Os municípios brasileiros recebem no próximo dia 20 (quarta-feira) o pagamento do 2º decêndio de dezembro do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Ao todo, serão repassados R$ 3,6 bilhões, valor 45% menor do que o do primeiro repasse deste mês, que aconteceu no último dia 8. Em relação ao mesmo decêndio do ano passado, houve uma queda de 2%.
O valor destinado às cidades do interior será de R$ 3,1 bilhões — e as capitais ficarão com R$ 361 milhões. O recurso faz parte do dinheiro arrecadado pela União, por meio de impostos.
A Praça da Manjedoura em Belém, fotografada por volta de 1895. Localizada na Cisjordânia, Belém é uma das cidades mais antigas da Palestina, fundada há mais de 3.400 anos. É uma localidade sagrada tanto para os cristãos, que a consideram o local de nascimento de Jesus, quanto para os muçulmanos, que a têm como parte do roteiro da Viagem Noturna e da Ascensão de Maomé.
“A grande defensora da Constituição é a Esquerda porque ela só tem a Constituição para se proteger. A Esquerda não tem dinheiro, não tem a mídia, não tem jagunço, não tem milícia. Ela só tem esse legado de lutas que foram transformadas em direitos pela Constituição de 1988”.
Há exatamente um ano, Lionel Messi conquistou o troféu da Copa Mundial da Fifa e fez história. Para comemorar o aniversário do primeiro Mundial realizado no Oriente Médio, o Fifa+ estreou o filme oficial do torneio: “A Copa do Mundo do Qatar 2022: uma competição para a história”.
O documentário oferece um ponto de vista único e inclui narrações de comentaristas dos países que marcaram gols na competição, assim como os momentos mais emocionantes das finais das competições anteriores. Durante o Mundial foram batidos vários recordes, como os 172 gols e os 5 milhões de pessoas que interagiram com o torneio.
Mais de 3,4 milhões de espectadores desfrutaram de uma espetacular e histórica Copa, 400.000 a mais do que em 2018. Com um total de 172 gols, Qatar 2022 foi convertido na edição com mais tentos da história, ao superar os 171 de 1998 e 2014.
“Tal dia como hoje faz um ano, estamos fazendo exatamente o mesmo: vendo a melhor final da história. O convite para voltar a sentir as emoções daquela final no Fifa+”, declarou o presidente da Fifa, Gianni Infantino. “A Copa do Qatar foi, simplesmente, o melhor da história. Sentimos felicidade, alegria, orgulho, satisfação…”.
O filme oferece aos telespectadores imagens inéditas e toda a ação dos jogos, incluindo novos ângulos de câmera, além de mostrar o enorme atrativo global do torneio desde o ponto de vista das várias torcidas de todo o planeta.
Um fiapo da conversa mantida entre o técnico Carlo Ancelotti e o brasileiro Endrick, em visita ao Real Madrid neste fim de semana, revela o que quase todo mundo já desconfiava: o suposto acordo entre Ancelotti e a CBF para treinar a Seleção a partir do segundo semestre de 2024 não existe mais, se é que chegou mesmo a existir.
Em gozo de férias no Palmeiras após o Campeonato Brasileiro, Endrick foi convidado pelo futuro clube para visitar as instalações do Santiago Bernabéu e visitar os vestiários, para conhecer os jogadores. Ele se apresentará ao Real em julho de 2024, na primeira janela europeia após completar 18 anos. Instalado nas tribunas, ao lado da família, ele viu o time merengue bater o Villarreal por 4 a 1.
O momento crucial, tema deste comentário, ocorreu quando Endrick foi cumprimentar os futuros colegas e o técnico. Segundo a ESPN, o atacante foi abraçado por Ancelotti e este foi objetivo: “Conto com você aqui a partir de julho”. Se está contando com Endrick em Madrid, o italiano não vem mesmo assumir a Seleção.
Desde que um pré-acordo entre CBF e Ancelotti foi ventilado no final do ano passado pelo então presidente Ednaldo Rodrigues ficou no ar um clima de ceticismo. Todos sabem o quanto os técnicos de ponta na Europa preferem clubes a seleções, mas o cartola insistiu.
