Com um a menos, Papão vence Bragantino com golaço de Nicolas

O Paysandu derrotou o Bragantino por 2 a 1, em jogo válido pela 4ª rodada do Campeonato Paraense, na noite desta quarta-feira (7), na Curuzu. Nicolas marcou o primeiro gol do Papão, aos 22 minutos, chutando quase do meio-campo e vencendo o goleiro Henrique. Um golaço, que fez a torcida se entusiasmar. Aos 26′, o atacante Jean Dias foi expulso por cometer falta em Gileard, que ia invadir a área para empatar o jogo. Na cobrança da fata, Charles colocou a bola no canto esquerdo do gol defendido por Mateus Nogueira.

Com um jogador a mais, o Bragantino esteve perto de fazer o segundo gol na etapa final. O artilheiro Gileard perdeu três oportunidades claras, em falhas da defensiva bicolor. Depois de muito pressionar, o PSC chegou à vitória aos 46 minutos. Leandro Vilela deu um passe prfeito para Juninho, que entrou na área e chutou cruzado, vencendo o goleiro Henrique.

O Paysandu segue invicto e na liderança do Parazão, com 13 pontos. O Tubarão perdeu a primeira na competição e segue na quarta colocação, com 6 pontos, ao lado de Tuna e Cametá.

UFPA cria Comissão para Equidade de Gênero para enfrentamento a discriminações de gênero

Um dia histórico. Assim foi definida pelas mulheres presentes a sessão de instalação da Comissão para Equidade de Gênero na UFPA (CEG/UFPA), nesta terça-feira, 6 de fevereiro. A comissão tem o objetivo de promover ações e acompanhar/monitorar políticas institucionais voltadas ao enfrentamento das assimetrias e discriminações de gênero na instituição. A sessão de instalação ocorreu no auditório da Reitoria, com a apresentação das integrantes da comissão, composta por vinte mulheres docentes, técnicas e estudantes. Também compareceram dirigentes de unidades e membros da comunidade universitária.

A equidade de gênero ainda é um desafio no ambiente acadêmico, como em várias áreas da vida em sociedade. Apesar de as mulheres terem mais tempo de educação formal, há uma sub-representação feminina nas posições de liderança científica. Por exemplo, entre os pesquisadores bolsistas de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), apenas 24% são mulheres. O percentual cai para 14% quando se trata do quadro de pesquisadores da Academia Brasileira de Ciências.

Instalação – Participaram da mesa de instalação do evento o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, a pró-reitora de Ensino de Graduação, Loiane Prado Verbicaro; a diretora da Assessoria de Diversidade e Inclusão Social, Zélia Amador de Deus; a coordenadora do Campus Universitário de Cametá, Lucilena Gonzaga; a professora Flávia Lemos, coordenadora de Relações Interinstitucionais da Pró-Reitoria de Extensão; a professora Juliana Canella, do Instituto de Ciências Exatas e Naturais; a servidora técnico-administrativa Ana Lídia Maracahipe, da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação; e a estudante Vanuza Cardoso, da Associação de Discentes Quilombolas.

Além das participantes da mesa, compõem a comissão Daniele Dorotéia Rocha da Silva, coordenadora de Integração Estudantil da Superintendência de Assistência Estudantil;  Iracilda Sampaio, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação;  Kamilla Sastre da Costa, da Associação de Discentes com Deficiência; Larissa Martins, do Diretório Central dos Estudantes; Luciana Gluck Paul, do Instituto de Ciências Jurídicas; Mary Ellen Moraes, do Instituto de Geociências; Míriam Tembé, da Associação dos Povos Indígenas Estudantes da UFPA; Nayan Silva Aviz, da União Nacional dos Estudantes; Roberta Tillman, diretora de Contratos e Convênios da Pró-Reitoria de Administração; Roseane Pinto, vice-coordenadora do Campus Universitário de Bragança; Sheila Braga, da Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal; Sheyla Domingues, diretora-adjunta do Instituto de Medicina Veterinária; e Viviane Almeida, do Campus Universitário de Tucuruí.

