Nicolas brilha e comanda o Papão

POR GERSON NOGUEIRA

Nicolas atuou diante do Águia de Marabá com dores nos tendões — Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

A informação de que Nicolas jogou contra o Águia sofrendo com dores nos tendões confirma a impressão de que o artilheiro se transforma com a camisa do PSC. A capacidade de superação está diretamente vinculada à eficiência que demonstra em campo. No estádio Zinho Oliveira, ele marcou mais dois gols e manteve a liderança isolada na tábua de goleadores do Campeonato Paraense.

O fato de estar com desgaste físico não afetou o desempenho do jogador, fato destacado pelo técnico Hélio dos Anjos, que chamou atenção para os problemas enfrentados pela equipe na partida de quarta-feira contra o Caeté, no castigado gramado do estádio Diogão, em Bragança.

Apesar das justificadas queixas do treinador, o PSC vem demonstrando evolução neste início de competição. Estreou com vitória diante do Santa Rosa, apesar de dificuldades para converter em gols as várias oportunidades criadas ao longo do confronto.

Na segunda apresentação, contra o Caeté, o desafio foi ainda maior, pois o time teve que encarar, além de um adversário forte na marcação, os desníveis e buracos do campo. O placar em branco prevaleceu durante quase 90 minutos e foi Nicolas que, aos 46’ do segundo tempo, achou o caminho da vitória recorrendo à habilidade para marcar o gol.

O artilheiro voltou a brilhar no sábado à tarde, em Marabá, marcando gols decisivos. No primeiro lance, meio sem querer, marcou após a bola estourar em seu rosto na pequena área. Depois, já na segunda etapa, aproveitou um erro de passe do zagueiro Betão para avançar com a bola e finalizar na saída do goleiro Axel Lopes.  

Nicolas é a principal contratação do PSC para a temporada. Seu retorno ao clube ocorreu depois de uma novela envolvendo sua liberação pelo Ceará Sporting. Vale dizer que a diretoria bicolor não desistiu do sonho de tê-lo no comando do ataque, mesmo depois do desempenho ruim na temporada passada, quando balançou as redes apenas três vezes.

No fundo, todos no PSC acreditavam que Nicolas é daqueles jogadores umbilicalmente identificados com o clube, onde se sente confortável e querido por todos. Esse vínculo afetivo responde pelo excelente começo de temporada – superior ao dos últimos três anos. Marcou quatro gols em três jogos.

Não foi um resultado qualquer o triunfo do Papão em Marabá. Foi um jogo de afirmação para o novo time, pois o adversário é simplesmente o campeão paraense e ganhador da Supercopa Grão-Pará.

Além do simbolismo, a boa atuação deu ao time a primeira vitória por um placar mais folgado. Havia vencido Santa Rosa e Caeté pelo placar mínimo e justamente no jogo mais complicado veio o 3 a 0 maiúsculo.

Hélio fez algumas mudanças, que funcionam positivamente, como a entrada de Biel. Outra: Bryan jogou adiantado, tendo Kevyn como o defensor na lateral esquerda. O posicionamento de Bryan confundiu a marcação do Águia, que tinha Eric substituindo Bruno Limão na direita.

O primeiro gol nasceu de um cruzamento do arisco Jean Dias da direita para a esquerda, onde Bryan se postou junto à linha da grande área e testou firme, sem chances para Axel. A jogada, muito celebrada pela execução, intranquilizou o Águia e abriu caminho para os gols de Nicolas, mencionados acima.

Uma vitória sem questionamentos e que dá ao PSC mais confiança e força mental para o clássico do próximo domingo, 4, com o Remo.

Kelvin e Ribamar podem ser atrações no Re-Pa

O Remo fez um treino aberto para torcida e imprensa, ontem, no estádio Evandro Almeida. Em clima festivo, Ricardo Catalá movimentou o elenco e completou a preparação feita na véspera, quando os novatos Kelvin e Ribamar se juntaram aos companheiros pela primeira vez.

Ambos podem surgir como opção para o treinador na partida contra o Paysandu, domingo, no Mangueirão. A utilização vai depender do nível de condicionamento físico dos atacantes. Em termos práticos, observando carências do time, Kelvin parece mais próximo de uma escalação.

Com características de atacante de beirada, o habilidoso Kelvin deve disputar posição com Echaporã, artilheiro do time com 2 gols, e Ronald.

O centroavante Ribamar deve ser a alternativa no banco para Ytalo. De toda sorte, é improvável que o cauteloso Catalá precipite a escalação dos últimos reforços apresentados no Baenão.

