Pobre futebol paraense

Por Delegado Armando Mourão

O que fazer para conter a onda de incompetência e irresponsabilidade que norteia a grande maioria de indivíduos, alguns altamente inescrupulosos, travestidos de “cartolas do futebol?. Na verdade, alguns deles, arrogantes até mais não poder, mesmo superiormente diplomados, não passam de meros especuladores, avalizando contratações de natureza duvidosa, projetando os clubes no mais absoluto pântano lodoso da desconfiança e descrédito popular.

Nossos clubes de futebol profissional carecem de gestão inteligente, criteriosa, capaz de se deslocar ao interior deste Estado, onde certamente encontrará gratas revelações, capazes de superar essa horda de bondes, apaniguados de treinadores que aqui aportam com o único propósito de sangrar as já combalidas receitas clubísticas. Ao final do compromisso, via de regra, derrotados em todos os sentidos, são defenestrados a bem da atividade que um dia juraram respeitar, restando tão somente incalculáveis prejuízos.

Quando servidores da área privada são contratados, cumprem obrigatoriamente a fase de estágio, capaz de aferir seu grau comportamental, especialmente no aspecto de competência. No futebol, mesmo intrínseco à mesma área esse aspecto não é considerado, razão pela qual importamos verdadeiros pernas de pau, “recomendados” por treinadores manjados sem qualquer compromisso com resultados, salvo o que ocorre no final de cada mês.

Chega a impressionar o nível de certas contratações, em detrimento de uma base confiável que pede passagem para demonstrar sua competência e seu valor, todavia são esmagados por um rolo compressor marginalizados decorrente de importações negativamente comprometida, gerenciada por comissões técnicas alienígenas, apaniguadas com jogadores de conduta profissional altamente duvidosa.

Remo, Paisandu e Tuna amargam a falta de gestão, de pulso forte, do apego a hierarquia e disciplina, e principalmente da oportunidade aos jovens valores que se mata de sol a sol, treinando em condições altamente desfavoráveis, objetivando proporcionar melhor condição de vida para sua família, ao mesmo tempo em que ânsia por mostrar a todos o seu real valor futebolístico.

Esses gestores, vi de regra, orgulhosos, poderosos, desprovidos de humildade deveriam se espelhar nos clubes que priorizam a “garotada”, principalmente Santos, Fluminense e Atlético Paranaense, por exemplo, entre outros menos votados, que demostram com clareza solar como a base do futebol pode e deve ser produzida em casa, bastando para isso apoio, valorização e investimento, na certeza de que o resultado por certo fluirá em curto espaço de tempo.

Considero o futebol paraense, representado por Remo, Paisandu e Tuna de luto em relação as competições nacionais, decorrente de tanta incompetência e desonestidade para com o torcedor aficionado pelo futebol, ávido por grandes eventos do gênero.

Festa da classificação com direito a sustos

POR GERSON NOGUEIRA

Podia ter sido mais tranquilo, mas o PSC contribuiu para transformar em drama o confronto com o lanterna e rebaixado Pouso Alegre. Embalado pela festa empolgante da torcida majoritariamente feminina na Curuzu, o time parece ter se convencido de que a vitória estava garantida por antecipação. O triunfo veio no sufoco, graças a um pênalti inexistente assinalado na reta final da partida, quando o desespero já dominava os bicolores.

O gol de Nicolas Careca, aos 13 minutos, turbinou ainda mais o clima festivo. Após cruzamento na área, a bola foi desviada por Giovanni e afastada em cima da linha pela zaga. Atento, o centroavante deu um giro para pegar o rebote e mandar a bola para o fundo das redes.

Com a vantagem no placar, o PSC ainda desfrutou de outras oportunidades, mantendo um jogo sempre voltado para o ataque, mas com direito a algumas firulas que atrapalhavam a objetividade.

Além do gol, Nicolas Careca se destacou pelo esforço e presença na área. Tentou acertar uma bicicleta, mas pegou fraco na bola e facilitou a defesa do goleiro George. O Pouso Alegre saía sem muita velocidade, mas chegou ao gol em cruzamento da direita. Para sorte do Papão, o atacante foi flagrado em impedimento.

