The Doors na apresentação de seu single de estreia “Break on Through (To The Other Side)”, originalmente lançado em seu álbum autointitulado The Doors (1967). Com um som envolvente que mesclava gêneros, músicas e letras instigantes, a banda se sustentava fortemente no poder da poesia e da presença cênica de Jim Morrison.
A chegada à cena roqueira em 1967 marcou não só o início de uma série de singles e álbuns de sucesso que se tornariam clássicos, mas também de algo mais relevante – uma relação nova e mais profunda entre artistas e público. Recusando-se à condição de artistas formais, o quarteto de Los Angeles desafiou e encantou incansavelmente os seus milhares de fãs.
“Break on Through” foi só o começo da saga de Jim Morrison, Ray Manzarek, Robby Krieger e John Densmore. A banda recebeu esse nome por sugestão de Morrison, que se inspirou no título do livro de Aldous Huxley, “The Doors of Perception” (As portas da percepção).
Uma das últimas obras inéditas do escritor paraense Vicente Salles, Traços & Troças: o Desenho de Crítica e de Humor no Pará, foi lançada no último domingo, 10 de setembro, pela Editora da Universidade Federal do Pará (ed.ufpa), durante a 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, no Hangar – Convenções e Feiras da Amazônia. Além do lançamento, a ed.ufpa promoveu rodas de conversa com pesquisadores e a presença especial da violinista Marena Salles, viúva do escritor, que também autografou o livro no estande da editora.
Emocionada, Marena Salles recordou quando a obra foi entregue à UFPA para edição: “Foi correndo o tempo e agora, com essa surpresa, saiu uma edição maravilhosa, fantástica. Parabéns para a Editora da UFPA. Eu fico muito feliz em ver o livro publicado. O Vicente também estaria muito emocionado”, celebrou.
Em edição de luxo, com capa dura, sobrecapa e impressão em policromia, o livro é resultado de pesquisa ampla e cuidadosa sobre a caricatura no Pará, do fim do século XIX até os primeiros anos do XX. A obra reúne duas microedições produzidas pelo próprio autor.
Simone Neno, coordenadora editorial da ed.ufpa, explica que o texto da introdução é datado de agosto de 1998. “São treze anos até a sua publicação como microedição e doze anos até o seu lançamento na forma como agora se apresenta. O tempo decorrido nos permitiu uma imersão no legado do autor, síntese da historiografia da Amazônia. A proximidade com a Coleção Vicente Salles, sob os cuidados do Museu da UFPA, nos possibilitou explorar o extraordinário universo que o autor percorreu para produzir Traços & Troças, o que resultou na inclusão de um apêndice com imagens que enriquecem o texto e o conjunto imagético da obra”.
Para a professora Regina Maneschy, que assina o prefácio do livro, “A obra retira da invisibilidade vários artistas e desenhistas paraenses e outros que trabalharam no Pará e não são conhecidos ou citados em trabalhos que pretenderam registrar a história da charge no Brasil. O texto do Vicente sobre a charge e a caricatura também nos mostra as lutas políticas que existiram no estado desde o século XIX e como era a sociedade paraense, com suas contradições e críticas. Então, o livro, além do aspecto artístico, do desenho, da pintura, tem este outro aspecto social e político que é muito próprio de como o Vicente via a sociedade brasileira”.
Prestigiaram o lançamento o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, o vice-reitor, Gilmar Pereira da Silva; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Iracilda Sampaio; a pró-reitora de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Cristina Yoshino; o pró-reitor de Administração, Raimundo Almeida; o pró-reitor de Extensão, Nelson de Souza Junior; o diretor de Pós-Graduação, Marcelo Vallinoto; a diretora da Biblioteca Central, Célia Ribeiro; a diretora da ed.ufpa, Káyra Badarane; a coordenadora editorial da ed.ufpa, Simone Neno; entre outras(os) dirigentes da UFPA. Também participaram os professores Regina Maneschy e Carlos Sampaio.