Outros jogadores parecem em situação mais favorável para compor o time que vai encarar a esquadra de Hélio dos Anjos, um técnico que se orgulha de nunca ter sido derrotado no clássico. Marco Antônio, que atuou muito bem no 2º tempo contra o Castanhal, está muito bem cotado.

Lusa renasce e Castanhal afunda na lanterna

A Tuna conquistou sua primeira vitória no campeonato, passando pelo Cametá, no estádio do Souza, por 3 a 0. Gols de Chula (vice-goleador do Parazão) e Dedé. O jogo foi totalmente dominado pelos cruzmaltinos, que deixaram de lado a instabilidade exibida no empate contra o Bragantino.

Depois que Marlon cruzou a bola na área para desvio de Dedé, a zaga do Cametá não ofereceu mais resistência para o rápido Chula. Na primeira jogada, ele recebeu na área, passou pelo goleiro e tocou para as redes com categoria.

A terceira jogada foi típica de artilheiro. Correu pelo centro e sinalizou para o lateral direito avisando onde queria o cruzamento. A bola veio e ele desviou para o fundo do barbante.

Grande decepção do campeonato até agora (ao lado do Águia), o Castanhal se isolou na lanterna com a derrota em casa para o Santa Rosa, por 1 a 0. O gol foi de Felipe Vigia em falha de marcação e também do goleiro do Japiim.

Depois do bom comportamento contra o Remo na quarta-feira, no Mangueirão, a expectativa era alta em relação ao Castanhal, mas o time sentiu o gol e não teve forças para reagir.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 29)

A ajuda que sustenta o Parazão

POR GERSON NOGUEIRA

Nenhuma outra unidade da federação tem um programa de apoio financeiro ao futebol como o que existe no Pará há mais de uma década e que foi turbinado no governo Helder Barbalho. Só a dupla Re-Pa recebe perto de R$ 6 milhões em três modalidades de repasses. Apesar disso, a importância dessa ajuda foi menosprezada nesta semana.  

O valor destinado a cada um dos grandes da capital é de R$ 745.113,60 por ano (dos R$ 3,3 milhões pagos aos clubes pela transmissão dos jogos do Parazão). A Funtelpa paga esse montante via convênio com a Federação Paraense de Futebol (FPF).

O outro convênio é por meio do Banpará, que paga a Paysandu e Remo pelo contrato do Campeonato Estadual e do Naming Rights. O valor total é de R$ 6 milhões. Paysandu e Remo recebem R$ 687.887, 95, cada.

Pelo Naming Rights, cada um recebe R$ 1,5 milhão (cota única paga em 2023 com vigência de 24 meses).

A Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Seel) não dá apoio financeiro direto, mas garante suporte com o desconto médio de 50% pela locação do estádio Jornalista Edgar Proença.

Outra vantagem é que, nos dias de jogos, a Seel disponibiliza equipe de 100 pessoas para apoio no estádio. Cede equipamentos de infraestrutura, como grades de contenção e libera espaços de lazer, como bares e restaurantes, sem cobrar taxas por isso. E ainda cuida da limpeza do Mangueirão ao término das partidas.

É importante relembrar a ajuda governamental porque, apesar de assegurar com os recursos a sobrevivência do Parazão, a semana teve uma manifestação desastrada da diretoria do Paysandu, alvejando diretamente a Seel a partir de uma acusação não confirmada.

Com base em boatos, o clube entendeu que Tapajós x Remo jogariam no Mangueirão neste domingo (28), sentindo-se prejudicado porque havia solicitado a mudança do local de Caeté x Paysandu, realizado na quarta-feira (24). Julgou que havia sido discriminado. Não foi. A Seel não autorizou qualquer mudança, até porque nem houve pedido.

A relação de confiança e respeito entre os clubes e a Seel ficou seriamente abalada, mesmo porque a retratação feita pelo presidente do PSC foi insuficiente. A admissão da trapalhada não veio acompanhada do devido e necessário pedido de desculpas.

Para um campeonato que sempre foi deficitário, com zero receita de patrocínio privado, o repasse que o governo estadual faz é uma espécie de bálsamo. Não haveria Parazão sem a contribuição pública, que é ampliada anualmente pelo governador Helder Barbalho.  

Foi graças a isso que o Campeonato Paraense foi realizado normalmente ainda sob a pandemia, sem que os clubes tivessem qualquer redução nos valores dos contratos.

A partir de agora, recomenda-se acima de tudo prudência, temperança e freio na língua.