A comissão será presidida pela professora Lucilena Gonzaga, tendo como vice-presidentas as professoras Flávia Lemos e Juliana Canella. Considerando as interseccionalidades da questão de gênero, integram a comissão pessoas negras, indígenas, quilombolas, LGBTQIAPN+ e PcD, com representantes da comunidade multicampi.

Histórico – O reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, abriu a sessão fazendo um histórico de iniciativas da atual gestão direcionadas à promoção de equidade e valorização da diversidade na UFPA. Citou, inicialmente, a criação da Assessoria de Diversidade e Inclusão Social, em 2017. Seguindo o projeto que motivou a sua criação, a Adis liderou e agregou contribuições da comunidade universitária para a consolidação, em março de 2020, da Resolução n. 815/2020 do Consun, aprovada por unanimidade, instituindo a política de enfrentamento à discriminação, assédios e outras formas de violência na UFPA.

“A aprovação da resolução foi um marco orientador de várias políticas e ações na universidade e demonstrou o compromisso institucional de enfrentar o tema de forma continuada e qualificada. Mesmo com esta decisão institucional, vimos como os desafios persistem e novas iniciativas precisam ser formuladas e reforçadas”, considera o reitor.

Ele lembrou também da realização do 7º Workshop de Disseminação do Marco Referencial para a Igualdade de Gênero em Instituições de Ensino Superior no Brasil, na UFPA, promovido pelo British Council, em agosto de 2023, sob a liderança local da professora Juliana Canella, do Instituto de Ciências Exatas e Naturais da UFPA, e contou com a participação da pró-reitora Loiane Prado Verbicaro. O evento possibilitou que as discussões para a implementação de políticas para o combate às desigualdades e violências de gênero fossem aprofundadas. Desse encontro, surgiu e amadureceu a ideia da criação de uma comissão permanente na universidade para debater, propor e acompanhar as políticas institucionais voltadas à equidade de gênero, iniciativa apresentada pela Proeg à Reitoria da UFPA, ainda em 2023.

Combate à violência de gênero – A igualdade de direitos e obrigações entre mulheres e homens está prevista no artigo 5º da Constituição Federal de 1988. O tema também integra a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 5 – Igualdade de Gênero, e do Programa Planeta 50-50, da ONU Mulher.

Na área da educação, o cenário de assimetrias também exige medidas contundentes. Hoje as mulheres representam 81% de docentes no Brasil, mas esse percentual tende a diminuir entre os níveis mais altos da carreira. Segundo a pró-reitora de Ensino de Graduação e pesquisadora de gênero, Loiane Verbicaro, o assédio e a violência política de gênero estão entre os principais fatores que prejudicam o pleno exercício da cidadania das mulheres e dificultam sua ascensão a postos de liderança econômica, política e social.

“Há desvantagens sistemáticas e históricas que modulam as trajetórias das mulheres, como resultado do caráter estrutural da opressão de gênero presente nas práticas e discursos, sejam explícitos ou implícitos. Quando ocupamos cargos estratégicos, são recorrentes os episódios de violência que, muitas vezes, acabam por contaminar nossa autoconfiança e autoestima”, destaca a pró-reitora.

Diferentes manifestações do assédio, do machismo e da misoginia, entre outras formas de discriminação, como o racismo e a homotransfobia, tornam o ambiente social e especialmente os espaços acadêmicos hostis às mulheres. Recentemente, o governo federal instituiu, por meio da Lei n. 14.540, de 3 de abril de 2023, o Programa de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Sexual e demais Crimes Contra a Dignidade Sexual e à Violência Sexual, que se soma às políticas públicas relacionadas à equidade de gênero. Uma campanha lançada pela UFPA no mesmo dia da instalação da Comissão de Equidade de Gênero segue nessa direção visando prevenir e enfrentar todas as formas de assédio, violência e discriminação na instituição.