Homenagens – Junto ao lançamento de Traços e Troças, a Editora da UFPA organizou um Tributo a Vicente Salles na forma de rodas de conversa. Na manhã do dia 10 de setembro, sob a coordenação de Marena Salles, a primeira roda de conversa contou com as participações dos pesquisadores Jonas Arraes, da Universidade do Estado do Pará, Paulo Maués, da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), e Alessandra Regina e Souza Mafra, também da Uepa.
Jonas Arraes levou aos participantes memórias partilhadas junto ao amigo Vicente Salles incluindo registros fotográficos que deixaram a coordenadora da roda emocionada. O tema central de sua fala foi Museu da UFPA e Instituto Musica Brasilis: o fundo Vicente Salles presente no Projeto Acervo Digital de Partituras Brasileiras. “Eu faço uma analogia do Vicente como a abelha que vai na flor, pega o néctar, processa dentro de si e nos dá o mel. Vicente ia nas fontes, colecionava, organizava e nos dava livros. Em suas inúmeras obras, ele está sempre falando de música. Ser amigo e trabalhar com Vicente foi realmente um presente”, contou o pesquisador que esteve na coordenação do projeto de recuperação e difusão do acervo musical da coleção Vicente Salles da Biblioteca do Museu da UFPA.
A Amazônia em múltiplas faces – entre o popular e o erudito foi o tema escolhido por Paulo Maués para falar de Salles. Ele destacou o talento e a agilidade do escritor paraense em escrever sobre diferentes vertentes, estabelecendo uma complementariedade entre o contínuo erudito-popular. “Foi uma máquina de escrever. Escrevia muito e muito velozmente. Por isso temos tantos escritos até hoje”, enfatizou. Pesquisador e folclorista, Vicente Salles dedicou-se a diferentes temas, incluindo Amazônia, negros, música e cultura popular.
Já encerrando o ciclo de conversa da manhã, Alessandra Mafra contou sua experiência de pesquisa com base no tema O arauto da cultura Paraense: uma história intelectual de Vicente Salles, mesmo título de sua dissertação de mestrado defendida em 2012 pela UFPA, em que é destacado o tema do colecionismo e do folclore presentes na vida e obra do escritor. “Vicente Salles foi um intelectual polígrafo que, ao longo da vida, trabalhou, colecionou e escreveu sobre os mais variados temas. Suas obras são um patrimônio. Minha pesquisa me proporcionou e proporciona muitas alegrias e sinto que há muito a pesquisar ainda”, contextualizou Mafra.
No meio da tarde do mesmo dia, a segunda roda de conversa foi coordenada pelo reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, e contou com a presença de Marena Salles. Ela pontuou alguns legados de Vicente Salles, como o Acervo Vicente Salles no Museu da UFPA; a contribuição para a fundação da Academia Paraense de Cordel, da qual Vicente é patrono; as reedições de sua obra pelo Instituto de Artes do Pará (IAP); além da colaboração do escritor em diversas pesquisas acadêmicas por meio de entrevistas e disponibilização do seu acervo.
Participaram também da roda de conversa o professor Aldrin Figueiredo, da UFPA, que desenvolveu o tema Um socialista na história: Vicente Salles e a interpretação política da Amazônia; o poeta João de Jesus Paes Loureiro, professor aposentado da UFPA, que abordou O Vicente Salles que conheci, admirei e com quem caminhei pela cultura amazônica; e a professora Regina Maneschy, da UEPA, que apresentou o livro Traços & Troças: o Desenho de Crítica e de Humor no Pará.
Os integrantes da roda citaram a importância de Vicente Salles para um olhar amazônico sobre grandes temas do Brasil, seu amor pelas artes, seu respeito para com os menos favorecidos e o valor de sua obra para avaliar o passado, compreender o presente e transformar o futuro.
O reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, agradeceu a confiança da família na UFPA para editar Traços e Troças. Lembrou que, em 2014, no ano seguinte ao falecimento de Vicente Salles, a ed.ufpa o homenageou transformando o estande na Feira Pan-Amazônica do Livro em Praça Vicente Salles, que levou ao público um pouco de sua vida e obra. A homenagem também incluiu um ciclo de palestras integrado à programação oficial do evento.
