Rock na madrugada – The Band, “The Night They Drove Old Dixie Down”

Registro ao vivo desta canção icônica de The Band no sensacional “The Last Waltz – O Último Concerto de Rock”, de Martin Scorsese, um dos primeiros filmes-concerto da história do rock. O show foi filmado no dia 25 de novembro de 1976, no teatro Winterland, em San Francisco. A banda de Robbie Robertson juntou algumas das maiores estrelas da música – Eric Clapton, Bob Dylan, Van Morrison, Ringo Starr, Paul Butterfield, Ronnie Wood – para comemorar os 17 anos de carreira.

Uma belíssima festa de adeus, captada por câmeras afiadas. “The Night They Drove…” soa melhor executada ao vivo do que na gravação de estúdio, algo mais ou menos comum na carreira deste grupo canadense célebre por adorar a estrada e o palco. A interpretação do baterista Levon Helm é emocionante. Robbie e Levon já partiram, mas deixaram um tremendo legado.

Com ousadia e determinação

POR GERSON NOGUEIRA

O espírito guerreiro que levou o Águia à conquista do título paraense do ano passado renasceu diante do Coritiba, ontem à noite, no estádio Zinho Oliveira, em Marabá. Depois de sofrer nos primeiros minutos, quando tomou o gol e quase sofreu outros, o time empatou ainda na etapa inicial. Depois, marchou para a vitória irretocável por 3 a 2. Boa parte dela na conta das alterações feitas pelo técnico Mathaus Sodré.

A vaga à segunda fase da Copa do Brasil foi conquistada com muita luta, brio e determinação. O time foi renovado – ficaram apenas sete atletas titulares da campanha campeã no Parazão – e o comando restaurado, com a volta de Mathaus Sodré.

Quando a partida começou, a melhor distribuição em campo do Coritiba passou a impressão de que o Águia teria muitos problemas. Para agravar esse estado de coisas, o Coxa abriu o placar em grande jogada de Robson para cabeceio fulminante de Frizzo.

Logo em seguida, mais duas boas oportunidades para os paranaenses foram neutralizadas por defesas precisas de Axel Lopes. Aos poucos, o time marabaense foi se organizando melhor e atacando com boas investidas pelos lados, com Wander e Bruno Limão.

A mexida que mudou o destino do Águia e do jogo aconteceu aos 26 minutos, quando Mathaus trocou o zagueiro Cassius pelo centroavante Iury Tanque, deixando o time novamente com dois zagueiros de área – Betão e Davi Cruz – e mais presença no centro do ataque.

O empate veio a seguir. Aos 28’, após cruzamento, o baixinho Braga se antecipou ao lateral Natanael e desviou de cabeça. O Azulão voltava para o jogo. O Coxa se perturbou por alguns minutos, mas ameaçou na reta final.

O lance mais agudo ocorreu aos 44’, quando David invadiu a área e bateu forte. Axel deu rebote, Robson pegou de primeira e o goleiro defendeu de novo, fazendo a torcida vibrar no Zinho Oliveira. Aos 47’, Gomez chutou da entrada da área e a bola resvalou no travessão.

Veio o 2º tempo e Di Maria substituiu Alan Maia. Aos 2 minutos, a vitória começou a se esboçar. O zagueiro Betão foi agarrado na pequena área quando ia chutar para o gol. O excelente árbitro Matheus Candançan (SP), de frente para o lance, marcou o pênalti. Iury bateu rasteiro e guardou.

À frente no placar, o Águia passou a dominar as ações, explorando muito os lados do campo. Trocou Wander por Fabiano e Kaique por Elielton. O destino se encarregou de premiar a atuação do Azulão. Aos 24’, Benevenuto cometeu falta e foi excluído (2º amarelo). Junior Dindê, cirúrgico, mandou a bola no ângulo direito.  

A partir daí, prevaleceu a transpiração e a capacidade de resistir à pressão. O Coxa ainda descontou aos 50’, com Bruno Melo, após disputa na área. Não havia mais tempo para nada. Vitória suada e merecida do Águia na melhor partida da temporada no futebol paraense.