Os desafios se tornam mais complexos quando essas temáticas são abordadas na perspectiva das interseccionalidades e da diversidade. Autoridade no assunto, a professora Zélia Amador de Deus, que dirige, desde a sua criação, a Assessoria de Diversidade e Inclusão Social da UFPA, relata: “Quando cheguei à universidade como aluna, todos os centros eram dirigidos por homens, mesmo os centros com a maioria das docentes mulheres. E quem fazia o trabalho de fato eram as mulheres, mas não recebiam pelas tarefas de liderança. Demorou muito para que as mulheres começassem a chegar, de forma tímida, às direções do que hoje são os institutos. Há algumas áreas em que a participação de mulheres continua tímida. Hoje temos uma grande quantidade de mulheres, mas nem sempre ocupam espaços de gestão. Há uma desconfiança nas mulheres como pessoas executivas, que podem dirigir, orientar. E essa desconfiança tem história”. Ela explica: “O patriarcalismo vem com a invasão e dominação europeia ocidental. O racismo, o classismo e o machismo se impõem para a sustentação do sistema capitalista”.

Lugar de mulher é nas bibliografias e onde ela quiser – No âmbito científico, o colonialismo e o patriarcalismo ainda se manifestam de modo particular por meio da invisibilização de pesquisadoras e autoras mulheres nas referências bibliográficas de pesquisas e na composição de bancas avaliadoras e comitês decisórios. As reflexões acadêmicas de gênero e suas interseccionalidades, muitas vezes, são silenciadas em currículos e projetos pedagógicos de cursos, o que freia a formação de uma “consciência feminista”, segundo a professora Lucilena Gonzaga, presidenta da Comissão de Equidade de Gênero instalada.

Citando pesquisadoras como Christine de Pizan, Nísia Floresta, bell hooks e Carolina Maria de Jesus, a professora defendeu a busca de unidade em favor da equidade. “O patriarcado incentiva querelas entre as mulheres e conta com a chancela da Igreja, do Estado e da Universidade também, é preciso dizer. Por isso é muito difícil romper essa cultura. É muito bonito ver esse auditório com público majoritariamente feminino, pois sabemos que somos muitas, mas é importante também que tenhamos homens envolvidos nessa luta. Nós não queremos tomar o lugar de ninguém. Nós queremos compartilhar os espaços, o poder e a ciência. Estamos prestando um serviço para o Brasil e para o mundo”, reflete Lucilena Gonzaga.

Ao parafrasear o verso “Uma flor nasceu na rua!”, do poema “A flor e a náusea”, de Carlos Drummond de Andrade, a servidora técnico-administrativa Ana Lídia Maracahipe recitou: “Uma flor nasceu na Universidade Federal do Pará – e é esta comissão”. Disse estar honrada em representar outras servidoras que a antecederam e tantas mais que hoje anseiam por dignidade e mais oportunidades no desenvolvimento de suas carreiras, de modo que possam atuar em todos os espaços da universidade. Entusiasmada com a missão, assegurou: “Nós vamos fazer história”.

Já a discente Vanuza Cardoso, que estuda a diáspora das mulheres dos territórios quilombolas para a universidade, afirmou: “Este é um espaço importante para mim, mas também para as minhas iguais. Trabalhar nesta comissão é criar condições para outras mulheres, quilombolas, mães, para que tenham um melhor acolhimento. Somos atravessadas por diferenças, diversidades e problemas, o que explica por que algumas quilombolas desistem dos cursos, pois se deparam com ambientes hostis, preconceituosos”.

As vice-presidentas da nova comissão manifestaram sua satisfação em integrar a iniciativa. “A comissão representa mais um passo de uma gestão que sabe que precisa romper com privilégios e violências estruturais”, destacou a professora Flávia Lemos. “Estou muto feliz, animada e inspirada para construir políticas institucionais que representem e acolham as mulheres plurais desta instituição”, celebrou a professora Juliana Canella.

