Para a Globo, nomeação de Mantega é mais grave do que a tragédia de Brumadinho

A ida de Mantega para a Vale significaria a garantia de que a Vale se voltasse para suas responsabilidades ambientais e sociais

Por Luis Nassif, no Jornal GGN

A ideologia é uma porcaria.

O Jornal Nacional abre manchetes para criticar a indicação de Guido Mantega à presidência da Vale. “É um capricho de Lula”, decretaram. Na sequência, uma reportagem sobre Brumadinho. Sabe a razão do desastre de Brumadinho, de Mariana, da Light, da Enel, o fim da responsabilidade social da Companhia Siderúrgica Nacional? Falta de visão pública.

Todos eles foram dirigidos pelos chamados CEOs genéricos, em cima da fórmula de Jack Welch, o executivo que quebrou a General Eletric: toda prioridade aos dividendos. Isso implicava cortes nos gastos de segurança, na responsabilidade social, aperto nos fornecedores, nos trabalhadores, dribles no meio ambiente. Todos esses CEOs das grandes tragédias tinham por especialidade apenas os cortes, visando a melhoria dos dividendos.

Ora, toda empresa pública tem uma responsabilidade social e estratégica adicional. Mesmo sendo privatizada, a responsabilidade deveria continuar.

A ida de Mantega para a Vale significaria a garantia de que, sem perder a sua pegada de empresa privada, a Vale se voltasse para suas responsabilidades ambientais, sociais, estratégicas. Não se trata de capricho, mas de um cuidado que deveria se estender a todas as empresas nas quais o Estado ainda mantém participação.

Seria uma maneira de mesclar a gana de empresa privada com a responsabilidade de empresa pública.

Rock na madrugada – Izzy Stradlin, “Shuffle It All”

Disco elogiadíssimo do guitarrista e co-fundador do Guns N’ Roses. Foi lançado em 1992 com a participação de sua nova banda, Ju Ju Hounds. As levadas de guitarra e o som suingado remetem aos melhores momentos dos primeiros trabalhos do Guns. Ao mesmo tempo, confirmam o incrível talento de Izzy, vitimado no GNR pela disputa de egos e tretas musicais com Axl Rose. Continuou muito bom, mas o ex-grupo só piorou desde sua saída.

Rock na madrugada – Som Nosso de Cada Dia, “Sinal da Paranóia”

“Essa obsessão de chegar…/O terror de não vir a ser o que se pensa…/Esse eterno pensar nas coisas eternas/Que não duram mais que um dia”.

Letras do tipo bicho-grilo, emolduradas por pitadas de rock progressivo. O estilo do Som Nosso de Cada Dia emulava Yes e Emerson, Lake & Palmer. Fez sucesso nos meios alternativos dos anos 70, principalmente pela qualidade de seus músicos – Pedro Baldanza, Marcelo Schevano, Manito, Fernando Cardozo e Edson Ghillardi. Teve o mérito e a audácia de abraçar um subgênero do rock rotulado como difícil e anticomercial.

Era um período dominado por bandas psicodélicas, como Made in Brazil, Bixo da Seda, Vímana, O Terço, Ave Sangria, Moto Perpétuo, A Bolha e Joelho de Porco. O Som Nosso, nascido em São Paulo, conseguiu furar o bloqueio nas rádios e ganhou destaque ao emplacar alguns hits, como “Sinal da Paranóia” e “Bicho do Mato”, nas paradas brasileiras.

Na Netflix, há um documentário interessante sobre o período das bandas alternativas: “O Barato de Iacanga”, mostrando o lendário festival. Vale a pena assistir.

Fascismo virtual alveja Rony

POR GERSON NOGUEIRA

Depois de quebrar muitas barreiras para ser aceito e respeitado como um dos mais importantes jogadores do Palmeiras, o paraense Rony está sob uma saraivada de ataques de uma pequena de torcedores nas redes sociais. Xingado, achincalhado, discriminado e desrespeitado, ele demonstra estar muito abalado com essa nova realidade.

Não é diferente do que tantas outras pessoas famosas já sofreram. Ataques irracionais e desmedidos, fomentados pelo ódio irracional que acomete gente que se dedica a buscar alvos públicos.

