A movimentação da dupla Re-Pa tem sido tão forte no mercado que nem evidencia uma diferença expressiva quanto aos objetivos para 2024. Os dois estão em competições distintas, e em tese deveria haver uma diferença nos esforços. Não há. Mesmo na Série C, o Remo atirou-se às contratações como se estivesse se preparando para a Série B. Quem está na Segunda Divisão é o PSC, que também se empenha para ter jogadores de bom nível.
Logo depois que o acesso foi assegurado, o presidente Maurício Ettinger fez uma afirmação que surpreendeu até torcedores mais apaixonados. Para ele, ao contrário do que normalmente ocorre com os clubes que chegam à Série B, o Papão não vai entrar na competição apenas para bater ponto e lutar para não cair. A meta é conseguir o acesso à Série A.
O Remo decidiu eleger a ousadia como arma para formar um elenco forte e suficientemente capaz de garantir o acesso à Segunda Divisão. É exatamente nesse aspecto que os dois velhos rivais se unem em torno do mesmo objetivo, embora em prateleiras diferentes.
A primeira grande contratação coube ao Leão, que anunciou o vice-artilheiro da Segunda Divisão deste ano, o experiente Ytalo, autor de 13 gols na campanha do Sampaio Corrêa. O centroavante foi o primeiro de uma lista de 11 jogadores (até sexta-feira), todos de nível de Série B, critério adotado pela diretoria para efetivar contratações.
Nos dias seguintes, o Remo acertou com Camilo (foto), meia-armador com passagens por vários clubes da Série A e até pela Seleção Brasileira, em 2017. O lateral Vidal e os volantes Daniel e Renato Alves se uniram ao bloco de novatos, assim como os zagueiros Reniê, Ligger e Ícaro. Pavani, Leo Lang e Raimar foram os últimos nomes confirmados.
Por seu turno, o PSC começou de forma mais cadenciada, ritmo que até inquietou a torcida. Aos poucos, porém, o clube fechou com seis jogadores carimbados com o selo do futebol internacional – Lucas Maia, Gefferson, Leandro, Carlão, Gabriel Bispo e Val Soares.
Outros quatro contratados são o lateral Bryan Borges, o volante Netinho, o goleiro Diogo Silva e o atacante Hyuri. Outros oito jogadores ainda serão anunciados nos próximos dias, completando 18 reforços.
Com uma receita estimada em mais de R$ 70 milhões para a próxima temporada, o PSC tem mais recursos para se reforçar, mas sofre com a dura concorrência com pelo menos 10 grandes clubes classificados para a Série B.
Com orçamento em torno de R$ 25 milhões, o Leão tem em tese menos competidores diretos no aquecido mercado de atletas, mas está indo às compras com volúpia semelhante aos times da Segunda Divisão.
No ano passado, a política de contratações dos dois clubes foi desastrosa, mais cara do que o normal. Os erros começaram no final de 2022, quando se lançaram em busca de novos jogadores. O PSC somou 50 aquisições e o Remo ficou em 27.
Apesar dos equívocos, o PSC conquistou o acesso. O Remo ficou pelo caminho. A ideia para 2024 é que os erros sejam minimizados para que ambos atinjam plenamente os objetivos anunciados. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 22h, na RBATV. Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião integram a bancada. Em pauta, preparativos e reforços da dupla Re-Pa para 2024 e movimentação dos demais clubes para a disputa do Parazão. A edição é de Lino Machado.
Águia Guerreira inova e agrada com novo uniforme
A Tuna fecha a temporada com uma novidade que agradou a todos – sim, a Lusa é um clube que tem o afeto de todas as torcidas. Lançou uma camisa especial para utilizar na temporada de 2024 com um visual diferente das cores tradicionais.
Um vermelho intenso domina o manto tunante, em homenagem às ricas heranças culturais da agremiação. O modelo faz uma ponte entre as origens portuguesas e paraenses, com harmonia e impacto visual.
A faixa na diagonal é branca e a estrela azul, sendo que a camisa ostenta um selo que remete ao Pará, homenageando a Catedral Metropolitana como símbolo das culturas que constituem a história da Tuna. A pré-venda começou na terça-feira, 12, e seguem por dez dias.
Ficou bonito.
Flu precisa ter cuidados especiais com o ataque egípcio
Na partida de amanhã contra o Al Ahly, time egípcio classificado para a semifinal do Mundial de Clubes, Fernando Diniz deve ter atenção especial com os homens de ataque do adversário. Contra o Al-Ittihad, na sexta-feira, mostraram que a rapidez na troca de passes é uma de suas armas. E funcionou bem contra o time de Benzema.
A ala esquerda é consistente e investe sobre a área do começo ao fim. É o setor que inspira mais preocupação. De qualquer maneira, o Fluminense tem um conjunto mais afinado e um repertório mais amplo. Sabe atrair o adversário para seu campo e sair rápido para explorar os espaços abertos, como fez com Inter e Boca na Libertadores.
Só não pode subestimar a tradição firmada nas últimas edições do Mundial, quando clubes brasileiros caíram na semifinal. Foi assim com Inter, Atlético-MG, Palmeiras e Flamengo. Cautela é fundamental.
