Entre oportunidades e armadilhas

POR GERSON NOGUEIRA

A dupla de gigantes do futebol paraense está naquela fase febril de pesquisa no mercado à procura de peças para os respectivos elencos. Não é uma tarefa simples. As imposições econômicas se contrapõem às necessidades de cada clube. Dirigentes fritam os miolos buscando fazer render o orçamento em relação às ofertas de atletas. O desafio é ainda maior devido às dificuldades impostas pelo calendário. Certames estaduais – como o Paulista e o Carioca – são vistos como prioridade por muitos jogadores.

Resta exercitar a paciência e a habilidade para negociar. A condição de participante da Série B em 2024 dá ao PSC um poder de atração maior. Os jogadores valorizam a competição, sabem de sua importância como porta de entrada para a Série A. A transmissão de todos os jogos faz do torneio ainda mais interessante como vitrine.

Nada disso impede que as ofertas sejam inflacionadas, causando também os costumeiros leilões, tão ao gosto de empresários espertos. Bem fez o Remo em se adiantar e contratar o vice-artilheiro da Série B deste ano, o alagoano Ytalo, que defendeu o Sampaio Corrêa na temporada.

A faixa salarial, em torno de R$ 100 mil, é salgada para a Série C, mas para um clube que tem ambições de acesso não é possível barganhar muito. Se há possibilidade de negócio, ela deve ser aproveitada de imediato. Qualquer demora significa lutar com valores ainda maiores.

O Papão começou a ter dificuldades dentro do próprio elenco remanescente do acesso. O artilheiro Mário Sérgio, fundamental na campanha, foi procurado para renovar, mas apresentou proposta acima do esperado, mesmo levando em consideração a valorização natural que fazedores de gol costumam ter.

Diante dos obstáculos para renovação, o clube sai em busca de outras alternativas, tendo como um dos alvos o ex-ídolo Nicolas, atualmente no banco de reservas do Ceará Sporting. Especulado desde o mês passado, a volta do atacante agrada boa parte da torcida, mas gera desconfiança também.

Além disso, a condição para retornar à Curuzu foi considerada acima do orçamento do clube para a Série B, mesmo levando em conta a observação do vice-presidente Roger Aguilera, que admitiu pagar um ágio de até 30% para contar com os jogadores que fortaleçam o time e tornem possível o sonho de chegar à Primeira Divisão.

Por ora, os problemas envolvem os jogadores de ataque, sempre mais visados e cobiçados. Nicolas, apesar de atravessar um momento de baixa, tem condições de reeditar em 2024 o desempenho apresentado quando vestiu a camisa alviceleste. Sua contratação certamente merece atenção e persistência dos dirigentes.

O meio-campo vem logo a seguir na lista de urgências, pela dificuldade em encontrar jogadores de qualidade e experiência. Nesta temporada, o Remo sofreu com o excesso de peças pouco confiáveis. Rodriguinho, Richard Franco, Galdezani, Gustavo Buchecha, Álvaro, Laranjeira, Marcelo, Claudinei e Pablo Roberto foram contratados e não responderam positivamente às carências da equipe.

No PSC, o acesso obtido com a espetacular reação a partir da 13ª rodada deixou em segundo plano os muitos equívocos na formação de elenco. Desta vez, com mais tempo (e recursos) para trabalhar, errar nas escolhas será um pecado imperdoável.

Bola na Torre

O programa começa às 22h, na RBATV, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. A movimentação da dupla Re-Pa em busca de reforços é um dos temas em debate. A edição é de Lino Machado.

A incredulidade e a esperança cabem na mesma frase

“Ser botafoguense é uma emoção única. Depois dos últimos inacreditáveis jogos, resta sorrir e seguir. Penso nas dissertações e teses acadêmicas que o nosso Glorioso, em sua campanha de 2023, propiciará. E ainda temos duas partidas em que, realmente, tudo pode acontecer”.

Flávio Dino, ministro da Justiça e alvinegro juramentado

CBF talvez precise alterar planos quanto a Ancelotti

Carlo Ancelotti, que a CBF anunciou como técnico da Seleção Brasileira a partir do ano que vem, continua enigmático quanto a aceitar o cargo. No começo, parecia mera preocupação em não ferir cláusulas contratuais com o Real Madrid. Agora, porém, outros aspectos entram em cena e podem melar o acordo.

Depois que José Mourinho definiu como maluco o profissional que recusa uma oferta do Real, em entrevista citada aqui na coluna, Ancelotti fez questão de concordar com ele. Pode ter sido mero fraseado, mas soou também como um recado direto aos dirigentes da CBF.

Os riscos de uma punição à entidade, após os selvagens episódios da partida com a Argentina no Maracanã, também podem afastar ainda mais o treinador italiano. Sem esquecer, é claro, que a Seleção está a perigo nas Eliminatórias e terá que fazer uma campanha de recuperação em 2024, a fim de evitar o vexame de não ir à Copa pela primeira vez.

Engraçado é que Mourinho, que soltou aquela frase sobre o Real, é apontado pelo tabloide fofoqueiro Daily Mirror como interessado em treinar o Brasil. Atualmente na Roma, o Special One estaria acompanhando a situação e admitiu recusar propostas milionárias da Arábia Saudita pelo desejo de assumir a Seleção canarinho.

Mourinho tem contrato com a Roma até junho do próximo ano, e é dado como certo que não deve renovar. Depois de passar pelo Tottenham sem destaque maior, ele deu a volta por cima após levar a Roma a conquistar a Liga Conferência, o primeiro título continental do clube italiano.

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 03)

A frase do dia

“Políticos bolsonaristas estão convocando manifestação contra a indicação do Flávio Dino ao STF. Eles nunca fizeram manifestação contra a pobreza, contra a miséria, contra o desemprego, contra a falta de vacina, contra o desmatamento. Hipocrisia é a maior manifestação do bolsonarismo”.

Pedro Ronchi, geógrafo

David Gilmour e a música do Pink Floyd preferida para tocar ao vivo

O Pink Floyd possui em seu catálogo algumas das mais conhecidas e adoradas canções da música popular. Com álbuns como “The Dark Side of The Moon”(1973), “Wish You Were Here” (1975) e “The Wall” (1979), o quarteto acumulou tantos clássicos que não cabem numa única coletânea.

Guitarrista da banda desde 1968, David Gilmour já tocou praticamente todos esses clássicos no palco. E, conforme publicado pela Far Out Magazine, ele revelou qual era sua música preferida de tocar ao vivo:

“‘Echoes’, eu diria. Era incrivelmente divertida de tocar, principalmente em minha última turnê solo, e na turnê solo de 2006, com Rick Wright [tecladista do Pink Floyd]. “Eu sempre vi aquela música como um dueto entre mim e ele. Aquilo era incrível, e ela não poderia — e nem deveria — ser tocada novamente agora que ele está morto.

Lançada em 1971 no “Meddle”, “Echoes” foi escrita por Roger Waters, mas brilha por seu instrumental, que se desenvolve pacientemente ao longo de seus mais de 20 minutos. Nesse tempo, o ouvinte embarca numa viagem por belas e impressionantes paisagens sonoras. Confira abaixo: