Rock na madrugada – Kansas, “Carry On Wayward Son”

Grande sucesso do Kansas, super banda de rock formada em 1973, nos Estados Unidos. Época apropriada para grupos que seguiam um estilo grandioso, mesclando o rock clássico com experiências progressivas. O Kansas foi produtivo e arrebanhou uma legião de fãs ao longo da década de 70. Steve Walsh, Kerry Livgren, Robbie Steinhardt, Dave Hope, John Elefante, Steve Morse e Greg Robert foram alguns dos vários músicos que integraram o grupo entre a fundação e a separação final, em 2002.

As desavenças que levaram ao término da banda foram curiosamente causadas pela conversão ao cristianismo de vários dos músicos, como Walsh, Livgren e Hope. A orientação religiosa passou a determinar o perfil das composições, afastando o Kansas de seu público original e fazendo o grupo perder a identidade.

A Série A mais imprevisível

POR GERSON NOGUEIRA

Fazia muito tempo que um Campeonato Brasileiro da Série A não chegava às últimas rodadas com tantas incertezas quanto ao título máximo. O que até a 25ª rodada parecia liquidado, com o Botafogo com boa vantagem sobre os demais, virou de repente uma competição inteiramente aberta.

A razão maior para esse equilíbrio entre os concorrentes deriva da espantosa queda de rendimento do Botafogo, que cumpriu uma trajetória espetacular no turno, mas despencou após a virada. Sucumbiu a uma série de problemas acumulados, tendo hoje a terceira pior campanha do returno.

Com o quase campeão abrindo a guarda, cinco times se aproximaram ao longo das últimas rodadas, resultando na troca de liderança há duas rodadas. O Palmeiras assumiu a ponta, com 62 pontos, e demonstra apetite para manter a pequena vantagem até a rodada final.

O Botafogo é o segundo, com 61 pontos, um a mais que o Flamengo, com 60. O Grêmio vem em 4º lugar, com 59, mesma pontuação do surpreendente Bragantino. Ligeiramente mais desgarrado, aparece o Atlético-MG, com 57 pontos, na sexta colocação.

A rigor, restando quatro jogos para todos, os seis clubes da parte de cima da tabela têm chances de conquistar o título. É evidente, porém, que o Palmeiras de Abel Ferreira é quem parece mais próximo dessa meta, pois depende exclusivamente de suas forças para ser campeão.

A caminhada é razoavelmente tranquila. Precisa vencer o Fortaleza, hoje, e em seguida superar América-MG, Fluminense e Cruzeiro. Determinado e experiente, o time já é apontado por muitos como favorito.

Depois de derrotas traumáticas (e de virada) para o próprio Palmeiras e o Grêmio, dentro do Rio de Janeiro, o Botafogo patinou em definitivo, trocou novamente de comando e mergulhou nas brumas da incerteza. Enfrenta o Santos, hoje, no Nilton Santos, em busca de uma vitória redentora.

Para os que se acostumaram a ver no Glorioso um time fadado a situações inusitadas, as oscilações da atual campanha é um prato cheio. Nunca na história da competição, um time que chegou a abrir 15 pontos de diferença deixou o título escapar. O Botafogo corre o risco de quebrar essa escrita.

As chances ainda são boas, mas o time precisa, além de torcer por tropeços do Palmeiras, reencontrar o caminho das vitórias, depois de sete jogos sem vencer. Tiago Nunes, o novo técnico, tem pouquíssimo tempo para providenciar mudanças e restituir a confiança perdida. Convive ainda com a carência de opções para tornar o time mais competitivo.

Inicialmente correndo por fora, padecendo de muita instabilidade quando esteve sob a direção de Jorge Sampaoli, o Flamengo aproveitou a derrocada do Botafogo para entrar na briga direta pelo título.

Os últimos resultados trouxeram ao time e à torcida o otimismo que não existia no final do turno. A chegada de Tite é responsável direta pela transformação. Diante do Bragantino, na quinta-feira, em jogo atrasado, a equipe alcançou a vitória por placar mínimo, em gol de Arrascaeta.

Em confronto equilibrado, o Flamengo teve dificuldades, levou bola na trave, mas reapresentou a velha força da tradição e do peso da torcida, fundamental em todas as conquistas do clube. Hoje, contra o América-MG, rebaixado, o time entra como franco favorito.

Os três primeiros colocados mostram disposição para transformar as últimas quatro rodadas em um torneio particular, mas Grêmio, Bragantino e Atlético-MG não podem ser descartados, principalmente porque este é o campeonato mais imprevisível de todos os tempos.   

Suspense domina a zona de rebaixamento

A parte inferior da tabela também vive momentos de extrema inquietude e suspense, que tornam as últimas rodadas extremamente emocionantes. América-MG e Coritiba já estão rebaixados, mas as duas vagas que restam têm vários candidatos, incluindo campeões nacionais.

O Goiás, com 35 pontos, parece mais próximo da queda, mas Cruzeiro, Vasco e Bahia, todos com 41 pontos, estão ameaçadíssimos. Santos, 42, e Internacional, 43, também correm perigo.

Mais acima, com 44, Corinthians e Fortaleza não estão a salvo. A inesperada peia de 5 a 1 que o Bahia aplicou no Corinthians na sexta-feira deixou ainda mais incerta a situação entre os que lutam para não cair.

Vale lembrar que Vasco e Cruzeiro têm a rota mais complicada até o final do campeonato, com jogos potencialmente mais difíceis que os demais.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda a atração, a partir das 22h, com a participação de Valmir Rodrigues e deste escriba baionense. Em discussão, as movimentações de PSC e Remo para reforçar os elencos para a próxima temporada. A edição é de Lino Machado.

Papão investe em qualificação e experiência

Embora o torcedor concentre suas atenções nos jogadores a serem contratados, a diretoria do Papão faz um movimento importante no sentido de qualificar a estrutura do futebol profissional. Pelo menos oito profissionais com experiência em clubes das Séries A e B serão incorporados à comissão técnica e à área de gestão.

Será uma comissão técnica diferente da que trabalhou na Série C. As exigências que a Série B impõe fizeram com que os dirigentes se apressassem em encorpar a estrutura interna, agregando conhecimento e experiência em competições de alto nível.

Os nomes devem ser divulgados ao longo da próxima semana, juntamente com os primeiros reforços para o elenco.  

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 26)

A frase do dia

“Os ministros do @STF_oficial precisam entender que, enquanto Bolsonaro não for preso pelos crimes que cometeu, ele seguirá tentando dar o golpe que falhou nas últimas eleições. A inelegibilidade não basta. Ele segue tramando…”

Cesar Calejon, jornalista e escritor