O lado tóxico da fama vitimou Rony, que tem dificuldades para conviver com isso. Os xingamentos partem de figuras desconhecidas e sem identificação clara, mas incomodam e magoam.

Nem mesmo o respeito que a imensa maioria devota a ele são suficientes para tranquilizar Rony, que admitiu nunca ter vivido uma situação parecida. O clube, através do técnico Abel Ferreira e o diretor Anderson Barros, tem elogiado e destacado a importância dele, mas isso não basta.

Fustigado pelo desrespeito dos internautas, Rony sabe que não tem chances de reverter, até porque o histórico de ações abusivas na grande rede mostra que ninguém consegue superar o tsunami de ataques. Não há saúde mental que se mostre inexpugnável.

“Vai voltar a fazer farinha no Pará”, “ganha R$ 1 milhão e tem que aguentar qualquer coisa”, “volta pra casa, seu cabeça de bagre”. Estes são apenas alguns dos comentários ofensivos e xenófobos dirigidos a Rony.

O lado corneteiro da torcida é algo próprio do futebol e tem que ser aceito com serenidade, mas o linchamento virtual nada tem a ver com as velhas formas de crítica que o futebol carrega desde os primórdios. Aqui não se trata de comentários construtivos, são apenas ofensas raivosas.

A fúria destruidora não poupa ninguém, e o escolhido da vez é Rony. Além de ser achincalhado milhares de vezes ao dia, o atacante reclama de ameaças à sua família, o que torna tudo mais irracional ainda.

É triste admitir que tudo o que a internet passou a representar no Brasil tem a ver, diretamente, com um certo momento político de trevas e canalhices, liderado por malfeitores que estimularam seus seguidores (e eleitores) a agir com a selvageria própria dos fascistas.

Rony é apenas a vítima da hora, mas muitos outros já pagaram um alto preço por motivos diversos. Jogador de futebol vencedor de Libertadores, fundamental para o funcionamento ofensivo do Palmeiras, Rony incomoda os haters pela origem humilde que nunca escondeu – pelo contrário.

Rony incomoda por ser um homem simples e digno, um perfil particularmente odiado pelos bandoleiros do mundo virtual, covardes que se escondem sob o anonimato como os linchadores do mundo real.    

Bicolores perdem a linha e passam do ponto

Chamou atenção nos últimos dias a atitude extemporânea do presidente bicolor Maurício Ettinger insinuando um suposto caso de favorecimento, com base exclusivamente em boatos sobre a marcação do jogo Tapajós x Remo para o Mangueirão neste domingo, 28. No fim das contas, a Seel provou que não havia nenhuma decisão a respeito e o dirigente ficou com uma bomba nas mãos.

Ao tentar alvejar a Seel, insuflando o torcedor contra a secretaria, ele esqueceu de regra fundamental nesse tipo de ataque: a checagem da informação. Ao tentar se mostrar prejudicado por uma mudança que beneficiaria o rival Remo, caiu na própria armadilha.

Ontem, depois de toda a trapalhada, postou um vídeo se retratando pelo escorregão, mas a emenda saiu pior que o soneto. Mesmo admitindo que havia se precipitado, não teve estofo para se desculpar pelo erro.

O aspecto mais grave de todos foi a descortesia com o único patrocinador do Campeonato Paraense. O governo do Estado, que destina ao PSC (e ao Remo) uma quantia de quase R$ 3 milhões – entre contrato de TV e pelo campeonato e do naming rights. Ingratidão é que chama.

Ettinger não está sozinho nessa explosão nervosa que se abateu desnecessariamente nos arraiais alvicelestes. Hélio dos Anjos, conhecido pelas frases nem sempre ajustadas, detonou com a realização do jogo Flamengo x Sampaio Corrêa (RJ) em meio ao Parazão.

Disse, com razão, que jogos de outros Estados não podem se sobrepor ao do campeonato estadual, mas escorregou ao usar expressões como “dane-se o Flamengo, não sou torcedor e nem trabalho no Flamengo”.

Óbvio que a opinião é livre, mas Hélio esqueceu a dimensão da fala. O Flamengo e sua torcida não iriam engolir a imprecação. Nas redes sociais, o PSC passou a ser atacado pelos flamenguistas, alguns xingando e destilando preconceito. Outro que poderia ter evitado o desgaste.