Papão se prepara para ficar sem seu comandante

O PSC estreia na Copa do Brasil na semana que vem e vai começar a conviver com a ausência de seu técnico à beira do campo. Como se sabe, Hélio dos Anjos foi condenado pelo STJD e punido com nove jogos de suspensão, por xingamentos homofóbicos contra a arbitragem do jogo contra o Volta Redonda pela Série C 2023.

A punição começa a ser cumprida diante do Ji-Paraná, em Rondônia, no jogo válido pela primeira fase da Copa do Brasil. A suspensão é válida apenas para jogos de competições oficiais da CBF.

Pelas características de Hélio, participativo e vibrante à beira do gramado, o time deve sentir a ausência do comandante. No ano passado, esse problema já havia se verificado em quatro jogos da Série C.

Um prejuízo que o PSC sofre por obra exclusiva do destempero emocional de seu veterano treinador. Que o castigo sirva de lição.

Botafogo corrige o erro da contratação de Nunes

A saída de Tiago Nunes, anunciada ontem, pode ter sido o passo inicial do Botafogo para garantir uma boa temporada. Era unânime na torcida a sensação de que a insistência era um erro que não podia persistir. A partida sofrível diante do limitado Aurora, pela Libertadores, foi a gota d’água. A cúpula da SAF finalmente entendeu que era preciso dispensar Tiago.

A bem da verdade, a contratação do treinador na reta final da Série A 2023 já foi um erro tremendo. De perfil excessivamente burocrático, Tiago chegou no momento em que o Botafogo precisava de um técnico vibrante, sanguíneo – tudo o que ele não é.

Como previsto, ele não conseguiu levantar o astral do time, emocionalmente combalido pela sequência de maus resultados que minaram as chances de título. Apesar do trabalho infrutífero, ele foi mantido para 2024. Uma brutal perda de tempo.

A dispensa corrige o erro e permite acreditar que, sob nova direção, o bom elenco do Botafogo tem nova chance de vir a gerar um time competitivo, desde que o clube não erre de novo na escolha do comandante.

Ataque de facção ao ônibus do Fortaleza deixa vítimas

O caso é de polícia, pois aconteceu fora dos limites do estádio, no Recife. A situação é grave e requer providências. Seis jogadores do Fortaleza foram vítimas da emboscada. Covardia e violência de mãos dadas. Ao que parece, as forças de segurança só irão agir de verdade contra os criminosos quando ocorrer morte, coisa que não vai demorar a acontecer.

Não são torcidas normais, são facções armadas e dispostas a agredir e matar, como as que agem nos clássicos em Belém. O último, aliás, resultou em mortes entre grupos já extintos pela Justiça. Conhecedores do problema, PSC e Remo se solidarizaram com o Fortaleza.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 23)

Tribuna do torcedor

Por Ronaldo Passarinho

Para reflexão de todos:

No Brasil temos 4 séries no futebol, A, B, C e D. Até a C são 20 clubes disputando acesso e lamentando queda.

O cenário:

Na Série A, os times são compostos de no mínimo 30 jogadores, num total de 600 “atletas”;

O mesmo número se repete na Série B.

20 clubes com 30 atletas cada. São mais 600 jogadores.

Temos então um total de 1.200 nas duas séries. A série A, milionária, a B com grande apelo de patrocínio, além de rendas.

Logo, o que sobra para compor elencos da Série C?. Jogadores em fim de carreira, ex jogadores em atividade, todos com empresários.

A seleção feita pelos clubes da Série C é cada vez mais difícil.

Por isso prego a necessidade de termos “olheiros” mesmo remunerados podem indicar jogadores que honrem a nossa camisa.

No atual plantel do Remo devemos festejar a presença do Henrique, do Felipinho. O Kanu está esquecido, mas é no mínimo, igual ao Ribamar, contratado após retumbante fracasso ano passado no Náutico P/E.

Nos times do Paraense, destaque para o Germano, o Chula e o Gabriel, da Tuna. No Bragantino, Gileard, criticado pq “perdeu” 3 gols contra o PSC.