(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 17)
“Aprovação da reforma tributária é um tremendo avanço, indicação de Flávio Dino para o STF também, e até as derrotas nos vetos de Lula fazem parte do script do relacionamento entre poderes na democracia. Mas o que estão tentando fazer com o orçamento/24 e a LDO ultrapassa todos os limites e é uma tentativa de tirar o poder básico do Executivo de… governar. É o que se faz quando o Centrão força o governo a engolir 50 bi em emendas impositivas — recursos que iriam para ações, obras e programas do Executivo. Com muita propriedade, o deputado Lindbergh Farias está chamando isso de parlamentarismo orçamentário. É uma espécie de golpe. Simples assim”.
O cantor e compositor Carlinhos Lyra morreu na madrugada deste sábado (16/12), no Rio de Janeiro, aos 90 anos. A esposa dele, Magda Botafogo, informou ao G1 que o músico estava internado desde quarta-feira (14/12) com um quadro de febre, no Hospital Unimed, na Barra da Tijuca.
De acordo com o site, Carlos teria contraído uma bactéria na unidade de saúde, detectada após exames. A causa da morte, no entanto, não foi confirmada. Ainda não há informações sobre enterro e velório.
Lyra deixa a filha, Kay Lyra, fruto do casamento com a atriz e modelo norte-americana Katherine Lee Riddell (de quem se divorciou em 2004), e a esposa, Magda Botafogo.
Carlos Lyra tem no repertório canções como Você e Eu, Coisa Mais Linda, Influência do Jazz, Maria Ninguém e outras. O artista foi revelado em 1956, quando Sylvia Telles gravou Menino.
O grande parceiro de Carlos Lyra foi Vinícius de Moraes, fazendo parte do que o artista chamava de sua “Santíssima Trindade”. Ao lado de outros grandes músicos, como Tom Jobim, eles lideraram o movimento da Bossa Nova e marcaram a música mundial.
Sua primeira composição foi Quando Chegares, em 1954. Desde então, suas músicas foram gravadas por João Gilberto, Nara Leão, Sylvia Telles, Astrud Gilberto, Elis Regina, Billy Eckstine, Brigitte Bardot e outros.
Até percussão Jim Morrison tocou na gravação de “Love Her Madly”, além de arrasar nos vocais, como sempre. A canção (de 1971) é uma das mais dançantes do repertório do Doors, grupo fundado em 1965, na California. No baixo, Jerry Scheff. Na bateria, John Densmore. No piano, Ray Manzarek, um dos mais completos tecladistas de seu tempo. Na guitarra, Robby Krieger.
O nome é sempre um ponto que desperta curiosidade sobre a banda, mas a explicação é simples. Morrison teve a ideia a partir do livro de Aldous Huxley, The Doors of Perception (As portas da percepção). O grupo acabou em função da morte do cantor em Paris, no dia 3 julho de 1971, vítima de overdose.
Armou-se um enorme carnaval quando Lula falou da possibilidade de um déficit primário de 0,5 ponto do PIB.
Por Luis Nassif, no GGN
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
O Brasil teve alguns períodos de câmbio controlado. O primeiro foi entre 1931-1953, depois que Getúlio Vargas foi obrigado a suspender o livre fluxo de capitais devido a uma crise cambial.
Em 1953, a Instrução 70, da Sumoc (Superintendência da Moeda e Crédito), instituiu um sistema de múltiplas taxas de câmbio. A taxa oficial era fixada pelo governo e era relativamente alta, para estimular as exportações.
O segundo, no período 1964-1990, no qual o câmbio foi regulado por mini desvalorizações.
Em todos esses períodos, em que pese a falta de dólares, as dificuldades com inflação, o país logrou crescimento robusto, imensamente superior ao da última década.
Com todas as crises do período, com a escassez de dólares que marcou a crise dos anos 30 e dos anos 50, a economia cresceu. E cresceu por uma razão básica: a previsibilidade do dólar estimulava empresas internas a planejarem exportações e as empresas de fora a investir no país.
A lógica é simples:
A empresa externa quer investir no Brasil.
Ela prepara estudos sobre o mercado, com projeções de crescimento.
Mas a remessa de lucros depende da projeção do câmbio. Se ocorre uma desvalorização do câmbio, reduz a quantidade de dólares remetidos; e vice-versa.
Por isso mesmo, um câmbio controlado é fundamental para atrair investimentos produtivos internos. Nos anos 50, o avô de Roberto Campos Neto defendeu uma desvalorização cambial no curto governo de Café Filho e, depois, no governo JK. Dava como exemplo a Coreia, que ele previa se transformar em nação desenvolvida por ter desvalorizado a moeda e, depois, garantido a sua estabilidade.
O mesmo vale para as exportações. O fabricante brasileiro só ousará exportar se tiver garantia de que a relação dólar/real não se altera no período.
