Leão atropela na estreia

POR GERSON NOGUEIRA

Agressivo desde os primeiros movimentos, o Remo atropelou o Canaã ontem à tarde, no Mangueirão lotado, na partida de estreia de ambos no Campeonato Paraense. Pela insistência nas ações ofensivas, os azulinos poderiam ter chegado ao gol logo nos minutos iniciais.

Echaporã foi o mais avançado dos atacantes, explorando os dois lados e buscando sempre o drible. Foi dele a jogada que resultou no primeiro gol, aos 9 minutos. Driblou o marcador e bateu cruzado, mas o zagueiro Pietro interceptou e a bola morreu no fundo das redes.

O mesmo Echaporã marcou o segundo gol, aos 22’. A bola foi cruzada na área pelo meia Camilo e o atacante se meteu entre os zagueiros para ficar com a bola e bater rasteiro na saída do goleiro Matheus Poletine.

O Remo controlava as ações e não permitia ao Canaã sair de seu campo. O único problema era a articulação de meio-campo, onde Camilo e Pavani custaram a aparecer para o jogo; em certo sentido, Camilo era muito vigiado pela marcação.

Aos poucos, a situação foi se tornando mais tranquila para os homens de criação e Camilo teve a oportunidade de trabalhar mais a bola, despontando também naquela que é sua especialidade: a cobrança de faltas e escanteios.

Nos instantes finais do 1º tempo, o Remo voltou a acelerar pelos lados e a trocar passes curtos. Aos 42’, Camilo deu um passe perfeito para Ytalo e este invadiu a área. Diante do goleiro, tocou rasteiro no canto, ampliando para 3 a 0.

Dois minutos depois, Echaporã fez um corta-luz para Camilo receber sem marcação e disparar um tiro à meia altura, indefensável. Remo 4 a 0.

Depois do intervalo, o Remo voltou modificado. Ricardo Catalá resolveu poupar Camilo e Ytalo, lançando Jaderson e Kanu. O time voltou sem a mesma pegada do primeiro tempo, errando mais passes e pouco efetivo nas finalizações. Outra mudança dupla viria aos 23 minutos: Pavani e Echaporã foram substituídos por Henrique e Marco Antônio.

Uma boa chance ocorreria já com Felipinho em campo – ele substituiu Ronald. Aos 28’, ele foi à linha de fundo e cruzou com muito perigo, mas Kanu chegou atrasado. O Canaã quase aproveitou um descuido de Ícaro. Marudá ficou com a bola, mas foi desarmado.

Aos 42’, Kanu foi lançado, driblou dois, mas foi derrubado junto à linha da grande área. Marco Antônio cobrou a falta e colocou no ângulo direito da trave de Matheus, para fechar a goleada em 5 a 0.

Não foi uma exibição primorosa do Remo, mas dentro do nível de expectativa da torcida para uma estreia. Melhores do Leão: Echaporã, Camilo e Pavani. 

Faltou respeito: ídolo azulino barrado na escalação

Um suposto acordo com a diretoria teria condicionado Vinícius a ficar como terceiro goleiro neste começo de temporada. Ontem, para surpresa geral, pela primeira vez desde que chegou ao Remo, foi barrado de uma escalação de estreia. Está claro que não faz parte dos planos do técnico Ricardo Catalá.

É uma situação esdrúxula porque Vinícius terminou bem a Série C 2023 e não está em situação de inferioridade em relação aos novos contratados, Marcelo Rangel e Léo Lang. Ídolo da torcida azulina, o veterano guardião merecia pelo menos um fim de contrato com dignidade.

O Campeonato Paraense não é a principal competição do ano para o Remo. Por essa razão, ter Vinícius como titular na competição seria uma forma de homenagear o jogador. E, mesmo que não entrasse como titular, merecia a chance de ser relacionado como o goleiro reserva.

Alguém parece realmente não gostar de Vinícius no Baenão.