Até porque a promoção de jogos dos clubes do Rio em Belém é uma tendência de mercado, e o futebol hoje precisa ser visto como um grande negócio. A crítica correta deve se dirigir aos transtornos e prejuízos que a remarcação de jogos pode causar à competição regional.  

Por fim, o atacante Nicolas disparou críticas à FPF, aos clubes e até às prefeituras do interior em função da má qualidade do gramado do estádio Diogão, em Bragança. A exemplo de Hélio, o jogador se excedeu na forma, embora o conteúdo de sua reclamação seja plenamente aceitável.

Copinha vira puxadinho do campeão Corinthians

Ver o Corinthians campeão da Copa de São Paulo é quase um lugar-comum, uma redundância. Nos últimos anos, o clube alvinegro vem dominando a competição. Ontem, conquistou seu 11º título ao derrotar o bom time do Cruzeiro na partida final, disputada na Arena Itaquera.

Nos próximos anos, seria justo passar a nominar a competição como Copa Timão, tal o protagonismo da equipe, meritório ou não. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 26)

Facada: escândalo da Abin pode ajudar a desvendar o que aconteceu em Juiz de Fora

Policiais que faziam a segurança de Jair Bolsonaro no dia da suposta facada não só foram premiados como indicaram Alexandre Ramagem para o cargo

Por Joaquim de Carvalho, no Brasil247

Essa estrutura de espionagem e outras ilegalidades nasceu naquela tarde em que Adélio Bispo de Oliveira ficou frente a frente com Carlos Bolsonaro e caminhou na sua direção antes de ficar frente a frente com Jair Bolsonaro e, com sua atitude, eleger o líder da extrema direita brasileira presidente da república.
Dois policiais federais afastados por decisão de Alexandre de Moraes tiveram atuação decisiva naquela tarde: Marcelo Bormevet e Luiz Felipe Barros Felix. Relatei a atuação dos dois em dois documentários censurados pelo YouTube.
Bormevet foi quem coordenou o esquema de segurança paralela em Juiz de Fora, e exigiu que a Associação Comercial e Empresarial da cidade contratasse uma empresa de drone para gravar todo o trajeto de Bolsonaro naquela tarde.
Busquei a íntegra das imagens desses drones, mas não encontrei. Uma edição foi divulgada pela propaganda bolsonarista horas depois do evento, com cortes.
Felipe Félix é o policial em quem Bolsonaro se apoiava no trajeto pela cidade. Depois, ele foi flagrado espionando um ex-sócio de Jair Renan.
Ao apurar esta história, recebi mensagem ameaçadora, envolvendo inclusive minha família. Denunciei o caso à Polícia Civil do Distrito Federal, mas a investigação não avançou, até onde sei.
Foram esses policiais federais que indicaram Alexandre Ramagem para a direção-geral da Abin, por intermédio de Carlos Bolsonaro.
Parte da história foi contada por Gustavo Bebianno, meses antes de morrer, sem revelar os nomes. Eu descobri os nomes quando apurei o documentário “Uma fakeada no coração do Brasil”.
Essa investigação da Polícia Federal, que teve operação nesta quinta-feira, poderá jogar luz sobre o episódio mais nebuloso da história do Brasil.
Não se trata de alimentar teoria da conspiração, mas da necessidade de responder a todas as perguntas sobre aquele caso.

Rock na madrugada – Barão Vermelho, “Cuidado”

Último trabalho autoral de Roberto Frejat com o Barão, o LP Barão Vermelho (2004) fez a banda se reencontrar com o som vigoroso, sustentado pela voz e a guitarra de Frejat, como neste rockão pesado à la Stones. Foi uma espécie de canto de cisne, digno da história e da relevância do grupo na cena roqueira brasileira. A letra é na melhor tradição do Barão, com recados duros e diretos. Mentor do Barão, Ezequiel Neves produziu o disco, ajudando a exorcizar de vez as últimas lembranças de Cazuza na banda. Depois de duas turnês e um DVD ao vivo, a banda perdeu Ezequiel, que morreu em 2010, e Frejat, que saiu em 2017.