Por aqui, desde Armínio Fraga, adotou-se a tal política de metas inflacionárias que transformou o câmbio em variável de ajuste. Quer combater a inflação? Aumente as taxas de juros para atrair mais dólares e, com isso, derrubar os preços dos produtos exportados e importados. Quando isso ocorre, quebra a perna do capital produtivo que investiu no país e da empresa brasileira que ousou exportar. Mata-se o desenvolvimento.
Quem ganha com isso? Apenas o capital financeiro, que pode montar operações de arbitragem, ganhando com as oscilações não apenas do dólar, mas de ativos internos referenciados em dólar. Aliás, todas essas políticas de austeridade visam, em última instância, corrigir os desequilíbrios provocados pelo livre fluxo de capitais.
Tome-se a ata do Copom (Comitê de Política Monetária). Antes, o risco maior era do FED (o Banco Central norte-americano) aumentar a taxa de juros. Ontem, o FED decidiu mantê-la, mostrando sinais de que a economia americana caminha para um patamar de estabilidade. Se era o risco maior, reduzido o risco o óbvio seria o Copom acelerar a queda da Selic para 0,75 ponto. Mas levanta-se outro fantasma: incertezas sobre a inflação de serviços mundial. Não fosse isso, poderiam invocar a possibilidade de ampliação da guerra de Israel, a crise da economia alemã, as incertezas da economia chinesa, as dúvidas sobre o déficit público brasileiro. Qualquer argumento serve para manter os juros elevados e a economia travada.
Armou-se um enorme carnaval quando Lula falou da possibilidade de um déficit primário de 0,5 ponto do PIB. Isso equivale a menos de um ponto da taxa Selic. Ou seja, essa lógica maluca diz que, quando o governo permite déficit fiscal, tem que se aumentar a taxa Selic – e ampliar a dívida pública – como contrapartida.
Está é a loucura! Todos os fatores levantados têm como base de análise o impacto sobre o dólar no mundo e, por tabela, no Brasil, devido ao fato de ter um câmbio livre. E quando aumenta o fluxo de dólares, a imprensa comemora, como se o país estivesse sendo salvo, sendo que nenhum centavo irá para atividade produtiva, para levantar empresas, aumentar a produção, gerar emprego. Será utilizado exclusivamente para operações de arbitragem: comprar barato e vender caro.
Repito o que venho dizendo: manter a queda em 0,5 ponto não se trata apenas de um erro de análise, criticado pelos analistas mais profissionais do mercado. Trata-se de uma ação deliberada para amarrar o governo Lula.
No período 2004-2008, governo Lula, o PIB brasileiro cresceu em média 4,5% ao ano. Esse crescimento foi impulsionado pela expansão do consumo interno, estimulado por políticas sociais e pelo aumento do crédito.
A missão de Campos Neto será impedir a repetição desse período.
A entrada em cena do técnico Hélio dos Anjos, ontem, assumindo oficialmente o comando do processo de preparação para a próxima temporada veio no momento certo. O carisma do treinador junto à torcida vai facilitar a aceitação dos primeiros 10 nomes apresentados como reforços pela direção do PSC.
Como persiste um quê de insatisfação desde que começaram a ser anunciados os contratados, ficou patente a necessidade de que alguém assumisse publicamente a responsabilidade pelas escolhas e avalizasse a qualidade dos jogadores.
Ninguém melhor para isso do que o próprio técnico, que cativou os torcedores desde que chegou à Curuzu e iniciou a caminhada que culminou com o acesso à Série B. Essa condição dá a Hélio dos Anjos o crédito necessário para falar à torcida sobre o elenco que está em formação.
Na entrevista de uma hora que ele concedeu ontem, o discurso foi quase todo nesse sentido. Destacou os jogadores trazidos e explicou a opção por seis atletas que estavam atuando no futebol internacional. Além do critério técnico, explicou as dificuldades para garimpar reforços no mercado brasileiro.
Hélio dos Anjos, técnico do Paysandu — Foto: Jorge Luís Totti/PSC
A alta competitividade entre pelo menos 12 dos 20 clubes da Série B, todos empenhados numa luta encarniçada pelos melhores atletas em atividade, faz com que o mercado acabe inflacionado, situação que afeta duramente um clube do Norte do Brasil recém-saído da Série C.
Como previsto, Hélio não economizou elogios aos novos atletas, desde o goleiro Diogo Silva até o atacante Leandro, o último a ser anunciado. Suas palavras têm um efeito positivo sobre os humores da torcida, que confia plenamente em suas avaliações.
Caso as apostas não se mostrem à altura da expectativa, a cobrança será direcionada a quem bancou, embora se saiba que contratações são discutidas e aprovadas por um colegiado dentro do clube. Hélio deu a cara a tapa e assumiu os riscos, o que reflete sua personalidade e confiança no projeto bicolor para 2024.
Ídolo azulino, Agnaldo ganha vez na comissão de Catalá
O Remo não tem sido muito generoso com seus ídolos. Poucos costumam ser lembrados para participar do futebol profissional do clube. Nenhum é escolhido para compor chapas que concorrem a eleições internas. Diante desse quadro, surpreende positivamente a escolha de Agnaldo de Jesus para assumir o papel de responsável pelo treinamento e acompanhamento da preparação de jogadores do elenco azulino.