No Tapajós, o bom meia Nilson.

Na terça-feira, o excelente goleiro do PV, garantiu o pagamento da folha salarial do seu time (R$ 70.000,00) no ano inteiro.

Ressalto, sempre o respeito e a vontade de ver o Tonhão e sua equipe pleno de vitórias. Somos todos fanáticos remistas. Grupos litigantes ficaram para trás após o resultado das eleições.

O silêncio dos nada inocentes e a coragem de Lula

Por Roberto Ponciano – Kotter Editorial

Assisti umas 20 vezes a fala de Lula, para ter total certeza que ele não tivesse cometido alguma pequena rata, passíveis de serem cometidas, em discursos improvisados. Aliás, tem um setor da imprensa (e até de parte da esquerda hipertexto geração ultrapoliticamente correta) que se especializou agora em trabalhar com mexericos, fofocas, sobre pequenos deslizes de Lula. Se Lula inaugura um conjunto de prédios para 400 famílias, do Minha Casa Minha Vida, a notícia versará sobre algum comentário provavelmente machista sobre namoro de adolescentes (e desaparece o lançamento dos imóveis para pobres), se ele lança uma escola técnica em Belford Roxo, beneficiando mil jovens, preferem focar em discutir se dizer que os pais devem ou não torcer o nariz sobre as filhas namorarem com quem não quer estudar, e desaparece novamente a inauguração da escola técnica.

Como falaria Cazuza, vamos pedir piedade, senhor piedade, para esta gente careta e covarde!

Mas neste caso, o assunto é muito mais visceral, o genocídio palestino em Gaza. Gaza, como todos sabem, é a maior prisão a céu aberto do mundo, um gigantesco campo de concentração, no qual, mais de 2 milhões de palestinos, que tiveram suas terras tomadas, na mão grande, por uma potência invasora, com o auxílio dos Estados Unidos, vivem no Apartheid, em condições precárias, de acordo com as leis e vontades do invasor. É a versão sionista do Gueto de Varsóvia, só que ampliada, mas floreada pela mídia monopolista internacional como algo que tenha que ser encarado como uma “vida normal”.

Os palestinos expulsos de suas terras e casas resistem no que restou de seu antigo lar, sobre as piores condições possíveis, ameaçados por seus carcereiros. Não, Israel não é uma democracia, como alguns, infelizmente, até de esquerda, insistem em tentar pintar. E não é uma democracia porque simplesmente é uma ocupação militar permanente, com êxodo estimulado de milhões de judeus europeus a um território que não lhes pertencia (não estou falando dos judeus palestinos, tão palestinos quanto os palestinos) e que sobrevive com leis de segregação, transformando os habitantes originais em pouco mais que escravos e cidadãos de segunda classe, sem quaisquer direitos, que precisam de vistos e autorizações especiais para deixar suas terras, e que podem ser presos a qualquer momento pelas forças de ocupação israelitas, sem nenhum devido processo legal.

Não pode haver uma democracia baseada no racismo e na segregação por origem e religião, se esta é a base de alguma democracia, então o Apartheid na África do Sul não deveria ter recebido o nosso repúdio.

Aliás, não se sabe que lógica canhestra não oferece ao Apartheid dos palestinos em sua própria terra a mesma condenação que o mundo ofereceu ao Apartheid na África do Sul. Talvez a lógica da narrativa dos dominadores, que teimou em chamar os Estados Unidos de democracia, mesmo quando os negros viviam sob um apartheid legal tolerado e sustentado pelo Estado até a década de 60. A história é a história dos vencedores, a narrativa é a dos vencedores, o monopólio das informações pelo bloco hegemônico composto pelos Estados Unidos e pela Europa Ocidental isenta Israel de todas as críticas a sua política sistematizada de extermínio dos palestinos.

O discurso de Lula na reunião do Conselho de Representantes da Liga Árabe não tem um único erro. Uma única vírgula fora de lugar, nada demais. Aliás, é um discurso moderado de um grande chefe de Estado, que preza pela moderação. Erdogan também comparou o genocídio do povo Palestino ao Holocausto, mas, como faz parte da Otan, não houve um pio ou um incômodo.