Próximos passos – Antes de encerrar o evento, o reitor Emmanuel Tourinho entregou as portarias de nomeação às 20 integrantes da comissão e apresentou à presidenta do grupo um ofício da Reitoria, com medidas que podem ser adotadas em curto prazo na UFPA, com a garantia do apoio da administração superior para dar celeridade aos trâmites que se fizerem necessários. O reitor solicitou que as medidas sejam analisadas pela comissão e ressaltou que estavam sendo apresentadas sem prejuízo de todas as demais iniciativas que poderão ser propostas pela comissão.

Entre as medidas propostas, estão a possibilidade de ampliação dos prazos de conclusão de curso para discentes mães, tanto da graduação quanto da pós-graduação; a pontuação diferenciada da produção acadêmica de pesquisadoras em licença-maternidade na concorrência em editais de concessão de bolsas Pibic e Prodoutor; a criação de critérios específicos para apoio a mulheres em programas institucionais como o PADT; a reserva de, no mínimo, 50% dos auxílios do Proquali para servidoras mulheres; a identificação e a maior divulgação do trabalho de grupos de pesquisa que discutem gênero e são liderados por mulheres; entre outras. Também são proposições de atuação da comissão a realização de eventos, cursos e capacitações; a produção de documentos orientadores sobre o tema da equidade de gênero; a construção de uma política de paridade de gênero em bancas examinadoras, concursos, comissões e cargos de gestão; a valorização dos saberes e conhecimentos produzidos por mulheres (e suas interseccionalidades) nas ementas de disciplinas, nos programas de cursos e nos projetos pedagógicos; além de outras medidas.

Um novo desafio para o Papão

POR GERSON NOGUEIRA

Contra o Bragantino, hoje à noite, na Curuzu, o PSC cumpre seu quinto compromisso pelo Campeonato Paraense. Uma boa oportunidade para Hélio dos Anjos consolidar o sistema de jogo que tem garantido a campanha invicta na competição. É o segundo adversário interiorano a encarar o Papão (e sua torcida) em Belém – o primeiro foi o Santa Rosa.

Boa parte da torcida encarou a atuação do time no clássico como razoável, com rendimento satisfatório da defesa e do meio-de-campo, mas apresentando algumas falhas preocupantes no ataque. Nesse aspecto, a falta de apuro nas finalizações foi o ponto mais criticado.

Diante das equipes emergentes, o PSC não tem tido problemas. Derrotou o Santa Rosa na estreia, passou depois pelo Caeté (em Bragança) e derrotou o Águia, em Marabá, em sua melhor exibição na competição.

A vitória sobre o campeão de 2023 marcou também uma mudança na escalação da equipe. O habilidoso Bryan passou a jogar na extrema esquerda, tendo Kevyn como lateral voltado para a marcação. No meio, Biel assumiu a titularidade, situação mantida no Re-Pa.

Com o retorno de Robinho ao time, nos minutos finais diante do Remo, é provável que a configuração da meia cancha volte a mudar. Gabriel Bispo, que apareceu bem na marcação, também deve ser mantido.

Quanto ao ataque, o artilheiro Nicolas tem a chance de reencontrar o caminho das redes, depois do incrível gol perdido no clássico. Foi um lance que poderia ter decidido a partida, aos 39 minutos da etapa final.

Depois de iniciar a jogada, dominando a bola à entrada da área, Nicolas lançou Jean Dias na área e este passou para Robinho, que deu um toque de calcanhar para o goleador chapar de primeira. Ocorre que Nicolas chegou na bola, mas isolou por cima da trave.

A torcida ainda curte a frustração pela perda do gol “mais feito” do Re-Pa e o técnico Hélio dos Anjos até arranjou uma explicação polêmica para o erro de finalização. Culpou o gramado do Mangueirão.

Sem papas na língua, ele culpou o jogo Flamengo x Sampaio Corrêa, válido pelo Campeonato Carioca, disputado quatro dias antes do Re-Pa. “A bola deu uma ‘quicadazinha’. Então, o Flamengo prejudicou o nosso clássico”, declarou.