Leão passa pelo Castanhal e mantém campanha invicta

O Remo não teve a mesma proposta agressiva de jogo mostrada na goleada sobre o Canaã, domingo, no Mangueirão. Diante do Castanhal, o time de Ricardo Catalá teve poucas chances no primeiro tempo diante da boa marcação do Japiim. O gol surgiu num lance de puro talento. Raimar cruzou na área, Camilo estufou o peito e tocou para Echaporã, que encheu o pé e marcou o único gol da partida.

Na etapa final, com Marco Antonio em campo no lugar de Ronald, o Remo teve melhor participação pelo lado esquerdo. Em jogadas individuais, o meia-atacante desmontou a marcação do Castanhal. Em arrancada rumo à área, sofreu falta, que Raimar cobrou com perigo.

Em seguida, invadiu pelo lado esquerdo, driblou dois adversários e cruzou. Ytalo desviou, mas a bola sobrou para Felipinho, que se atrapalhou no lance e mandou a bola por cima da trave.

Nos minutos finais, o Castanhal tentou impor uma pressão, mas não acertou o gol de Marcelo Rangel. O Remo controlou a posse de bola e garantiu a segunda vitória no Parazão.

Nicolas marca outra vez e garante segunda vitória do Papão

O jogo Caeté x Paysandu se encaminhava para o final, com um empate sem gols, quando o artilheiro Nicolas brilhou outra vez. Foi o segundo dele na atual campanha do Papão no Parazão. Na estreia, fez o gol da vitória cntra o Santa Rosa.

Sem grandes emoções ao longo de todo o primeiro tempo. O PSC tinha a bola, mas não levava perigo ao gol do Caeté. A única chance foi quando Nicolas passou para Lucas Maia, que cruzou rasteiro para o meio da área. Jean Dias dominou e bateu mas a zaga abafou.

O Paysandu voltou mais ativo no segundo tempo, mas sem objetividade nas finalizações. A primeira chance foi do Caeté, aos 6 minutos, quando Fidelis avançou pela esquerda, cruzou na área para Popó, que disparou para fora.

Aos 14′, o volante Biel foi à linha de fundo, lançou na área e Hyuri finalizou fraco, para boa defesa de Paulo. No apagar das luzes, Nicolas recebeu um passe, se livrou da marcação e chutou para o gol.

Em nota, Seel informa que não haverá jogo no domingo (28) no Mangueirão

A Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) faz um esclarecimento acerca da informação divulgada pelo Paysandu nas redes sociais e em seu site oficial, referente à solicitação de jogo para o Mangueirão no próximo domingo (28), afirmando que teria havido favorecimento a outros clubes.

A Seel informa que o estádio Jornalista Edgar Proença “não receberá jogos até o dia 30 de janeiro pois cumpre um cronograma técnico de manutenção do gramado, devido às questões climáticas da cidade de Belém”, diz a nota divulgada pela secretaria.

“A Secretaria de Esporte e Lazer reafirma que a única partida que consta do calendário oficial do Mangueirão, para os próximos dias de janeiro, é o jogo entre Flamengo x Sampaio Corrêa/RJ no dia 31 de janeiro”, acrescenta.

Por fim, a Seel “lamenta a atitude inadequada e leviana acerca do assunto e repudia qualquer informação falsa referente aos jogos no Novo Mangueirão”.

Nota do Editor:

O Paysandu se manifestou, na noite de terça-feira (23), reclamando de suposto favorecimento a outros clubes – não citou na postagem, mas se referia ao Tapajós e ao Remo – por não ter sido atendido em pedido para transferência do jogo com o Caeté para o mesmo dia 23. A Seel, na nota acima, revela que não houve marcação de jogo para o domingo, 28, no Mangueirão, o que desmente a Diretoria do PSC.

Rock na madrugada – Steve Winwood & Eric Clapton, “Had to Cry Today”

Steve Winwood e Eric Clapton tocam este clássico do Blind Faith no Crossroads Guitar Festival de 2007, com participações de Derek Trucks e Doyle Bramhall. Clapton é o dono do poderoso riff da música. Quando foi lançada, em 1969, a canção foi um sucesso imediato dentro do rico repertório do supergrupo formado por Clapton, Winwood e Ginger Baker. Pena que o Blind Faith durou somente dois anos, sem resistir ao ego imenso de suas estrelas.