Só que, aos 48 minutos, uma boa trama do Dragão pela direita resultou em cruzamento na área e a bola sobrou limpa para Geovane bater forte para o gol, empatando a partida. O resultado àquela altura era terrível para os planos bicolores de classificação antecipada.

No reinício da partida, na segunda etapa, o PSC voltou com Jacy Maranhão no lugar de Giovanni. O time veio com disposição ofensiva, buscando o gol. Kevin, Vinícius Leite e Nicolas Careca tentaram entrar na área, sem sucesso. Nos contra-ataques, o Pouso Alegre ameaçava. Matheus Lucas acertou chute da entrada da área, mas Matheus Nogueira defendeu bem.

A situação se mostrava perigosa para o PSC, que cruzava bolas na área e tentava forçar jogadas pelos lados. Como o time subia a todo instante, já no desespero, acabava deixando espaços para o Pouso Alegre explorar o contra-ataque.

Foi então que aconteceu o lance mais polêmico da noite. Aos 39 minutos, Jacy Maranhão tentava sair da área com a bola quando recebeu o combate da defesa e foi desarmado. No choque, caiu junto com o zagueiro, um lance normal. Mal posicionada, a árbitra Thayslane Costa (SE) entendeu o lance como faltoso e deu o pênalti que tirou o Papão da agonia. Robinho cobrou e fez 2 a 1.

A confusão criada pela marcação do pênalti causou a expulsão dos jogadores Léo Alves e Nicolas Careca, do PSC. Na entrevista pós-jogo, o técnico Hélio dos Anjos aplaudiu a torcida pelo incentivo incessante e admitiu que o time sofreu para vencer. Atribuiu o empenho do Pouso Alegre a uma gratificação oferecida por outros clubes.

No fim das contas, o importante é que o PSC obteve a classificação e agora pode administrar a partida com o Confiança, no sábado, para movimentar o elenco e aguardar a definição dos adversários do quadrangular. (Foto: Wellison Vasconcelos/Ascom PSC)

Leão joga bem, fica no empate e afasta risco de queda

Só os remistas mais empedernidos acreditavam em classificação. Com 21 pontos, o Remo teria que vencer os dois próximos jogos e sonhar com um milagre na definição da última vaga do G8. A realidade falou mais alto e o time, ao empatar com o CSA ontem à tarde, afastou qualquer possibilidade de classificação.

O lado positivo é que o empate assegurou a permanência na Série C. Dos males, o menor. Desastre monumental seria cair para a Série D na temporada mais aleatória do Remo nos últimos 10 anos.

Com um planejamento que começou em dezembro, o time foi se estruturando a partir da chegada do técnico Marcelo Cabo. A montagem do elenco foi conduzida pelo próprio treinador e os primeiros resultados, ainda no Campeonato Paraense, avalizaram o trabalho.

O problema é que, ao longo do semestre, o Remo foi perdendo consistência e terminou por ser derrotado em todas as competições em que se envolveu. Foi eliminado na semifinal da Copa Verde pelo PSC de Márcio Fernandes e perdeu logo depois o certame estadual para o Águia de Marabá.

No meio disso, passou pela Copa do Brasil com boa trajetória, sendo alijado na terceira fase após derrotar o Corinthians no Mangueirão e cair nos pênaltis no jogo da volta, em Itaquera.

Veio o Brasileiro da Série C e Marcelo Cabo conseguiu perder as quatro primeiras partidas. Saiu de cena e foi substituído por Ricardo Catalá, que ontem em Maceió completou sua 14ª partida no comando do time.

Em termos proporcionais, os 22 pontos que Catalá obteve em 14 jogos perfazem uma pontuação comparável ao dos times que brigam no G8, mas o fato é que o desperdício inicial acabou pesando muito e o Remo terminou tendo que se contentar com a permanência na 3ª Divisão.

Sem conseguir transformar o bom futebol em gols, a equipe mostrou evolução diante do CSA, que hoje é treinado por Marcelo Cabo. O Remo teve duas boas oportunidades no primeiro tempo, com Muriqui e Rodriguinho. Com forte presença ofensiva, o time surpreendeu o mandante.

