Primeira taça é do campeão Águia

POR GERSON NOGUEIRA

O primeiro grande vencedor de 2024 é o mesmo que faturou o título estadual do ano passado. O Águia, com a mesma determinação que lhe assegurou a conquista do Parazão, superou o Canaã na disputa da Supercopa Grão-Pará, sábado à tarde, em Marabá.

A decisão terminou com o placar de 1 a 0 para os campeões paraenses, mas o resultado magro não reflete o que foi o confronto. Em disputa marcada por muita luta no meio-de-campo e pouca criatividade, o Águia tomou as rédeas do jogo por se lançar com mais velocidade ao ataque.

Com Dindê e Davi Ceará na armação, Elielton e Aleilson na frente, o Águia pressionou muito. Perdeu quatro boas oportunidades no primeiro tempo, duas delas defendidas com arrojo pelo bom goleiro Matheus Poletine.

Disposição não faltou ao Canaã, mas o posicionamento recuado da equipe acabou ampliando a presença ofensiva do Águia. Apesar de rondar a área o tempo todo, o gol não saiu no primeiro tempo.

Logo aos 3 minutos da etapa final, o atacante Elielton entrou livre na área e finalizou com convicção, mas lá estava Matheus para impedir o gol. Vinte minutos depois, já com Alan Maia na ponta esquerda, o Águia voltou a ameaçar.

Após cruzamento de Maia, a bola chegou a Aleilson, que dominou e mandou no ângulo superior. Milagrosamente, o goleiro Mateus saltou e desviou para escanteio. A pressão era constante, obrigando a defesa do Canaã a espanar bolas o tempo todo.

A partida era tão controlada pelo time de Rafael Jaques que o Canaã só chegou com algum perigo aos 32 minutos, quando Marudá escapou pela esquerda e disparou um tiro rasteiro e torto, à direita do gol de Axel Lopes.

Com o incentivo da torcida, o Águia ampliava o cerco, mas falhava sempre nas finalizações. Até que, aos 53’, quando tudo fazia crer na disputa por penalidades, eis que o gol finalmente aconteceu.

Alan Maia cobrou escanteio, o volante Kaíque cabeceou e a bola foi no travessão. Bruno Limão apareceu na área como um atacante e aproveitou o rebote para balançar as redes de Matheus Poletine. Um gol chorado, mas que fez a torcida marabaense explodir de emoção no Zinho Oliveira.

A taça Antônio Cunha, em homenagem ao ex-jogador China, foi entregue ao Águia, merecido ganhador da primeira Supercopa Grão-Pará. Enquanto o técnico Rafael Jaques destacou a fibra de seus guerreiros, Emerson Almeida lamentava um dos poucos descuidos de sua defesa. (Foto: John Wesley/Águia)

Papão mostra a cara; Leão faz treinos fechados

Os primeiros testes da dupla Re-Pa tiveram resultados satisfatórios, tanto para a expectativa dos torcedores quanto para a observação dos técnicos, que enfrentam o desafio de conseguir entrosar e ambientar jogadores vindos de várias regiões do país e até do exterior.

Em Barcarena, no sábado pela manhã, o PSC movimentou quase todo o elenco – com exceção de Geferson, Robinho, Vinícius Leite, Lucas Maia, Lucas Varela e Diogo Silva. Um jogo-treino com jeito de compromissos oficial pela presença da torcida nas arquibancadas.

O triunfo de 4 a 0 só se estabeleceu no segundo tempo, com gols marcados por Juninho, Netinho, Naylor e Gabriel Bispo. Na primeira etapa, a seleção barcarenense marcou bem e não deu chances ao ataque bicolor.

Com um time modificado, com Nicolas e Juninho, a ofensiva do Papão foi mais produtiva na segunda etapa. Os gols foram saindo sem grandes embaraços. Atuação destacada de Gabriel Bispo, que atuou como um líbero e participou de três dos quatro gols.

Como é natural a essa altura da preparação, quando os jogadores ainda estão se conhecendo, a falta de entrosamento foi compensada com muito esforço e a utilização constante de cruzamentos em direção à área.

Outro que mostrou desembaraço foi o volante Netinho, com passes precisos e muita qualidade na bola parada. Além do gol, foi presença constante nas articulações do meio-campo e na aproximação com os atacantes.

Bryan Borges e Edinho também se apresentaram bem. O primeiro arrancou elogios do próprio treinador, pela versatilidade e domínio das duas laterais. Apesar do clima festivo, Hélio dos Anjos voltou a manifestar preocupação com a falta de peças para completar o elenco.

Comentou também as ausências do jogo-treino, dedicando mais atenção à situação do zagueiro Lucas Maia e do atacante Vinícius Leite, que devem desfalcar a equipe nos primeiros compromissos pelo Parazão.

Hoje à noite, na Curuzu, o PSC volta a campo para um amistoso com a Tuna. Oportunidade para o torcedor conhecer o provável time titular para a disputa do campeonato estadual.

Pelo lado azulino, a fase de preparação teve dois testes na semana. Foram treinos fechados contra Pinheirense e Santa Rosa. No primeiro, vitória por 4 a 0 em 60 minutos de prática. Ontem, 2 a 0 sobre o Santa Rosa, em jogo dividido em três tempos de 30 minutos.

Um show solo de Vini Jr. para encantar a torcida árabe

Nos meses finais de 2023, Vini Jr. sofreu uma lesão defendendo a Seleção Brasileira, fechando negativamente um segundo semestre de baixo rendimento. A torcida do Real Madrid parecia encantada com o britânico Jude Bellingham e o brasileiro foi eclipsado.

Ontem, Vini ressurgiu em grande estilo diante do rival Barcelona, contribuindo decisivamente para o 13º título do Real na Supercopa da Espanha, cuja decisão agora é disputada em Riad, na Arábia Saudita.

O primeiro gol surgiu de uma assistência primorosa de Bellingham. Vini entrou na área, fintou o goleiro e saiu comemorando à la CR7. O camisa 7 faria o segundo e o terceiro, em cobrança de pênalti sofrido por ele.

Lewandowski descontou para o Barça e Rodrygo fechou a goleada “brasileira” do Real, marcando o quarto gol no segundo tempo. Vini está de volta, para angústia dos adversários e desconsolo dos racistas.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 15)

Rock na madrugada – Nação Zumbi, “Meu Maracatu pesa uma tonelada”

Banda de Chico Science, o Nação Zumbi segue na estrada mesmo depois da morte de seu líder e fundador, em fevereiro de 1997. Aqui um registro ao vivo de “Meu Maracatu pesa uma tonelada” (álbum Nação Zumbi, de 2002), no festival Natura Music, em 2014, com Jorge Du Peixe nos vocais e Lúcio Maia na guitarra. O Nação surgiu no início da década de 1990 na cidade do Recife de uma fusão do Loustal, banda de pós-punk, com o bloco de samba-reggae Lamento Negro, que tinha Chico como vocalista e compositor.

A partir daí, o Nação conquistou prestígio e sucesso, lançando um trabalho autoral juntando elementos do rock com ritmos nordestinos, como o maracatu e o forró, diluídos num gênero novo, apelidado de manguebeat. Ainda com Science, o grupo lançou dois discos fundamentais, Da Lama ao Caos e Afrociberdelia.