Quando teve a ideia de formar o Blind Faith, Eric Clapton já era um ídolo, com participação em grupos consagrados como Yardbirds, do John Mayall & Bluesbreakers e Cream. Em 1969, decidiu chamar um jovem cantor, Winwood, que havia formado o Traffic. Trouxe Ginger Baker e Rich Grech para cuidar do baixo.

Inspirado no grupo canadense The Band, que tocava sempre com Bob Dylan, Clapton entrou de cabeça, com fé cega, no novo projeto. Em agosto de 1969, estava pronto o único álbum do grupo, chamado também ”Blind Faith”, sólido e sem excessos, com 6 faixas em 41 minutos. Sucesso comercial instantâneo, assumindo as paradas no Reino Unido, EUA e Canadá.

”Had To Cry Today” é a faixa de abertura com solos inspirados de Clapton, interpretação suave de Winwood e bateria impecável de Baker. “Presence of the Lord” e ”Can’t Find My Way Home” são outros grandes êxitos do disco solitário de uma banda que está na história do rock dos 60′ apesar da curtíssima carreira.

A novidade chega pelas pontas

POR GERSON NOGUEIRA

A segunda rodada do Parazão, que acontece hoje, tem possibilidade de mexer bastante na tabela de classificação, liderada por Remo, PSC e Caeté, os vencedores da abertura do campeonato. Expectativas muito acentuadas quanto ao desempenho de dois jogadores em especial.

Echaporã, do Leão, e Jean Dias, do Papão, chamaram atenção pelas atuações diante de Canaã e Santa Rosa, respectivamente. Por coincidência, são dois pontas dribladores e velozes, jogadores que costumam agradar de cara os torcedores da dupla Re-Pa.

E não é para menos. Há uma rica tradição de jogadores que encantaram a torcida com habilidade e funcionalidade pelos lados do campo. Os dois clubes têm uma vasta galeria de ponteiros que brilharam ao longo da história, desde Neves e Ércio, Leônidas e Birungueta até chegar em Lupercínio, Evandro e Rony.

Pelas investidas que deu pelo lado esquerdo, infernizando a marcação do Santa Rosa, sábado à noite, Jean Dias caiu no gosto da galera alviceleste. Foi dele o cruzamento perfeito para o gol de Nicolas. Entrou aos 28 minutos de jogo, substituindo Leandro, lesionado, e deixou a impressão de que não sai mais da equipe.

Além de Jean, o técnico Hélio dos Anjos tem a alternativa de lançar contra o Caeté, hoje à tarde, o meia venezuelano Esli García, 23 anos, um dos reforços que o PSC foi buscar fora do Brasil. Na estreia, o time sofreu com a falta de criatividade no meio-campo. Esli estava em Belém, mas não havia sido regularizado.

Já o técnico Ricardo Catalá tem nas escapadas de Echaporã um dos caminhos para obter a segunda vitória, hoje à noite, no estádio Jornalista Edgar Proença, contra o Castanhal. Echaporã encheu os olhos da torcida com dribles e capacidade de finalização.

Participou das principais articulações do ataque remista no primeiro tempo contra o Canaã e confundiu a marcação com deslocamentos constantes. Cansou no início do segundo tempo e foi substituído, a fim de ser preservado para o jogo de hoje.

Aos 23 anos, Echaporã festejou muito a atuação na estreia e se emocionou porque esteve muito perto de desistir da profissão, depois de lesão sofrida no ano passado – ficou sem jogar por oito meses. A acolhida da torcida remista é apontada por ele como um motivo de celebração.

Mudanças de local de jogo ameaçam a paz no Parazão

O Paysandu deu o pontapé inicial nas polêmicas dentro do Parazão. A diretoria informou nas redes sociais que havia firmado acordo com a direção do Caeté para que a partida – que acontece hoje em Bragança – fosse disputada no estádio Mangueirão, mas a Seel teria negado o pedido conjunto dos clubes.

O argumento da Seel foi que o jogo iria comprometer as condições do gramado para o jogo Flamengo x Sampaio Corrêa, pelo Campeonato Carioca, marcado para o dia 31 deste mês.