Por restrições contratuais, Ancelotti nunca fez qualquer menção ao entendimento com a CBF. No Brasil, a coisa foi levada a sério e um técnico temporário foi escolhido. Fernando Diniz assumiu sabendo que seria substituído no segundo semestre de 2024.
É possível que realmente haja um substituto, mas dificilmente será Ancelotti. Em entrevista recente, ele concordou com a famosa frase de José Mourinho, para quem só um maluco recusa proposta do Real Madrid.
As recentes turbulências políticas na entidade brasileira também não contribuem para que um profissional em situação estável no maior clube de futebol do mundo resolva trocar de emprego.
Ednaldo perdeu o cargo, a CBF está sob intervenção até janeiro e uma nova eleição vai acontecer. Fantasmas do passado voltam a assombrar os corredores da confederação, ameaçando retomar as rédeas através de apaniguados e laranjas.
Convenhamos, não é um ambiente convidativo para ninguém. A frase de Ancelotti para Endrick foi, mesmo de forma indireta, uma declaração sobre suas intenções em relação à Seleção.
Leão acerta com possível substituto de Vinícius
O Remo deve anunciar, nos próximos dias, o goleiro Marcelo Rangel, de 35 anos, como o 12º contratado do clube para a temporada de 2024. O arqueiro era reserva de Tadeu no Goiás nas últimas três temporadas. Ficou no clube alviverde por sete anos.
Rangel vem com credenciais para ser o sucessor do ídolo Vinícius, que estaria disposto a se aposentar após o encerramento de contrato com o Remo no próximo mês de março. Vinícius não oficializou essa decisão, mas no clube são fortes os comentários nesse sentido.
Parte da torcida olha para o veterano com certa desconfiança, depois de falhas na Série C 2022. A maioria, porém, admira e confia no potencial do goleiro, um dos mais longevos da história moderna do Remo. E não esquece as inúmeras ocasiões em que salvou o Leão.
Reconhecido como grande profissional, pelo comprometimento e disciplina, Vinícius tem história consolidada no clube. Rangel, se confirmada a contratação, terá uma dura missão pela frente: substituir uma lenda no gol azulino.
Para aumentar faturamento, Fifa inventa mais 2 torneios
No afã de garantir mais receita e abarrotar ainda mais os cofres, a Fifa confirmou ontem o que já havia anunciado em Doha, no ano passado. A criação de um novo torneio anual de clubes que reunirá campeões continentais. Não se tratará mais do Mundial, que passa a ser jogado de quatro em quatro anos, com 32 times.
Nenhuma garantia de que a disputa será mais democrática e vantajosa para os clubes brasileiros. A partir de 2024, a competição passa a se chamar Copa Intercontinental. Ao contrário do formato atual, apenas o campeão europeu entra depois na disputa, direto na final.
Os demais campeões continentais, incluindo o da Conmebol, terá que disputar um playoff para definir o outro finalista. Antigamente, a Copa Intercontinental, reconhecida como o embrião do Mundial de Clubes, reunia apenas o campeão da América do Sul e da Europa.
O playoff intercontinental terá duas fases. A primeira será entre os campeões da Ásia e da África, que se alternarão para enfrentar, em casa, o campeão da Oceania. Quem passar, pega a equipe da Ásia ou da África.
A 2ª etapa envolve o campeão da Libertadores, que vai enfrentar o campeão da Concacaf em jogo único na casa de um dos dois clubes. Para definir o finalista para encarar o campeão europeu, os vencedores das duas fases se enfrentam em jogo único.
Já o Super Mundial de Clubes acontecerá daqui a dois anos, entre 15 de junho e 13 de julho, tendo os EUA como país-sede. Por conta disso, Flamengo, Fluminense e Palmeiras podem ficar ausentes do calendário brasileiro por até 29 dias. O novo formato da competição terá 32 times envolvidos, incluindo os três do Brasil.
Dona Fifa, obviamente, depois de praticamente esgotar as possibilidades de faturamento com a Copa de seleções, parte agora para explorar a popularidade crescente dos clubes. Com isso, inventou um novo torneio intercontinental e um Mundial de clubes a cada quatro anos.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 18)
“Tudo compreender é tudo perdoar”, provocou Evelyn Waugh. É a moral dos fracos, dos cristãos, condenou Friedrich Nietzsche, a impotência que se sublima em rancor. “Nunca esqueça, nunca perdoe”, impõe a dura regra subterrânea da Calábria, vizinha da Basilicata, terra dos meus ancestrais Forastieri. Lá se fez e faz lei pelas próprias mãos, nossos parceiros mafiosos no tráfico de cocaína despachada do porto de Santos.