Ídolo da torcida, identificado pela entrega e raça nos gramados, Agnaldo já atuou várias vezes em funções técnicas no clube. Foi responsável pelo aproveitamento do menino Rony no time principal, abrindo caminho para que o atacante desse os passos iniciais rumo à consagração.
A convite do presidente Antonio Carlos Teixeira, ele iria assumir o comando das divisões de base do Leão, mas o técnico Ricardo Catalá, com quem trabalhou nesta temporada, pediu que Seu Boneco fosse um dos homens da nova comissão técnica.
De perfil vitorioso, Agnaldo é uma excelente escolha, tem muito a contribuir e pode vir a ser o primeiro de muitos ex-jogadores aproveitados em funções no clube. Ele foi anunciado ontem, ao lado de Mariozinho, que será auxiliar técnico e que retorna ao Baenão após duas décadas.
Governo entrega Bolsa Talento a atletas selecionados
A Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) entregará hoje, às 15h, no auditório do Novo Mangueirão, o benefício do Programa Bolsa Talento aos esportistas selecionados com base no ano de 2022. São contemplados 71 nomes de 10 municípios e 16 modalidades.
O programa tem como prioridade garantir a permanência dos atletas paraenses no esporte, através da ajuda na manutenção dos equipamentos de treino e competição para fomentar a participação em campeonatos nos quais possam representar o Pará.
A listagem definitiva, composta de atletas e técnicos, foi divulgada no Diário Oficial do Pará e no site da Seel. Do total de contemplados, 28 nomes estão na categoria Nacional, com bolsa de R$ 1.125,63. Outros 38 atletas estão inseridos na Estadual, no valor de R$ 750,45. Além disso, cinco técnicos foram contemplados e receberão bolsa de R$ 900,49.
Para garantir o recebimento do suporte referente a 12 meses, os selecionados passaram primeiro por um processo de avaliação de documentos, prazos para recursos e comprovação das informações esportivas apresentadas pelas entidades.
Torcedor se assusta com um Oswaldo irreconhecível
Uma imagem surpreende e assusta torcedores de todo o país desde ontem. Do alto de seus 73 anos, o técnico Oswaldo de Oliveira apareceu no programa “Donos da Bola”, da Band, mostrando os resultados de um tratamento estético de rejuvenescimento facial. O impacto foi grande porque Oswaldo está praticamente irreconhecível.
Oswaldo anda meio afastado do futebol, mas tem conquistas importantes no currículo, com destaque para o título mundial pelo Corinthians, no torneio realizado no Brasil em 2000.
Tocar em assuntos mundanos não é algo comum aqui, mas o inusitado da história acabou gerando esse comentário. De resto, escolhas são escolhas e devem ser respeitadas, mesmo quando flertam com a bizarrice.
(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 15)
Financiamento é chave para que novas metas nacionais de cortes de emissão cresçam em ambição
Por Anna Beatriz Anjos (texto); edição: Giovana Girardi – Agência Pública
DUBAI – O resultado da 28ª Conferência do Clima das Nações Unidas (ONU), a COP28, que chegou ao fim na última quarta-feira (13), lança as bases para que a edição de Belém, daqui dois anos, tenha a possibilidade de cumprir um marco fundamental do Acordo de Paris: a apresentação de metas mais ousadas de redução de emissões de gases de efeito estufa por todos os países.
Mas, antes, as nações desenvolvidas precisam colocar o dinheiro sobre a mesa para ajudar as em desenvolvimento a cumprir com seus compromissos, um princípio basilar dos tratados climáticos internacionais, avaliam especialistas e integrantes do governo brasileiro ouvidos pela Agência Pública.
A nova rodada de contribuições voluntárias de redução de emissões – as NDCs, na sigla em inglês – a ser proposta pelos países na COP do Brasil, em 2025, precisa ser mais ambiciosa. As vigentes, se cumpridas, colocam o mundo na trajetória de aquecer entre 2,5 ºC e 2,9 ºC, patamar que pode implicar em consequências desastrosas para a saúde humana, os meios de vida e os ecossistemas.
Marina Silva, no encerramento da COP28: financiamento será questão central no Azerbaijão
Para isso, no entanto, um outro passo fundamental tem que ser dado entre Dubai – onde a COP28 ocorreu nas últimas semanas – e Belém, um biênio encarado como decisivo para o combate à crise do clima. Em 2024, na COP29, que acontecerá no Azerbaijão, os países precisam chegar a um acordo sobre os novos parâmetros para que os ricos auxiliem os pobres a enfrentarem o aquecimento global. A rodada de negociações climáticas do ano que vem já está sendo chamada de “COP do financiamento”.
A tarefa principal da COP de Dubai era concluir o balanço global das medidas que o mundo implementou desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, para enfrentar a emergência climática – chamado em inglês de Global Stocktake, ou apenas GST –, e apontar caminhos para que tenhamos a chance de limitar o aquecimento global a 1,5°C.
O cesto de propostas inclui a inédita decisão de se fazer a transição energética do planeta para fora dos combustíveis fósseis – o início do fim de sua era, como descreveu o secretário-executivo da Convenção-Quadro do Clima da ONU, Simon Stiell.
