Rock na madrugada – Steppenwolf, “Magic Carpet Ride”

Steppenwolf, que ganhou fama como a banda favorita dos motoqueiros e estradeiros em geral, surgiu em 1967 na cena musical de São Francisco, nos Estados Unidos. A maior parte do grupo veio da formação original do canadense The Sparrows. O nome Steppenwolf foi influenciado pelo livro “O Lobo da Estepe”, escrito por Hermann Hesse e uma espécie de Bíblia da contracultura no final dos anos 60. “Magic Carpet Ride”, do álbum Candy (1968), foi o segundo grande hit da banda, abaixo apenas do clássico “Born to be Wild”.

Mestre da música paraense, Paulo André Barata morre aos 77 anos

“Hoje, 25 de setembro, dia em que completou 77 anos, meu querido irmão PAULO ANDRÉ BARATA partiu para o céu infinito. Foi músico e compositor paraense de quatro costados. Torcedor do Paysandu e do Fluminense. Amou os animais e cantou a Amazônia. Dedicou sua vida à criação artística e ao bem comum. Que DEUS o proteja, conduza e o ampare em sua nova caminhada e morada”.

Em mensagem nas redes sociais, o jornalista Tito Barata comunicou ontem à noite a morte do poeta, músico e compositor Paulo André Barata, seu irmão mais velho. A música paraense (e nacional) de qualidade sofrem uma perda irreparável.

Em parceria com o pai, o também poeta e compositor Ruy Paranatinga Barata, Paulo André é responsável pela criação de clássicos da música regional, como “Foi Assim” (eternizada na voz de Fafá de Belém”, “Pauapixuna”, “Esse Rio É Minha Rua”, “Indauê Tupã”. Paulo compôs também com outros parceiros, como João Donato, com quem fez “Nasci para Bailar”.

Paulo André estava internado há mais de uma semana no Hospital Porto Dias, em Belém. O compositor será velado a partir desta noite, no hall de entrada do Theatro da Paz. O sepultamento está marcado para a manhã desta terça-feira (26) no cemitério Santa Izabel, em Belém. 

Paulo André foi o maior parceiro de composições do pai Ruy, advogado, historiador, professor e político nascido no dia 25 de junho de 1920, em Santarém. A colaboração entre pai e filho gerou canções brilhantes que hoje pertencem à cultura nortista e se tornaram conhecidas em todo o país.

Uma aula de Elis

Uma refinada aula de intepretação no palco do Festival de Montreux, em 1979. Com a apurada técnica habitual, Elis Regina canta “Cobra Criada”, de João Bosco e Paulo Emílio, cercada por uma banda de responsa – Hélio Delmiro (guitarra), César Camargo Mariano (teclados), Paulinho Braga (bateria), Luizão Maia (baixo) e Chico Batera (percussão). Um momento precioso da melhor MPB.

Um prêmio à obsessão ofensiva

POR GERSON NOGUEIRA

Um jogo eletrizante em boa parte do tempo, repleto de gols e lances de muita emoção. Uma autêntica final. E o PSC saiu vencedor, com uma atitude de time campeão, buscando a vitória o tempo inteiro. Sofreu um gol logo de cara, mas não amofinou, obtendo o empate e a virada. Tomou novo empate, mas seguiu combativo e eficiente até o triunfo final.

Por 3 a 2, o PSC derrotou o Botafogo-PB, na tarde de sábado, no estádio Almeidão, em João Pessoa, pela 4ª rodada do Brasileiro da Série C. O resultado coloca o time paraense na liderança do grupo C com 10 pontos, dependendo de apenas um ponto em dois jogos para garantir o acesso à Série B 2024. Domingo, o Papão pode atingir seu objetivo até mesmo se perder – isto se o Volta Redonda não vencer o Botafogo.

Não se pode jamais dizer que a partida foi monótona ou arrastada. Logo aos 20 segundos, em lance rápido que surpreendeu a zaga do Papão, Renatinho lançou Pipico no centro da área. Este deu um leve toque e abriu o marcador. Aos 17 minutos, Mateus Anderson lançou Pipico, mas o atacante errou o chute.

Parecia o pior dos cenários para os bicolores, mas o desdobramento do jogo mostrou que o time de Hélio dos Anjos não desanima com facilidade. Aos 30 minutos, o árbitro assinalou um pênalti para o Papão, mas Mário Sérgio bateu fraco e Mota agarrou.