Alguns companheiros de esquerda se incomodaram com a comparação de Lula, eu, de maneira muito fraterna, pergunto, por quê?

Che Guevara já dizia que a grande virtude de um revolucionário é o amor, sentir no próprio queixo o murro desferido no rosto de outrem, é o que Levinás chamaria de empatia, olhar o rosto do outro, sofrer na própria pele a injustiça cometida a outrem.

Tudo que Lula fez foi isto. Foi chamar de genocídio a um genocídio, dizer que não existe uma guerra, mas um massacre, dizer que o que ocorre, de fato, é um processo de extermínio contra mulheres e crianças.

Onde está o erro de Lula?

Onde está o sobretom de Lula?

Ah, comparar o genocídio palestino ao Holocausto. Por que? Não se pode comparar por uma questão de números? Quantas dezenas de milhares de palestinos já morreram sob o fogo cruel do exército sionista israelense? Quantos mais terão que morrer? Teremos que esperar que morram 5 ou 6 milhões de palestinos (bem, na Faixa de Gaza só há 2, mandaremos mais para serem executados lá?) para que se comparem os eventos?

Lula, de maneira nenhuma negou ou subestimou o Holocausto, se houvesse feito isto, eu seria o primeiro a dizer que ele teria errado de maneira tremenda. Ele apenas igualou os genocídios.

Assassinatos são sempre assassinatos. Genocídios são sempre genocídios, sejam os pela Inquisição, pela colonização portuguesa, espanhola, francesa, inglesa, holandesa, belga; seja pelo Khmer Vermelho, seja em campos de concentração ou em covas rasas de Hitler por toda a Europa, no qual ele matou sim, 6 milhões de judeus, mas um número em termos relativos iguais de ciganos, 27 milhões de soviéticos e ou eslavos, todas as mortes são igualmente genocídio. Genocídio, para o povo da Otan, só ocorre nos países que não são alinhados a eles e nunca por suas armas.

Não é genocídio ou Holocausto o mais de meio milhão de iraquianos mortos pelo bloqueio ou contaminados por radioatividade devido aos bombardeios no Iraque, ali são apenas danos colaterais, nem pessoas são. Os 2 milhões de vietnamitas mortos pelos Estados Unidos e pela França no massacre colonialista do Vietnã não são os mortos chorados no filme Platoon, para merecer nossa piedade, a vítima tem que ser loura dos olhos azuis e ser enterrada com honras militares nos Estados Unidos.

Não há como estratificar condenações por genocídios!

Lula está correto ao igualar fatos históricos igualmente condenáveis. Na verdade, foi moderado, poderia ter lido uma lista de massacres ocorridos pelo mundo todos feitos pelos mesmos países imperialistas que apoiam o massacre dos palestinos.

Aos camaradas que acham que Lula não deveria ter citado o Holocausto, repito a pergunta, qual a diferença, afinal?

Querem fornos para desaparecer com os corpos?

Morrer no fogo dos bombardeios é tão cruel quanto morrer fechado numa câmara de gás.

Nos dois casos são mulheres e crianças inocentes que estão morrendo, não sei como vocês querem diminuir em gravidade o fato. É faxina étnica, é Apartheid, é guerra de extermínio. Holocausto judeu só houve um, verdade, mas genocídios semelhantes ao Holocausto e que sua dinâmica em tudo se assemelha a estratégia hitleriana, não há como discordar. Aliás, inclui-se aí o Gueto de Gaza como campo de concentração. Ninguém nega o Holocausto. Ninguém diminui sua gravidade, na prática, só o exército de Israel, que se acha justificado por ele para promover extermínio igual.