O resultado ficou aquém do que demandavam os países mais vulneráveis à crise climática e a sociedade civil, que pressionavam para que o texto trouxesse um compromisso mais explícito de eliminação do uso de carvão, petróleo e gás – o termo defendido era phase out, em inglês – e determinasse que as nações desenvolvidas tomassem a dianteira dessa transição.
Ainda assim, o governo brasileiro e observadores do processo analisam o acordo de Dubai como positivo por ter finalmente apontado para o “bode na sala”: a queima de combustíveis fósseis, os grandes responsáveis pelo aquecimento global que fez de 2023 o ano mais quente da história.
Por incrível que pareça, em 31 anos, desde que a Convenção-Quadro do Clima da ONU foi criada no Rio de Janeiro, na Rio-92, nunca os países haviam discutido o tema de maneira tão direta, muito menos chegado a um acordo sobre ele. É o ponto mais nevrálgico e sensível em um mundo de economia baseada na geração de lucro a partir de fontes fósseis.
Tomada a decisão de se afastar desse cenário – mesmo que não haja a clareza de como se dará essa transição –, vem a tarefa de desatar outro nó. No ano que vem, na COP29, deverá ser definida a “nova meta coletiva e quantificada de financiamento climático”. A ideia é que ela atualize e melhore um compromisso que os países desenvolvidos assumiram ainda em 2009, na COP15, em Copenhague, de pagar anualmente US$ 100 bilhões, entre 2020 e 2025, para as nações em desenvolvimento poderem lidar com a crise climática.
Nos dois primeiros anos desse período o repasse não atingiu a meta. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), “é provável” que o valor tenha sido alcançado em 2022, confirmação que deve vir apenas no ano que vem. O problema é que os custos já estão muito acima disso.
A decisão sobre o balanço global adotada na quarta-feira (13) em Dubai bate nessa tecla. O texto exorta os países desenvolvidos a cumprirem o objetivo, “nota com profundo pesar” o fato dele não ter sido atendido em 2021 e destaca a lacuna entre as necessidades das nações em desenvolvimento em termos de recursos para resposta à crise do clima – a estimativa é de que esteja na casa dos US$ 5,8 a 5,9 trilhões para o período pré-2030 – e o que é efetivamente disponibilizado a elas.
A demora na efetivação do pagamento anual dos US$ 100 bilhões – frequentemente lembrada pelos países pobres em suas manifestações públicas durante a COP – também gera uma crise de confiança entre os blocos de países, o que acaba sendo um ponto nevrálgico que constantemente impede o avanço das negociações. Os países em desenvolvimento tendem a se recusar a ter metas mais ambiciosas de redução de emissões sem dinheiro na mesa. O estabelecimento de um compromisso à altura das necessidades do mundo em desenvolvimento é vista como fundamental para destravar esse impasse.
O financiamento é considerado ponto chave para que o mundo em desenvolvimento implemente suas NDCs e elimine a dependência de suas economias em relação aos combustíveis fósseis. A delegação brasileira aposta que uma sinalização séria de que o dinheiro chegará é o incentivo para que esses países se sintam encorajados a apresentar metas mais ousadas até a COP de Belém.
Esse é o centro da “missão 1,5°C”, proposta defendida pelo Brasil na COP28 para que os países se unam numa escala sem precedentes para alcançar a meta do Acordo de Paris. O chamado brasileiro acabou refletido no texto do balanço global, uma espécie de documento final da conferência deste ano.
“Tróica” formada por Emirados Árabes, Azerbaijão e Brasil trabalhará para garantir meta de 1,5 °C. Na foto, Lula segura a mãe do Sultão Al-Jaber, presidente da COP28
“Os países em desenvolvimento vão colocar muito fortemente a necessidade de ter os necessários meios para podermos cumprir – e quando digo cumprir, são todos os países – os objetivos que colocamos aqui, da missão 1,5°C”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a jornalistas durante o encerramento da COP28.
“O nosso desafio em Belém será pegar as NDCs, o resultado de financiamento, e ver se essa arquitetura fica em pé, se está alinhada com aquilo que o IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] indica como caminho para o 1,5°C”, explica Bruno Toledo Hisamoto, doutor em Relações Internacionais e pesquisador do Climainfo. “Esse é o ponto em que o Brasil pode se colocar e tentar angariar liderança no processo.”
Além da discussão específica sobre a nova meta, o Brasil emplacou, no acordo de Dubai, mais um espaço onde esse debate pode ser realizado. A decisão cria um pacote de ações, liderado pelas presidências das COPs 28, 29 e 30 “para estimular a ambição” na próxima rodada de NDCs e “manter a meta de 1,5 °C ao alcance”. Marina Silva e negociadores batizaram o grupo, formado por Emirados Árabes Unidos, Azerbaijão e Brasil, de “tróica” (expressão que remete às carruagens de três cavalos, mas que serve também para definir trios em busca de alguma solução).
