POR GERSON NOGUEIRA
Quando Brasil e Argentina se enfrentam é como se o mundo do futebol parasse para assistir o confronto. Na terça-feira, não foi diferente. O problema é que, antes de a bola rolar, o pau quebrou nas arquibancadas. Tudo amplificado pela extrema violência dos policiais militares e da segurança particular, estragando o clima festivo da partida.
A cada nova espiada nas imagens da pancadaria fica mais insustentável a tese da CBF quanto à opção pela mistura das torcidas rivais no Maracanã. Em comunicado, a entidade tentou justificar o injustificável com a explicação de que as competições da Fifa têm torcidas mistas. Isso pode valer para Suécia x Noruega, nunca para Brasil x Argentina.
Como a responsabilidade pela organização e a segurança em jogos das Eliminatórias cabe ao mandante, o Brasil deve ser penalizado com multa pesada e pode ser obrigado a fazer jogos de portões fechados. Uma forma de mostrar aos dirigentes da CBF que a lambança não pode se repetir.
As cenas de selvageria contra famílias inteiras no Maracanã rodaram o mundo desde o momento do jogo e acabaram por tirar o foco de algumas situações de campo que prejudicaram a Seleção Brasileira. Além dos critérios tortuosos do árbitro chileno, dois lances polêmicos beneficiaram os campeões mundiais.
Ainda no primeiro tempo, após um escanteio para o Brasil, Marquinhos cabeceou e o zagueiro Romero levou a mão à bola dentro da área. Foi a chamada mão deliberada (que antigamente era “mão intencional”), o que caracteriza infração. Pênalti ignorado pelo juiz – e pelo VAR.
Na etapa final, a expulsão de Joelinton travou a possibilidade de reação brasileira. Também sob o silêncio do VAR, o meia brasileiro foi agarrado pelo braço, se desvencilhou com um empurrão, mas não agrediu De Paul. Nada no lance caracterizou atitude violenta que justificasse a expulsão.
Pelo mau futebol mostrado em campo, pode-se dizer que o clássico ficou devendo – e muito. Não houve um bom desempenho do Brasil e a Argentina portou-se pior ainda. Foi apenas mais objetiva, marcando seu gol em novo descuido aéreo da zaga da Seleção.
Má temporada do Leão conspira contra veteranos
Centroavante de boa participação na sofrível temporada remista em 2023, o veterano Muriqui continua cotado para permanecer no clube. Os defensores da ideia apontam a qualidade técnica e o comprometimento do atacante. Os críticos, mesmo reconhecendo méritos, questionam a resistência física do camisa 9. Ao lado de Pedro Vítor, Muriqui foi um dos raros destaques do Leão no Estadual, na Copa do Brasil e na Série C.
Em tom de despedida, aparentemente consciente das dificuldades para um novo acordo, o jogador deu entrevistas e revelou propostas de outros clubes da Série C. Artilheiro do time com 12 gols neste ano, demonstra vontade de ficar, mas não foi procurado pela nova diretoria.
A chegada do técnico Ricardo Catalá deve apressar as decisões sobre remanescentes da campanha deste ano. Além de Muriqui, Diego Ivo e Anderson Uchoa estão nessa lista. Contra a renovação do trio pesa a questão da idade dos dois primeiros e o histórico de lesões do volante.
Aos 37 anos, Muriqui ainda pode ser uma boa opção para o ataque azulino, mas cresce no clube uma tendência por mudanças radicais no futebol, o que pode levar a uma renovação ampla do elenco.
MPPA: providências para garantir direitos do torcedor
O Ministério Público do Estado, por meio da 3ª Promotora de Justiça do Consumidor, Joana Chagas Coutinho, emitiu a Recomendação n° 010/2023, assegurando o cumprimento das legislações pertinentes aos direitos do consumidor nos eventos esportivos, em especial quanto à concessão do benefício de meia-entrada.
A recomendação destaca a relevância das legislações pertinentes, como o artigo 142 da Lei Geral do Esporte, que equipara a fornecedor a organização esportiva responsável pela competição, assim como a Lei Federal nº 12.933/2013 e a Lei Estadual do Pará nº 5.746/1993, que garantem o direito à meia-entrada para estudantes, idosos, pessoas com deficiência e jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes.
A ação do Ministério Público foi motivada por informações de que o Paysandu estaria violando direitos relativos à meia-entrada de ingressos em eventos esportivos de futebol profissional.
A Federação Paraense de Futebol deverá tomar as providências necessárias para garantir que os clubes profissionais cumpram as exigências legais. Um prazo de 60 dias foi estabelecido para o encaminhamento à Promotoria de Justiça do Consumidor de informações sobre o cumprimento da recomendação, acompanhadas dos documentos pertinentes.
Direto do Twitter
“Eu, como madridista, com o coração Blanco e como Ancelottista, espero que a temporada seja fantástica e que na próxima Carlo esteja lá, porque ele é o treinador perfeito para o (Real) Madrid. Brasil? Só um louco sai do Madrid quando o Madrid o quer. E esse fui eu. O único. (…) Tenho certeza que ao menor gesto de Florentino, Carlo ficará. Ele é perfeito para o Real Madrid e o Real Madrid é perfeito para ele”.
José Mourinho, técnico português, aconselhando Ancelotti a ficar no Real
(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 23)

