possível atuação de grupos organizados na disseminação de notícias falsas sobre o arquipélago do Marajó.

“Chamou a atenção de membros do governo que essas fake news foram disseminadas quase que simultaneamente, com conteúdo e formatos similares ontem, dia em que Jair Bolsonaro e aliados prestaram depoimento à Polícia Federal”, diz o jornalista Lauro Jardim em sua coluna no jornal O Globo. Bolsonaro prestou depoimento no âmbito do inquérito que apura o planejamento de um golpe de Estado na última quinta-feira (22).

Na sexta-feira (23), o ministério divulgou uma nota em que alerta para a divulgação e compartilhamento de fake news sobre o cancelamento de ações e projetos do governo federal na Ilha do Marajó, no Pará. De acordo com a pasta, o Programa Cidadania Marajó, com recursos para o combate à violência de crianças e adolescentes e promoção de direitos humanos e acesso a políticas públicas, foi criado em maio do ano passado e o ministro Silvio Almeida divulgou um vídeo condenando a divulgação das falsas informações. 

“É preciso inverter a lógica assistencialista e modos de vida da população do Marajó. Possuímos o compromisso de não associar imagens de vulnerabilidade socioeconômica ou do próprio modo de vida das populações do Marajó, em especial, crianças e adolescentes, ao contexto de exploração sexual”, diz um trecho da nota do ministério.

Na sexta-feira, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania divulgou um comunicado desmentindo as fake news postadas na internet:

“É falsa a informação de que o governo federal cancelou as ações, políticas e projetos voltados ao Marajó. Em maio de 2023, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania criou o Programa Cidadania Marajó, um novo marco em políticas públicas para a região.

O antigo programa, intitulado ‘Abrace o Marajó’, alvo de críticas e denúncias, esse, sim, foi revogado. Isso porque o governo federal tem as crianças e adolescentes como prioridade absoluta, e parte da premissa de que, para garantir direitos, cidadania e mudar, de fato, a realidade das pessoas, é preciso dar voz à população marajoara e apresentar políticas robustas e eficazes.

É preciso inverter lógica assistencialista e modos de vida da população do Marajó. Possuímos o compromisso de não associar imagens de vulnerabilidade socioeconômica ou do próprio modo de vida das populações do Marajó, em especial, crianças e adolescentes, ao contexto de exploração sexual.

Essa retórica, que visava apenas à estigmatização do povo marajoara, foi justamente o motivo que fez com que o programa anterior fosse descontinuado, sem nenhuma entrega ou ação concreta.

Conheça a realidade com base em dados

1 – Em 2021, um ano depois de o ‘Abrace o Marajó’ ser criado, o Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União (DPU), Ministério Público do Pará (MPPA) e Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE-PA) emitiram uma recomendação em que questionaram a governança e apontaram déficit de participação social no programa.

2 – Segundo relatório da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados, o programa foi utilizado para a exploração de riquezas naturais e para atender a interesses estrangeiros, sem benefício à população. Não houve participação social ou articulação entre os poderes estaduais, municipais . As comunidades locais e sociedade civil organizada nunca foram ouvidas, assim como não foram respeitados os protocolos de consulta.

3 – De 2019 a 2022, o governo federal diminuiu investimentos nos municípios do Marajó, sobretudo na assistência social, área estratégica para o sistema de garantia de direitos.

4 – Avaliações técnicas do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania têm identificado expressiva emissão de Termos de Autorização de Uso Sustentável (TAUS) durante o exercício do antigo programa.

5 – O ‘Abrace o Marajó’ apontava, como um dos seus objetivos, ‘melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios que compõem o Arquipélago de Marajó por meio da ampliação do alcance e do acesso da população Marajoara aos direitos individuais, coletivos e sociais’. No entanto, os indicadores demonstram que nada mudou, ou que a situação dos marajoaras piorou. A cobertura vacinal nos municípios do Marajó foi de 59,20% em 2019 para 42,20% em 2022. A taxa de mortalidade infantil, que era de 7,54 em 2018, foi de 7,89 em 2022. A taxa de gravidez na adolescência se manteve praticamente estável, sendo de 28,6% em 2019, 27,5% em 2020 e 28,0% em 2021.

MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS E DA CIDADANIA