Segundo o PSC, caso a solicitação fosse acatada, o confronto contra o Caeté seria disputado nesta terça-feira (23), oito dias antes da partida pelo Cariocão. A contrariedade aumentou porque, ainda segundo os bicolores, houve uma aceitação de troca de local para outra partida, no domingo (28), apenas três dias antes do jogo do Flamengo.

“O Paysandu repudia tal decisão, que foi tomada sem nenhum fundamento técnico, com a explícita e única intenção de privilegiar outros participantes do campeonato estadual. Nem o alto volume de chuvas, que poderia deixar o gramado em estado precário, foi o suficiente para que se negasse o pedido de marcação de outra partida do Parazão”, diz a nota.

Se tudo aconteceu como o PSC informa, não há como negar que houve tratamento diferenciado em relação à reivindicação dos clubes. Com a palavra, a Seel – que não se posicionou sobre a manifestação bicolor.

FPF assume despesas de clubes com menor receita

Uma iniciativa que diminui as perdas dos clubes mandantes em jogos que envolvem clubes recebem cota menor de patrocínio foi anunciada ontem pelo presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), Ricardo Gluck Paul. A entidade assumirá os custos relacionados ao quadro móvel dos jogos realizados por esses clubes.

O quadro móvel, integrado por delegados e auxiliares, tem normalmente seus custos sob responsabilidade do mandante. A medida beneficia os clubes do Grupo B, que recebem cotas inferiores aos dois clubes do Grupo A, Clube do Remo e Paysandu.

A decisão envolve um impacto financeiro da ordem de R$ 80 mil, que a partir de agora será coberto pela FPF. A medida vai contribuir para a saúde financeira dos clubes emergentes e colaborar com o fortalecimento do futebol no Estado.

Escalação burocrática alveja o futebol-raiz

A escalação do Tapajós difere da dos demais clubes do Parazão, pelo critério de uso do nome composto dos jogadores. Para o confronto de ontem com o Águia (1 a 1), o time alinhou: Cassiano Silva; João Gabriel, Walter Teixeira, Paulo Henrique e Talisson Sancho; Romulo Amorim, Marcos Silva e Nilson Gomes; Igor Gabriel, Otávio Gomes e Thainler Mariano. Parece uma lista de funcionários de uma repartição pública.

Prova flagrante de que o futebol-raiz dos apelidos engraçados e folclóricos definitivamente está a caminho da perdição.   

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 24)

Motivos para ter otimismo

POR GERSON NOGUEIRA

Apesar de três empates na rodada inaugural e uma baixa média de gols (11 em seis jogos), a largada do Campeonato Paraense não frustrou as expectativas do torcedor. A dupla Re-Pa estreou com vitórias, apesar da falta de maior entrosamento. O campeão Águia ficou no 0 a 0 com a Tuna. Cametá e Castanhal empataram, mas um golaço de Felipe Gedoz salvou a partida.

Nos jogos de PSC e Remo, todas as atenções se localizavam nos novos jogadores, principalmente no caso dos azulinos, cuja torcida não tinha visto a nova equipe em ação. A goleada de 5 a 0 sobre o Canaã mostrou um time agressivo e muito focado na busca pelo gol. A atuação não chegou a ser brilhante, principalmente pelo segundo tempo morno.

Foi o suficiente, porém, para entusiasmar a torcida, sempre sensível e receptiva a goleadas. A pressão exercida nos minutos iniciais fez com que a equipe controlasse por completo a partida, a ponto de garantir a vitória ainda no primeiro tempo, com 4 a 0 no placar.

Destaque para as atuações do meia-armador Camilo e do desconhecido Echaporã, que infernizou com dribles e finalizações sempre buscando os lados do campo. Acabou abrindo o caminho para o triunfo com duas grandes jogadas.

Camilo foi fundamental na organização ofensiva, cruzando a bola para o segundo gol e dando um passe sensacional para Ytalo no lance do terceiro tento remista. Depois, ainda deixaria o seu, mostrando que tem tudo para ser o grande comandante azulino na temporada.