Bola na Torre

O programa tem a apresentação de Guilherme Guerreiro, com a participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. A terceira rodada do campeonato é o tema em debate e análise. A edição é de Lino Machado.

Reforços podem ser preparados para o clássico

Depois que o técnico Ricardo Catalá admitiu que o Remo ainda não conseguiu firmar uma conexão entre o meio e o ataque, o período de 10 dias de folga no campeonato (pelo adiamento do jogo com o Tapajós) vem a calhar para o aprimoramento da equipe.

Mais que isso: o Remo pode contar com dois reforços que chegaram nos últimos dias, Ribamar e Kelvin. O centroavante é visto com certa desconfiança pela passagem pouco inspirada por outros clubes, mas a estreia do atacante de lado é esperada com mais ansiedade.

O paranaense Kelvin chegou com o prestígio da excelente passagem pelo futebol português. Em 2013, cravou seu nome na história dos imortais do FC Porto ao garantir a vitória sobre o Benfica (de Jorge Jesus) aos 46’ do 2º tempo. O gol até hoje é celebrado pela torcida do Porto.

Os dias de pausa podem permitir que os dois novatos sejam preparados para estrear até mesmo no clássico com o PSC, no domingo, 4 de fevereiro. Outro benefício é a recuperação dos jogadores Daniel, que se recupera de lesão no joelho, e Jonilson, que passa por reequilíbrio muscular.

Bom currículo recomenda o novo reforço bicolor

Quando quase todo mundo achava que o PSC havia fechado as contratações para o setor defensivo, depois da chegada do lateral esquerdo Kevyn, o clube anunciou na sexta-feira o lateral-direito Michel Macedo, de 33 anos, junto com o goleiro da base Claudio Vitor, de 20 anos. Ambos já estão regularizados e em condições de jogo.

Revelado no Flamengo, Michel deu seus primeiros passos na carreira defendendo o Almería, da Espanha, por quatro temporadas. Ao voltar, em 2013, defendeu o Atlético-MG no Campeonato Mineiro e na Libertadores.

Depois de duas temporadas no Galo, retornou ao Almería, atuando nas temporadas 2014/15 e 2015/16. Nos dois anos seguintes, Michel seguiu na Espanha, mas jogando pelo Las Palmas.

Em 2019 se transferiu para o Corinthians, onde venceu o Paulistão daquela temporada. Depois, foi emprestado ao Juventude. Transferiu-se para o Ceará onde jogou a Série B em 2022 e 2023.

O ano passado não foi tão produtivo – atuou em apenas 11 jogos, sendo titular em sete. Chega para compor elenco e disputar posição com Edilson, o atual titular da lateral-direita. 

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 28)

Papão derrota o Águia e assume liderança isolada do Parazão

Com dois gols de Nicolas e um de Bryan, o PSC superou o Águia na tarde deste sábado (27), em Marabá, pela 3ª rodada do Parazão. Logo aos 14 minutos, Bryan marcou o primeiro gol, desviando de cabeça um cruzamento de Jean Dias. Aos 22′, uma bola alta na área dificultou a defesa de Axel Lopes. Após desvio do goleiro, a bola bateu em Nicolas e entrou.

O Águia tentou diminuir ainda no primeiro tempo, mas errava muito nas jogadas de aproximação. Allan Maia desviou rasteiro, perto da trave de Matheus Nogueira, com muito perigo. Logo em seguida, Kaíque cabeceou e o goleiro desviou a bola com os pés.

Aos 27 minutos do segundo tempo, o zagueiro Betão saiu jogando errado e Nicolas recuperou a bola para marcar o terceiro e último gol da partida.

Com o resultado, o Papão assumiu a liderança isolada do campeonato, com 9 pontos em três rodadas. O Remo não joga nesta rodada, pois o jogo com o Tapajós foi adiado para 14 de fevereiro.

A derrota fez com que o técnico Rafael Jaques pedisse demissão do Águia.

Rock na madrugada – Los Hermanos, “Sentimental”

Banda que até hoje divide opiniões no cenário roqueiro – alguns veneram, outros detestam -, Los Hermanos conseguiu um feito admirável: uma obra de características singulares e fáceis de reconhecer, mesclando elementos do rock alternativo e toques de MPB. No show que marcou a volta e a despedida, no Maracanã, em 2018, foi possível observar a evolução e a maturidade dos músicos, principalmente Rodrigo Amarante, que interpreta “Sentimental”, grande hit do grupo. Marcelo Camelo, Rodrigo Barba e Bruno Medina completam o time.