O que há é o silêncio nada inocente de uma mídia monopolista que tem lado, e não é o lado das vítimas. Que silencia toda vez que a força aérea estadunidense massacra, seja em El Salvador, na Nicarágua, na Guatemala, no Iraque, na Somália, no Vietnã, no Afeganistão. O terrorismo de Estado estadunidense está preliminarmente justificado como polícia do mundo contra o “terrorismo”. E todos que se opõem aos EUA merecem o epíteto de terroristas. Obama recebeu um prêmio Nobel por seus massacres.

Não há verdade na mídia, ela é só uma rede espetaculosa de versões sustentada pelo patrocínio das grandes transnacionais para manter a versão de que o controle terrorista do poder militar ianque seja sempre visto como um ato de piedade e defesa da democracia.

Não há fatos mais na mídia, só versões.

Os povos assassinados pelos Estados Unidos têm o mesmo horror pela Pax Americana que os povos dominados pelo Império Romano tinham pela Pax Romana. A guerra de extermínio dos palestinos (e o que está ocorrendo, com todas as letras, é isto, uma guerra de extermínio) é versão sionista da Pax Americana.

O silêncio nada inocente da mídia sobre a solução final que Netanyahu promove contra os palestinos é o mesmo silêncio cúmplice que a mídia Ocidental teve sobre Hitler e o nazismo até ele atacar a Polônia. Até ali, Hitler era o herói ocidental na luta contra o bolchevismo, na defesa dos valores da família e da cristandade. Quem conhece a história não se ilude com o papel da imprensa, ela não é neutra, ela tem lado, pouco se importa com a verdade, mas existe para promover a versão dos vencedores.

Lula provocou o ódio insano desta mídia, que tem na Rede Globo sua maior representação no Brasil, por ser um gigante diplomático, que teve a coragem de pôr o dedo na ferida.

Apesar de todo o alarde histérico da Globo no Brasil, não foi Lula o censurado internacionalmente (pelo contrário, seu ato recebeu o apoio inconteste da maioria dos líderes e povos do mundo), mas Netanyahu, o aprendiz de Adolf Hitler.

Não faço campanha para Lula receber o Nobel da Paz porque gente pouco elogiável como Obama o recebeu. Mais do que o Nobel da Paz, se o poderoso discurso de Lula, conseguir o cessar fogo, poupando vidas inocentes, ele já terá conseguido o maior feito diplomático de um brasileiro na história!

Leão mantém aposta em Catalá

POR GERSON NOGUEIRA

A previsão era de demissão do técnico Ricardo Catalá depois da vexatória derrota em Porto Velho, pela primeira fase da Copa do Brasil, mas a diretoria azulina optou por uma decisão conservadora. A permanência foi sacramentada depois de uma reunião entre os dirigentes e o treinador, ontem à tarde.

A cúpula do futebol azulino decidiu consensualmente. Em comunicado oficial, o clube informa que os treinos serão retomados normalmente a partir de hoje. A reapresentação do elenco terá um encontro entre a diretoria e o elenco de jogadores.

O presidente Antônio Carlos Teixeira e demais diretores ligados ao departamento de futebol entenderam que a demissão de Catalá seria inadequada, pois o trabalho tem pouco mais de um mês de duração.

Foi determinante também a preocupação com a coerência em relação à filosofia da nova gestão, que assumiu prometendo adotar uma postura mais profissional, centrada na racionalidade. Conclui-se que Catalá precisa de mais tempo para desenvolver seu trabalho.

Além disso, o presidente e o diretor de futebol Sérgio Papellin avaliam que o mau desempenho do Remo neste começo de temporada não pode ser atribuído exclusivamente à Catalá. A responsabilidade é jogada também nas costas de alguns jogadores, por isso a reunião com o elenco.

O problema é que o clima é de conflagração entre a torcida, o técnico e o time. Para os torcedores, o Remo faz uma campanha trôpega no Parazão, com atuações pouco convincentes. Para piorar, veio a eliminação precoce da Copa do Brasil, competição estratégica para o clube.

Os erros exibidos diante do Porto Velho, anteontem, revoltaram a torcida. Depois de sofrer um gol logo aos 8 minutos do primeiro tempo, numa falha grave do setor ofensivo, o Leão não conseguiu encontrar o caminho da recuperação em campo, protagonizando jogadas pífias.