Sobre o autor – Vicente Juarimbu Salles nasceu em 27 de novembro de 1931, na Vila do Caripi, município de Igarapé-Açu, no Pará, próximo a uma aldeia Tembé. Autor de uma obra multifacetada, publicou 26 livros, participou de dezenas de coletâneas e produziu 51 livretos artesanais de pequena tiragem, as microedições do autor, que ele mesmo editava e custeava. Em 2010, Vicente Salles recebeu o título de “Doutor Honoris Causa” da UFPA, em reconhecimento por sua contribuição à preservação da memória cultural e intelectual do Pará e da Amazônia. Faleceu em 7 de março de 2013, no Rio de Janeiro.
Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Fotos: Nícia Salimos – Editora da UFPA; Alexandre de Moraes – Ascom UFPA; Heloísa Torres – Ascom UFPA
Entre o desespero e o cinismo, resta responsabilizar os irresponsáveis
Por André Forastieri
Tá quente no Brasil como nunca. Aproveite o clima ameno. Todas as projeções garantem calor bem mais opressivo em anos vindouros. Fique à vontade pra escolhar qual cenário lhe parece mais provável. Vai do otimista, que é só desastroso, ao pessimista, que é inimaginavelmente cataclísmico.
Essa projeção ilustrada vai te ajudar. São as “stripes” do cientista climático britânico Ed Hawkins, que você pode seguir aqui.
Essa parte azul cobre a variação do clima global de 1850 até agora de pouco.
Dependendo do que fizermos, vamos para uma das cinco faixas à direita até 2100, daqui 76 anos. Nós estamos naquela faixa amarela clarinha, “you are here”. O canto direito superior é o apocalipse.
Eu tenho quase sessenta anos. Garanto que sete décadas passam rápido.
Dependendo do que fizermos com as petroleiras, especificamente. Como disse ontem o Gavin Newsom, “a crise climática é uma crise da energia fóssil”. O governador da Califórnia anunciava um processo do estado contra cinco big petroleiras. Até que enfim.
Sobram provas de que a indústria do petróleo vêm mentindo há décadas. Esconde deliberadamente os resultados de seus próprios estudos científicos sobre o impacto do óleo, carvão e gás sobre o Aquecimento Global. Recebe subsídios zilionários de dinheiro público, do nosso dinheiro público.
Elas vão perder o processo, figa. Elas vão ter que pagar caro e vão fechar, figa, figa.
Vai demorar. Pode demorar menos. Todo minuto faz diferença. Newsom convoca outros estados, países, cidades a entrar com processos semelhantes.
Fica a dica pra Marina Silva, o estado do Rio Grande do Sul, ou qualquer cidade que sofrer com a onda de calor desta semana: botem a Petrobras e cia. no pau. California Dreaming, why not?
Enquanto isso o noticiário varia entre o desespero e o cinismo, mesma situação do negociador climático citado hoje pela Daniela Chiaretti no jornal Valor Econômico.
O desespero está na página 2 abaixo. Na canseira da incansável Dani com quem pede mais leveza na cobertura do Clima; na resignação do Fernando Meirelles.
O cinismo está na página 4 do próprio Valor: uma página inteira falando dos investimentos do novo PAC. Em 2023, continuamos lendo matérias sobre petróleo sem uma única menção à Emergência Climática.
Nosso jornalismo fossilizado promove o Capitalismo Fóssil. Não é exclusividade do Valor, é a regra. Pego no pé porque leio diariamente e porque é nosso principal veículo econômico. Vale igual pra todos os outros, que também têm vozes indispensáveis – e isoladas – como a Dani Chiaretti.
Naturalmente os jornalistas que cobrem setores específicos precisam manter boas relações com suas fontes. Isso não é menos verdade no setor energético.
Quem tem que determinar que toda matéria sobre petróleo, carvão e gás explique a relação destes combustíveis com o Aquecimento Global é a direção de cada veículo. É o que fez na Inglaterra o Guardian, maior jornal em língua inglesa do planeta.