Com susto no final, Papão supera o Santa Rosa

Ficou um pouco abaixo do que a torcida esperava, mas a vitória por 1 a 0 garantiu a comemoração do bom público (23 mil presentes) que foi ao Mangueirão no sábado à noite. Marcou também o retorno em grande estilo do ídolo Nicolas, que marcou logo nos segundos iniciais da etapa final.

No 1º tempo, o Papão foi amplamente superior, teve posse de bola e iniciativa, mas esbarrou em problemas de pontaria. Nicolas teve chance para marcar, Val Soares e Edinho também.

O Santa Rosa saía jogando sempre errado e não dava sequência às tentativas de ataque. O PSC era firme na marcação à entrada da área e chegava ao ataque com relativa facilidade.

As dificuldades surgiam no momento de definir os lances. Muita precipitação e pouco apuro nas finalizações. Ao mesmo tempo, faltou qualidade às iniciativas do meio-de-campo.

Com o gol logo no recomeço da partida, o jogo ficou mais favorável à pressão bicolor. Mudanças na equipe, com João Vieira, Netinho, Biel e Hyuri, tornaram a movimentação mais qualificada.

Só que, aos 10 minutos, Flávio quase conseguiu empatar num erro de marcação dos zagueiros do Papão. A bola, chutada sem muita força, bateu no poste direito de Mateus Nogueira e saiu pelo fundo.

Aos 26’, Jean Dias bateu em cima do goleiro e a bola ainda tocou na trave, dando a impressão de ter entrado. No rebote, Biel isolou. Logo em seguida, Edilson arrematou de longe e Nicolas desperdiçou o rebote do goleiro.

Jean Dias quase deixou o dele aos 38’, experimentando da entrada da área. A sequência de desperdícios se completou aos 40’, com João Vieira finalizando duas vezes em cima do goleiro.

Aos 42’, a vitória foi seriamente ameaçada, apesar do domínio do PSC: Pedro Sena cruza dentro da para Rony, que manda na trave com o goleiro batido no lance. Aos 51’, Tiago cabeceia para o gol, mas acerta a bola e o goleiro Matheus Nogueira, o que invalida a jogada.  

O triunfo logo na estreia tranquiliza a equipe, mas problemas de posicionamento precisam ser corrigidos. No plano individual, destaques para Bryan, Jean Dias e Nicolas (pelo gol). No Santa Rosa, Pedro Sena foi o melhor.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 22)

Brasil cobra aplicação do direito internacional diante do genocídio em Gaza

Artigo publicado na Folha de S. Paulo

Capelli: faltou “vontade política” do governo Bolsonaro para desvendar caso Marielle

O ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, fez uma declaração contundente sobre a inércia do governo de Jair Bolsonaro na investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Cappelli, em sua publicação no X (antigo Twitter) em 21 de janeiro de 2024, salientou a falta de “vontade política” do governo anterior como principal obstáculo para solucionar o caso que se tornou um marco na luta pelos direitos humanos e contra a impunidade no Brasil.

Cappelli destacou a competência e o comprometimento da Polícia Federal sob a nova gestão, enfatizando que, com o apoio técnico e resoluto do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o crime que abalou o país está próximo de ser esclarecido. Ele afirmou que, em pouco mais de um ano, o “inaceitável” assassinato de Marielle e Anderson será solucionado.

A declaração de Cappelli levanta sérios questionamentos sobre a postura do governo Bolsonaro diante de um crime tão significativo. O contraste entre a abordagem do atual governo e do anterior evidência um compromisso renovado com a justiça e os direitos humanos.

A resolução desse caso emblemático, sob a nova administração, marca um avanço significativo na luta contra a impunidade e reforça a importância de uma gestão governamental comprometida com a verdade e a justiça. O caso Marielle, que por anos permaneceu envolto em mistérios e negligências, agora encontra um caminho para a verdade sob a gestão de Lula.

Com esta nova era de transparência e justiça, o governo Lula demonstra uma clara ruptura com as falhas do governo Bolsonaro, reafirmando seu compromisso com os direitos humanos e a dignidade da justiça brasileira. (Do Plantão Brasil)