De acordo com a ministra, o pacote incluirá o lançamento de grupos de trabalho para se criar um “mapa do caminho” sobre temas que funcionam como “pilastras para alcançarmos o objetivo de 1,5 °C”, entre eles, o financiamento. Não está claro como esse encaminhamento se dará exatamente. Marina diz que isso precisará ser negociado pelos países, e as conversas já estão acontecendo, segundo apurou a Pública.
A questão pode ainda ser abordada pelo Brasil também no G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, que o país presidirá por um ano, até dezembro de 2024. “Este processo [das COPs] não pode resolver todos os problemas de financiamento. Nele, não temos acesso direto à composição institucional do sistema financeiro mundial”, pontua Alex Scott, líder do programa de Diplomacia Climática e Geopolítica da consultoria E3G.
Para ela, o G20 pode ser um espaço importante para que o Brasil discuta, por exemplo, o papel dos bancos multilaterais de desenvolvimento, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento. “Houve um sinal claro, nesta COP, de que precisamos apoiar a evolução dos bancos multilaterais de desenvolvimento”, pontua. “É necessário garantir que tenham mais recursos, [é preciso] colocar mais financiamento nesses bancos para que possam, por sua vez, mobilizar investimentos para os planos climáticos dos países.
Questões internas também precisam ser resolvidas
O papel brasileiro de Dubai a Belém, no entanto, vai além da atuação internacional. O país precisa resolver questões internas, como a apresentação da sua própria NDC, que segundo especialistas entrevistados pela reportagem, deve estabelecer um padrão de ambição a ser seguido pelos outros países. A ideia do governo é que a nova meta sob o Acordo de Paris seja lançada ainda em 2024 para que o Brasil possa “liderar pelo exemplo”.
“O governo tem o Plano Clima, vários planos setoriais, o plano de transformação ecológica. Nada disso é NDC ou estratégia de longo prazo [para o desenvolvimento de uma economia com baixas emissões de gases com efeito de estufa, também apresentada pelos países sob o Acordo de Paris]”, afirma Natalie Unterstell, presidente do Talanoa, instituto de política climática.
“Esses planos todos podem ser insumos, mas [até Belém], o Brasil precisará ter esses instrumentos bastante transformadores e estratégicos: uma NDC ambiciosa, participativa e transparente, que sirva de modelo para o mundo, e entregar uma estratégia de longo prazo. “Ficam essas duas grandes tarefas”, complementa.
A Diretoria do PSC tem cumprido uma agenda parcimoniosa de anúncio de reforços para a temporada 2024. Ontem, dois novos nomes foram divulgados – o zagueiro Carlão, 22 anos, e o volante Val Soares, 26 anos. Reforços de bom nível, mas ainda longe das expectativas do torcedor, continua a esperar por nomes mais badalados.
Em favor da direção do clube, diga-se que não é tarefa fácil contentar o torcedor. A opção de ir soltando os nomes pouco a pouco, a conta-gotas, foi a maneira mais lógica de enfrentar as dificuldades do processo de contratações.
Depois que algumas negociações não chegaram a bom termo, foi necessário desacelerar o ritmo de apresentação dos contratados. Com planejamento de contratar 15 jogadores, até agora apenas a metade está confirmada.
Carlão é um jovem zagueiro, que começou nas divisões de base do Náutico, onde ficou até 2022. Nesta temporada, jogou pelo Almería, da Espanha. Val Soares é paraense de Tailândia, mas não passou pelo futebol paraense. Esteve no Botafogo-SP e no Coritiba. Estava no Marítimo, de Portugal.
O discurso de fazer uma Série B buscando o acesso à Primeira Divisão é um dos pontos que gera críticas dos torcedores, pois até o momento as escolhas de jogadores não refletem essa ambição.
Em entrevista, o vice-presidente Roger Aguillera reafirmou o objetivo de brigar pela Série A, citando “times menores” que conseguiram ir longe na Série B deste ano, mesmo com elencos modestos.
Ele defende que o clube tenha um planejamento mais ousado. Segundo Roger, times como Vila Nova, Mirassol e Novorizontino brigaram para subir até o fim da competição. Clubes que estão abaixo do PSC em tradição, torcida e conquistas.
O pensamento encontra eco em sonhos grandiosos, como o de fazer do Papão um clube dotado de uma estrutura que permita formar jogadores. Caso do Atlético-PR, citado como referência pelo vice-presidente.
Para a torcida, sempre mais pragmática que a média dos dirigentes, a meta é mais simples: fazer uma grande campanha na Série B, com um time competitivo, que brigue pelo acesso ou pela permanência na divisão.
Competir de igual para igual depende de um elenco forte, que supere o nível deste ano e apresente jogadores decisivos. Por isso, a ansiedade por nomes mais conhecidos e badalados. Ainda há tempo.
Direto do blog campeão
Aldo Valente, um dos baluartes da coluna, bicolor de quatro costados, expõe suas impressões sobre o atual momento do Papão, às voltas com a contratação de atletas para a próxima temporada:
“O Paysandu tem um marketing impressionantemente competente. Utilizou muito bem um acesso dramático para a Série B como trampolim para inundar a mídia com promessas, no mínimo duvidosas ou simplórias.