Certo que é farta a publicidade dos poluidores, no Brasil e em todo lugar. Mas imprensa não pode tapar eternamente o sol com peneira. É preciso responsabilizar os irresponsáveis, tanto os poluidores quanto seus propagandistas. Chega de cinismo.
Experiente no púlpito das Nações Unidas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu demandas antigas, ao retornar à Assembleia Geral, em Nova York, após um intervalo de 14 anos. Num discurso forte e estruturado, ele centrou na desigualdade a origem das mazelas que desafiam a ONU e recebeu aplausos sete vezes, sobretudo quando anunciou, mais uma vez, a sua volta e a do Brasil a um palco internacional de debates.
“Estabilidade e segurança não serão alcançadas onde há exclusão social e desigualdade”, advertiu o presidente brasileiro, que soma oito discursos na Assembleia Geral nas duas últimas décadas.
A fome, a pobreza, a ameaça da extrema direita, a defesa pela reforma do Conselho de Segurança, por soluções à emergência climática e a cobrança de recursos das nações desenvolvidas permearam o discurso desta terça-feira, sempre com a desigualdade como pano de fundo. “Não haverá sustentabilidade nem prosperidade sem paz”, insistiu.
POR ASSANGE
“É fundamental preservar a liberdade de imprensa. Um jornalista como Julian Assange não pode ser punido por informar a sociedade de maneira transparente e legítima”, declara Lula, na abertura da Assembleia Geral da ONU.
“A estabilidade geopolítica e a segurança não serão alcançadas onde há exclusão social e desigualdade. A ONU nasceu para ser a casa do entendimento e do diálogo. As sanções unilaterais causam grande prejuízos à população dos países afetados. Continuaremos críticos a toda tentativa de dividir o mundo em zonas de influência e de reeditar a Guerra Fria. Além disso, o Conselho de Segurança da ONU vem perdendo progressivamente sua credibilidade. Sua paralisia é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia”, ressaltou.
Na abertura dos debates, Lula cresceu e tirou proveito do vazio deixado no cenário internacional por seu antecessor, Jair Bolsonaro, para delinear aos representantes de mais de 140 países a sua agenda social. O ex-presidente, hoje inelegível, defendeu a cloroquina e o negacionismo em plena pandemia e diante da assembleia da ONU.
Celebrou bandeiras como o combate ao racismo, à xenofobia, à intolerância, e ao feminicídio; ressaltou a importância da preservação da liberdade de imprensa, dos direitos dos grupos LGBTQ+. “O Brasil está se reencontrando consigo mesmo, com nossa região, com o mundo e com o multilateralismo.”
Críticas à paralisia da ONU e à perda de credibilidade do Conselho de Segurança entraram no discurso para justificar uma bandeira antiga, proferida todas as vezes que subiu à tribuna: a necessidade da reforma do órgão como parte da solução dos problemas. O Brasil pleiteia um assento permanente, juntamente com Alemanha, Japão e Índia, integrantes do chamado G-4.
“Essa fragilidade decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime. A guerra na Ucrânia escancara a nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer o propósito e os princípios da Carta da ONU.”
Dessa forma, Lula corrigiu deslizes anteriores – como o de equiparar a responsabilidade do conflito aos dois países – e deixou a tribuna como estadista. (Com informações de O Globo e Folha de SP)
Em novembro 2023, um tribunal popular vai julgar os crimes cometidos pelo governo Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19. Mais de 700 mil brasileiros perderam a vida numa tragédia cujo alcance poderia ter sido menor: sabemos que o Brasil foi o país com o maior número de mortes evitáveis. Segundo estudo elaborado com o apoio do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e da Oxfam Brasil), foram 305 mil mortes evitáveis. O julgamento simbólico é fruto direto da coleta de mais de 100 mil assinaturas do manifesto “Anistia nunca mais” , capitaneada pelo Manifesto Coletivo.
O pedido de apoio envolve tais tarefas, brevemente descritas a seguir:
ORGANIZAÇÃO: produção de material gráfico (lambes e panfletos) que serão distribuídos em locais públicos como forma de mobilização direta da população à participarem do evento.