No segundo tempo, o Reo seguiu jogando com intensidade e ocupando o campo inimigo – e perdendo gols. Muriqui, Evandro e Leonan, duas vezes, perderam chances no interior da área. Em certa medida, o empate foi injusto, mas a campanha não merecia melhor sorte. (Foto: Ailton Cruz)

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 21)

Leão fica no empate com o CSA e dá adeus às chances de classificação

Um empate sem gols marcou o fim das chances de CSA e Remo quanto à classificação ao G8 da Série C. O Remo atuou com desenvoltura desde o primeiro tempo e teve boas oportunidades para marcar, com Muriqui na etapa inicial e Leonan e Evandro no 2º tempo. A postura ofensiva do Leão desde o começo surpreendeu e confundiu o CSA, que custou a se organizar.

A partida foi movimentada, mas faltou qualidade e apuro nas finalizações do time remista. O resultado foi péssimo para os times, frustrando as duas grandes torcidas. Apesar do fim dos planos de classificação, o Leão abriu três pontos de vantagem em relação ao Z-4 a uma rodada do final da fase de classificação.

Entre a euforia e a esperança

POR GERSON NOGUEIRA

Na Curuzu, haverá festa dentro e fora do estádio. Uma plateia diferente, formada por mulheres e crianças, vai empurrar o PSC rumo à classificação. O clima é de celebração, pois a vaga no G8 depende de uma vitória simples sobre o lanterna e rebaixado Pouso Alegre.

Em Maceió, no estádio Rei Pelé, o Remo encara o CSA com esperança em um milagre. A vitória buscada pelos azulinos afastará qualquer risco de queda e alimentará a expectativa por uma classificação quase impossível. É pouco para quem entrou na competição cheio de sonhos de grandeza.

Diante do Pouso Alegre, o Papão de Hélio dos Anjos pode se dar ao luxo de fazer experiências. Seria uma chance preciosa de testar Juninho na meia-cancha ou Roger pelos lados. Lucas Paranhos e Wesley também podem ser observados.

Mesmo sem contar com o artilheiro Mário Sérgio, suspenso, o Papão é muito superior ao visitante, mas não pode se dar ao luxo de sofrer apagões como o de domingo passado contra o Náutico. O ataque deve ter Nicolas Careca no comando, auxiliado por Ronaldo Mendes e Vinícius Leite.

Já o Remo vai para um jogo de superação, buscando os três pontos que não conseguiu em Manaus. Enfrenta o CSA de Marcelo Cabo, responsável direto pelo péssimo início de campeonato remista. Os desfalques – Uchôa, Diego Ivo e Diego Guerra – são problemas menos importantes do que a necessidade de inspiração e apetite pelo gol.

Objetivos iguais, com metas diferentes. Vencer é a única alternativa para que o Leão siga sonhando com a vaga. Vencer significa para o Papão a confirmação no quadrangular final. (Foto: Fernando Torres)

Mais do mesmo na lista do interino Diniz

É provável que tenha se criado uma expectativa excessiva sobre Fernando Diniz na Seleção Brasileira. Muita gente enxerga uma semelhança distante com Telê Santana na maneira de montar os times e desenvolver modelos de jogo. Na pobreza de ideias que vigora no futebol brasileiro, não deixa de ser algo animador.

Ocorre que Diniz pouco tem a ver com Telê e essa primeira chance de mostrar trabalho na Seleção indica claramente isso. Com autonomia para convocar quem quisesse, para o jogo com a Bolívia em Belém, enveredou pelo mais do mesmo. Repetiu Tite, o que é indicativo ruim.

Frustrou muita gente, mas na prática nem se devia esperar tanto. Preocupante foi lamentar a ausência de Paquetá, um jogador mediano alçado à condição de indispensável nas seleções de Tite. Pegou mal também esnobar jogadores do líder do Brasileiro. Lucas Perri e Adryelson são os melhores em suas posições e foram ignorados.

Bola na Torre

O programa vai ao ar às 22h, na RBATV, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em debate, os jogos de PSC e Remo na Série C. A edição é de Lourdes Cezar.