A bronca com a partida (e com o Flamengo) não é novidade. Hélio já havia sido manifestada de forma mais explícita. A justificativa para o chute torto de Nicolas não convenceu, mas o jogo de hoje abre uma nova possibilidade para o ídolo do time voltar a acertar o pé.

Usinas distribuem ingressos para o Pré-Olímpico

As Usinas da Paz vão distribuir ingressos gratuitos para os jogos da Seleção Brasileira feminina no Pré-Olímpico de basquete. O anúncio foi feito ontem pelo governador Helder Barbalho. O torneio, inédito no Pará e no Brasil, tem ainda as participações de Austrália, Sérvia e Alemanha, e garante três vagas para os Jogos Olímpicos de Paris, em julho próximo.

A fim de democratizar o acesso a eventos esportivos, o Governo do Estado decidiu distribuir gratuitamente ingressos para os jogos da Seleção Brasileira no torneio, que começa nesta quinta-feira (8), em Belém.

“A partir de amanhã (quarta-feira), cada Usina da Paz vai disponibilizar ingressos para o jogo de quinta-feira, estreia no pré-olímpico. Serão 7 mil ingressos pra gente lotar o Mangueirinho”, disse Helder.

Todos os jogos acontecem na Arena Guilherme Paraense (Mangueirinho), na avenida Augusto Montenegro. Além dos ingressos, o Governo vai garantir o transporte para que crianças e acompanhantes atendidos pelas Usinas da Paz assistam aos jogos da Seleção.

“Vamos disponibilizar ônibus para levar a meninada para prestigiar o evento. É o Brasil no pré-olímpico. É hora de lotar o Mangueirinho e empurrar as meninas do Brasil rumo a Paris, saindo aqui de Belém”, reforçou o governador.

Para o secretário de Estado de Cidadania, Igor Normando, esta é uma grande oportunidade para aproximar as crianças do esporte.

“Vamos garantir que as crianças e adolescentes atendidos nas Usinas da Paz, que muitas vezes não têm oportunidades, possam prestigiar este grande evento esportivo internacional. Muitos deles já praticam esportes nas Usinas e, no futuro, quem sabe também possam vir a ser profissionais do esporte”, declarou Igor.

Obra póstuma do craque das lentes tributa o futebol

“Futebol do Brasil: Sonho e Realidade”, livro de um dos mais destacados fotógrafos do país, será lançado amanhã (8), na Livraria Travessa, em Brasília. É uma forma carinhosa e merecida de marcar a data em que Orlando Brito, morto em 2022, faria 74 anos. Familiares e amigos do grande jornalista organizaram a noite de autógrafos.

Orlando era um craque da cobertura política, que exerceu por cinco décadas, ajudando a modernizar o fotojornalismo brasileiro. Como todos os profissionais da área, jamais abandonava a câmera fotográfica, e quase sempre da marca alemã Leica, a mesma que foi a queridinha dos grandes mestres, como o francês Cartier-Bresson.

Em meio aos registros da cena política, Orlando aproveitava viagens pelo país para registros variados. Uma vez, no Maranhão, avistou um campinho de várzea, que, na maré baixa, servia de local da pelada da garotada. Com maré alta, virava ponto de pesca (e sobrevivência) das famílias.

Cobriu Copas do Mundo com o mesmo entusiasmo com que passava o dia nos corredores do Congresso Nacional. Entendia a importância cultural do futebol para os brasileiros.

Sua filha Carolina, em entrevista ao Correio da Manhã, revela que “sua percepção possibilitou um aprofundado olhar do esporte que está entranhado na alma brasileira. Da sofisticação dos Maracanãs à singeleza dos cafundós, do encontro de ídolos e atletas famosos com brasileirinhos simples e desconhecidos do interior”.

O livro – que o escriba de Baião já encomendou – é um lançamento da Editora Almedina Brasil, com o apoio da Reag Investimentos. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 07)