A primeira foi o CT, que teve um dos campos concluídos após um rigoroso jejum de obras desde 2016, quando foi adquirido. A direção fala num orçamento de R$ 70 milhões para 2024, mas duvido que este número resista à mais rasteira auditoria contábil.
Depois, mantém um executivo de má competência comprovada quando negociou 50 atletas em 2023 e ainda conserva no plantel número excessivo de jogadores, com exceção de seis atletas, que nada contribuirão para a temporada de 2024.
Mas esta direção continua blefando. Inaugura um campo do CT como se fosse a oitava maravilha, anuncia que vai disputar uma vaga na Série A, mas contrata refugos do CRB e outros desconhecidos jogadores que ninguém mais quer.
É hora de ter os pés no chão, sem falácias, sem enganação. Nosso objetivo é permanecer na Série B e, com estes jogadores agora contratados, já somos candidatos fortes ao rebaixamento”.
Flu parte para o mais difícil dos mundiais recentes
Quis o destino que coubesse ao Fluminense, campeão sul-americano pela primeira vez, a pior configuração de times a enfrentar no Mundial de Clubes, iniciado ontem na Arábia Saudita. Os periféricos nunca estiveram tão fortes como desta vez. Mais perigosos até do que aqueles que impuseram vexames históricos a Atlético-MG e Palmeiras, recentemente.
Só o primeiro jogo, Al Ittihad 3 x 0 Auckland City (Nova Zelândia), deu uma boa ideia dos problemas que azarões irão causar aos times considerados favoritos, Manchester City e Fluminense. O time árabe, comandado por Marcelo Gallardo e diante de sua torcida, não deu chances para a zebra neozelandesa. Deitou e rolou em campo.
Benzema, que não foi à Copa do Qatar, é o primeiro artilheiro a fazer gols em quatro edições do Mundial de Clubes – 2014, 2016, 2022 e 2023. Tem cinco gols no torneio e é um sério rival para o argentino Germán Cano, goleador e ídolo do Fluminense.
O brasileiro Romarinho e os franceses N’Golo Kanté e Karim Benzema fizeram os gols. Na sexta-feira, o Al Ittihad enfrenta o Al Ahly, do Egito. O vencedor será o adversário do Tricolor na semifinal.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 13)
Com produção do craque Andrew Loog Oldham, figura fundamental na carreira da banda, esta pedrada roqueira consta do álbum The Rolling Stones, Now! (1965), terceiro disco de estúdio. Na gravação, a formação completa do grupo: Mick Jagger, Brian Jones, Keith Richards, Charlie Watts, Bill Wyman e participação de Jack Nitzsche.
A letra é simplória e direta, como quase todas dos Stones nesse período de amadurecimento da dupla Jagger-Richardes na composição.
Houve tantas garotas que eu conheci Eu fiz tantos chorarem, e ainda me pergunto por que Aí vem uma garotinha, eu a vejo andando pela rua Ela está sozinha, eu tento derrubá-la
Mas ela nunca quebrará, nunca quebrará, nunca quebrará, nunca quebrará
O que há de diferente nela eu realmente não sei Não importa o quanto eu tente, simplesmente não consigo fazê-la chorar
Como se vê, nada muito diferente das ingênuas letras da Jovem Guarda brasileira, de Roberto e Erasmo Carlos. O ponto fora da curva era a excepcional qualidade da banda inglesa, uma usina de som pontuada pela voz rascante de Mick Jagger.
“O Paysandu tem um marketing impressionantemente competente. Utilizou muito bem um acesso dramático para Série B como trampolim para inundar a mídia com promessas, no mínimo duvidosas ou simples.
A primeira foi o CT, que teve um dos campos concluídos após um rigoroso jejum de obras desde 2016 quando foi adquirido. A direção fala num orçamento de R$ 70 milhões para 2024, mas duvido que este número resista à mais rasteira auditoria contábil.
Depois, mantém um executivo de má competência comprovada quando negociou 50 atletas em 2023 e ainda conserva no plantel número excessivo de jogadores, com exceção de seis atletas, que nada contribuirão para a temporada de 2024.
Mas esta direção continua blefando, inaugura um campo do CT como se fosse a oitava maravilha, anuncia que vai disputar uma vaga na Série A, mas contrata refugos do CRB e outros desconhecidos jogadores que ninguém mais quer.
É hora de ter os pés no chão, sem falácias, sem enganação. Nosso objetivo é permanecer na Série B e, com estes jogadores agora contratados, já somos candidatos forte ao rebaixamento”.
O futebol é tão dominante no Brasil que termina por se tornar protagonista de quase tudo, até de game show na TV, como ocorreu domingo, em programa que premiou uma jornalista pernambucana com R$ 1 milhão. Quis o destino que a pergunta-chave fosse sobre o Rei do Futebol e a camisa que ajudou a santificar no mundo todo.
Para levar a grana, Jullie Dutra precisava adivinhar a resposta correta sobre o número que Pelé, garoto ainda (17 anos), carregava nas costas na Copa da Suécia, em 1958, quando a 10 emblemática começou a ganhar feições eternas, como símbolo de futebol qualificado.