Adversidades podem forjar caminhadas vitoriosas

Rony não está na lista de Fernando Diniz para o primeiro jogo da Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo 2026, apesar da boa temporada no Campeonato Brasileiro e na Libertadores. E foi justamente o destaque obtido no torneio continental que garantiu a ele uma entrevista no site oficial da Conmebol.

A matéria enfatiza as dificuldades, a resiliência e a capacidade de superação do atacante palmeirense, desde seu início na base do Remo. Aliás, antes mesmo de iniciar no futebol, quando era apenas um moleque da Vila Quadros, em Magalhães Barata.

Os apertos – passou fome e teve vários pequenos trabalhos para sobreviver – deram a Rony a casca necessária para seguir em frente cada vez mais forte e confiante. Aos 28 anos, Ronielson da Silva Barbosa não esquece o passado difícil como referência para não relaxar jamais.

“Muitas vezes não tinha o que comer, então tinha que tirar forças para sobreviver, tinha que aguentar e usei essa força no campo”, disse à Conmebol. “Quando não estou bem penso que tudo passa e podemos viver uma vida nova”, comentou sobre sua visão atual.

Depois de negociado com o Cruzeiro, esteve no Náutico e em seguida seguiu para o Japão, por um ano. Depois, a história fica mais conhecida. Atlético Paranaense e Palmeiras. Mesmo questionado por parte da mídia paulista, Rony chegou em 2020 e ganhou logo a Copa do Brasil e a Libertadores – repetiu a dose em 2021.

“Tenho tudo hoje porque sempre procurei dar o melhor de mim”, crava o atacante que hoje é titular absoluto no Palmeiras de Abel Ferreira.

Escola municipal classifica karatecas para o Paraense

Seis estudantes da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Nestor Nonato foram classificados para as finais do XI Campeonato Paraense de Karatê, que a escola vai sediar neste domingo, 20, a partir das 9h. Comunidade dos bairros do Jurunas e da Condor já organizam as torcidas.

Os três melhores atletas, por categoria, irão conquistar vaga na seleção paraense de karatê para 2024. Sob a batuta do professor Pietro Viana, os campeões da Nestor Nonato estão preparados para mais este desafio.

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 20)

Rock na madrugada – Beatles, “Birthday”

Paul canta este clássico Lado B dos Beatles em show na Cidade do México, há 10 anos. E o blog dedica a canção aos recém-casados Joyce e Breno.

Rock na madrugada – The Kinks, “Picture Book”

“Picture Book” foi a faixa 3 do álbum The Kinks Are The Village Green Preservation Society, originalmente lançado em 22 de novembro de 1968 e 5 de fevereiro de 1969 nos Estados Unidos. Canção escrita por Dave Davies e gravada no Pye Studios, em Londres, entre 1967 e 1968.

The Kinks está completando 61 anos de existência e tem muito a comemorar. A banda britânica foi fundada em Muswell Hill, norte de Londres, pelos irmãos Ray e Dave Davies, em 1964, na esteira do sucesso dos Beatles. São reconhecidos e respeitados como um dos mais influentes grupos de sua geração.

Assembleia do Sinjor-PA elege integrantes da comissão eleitoral

Jornalistas paraenses deram início na noite de hoje, 18 de agosto, ao processo eleitoral que vai escolher a nova diretoria do Sindicato de Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA) para os próximos três anos. Em Assembleia Geral da categoria, que contou com a participação de quase 100 pessoas, em formato híbrido, foram eleitas as integrantes da Comissão Eleitoral.

Por maioria de votos, as membras titulares são as jornalistas Enize Vidigal, Fátima Gonçalves e Selma Amaral. Na suplência, ficaram Danielle Franco, Cecília Amorim e Shirley Castilho. A eleição está prevista para ocorrer na segunda quinzena de novembro deste ano.