Criado com doçura, por pais inspirados pelo Concílio Vaticano II, sou muito distraído pra cultivar inimizades. Aqui raiva passa rápido e amargor não acha abrigo.
Quase seis décadas no planeta, e só me lembro de uma pessoa que, como cravou Keith Richard, “se estivesse pegando fogo, eu não mijava nele pra apagar.”
Mas em algumas poucas coisas, sou igualzinho o André de 17 anos, daltônico para matizes de cinza. Sossegados também tem inimigos, apesar da deficiência de bile. Quem são?
“Os inimigos são diferentes de nós e se comportam segundo costumes que não são os nossos”, diz Umberto Eco, lembrando Tácito sobre os judeus: “Profano é para eles tudo o que é sagrado para nós, e tudo que para nós é impuro para eles é lícito.”
Que mais nos recorda Eco? Que o inimigo é feio e fede. Muitas vezes, porque é de classe inferior, aí incluindo por definição o delinquente e a prostituta, e daí chegando aos leprosos, à bruxa e além.
Lembra as terríveis caracterizações do inimigo judeu como modelo do Anticristo, por Wagner e outros. É o inimigo que chega a matar criancinhas e beber seu sangue.
Escreve Eco: “ter um inimigo é importante não só para definir a nossa identidade, mas também para encontrar o obstáculo em relação ao qual medir nosso sistema de valores – e mostrar, no confronto, o nosso próprio valor. Quando o inimigo não existe, é preciso construí-lo.”
O italiano questiona se seria impotente a ética, frente à necessidade atávica de criarmos inimigos. Não, mas é utopia de panacas a idealização do humano em anjinhos que tudo aceitarão fazendo coração com os dedinhos. Assim como é fantasia de rancorosos a punição severa e certeira às trangressões do diferente.
Não dá para construir uma convivência sem julgamentos, e portanto sem a punição pelo desrespeito às regras. Nem, do outro lado do espelho, é viável uma sociedade sem um mínimo de perdão, sem relevar o passado pra construir o futuro. Vale pra física e pra jurídica.
É preciso compreender, a mais bela e necessária utilização do que nos faz humanos: inteligência e empatia. É preciso temperar nossa compaixão com o rigor da razão.
Dialogar é terapêutico. Negar o diálogo pode ser higiênico. Encontrar este equilíbrio é difícil. Abraçar esta dificuldade nos faz melhores.
Essa falsa ambiguidade encontra representação perfeita, e perfeitamente confusa, como de costume, na Bíblia, de onde se extrai tudo e seu contrário. Cristo, que ordena oferecermos sempre a outra face ao esbofeteador, espanca os vendilhões do templo sem misericórdia.
E quem não quer vingança? O noticiário nos espicaça sem dó e os exemplos se multiplicam. Você pode encontrar monstros escondidos atrás de belos discursos corporativos de sustentabilidade, na COP. Nos púlpitos dourados, nos editoriais dos jornais, no grupo de zap da família e aqui na esquina.
A verdade está aí, entranhas expostas. Exige punição. Virá, não virá? Hoje, algum dia? Jamais esquecer, jamais perdoar.
Você e eu temos inimigos, gente que nos fez, nos faz, nos fará mal, se assim permitirmos. Não se incomode por ter inimigos.
Como diz minha cunhada Dione, com a precisão de professora de matemática, “quem não tem inimigos, também não tem amigos.”
LEIA
“Construir o Inimigo e outros escritos ocasionais”, antologia com 15 ensaios & palestras de Umberto Eco, sempre eruditos e engraçados e italianíssimos.
LEMBRE-SE
O tempo é o seu melhor amigo – e seu mais perigoso inimigo.
Momento especialíssimo do show de Paul McCartney, sábado (16), no estádio do Maracanã (RJ), fechando a mega “Got Back Tour” diante de 66 mil fãs para aquele que pode ter sido o último show dele no Brasil. Além da sempre impecável interpretação de Macca para o clássico de George Harrison, a plateia teve papel de destaque, cantando junto, aplaudindo e saudando o eterno beatle.