No Papão, Nicolas reencontrou o caminho das redes. Um gol típico de centroavante, desviando cruzamento de Jean Dias, outro nome que se sobressaiu na estreia alviceleste diante do Santa Rosa.

O problema é que o centroavante, autor agora de 40 gols com a camisa bicolor, poderia ter sido mais acionado. O setor de meio-campo pouco funcionou na criação de jogadas e isso fez com que o jogo do PSC fosse muito mais na base da pressão e dos lançamentos longos.

Enquanto as ações pelo meio não fluíram, na lateral-esquerda um nome mostrou que veio para ficar: Bryan. Ele e Jean Dias se entenderam muito bem naquela faixa do campo, sem encontrar dificuldades para vencer a marcação. No final do jogo, o Santa Rosa chegou a ameaçar, principalmente pelas ações de Pedro Sena.

No Parque do Bacurau, um confronto de marcação e velocidade. O Cametá fez 2 a 0 no primeiro tempo, com direito a uma bela arrancada de Balotelli no segundo gol. Na etapa final, o Castanhal reagiu e chegou ao empate. A cereja do bolo foi o disparo de Felipe Gedoz, de primeira, na gaveta. Um golaço nível Prêmio Puskás.

O campeonato ansiosamente começou em bom nível. Deixou no ar a promessa de boas novidades pela frente. As torcidas fizeram sua parte: o Mangueirão recebeu 50 mil espectadores – 23 mil no sábado e 27 mil no domingo. Ótimo sinal. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Seleção da 1ª rodada é dominada pelos azulinos

Cinco jogadores do Remo estão na seleção da rodada inaugural do campeonato: Thalis, Camilo, Pavani, Ytalo e Echaporã, além do técnico Ricardo Catalá. Boas escolhas, menos a do lateral-direito, peça que destoou na atuação remista contra o Canaã. Na esquerda, Raimar foi melhor.

O principal goleiro da rodada é Iago Hass, da Tuna. A zaga tem Pedrão (Cametá) e os bicolores Carlão e Bryan. Outro bicolor na escalação foi o atacante Jean Dias. Clóvis, um dos melhores do Caeté na vitória sobre o São Francisco, completa o meio-de-campo.

A seleção da rodada, escolhida pela FPF, funciona como fator de estímulo e é um bom parâmetro para avaliar a evolução de times e jogadores ao longo do campeonato.

Abuso de preços é responsabilidade dos clubes

O Remo se manifestou após a torrente de críticas da torcida pelo preço da água (R$ 10,00) e do estacionamento terceirizado (R$ 30,00). Explicou que o valor cobrado pela água é culpa dos ambulantes e deixou claro que o custo do estacionamento é responsabilidade de uma empresa terceirizada. Faltou anunciar providências. O torcedor esperava por isso.

As queixas se estendem à torcida do PSC, que também sofreu com os preços abusivos na partida de sábado à noite. Alguém precisa cuidar com seriedade dessa questão. O consumidor merece respeito.

Magic Paula é atração do Fórum de Formação Esportiva

Acontece amanhã (24), em Belém, o Fórum Estadual de Formação Esportiva. As principais atrações são palestras de Paula Gonçalves, a “Magic Paula”, e dos campeões olímpicos e mundiais Lars Grael (vela) e Emanuel Rego (vôlei de praia). A realização é do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) em parceria com a Assembleia Paraense e o Sindicato dos Clubes Sociais do Pará (Sindiclubes) e apoio da Secretaria de Esporte e Lazer e do Comitê Olímpico do Brasil.

O evento será na sede campestre da Assembleia Paraense, das 14h30 às 20h. O objetivo é fomentar a rede de clubes formadores, universalizar as experiências sobre a formação de atletas, distribuir recursos para um número maior de jovens das mais diversas modalidades a fim de oxigenar o sistema esportivo do país.

O CBC preparou um conteúdo especial para os gestores esportivos do Estado, com informações referentes à formação de atletas por meio do segmento clubístico, além de oferecer ideias para que os municípios paraenses consigam ampliar o apoio aos atletas locais de alto rendimento.

É a terceira edição do Fórum – as anteriores foram no Paraná e em Pernambuco – e a quantidade de inscritos superou as duas primeiras, o que aumenta a expectativa e o compromisso de realizar um grande evento.

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 23)