O título vai para quem merece

POR GERSON NOGUEIRA

O Palmeiras passou bem pelo Fluminense, como era de prever, e encaminhou a conquista de seu 12° título brasileiro. Mais um para a galeria palestrina e este com um gosto especial, pois a equipe de Abel Ferreira não fez uma campanha consistente no turno e começou o returno tropeçando. O próprio técnico disse, em rara admissão de inferioridade, que o campeão era o Botafogo.

Não contava certamente com a destrambelhada caminhada do Botafogo no returno, conseguindo fazer uma campanha de time rebaixado. A gangorra vivida pelo Fogão nesta Série A, sem explicação lógica, deu aos demais clubes a oportunidade de queimar etapas e chegar às rodadas finais em condições de levantar a taça.

Mas, apesar da aproximação de Flamengo e Atlético-MG, foi o Palmeiras quem melhor soube capitalizar a derrocada botafoguense. Com um time que joga junto há pelo menos três anos, primando pela determinação e a disciplina tática, o Verdão pegou a oportunidade, se agarrou a ela e não deixou mais ninguém chegar junto.

Vai para o jogo final na quarta-feira, diante do Cruzeiro, no Mineirão, com 99,9% de chances e uma vantagem gigantesca em relação ao Atlético e ao próprio Flamengo. Só perde a taça se tomar uma goleada histórica, absolutamente improvável em qualquer cenário, ainda mais contra um adversário limitado.

Aliás, o Cruzeiro conseguiu se salvar da ameaça de rebaixamento com um empate em 0 a 0 com o inacreditável Botafogo, cuja apatia denota problemas internos muito mais sérios. Para quem ainda poderia sonhar com alguma coisa, em caso de vitória, Tiquinho e seus companheiros pareciam completamente sem vontade.

Fazer esforço seguramente não é prioridade para o desfigurado Botafogo, sob o comando de Tiago Nunes. Aliás, para ter um treinador que não fede e nem cheira à beira do campo, melhor teria sido ficar com Lúcio Flávio, um aprendiz que nunca escondeu a paixão botafoguense.

No outro extremo, embalado pelas vitórias na fase final do campeonato, o Palmeiras cumpriu à risca o manual de quem luta pelo título. Marcou 1 a 0 sobre o Fluminense, no Allianz Parque, lotado, sem se arriscar jamais. Fez o básico, e venceu. Como tem feito desde que aplicou a virada épica sobre o Botafogo, no estádio Nilton Santos.

A vantagem que os palmeirenses têm na briga pelo título – que pode ser o 12º de sua história – inclui a possibilidade do empate e até mesmo da derrota. Com 31 gols de saldo, bem acima do que tem o Galo (23) e Flamengo (15), só um desastre impediria a conquista.

Para tropeçar na rodada final, o Palmeiras teria que perder para o Cruzeiro por 4 a 0 e o Galo meter 5 a 0 no Bahia. Combinações absurdas demais para virar realidade. Palmeiras campeão, de novo.

Troca de técnicos não explica tombo botafoguense

A classificação final só virá na quarta-feira, mas já é possível avaliar a situação dos clubes quanto à presença na Libertadores do ano que vem. O Botafogo contrariou todas as previsões e não conseguiu uma das quatro vagas diretas. Caiu para o 5º lugar na classificação, posição que terá que defender diante do Internacional, em Porto Alegre.

Caso faltassem mais algumas rodadas, o Botafogo poderia cravar a façanha de perder vaga até na Sul-Americana. A campanha que foi da glória ao fracasso exige do clube uma avaliação rigorosa, que leve a mudanças viscerais. Não é apenas o fator sorte ou o excesso de trocas de técnicos que justifica o tombo histórico.

Há muito mais que isso. As atuações recentes revelam um time cansado mentalmente e pouco aplicado no aspecto tático. A troca de Lúcio Flávio por Tiago Nunes não representou rigorosamente nenhum avanço. As limitações, agora expostas, foram superadas com entusiasmo e aplicação no turno.

Significa que na segunda parte da competição veio o relaxamento. Normal até certo ponto, a oscilação técnica não poderia ser absoluta, a ponto de deixar o time sem vencer por 10 jogos. Duas vitórias em meio a isso teriam assegurado a vantagem necessária para o título. E oportunidades não faltaram.

O lado emocional responde em boa parte por tudo que aconteceu, mas alguns atletas revelaram uma excessiva fragilidade anímica, comprometendo por completo o rendimento em campo. 