A participante cravou o 10, sem muita convicção, mas providencialmente ajudada por uma amiga paraense. A questão era fácil para fãs do futebol, até porque falar em Pelé remete ao 10. A aclamação do atacante naquele mundial transformou a 10 na mais importante das camisas.
Curiosamente, até oito anos antes, as camisas não eram numeradas. A prática começou na Copa de 1950, no Brasil. De início, os números eram distribuídos aleatoriamente, tanto que os primeiros usuários da camisa 10 não eram jogadores de criação ou ataque.
Na própria Copa da Suécia, os principais craques ostentavam outros números. O sueco Liedholm vestia a número 4. O cobra germânico, Rahn, era dono da 8. Até o lendário Fritz Walter usava a 9. E o 10 do time francês era Jonquet, um beque.
De qualquer forma, o Brasil sempre acertou na escolha do 10. Em 50, por exemplo, quem usou foi Jair da Rosa Pinto, o Jajá de Barra Mansa, tremendo craque de bola. Em 54, na Hungria, a honra coube a Pinga.
Depois de Pelé, o número passou a ser bem mais valorizado. Em 1966, Hurst foi o 10 da Inglaterra e Pedro Rocha o da Celeste Olímpica. Ainda assim, alguns defensores ainda ficavam com a mítica numeração, casos de Rattin (Argentina) e Coluna (Portugal), ambos ferozes carniceiros.
Pela questão simplória no fechamento do game, fica mais ou menos claro que o apresentador do programa estava ansioso para cumprir a meta e entregar a dinheirama antes da virada do ano.
Não tem problema. Até porque é mais uma razão para lembrarmos do Rei Pelé. Aliás, ele nem era Pelé ainda em 58, integrando a equipe reserva da Seleção Brasileira. Ganhou a 10 por pura sorte ou porque o sujeito que distribuiu as camisas não entendia de posicionamento de atletas em campo.
À época, as camisas não tinham ordenamento claro naquele time. O goleiro Gylmar jogava com a 3, o endiabrado Mané Garrincha era o 11, embora fosse ponta-direita. Zagallo usava a 7. Didi tinha a 6, Oreco era o 8 e o zagueiro Zózimo era o dono da 9. E a Enciclopédia do Futebol e craque da lateral-esquerda Nilton Santos ostentava a 12.
(Agradecimentos ao amigo jornalista Jorge Eduardo, do Rio, cuja rápida pesquisa contribuiu com o texto)
Papão tenta superar os limites geográficos
Enquanto a torcida cobra nomes “de peso” para a próxima temporada, os dirigentes do PSC lutam contra adversários poderosos, principalmente na hora de fechar propostas com jogadores que atuam fora do país. Com salários superiores aos praticados na Série B brasileira, eles também hesitam diante do fator geográfico.
Os anseios do atleta influenciam na tomada de decisão. A preferência é por cidades do eixo Sul e Sudeste. O Norte ainda é visto com desconfiança, principalmente numa competição que vai obrigar o Papão a dar a volta ao planeta em distâncias percorridas de avião.
Como a meta estabelecida pelo clube é a contratação de jogadores que tenham nível de Série A, as dificuldades são bem maiores. Jogadores que estão na Europa, sondados pelo clube, pedem tempo para analisar melhor, o que acaba abrindo espaço para propostas de outros clubes.
Os custos da importação de reforços também estão acima do esperado pela diretoria bicolor. Quando a Série C terminou e o acesso foi garantido, o clube começou a pesquisar jogadores, mirando na Série B e na Primeira Divisão. Em grande parte, as exigências salariais ultrapassam a casa de 50% dos valores normais de mercado.
Por essa razão, a aquisição do lateral Geferson, que estava fora do país, é considerada a primeira bola dentro no ambicioso projeto de qualificação do elenco. É o parâmetro a ser seguido nas próximas contratações.
Zagueiro experiente e lateral repatriado reforçam Leão
Deve-se ao Remo a quebra da monotonia no noticiário sobre reforços dos clubes da capital para a próxima temporada. No total, são 11 reforços anunciados até o momento. Ontem, foram confirmados mais dois nomes: o zagueiro Ligger, 35 anos, e o lateral-esquerdo Raimar, 24.
O defensor é um autêntico nômade do futebol. Baiano, passou por Icasa, Joinville, Sheriff, Fortaleza, Red Bull Bragantino, Bahia, São Bernardo e Novorizontino, onde disputou a Série B deste ano, com bom aproveitamento.
Raimar já é conhecido da torcida azulina, pois esteve no clube em 2021, atuando 17 vezes. Aos 24 anos, sem um currículo tão alentado quanto o de Ligger, jogou no Atlético-PR, Atlanta United (EUA) e ultimamente estava no Nacional da Ilha da Madeira (Portugal).
Nos próximos dias, mais três jogadores devem ser confirmados, sempre obedecendo ao critério de passagem pela Série B ou com participação destacada na Série C, como é o caso do lateral Patric, um dos expoentes do campeão Amazonas.
(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 12)