A incultura do futebol

Por Delegado Armando Mourão

Em se tratando de futebol profissional se percebe com rara facilidade a gritante desproporção salarial que afeta os clubes litigantes. Uns com tanto, outros com tão pouco, estes, lamentavelmente à beira da falência por assim dizer. A desigualdade econômica, neste caso tratando-se de jogador de futebol profissional chega a ser alarmante, afinal, percebe-se o apogeu de uma minoria, ao mesmo tempo em que condena à desgraça familiar a imensa maioria, às vezes até detentoras de condições técnicas iguais ou superiores aos mais afortunados, contudo, de pires na mão no melhor sentido literal do termo.

O certame nacional de futebol desenha de forma insofismável enfoca essa imensa disparidade, afinal, determinadas agremiações investem milhões e milhões em um jogo de futebol, via de regra esgotado em 90 minutos, além de incomparáveis mordomias, em meio a luxo, pompas e riquezas, enquanto que, a massa trabalhadora, de condições iguais ou até melhor qualificada se limita a minguado salário mínimo, ou então, se inclina pela ilegalidade como forma de manter sua prole.

Tal disparidade é ainda mais revoltante quando comparamos a folha salarial de determinados clubes de futebol com as de empresas independente, mesmo de menor porte, contudo se dedicando à proteção de vidas, saúde, segurança, esporte, cultura e lazer. Na verdade, o futebol brasileiro chafurda na podridão da corrupção, diariamente denunciando pelos órgãos de divulgação de massa, citando nominalmente dirigentes, jogadores, treinadores e árbitros, conduta capaz de promover o total descrédito a que já está relegada a paixão do pobre torcedor.

Percebe-se com clareza solar que futebol brasileiro está relegado a plano secundário especialmente pelo aspecto da corrupção que o envolve, associado também a carência cultural de atletas profissionais, em grande proporção mal sabe se expressar ou assinar uma súmula. Da mesma forma como o mercado de trabalho exige nível cultural compatível com a função a ser exercida, os clubes participantes das diversas competições nacional, igualmente deveriam proceder, considerando múltiplos aspectos, entre eles a possibilidade de intercambio internacional. Salvemos nosso falido futebol brasileiro.