Óbvio que a SAF vai impor mudanças, mas tem que olhar para os próprios atos, pois também tem parte nesse desastre vergonhoso que marca o Botafogo de 2023.

Parazão tem supercopa como grande novidade

A Supercopa Grão Pará, cuja criação foi anunciada no encontro promovido pela Federação Paraense de Futebol para lançar o Campeonato Estadual de 2024, é a grande novidade da competição. Seis clubes (quatro eliminados das oitavas de final e dois que sobrarem das semifinais) irão se enfrentar durante a disputa, sendo que o vencedor ganha uma vaga na Copa do Brasil.

Uma grande sacada, que valoriza ainda mais o Parazão e diminui o prejuízo dos clubes eliminados das fases mais importantes da disputa. A criação do torneio acabou superando a própria razão maior do evento, que era a definição da tabela de jogos.

Além disso, há o investimento na formação de atletas, com a previsão de 1.000 jogos entre equipes das divisões de base de 120 municípios paraenses. Com patrocínio assegurado, a janela para a garotada é desde já um golaço da atual gestão da FPF.

A conferir agora a fiscalização em cima dos estádios definidos para o Parazão, que deve começar com problemas em Bragança, Castanhal e Canaã dos Carajás. As condições dos gramados são fundamentais para que o torneio tenha a qualidade mínima esperada. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 04)

Rock na madrugada – Bad Religion, “Punk Rock Song”

Com 40 anos de estrada, o Bad Religion mantém a veia pós-punk e transforma seus shows numa celebração de rock puro e básico. “Punk Rock Song”, hino lançado em 1996 (álbum The Gray Race), aparece aqui em registro ao vivo, no festival Rock am Ring de 2004. A banda foi fundada em 1979, na Califórnia, por Greg Graffin, Jay Bentley, Brett Gurewitz e Jay Ziskrout. Foi responsável por uma frente de resgate do punk nos anos 80, influenciando muitos outros grupos surgidos à época, incluindo Nirvana, Green Day, Offspring e Alice in Chains.

Neste fim de semana, o Bad Religion foi uma das atrações do festival Primavera Sound, em São Paulo, fazendo um show sólido e impecável.

Helder diz que Pará vai chegar na COP 30 como exemplo de transformação

governador celebrou a redução de cerca de 50% do desmatamento no Pará, alcançado nos 11 primeiros meses do ano em comparação ao mesmo período do ano passado

O governador Helder Barbalho participou, neste domingo (3), em Dubai, do evento “Unindo Líderes, Direcionando a Transformação”, durante a abertura da Assembleia Geral da Coalizão Under 2. O grupo une governos regionais de todo mundo em torno de soluções para combater as mudanças climáticas e o aquecimento global.

Durante o painel “Abordando a tripla crise de crescimento, equidade e clima”, o governador, que vai receber a COP 30 em 2025, falou dos programas paraenses que ajudam a combater o desmatamento, diminuir a emissão de gases e sobre a criação de uma bioeconomia sustentável.

“O Pará, que nas últimas décadas representou o maior desafio para a imagem do Brasil, será, em 2025, um grande exemplo de transformação da sua história”, enfatizou Helder Barbalho.

O governador celebrou a redução de cerca de 50% do desmatamento no Pará, alcançado nos 11 primeiros meses do ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Ele lembrou ainda que é preciso conciliar a redução do desmatamento com as vocações econômicas do Estado, cuidando das 9 milhões de pessoas que vivem no Pará.

O Plano de Recuperação da Vegetação Nativa, lançado ontem na COP 28, foi citado no painel pela Thekla Walker, ministra de meio ambiente, proteção do clima e energia de Baden-Wuttemberg, na Alemanha. Ela disse acreditar que, para a transformação ecológica necessária, a restauração é o principal caminho.

Faltando dois anos para o Estado receber o maior evento climático do mundo, o governador ressaltou que “Fazer a COP na floresta será um momento especial, quando todas as nações poderão lançar novas ambições de redução diante das urgências climáticas. Será Paris mais 10”, comentou, fazendo referência ao balanço do acordo de Paris, que será feito na COP 30 em Belém. “Se em Dubai estão avaliando qual entrega foi realizada, em Belém será a oportunidade de lançar novos desafios e certamente, ampliando nossas obrigações”, finalizou. (Com informações da Agência Pará)