PRODUÇÃO: o evento contará com a presença de convidados que irão compor o julgamento. Algumas pessoas precisarão de ajuda de custo para o deslocamento até o local do evento.
DOCUMENTÁRIO: O evento será filmado em formato de documentário e para tanto precisaremos alugar equipamentos áudio-visuais, contratar profissionais de filmagem, iluminação e som assim como para o trabalho de pós-produção (montagem/edição das imagens).
JUSTIFICATIVA
“O Brasil criou seus impasses por meio do esquecimento. Como se não falar, não julgar, não elaborar, pudesse nos garantir alguma forma de paz. Foi assim em vários momentos de sua história, criando uma verdadeira compulsão de repetição. As violências coloniais nunca foram objeto de elaboração devida. Da mesma forma, as violências da ditadura militar foram caladas através de uma anistia que, longe de ter sido resultado de algum “acordo nacional”, foi fruto de uma imposição dos próprios militares e da conveniência de seus aliados civis. Este é um país de silêncio.
Só que agora está claro para quem quiser ver que esse silêncio nos custa caro. Ele custa nosso futuro. Pois um país que ignora a força histórica, da justiça e da reparação condena-se a estar sempre acorrentado ao seu próprio passado. Ele não pode nunca ver o passado passar, porque aqui não há luto, não há dolo, não há responsabilização.
A partir do começo de 2023, o país ganhará tempo para se fortalecer diante dos embates que virão. A extrema direita brasileira, apoiada na ressurreição do fascismo nacional, demonstrou força enorme e, contrariamente ao pensamento mágico de alguns, não desaparecerá. Combatê-la passa por nomear seus crimes e exigir verdade e justiça. O país não aguenta mais um pacto extorquido e nem merece mais uma farsa dessa natureza.
Os mesmos que não foram responsabilizados pelos crimes perpetrados pela ditadura militar voltaram para “gerir” o país em um de seus momentos mais dramáticos, a saber, diante da pandemia mundial que levou ao menos 700 mil pessoas entre nós. Esse número aterrador não foi uma fatalidade, mas sim fruto da negligência criminosa e da indiferença atroz. O que ocorreu entre nós foi um crime de Estado e deve ser tratado como tal. Por isso, chamamos todes à luta pela instalação de um Tribunal Popular que tem como função forçar o debate público e a ação do novo governo.
Essa ação deve ser acompanhada de outra, tão urgente quanto necessária. Por isso, este chamado é também para juntarmos forças e exigirmos a desmilitarização imediata do Estado brasileiro. Isso significa tanto o afastamento dos militares das instâncias de decisão e administração do Estado quanto o afastamento de toda a cúpula do comando militar envolvida com o governo anterior. Que todos eles passem para a reserva. Nos últimos quatro anos, os militares chantagearam continuamente a sociedade brasileira, com ameaças de golpe e intervenções diretas nos processos políticos nacionais. Isso não pode passar impune”.
Em uma democracia, os militares não existem politicamente. Eles não falam, não agem e não intervêm sob circunstância alguma. Uma das maiores aberrações da Constituição de 1988 foi definir as forças armadas como “guardiãs da ordem”. Em uma democracia real, quem defende a sociedade é a própria sociedade e não necessita de qualquer força exterior a si mesma para tanto. Está na hora de nos defendermos de nossos “defensores”.
Convidamos a todos para essa dupla luta. Mostremos de forma clara o que não aceitamos mais e consolidemos uma força ofensiva que obrigue os que nos governam a terminar, de uma vez, com a espiral de silêncio que marcou até hoje nosso país.
Interpretação histórica de “The Boxer” no Central Park (NY), em 1979. Vozes impecáveis, talvez as mais bem sincronizadas do rock, Paul Simon e Art Garfunkel legaram ao mundo um punhado de grandes canções. The Concert in Central Park virou um álbum ao vivo de grande sucesso. A gravação foi registrada num show beneficente realizado em 19 de setembro de 1981, presenciado por mais de 500 mil pessoas. A dupla se separou no final dos anos 90, mas Simon continua na ativa, experimentando sons e participando de eventos filantrópicos.