Aos 40’, em cruzamento rasteiro de Robinho na área, Edilson se atirou na bola para empatar. Logo em seguida, atacando sempre, veio a virada: Vinícius Leite pegou um rebote e mandou no canto direito do gol de Mota.

O 1º tempo sinalizava para um resultado favorável ao PSC. Ledo engano. Aos 49’, o Belo foi buscar o empate. Cruzamento na área, o incansável Pipico subiu entre os zagueiros e meteu de cabeça, fazendo a torcida botafoguense voltar a vibrar.

Sem abrir mão do ataque, o PSC voltou para a etapa final pressionando o setor defensivo do Belo. Logo aos 6 minutos, após cruzamento de Robinho, o volante João Vieira disparou um chute perigoso.

O gol estava amadurecendo. Aos 11’, Nicolas Careca cruzou na área, Vinícius Leite não conseguiu finalizar, mas a bola sobrou para Robinho estufar as redes. Um prêmio à obsessão ofensiva do time e à grande atuação de Robinho, o melhor em campo.

A emoção continuou viva. Aos 35’, o incansável Pipico aproveitou uma escaramuça na área e marcou seu terceiro gol, empatando a partida. O VAR, porém, revisou o lance e anulou tudo. O volante Wesley Dias ainda foi expulso antes da partida terminar tomando o segundo amarelo.

Além do jogador botafoguense, Hélio dos Anjos também foi excluído da partida. Voltou a reclamar e xingar o árbitro após o fim do primeiro tempo. Contra o Amazonas, na próxima rodada, será a quarta vez que o treinador desfalca o time à beira do campo.

Pipico, que marcou apenas um gol nas 12 partidas que fez pelo PSC no ano passado, apareceu surpreendentemente como titular do Botafogo e deu muito trabalho. Fez dois gols, podia ter marcado o terceiro e incomodou a zaga bicolor. Por pouco, não foi o herói ninja do confronto.

Dorival devolve ingratidão com charme e elegância

A vitória do São Paulo foi justa (2 a 1 no placar agregado), indiscutível e definidora de um momento especial do futebol no Brasil. O técnico campeão, aliás tricampeão, é um legítimo profissional nativo, forjado na experiência inicial de jogador, seguida da passagem pela comissão técnica em cargo subalterno até chegar à condição de treinador.

Dorival Júnior, que fez carreira nos campos como Junior, triunfou ontem, com a serenidade habitual, devolvendo a ingratidão sofrida no ano passado, quando treinou o Flamengo e conquistou de uma só tacada a Copa do Brasil e a Copa Libertadores da América.

Demitido sem razão lógica, ficou uns tempos em casa, de onde só saiu para atender o convite do São Paulo. Começou o trabalho à sua maneira, sem pressa ou espalhafato. O resultado se materializou de maneira triunfante e até irônica: com a conquista da Copa BR sobre o próprio Flamengo.

Na partida de ontem, o São Paulo foi inicialmente pressionado pelo visitante, que colocou Bruno Henrique, Gerson, Arrascaeta e Pedro adiantados. A pressão quase deu certo. Aos 30 segundos, Pedro teve grande chance, mas chutou em cima do goleiro Rafael.

O Tricolor melhorou o posicionamento a partir dos 30 minutos. Teve três chances seguidas, com Calleri, Rato e Lucas Moura. Quando estava mais à vontade no jogo, o São Paulo sofreu o gol. Aos 43’, Pedro passou para Pulgar, que bateu cruzado. O goleiro Rafael desviou, mas a bola tocou na trave e voltou para Bruno Henrique marcar.

Aos 50’, o empate: Wellington Rato cobrou falta na área, o goleiro Rossi rebateu de soco e Rodrigo Nestor aparou de primeira, de fora da área. Um golaço para reacender as esperanças são-paulinas.

Veio o segundo tempo e as emoções afloraram. O Flamengo, precisando do gol, foi à frente, mas custou a levar perigo. Quando conseguiu ameaçar, com Pulgar e Ayrton Lucas, a bola não achou o caminho do gol. O São Paulo também buscou o ataque, com Lucas e Luciano. O 1 a 1 permaneceu até o fim, para delírio dos 64 mil torcedores no Morumbi.

E, logicamente, para a consagração de Dorival Júnior, o principal personagem da decisão, cumprimentado por todos – flamenguistas, inclusive – e exibindo a humildade que faz dele ainda maior do que é. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 25)