Um simples empate garantiria a classificação e a gratificação de R$ 945 mil. Ao lado do campo, Catalá parecia desolado e sem reação. As mudanças não alteraram o andamento da partida e o Remo terminou eliminado.

O técnico completou na capital rondoniense seis partidas na temporada, com três vitórias, um empate e duas derrotas. Um desempenho bem diferente do trabalho que desenvolveu no ano passado na Série C, quando em 15 jogos conseguiu salvar o Remo do rebaixamento.

No total, em 21 partidas, Catalá conquistou nove vitórias, oito empates e quatro derrotas, com aproveitamento de 55,55%. Apesar de ostentar números razoáveis, o prestígio que garantiu seu retorno ao clube neste ano vem sendo corroído pelas más exibições do time.

Com a manutenção do treinador, o Remo vai se dedicar ao Campeonato Paraense, onde ocupa a terceira posição, com um jogo a menos, e à Copa Verde. O próximo desafio será contra o atual campeão estadual, o Águia de Marabá, domingo, pela sétima rodada do Estadual.

Pelo nível de insatisfação do torcedor – que vaiou Catalá na vitória sobre o Tapajós, na semana passada –, o confronto com o Águia adquire contornos espinhosos. Em caso de nova decepção, dificilmente Tonhão e Papellin conseguirão segurar o treinador.

Vice critica presidente pela decisão: “loucura”

Sem esconder a decepção com a decisão da diretoria, o vice-presidente do clube, Milton Campos, classificou de “loucura” a permanência de Ricardo Catalá. Apesar de ressaltar que respeita a decisão do presidente Antônio Carlos Teixeira, disse que o ato configura uma insanidade e um desrespeito para com o torcedor azulino.

Campos não participou da reunião do presidente com os diretores, mas deixou no ar uma crítica a Tonhão, que, segundo, tem tomado sozinho as decisões do futebol. “Apesar disso, eu respeito, porque o presidente foi eleito e ele que manda”.

A situação tende a se complicar quando, além dos problemas em campo, os dirigentes também não se entendem nos bastidores, batendo cabeça mais ou menos como faz a dupla de zaga Ligger e Reiniê.

Águia tenta derrubar favoritismo do Coxa

Contra o Coritiba, hoje, em Marabá, o Águia vai tentar repetir a dose do ano passado, quando conseguiu avançar nas primeiras fases da Copa do Brasil. Com a obrigação de derrotar o Coxa dentro do Zinho Oliveira, o time de Mathaus Sodré precisará jogar muito mais do que vem apresentando no Campeonato Paraense.

Com um início fraco na competição estadual, o atual campeão paraense só obteve a primeira vitória depois do retorno de Sodré, que havia desertado do clube no ano passado em plena disputa da Série D. Sem grandes investimentos em contratações, o clube dispensou ontem o atacante Aleilson, por baixo rendimento no Parazão.

Apesar do favoritismo do Coritiba, o Águia nutre esperanças de classificação. Fato reforçado pela informação de que o Coxa não terá sete atletas usados normalmente como titulares. Para repor as ausências, o técnico Guto Ferreira teve que relacionar jogadores que não vinham atuando.

Um deles é o atacante David da Hora. A situação forçou o treinador a lançar mão até do atacante Tiago Azaf, joia da base alviverde e artilheiro do time sub-17.

No meio-campo, o Coritiba terá algumas baixas importantes: os volantes Andrey e Fransérgio e o meia Vini Paulista, todos lesionados.

No gol, com a saída de Luan Polli, outro atleta da base foi acionado. O goleiro Guilherme Christino vai ocupar a vaga de terceiro goleiro, enquanto Gabriel Leite não é anunciado. O Coxa encaminhou a contratação do arqueiro de 36 anos nesta terça-feira (20).

Guto Ferreira aposta no regulamento, montando o time para arrancar um empate em Marabá. Conhece bem o estádio Zinho Oliveira, onde foi eliminado quando treinava o Goiás no ano passado.

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 22)