(Foto: Kleyton Silva)

Diniz prestigia Liga Saudita e é econômico na convocação de jogadores que atuam no Brasil

O técnico Fernando Diniz fez sua primeira convocação para a seleção brasileira nesta sexta-feira, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. As partidas serão contra Bolívia, dia 8 de setembro, em Belém, e Peru, quatro dias depois, em Lima. Ao contrário do que se previa, Diniz foi conservador e convocou apenas quatro jogadores de clubes brasileiros.

O treinador interino da seleção brasileira convocou quatro jogadores que atuam no futebol brasileiro, são eles: Bento, do Athletico-PR, André e Nino, do Fluminense, e Raphael Veiga, do Palmeiras. Nova sensação do futebol mundial, a liga saudita teve dois convocados: Ibañez, do Al-Ahli, e Neymar, do Al-Hilal.

A comissão técnica de Diniz será formada por Eduardo Barros, auxiliar técnico, e por Marcos Seixas e Wagner Bertelli, fisioterapeutas. Paquetá só não foi chamado porque está sob suspeita de envolvimento com apostas ilegais na Europa.

Nomes cotados, como os de Luca Perri e Adryelson (Botafogo) e Rony (Palmeiras), destaques do Campeonato Brasileiro, ficaram de fora.

Depois das denúncias do hacker e do escândalo das joias, Bolsonaro vê o cerco se fechar

Depois das bombásticas declarações do hacker Walter Delgatti à CPI dos Atos Golpistas e da notícia de que o ajudante de ordens Mauro Cid vai confessar que agiu (vendendo joias no exterior) a mando de seu superior hierárquico, Jair Bolsonaro, não resta mais dúvida sobre a responsabilidade do ex-presidente nos crimes de que é acusado pela Justiça. As digitais dele estão visíveis em todas as tramoias golpistas e muambeiras.

Primeiro, com a ajuda do hacker, tentou violar e desqualificar as urnas eletrônicas, planejando inclusive uma fraude para tumultuar as eleições de 2022 e aplicar um golpe. Crime gravíssimo, que atenta contra princípios constitucionais básicos. Não é novidade que Bolsonaro é, desde sempre, um contumaz (palavra da moda) defensor de práticas típicas do submundo.

A diferença aqui é que seus passos golpistas começam a ser comprovados. A fuga para os Estados Unidos antes da posse de Lula não representou, como muitos pensavam, um processo de distanciamento da cena política. Ao contrário, foi o subterfúgio encontrado para manipular figuras que ficaram no Brasil e deflagrar a canhestra tentativa de golpe do dia 8 de janeiro.

Metido a esperto, como todo malandro, Bolsonaro achava que estando nos EUA passaria incólume das futuras acusações de envolvimento com os ataques terroristas em Brasília, mas não conseguiu se safar. Todos os detalhes que estão vindo à tona confirmam que ele esteve sempre mergulhado no projeto de voltar ao poder pilotando um golpe militar.

O explosivo depoimento de Walter Delgatti – um show solo com direito a nocaute num certo ex-juiz sem noção – confirma uma ponta importante desse plano urdido por Bolsonaro e seus asseclas diretos, com destaque para militares de seu entorno. Quem planeja desacreditar a urna eletrônica é obviamente alguém obcecado pela ideia do jogo sujo eleitoral.

Fato: Bolsonaro estava disposto a tudo para melar a eleição e dinamitar a democracia brasileira.

Ao mesmo tempo, o ex-presidente fica em situação insustentável diante dos crimes de apropriação e venda de joias que recebeu como chefe de Estado – não se sabe em troca de quê – e que pertenciam ao acervo oficial. O ajudante de ordens Mauro Cid, depois de emudecer diante da CPI, agora manifesta a decisão de confessar tudo (segundo a revista Veja), consciente de que está sozinho na parada. (No final da manhã, o advogado de Cid fez uma manobra de recuo, alegando que a confissão não vai envolver o caso das joias).

O esquema de marretagem das joias no mercado norte-americano foi cumprido à risca por Mauro Cid, seguindo ordens do chefão. Vendeu e repassou – com a ajuda do pai general, Mauro Lourena Cid – o dinheiro da negociata ao próprio ex-presidente. É improvável que, a partir da quebra de sigilo fiscal e bancário do casal Jair-Michelle, reste alguma nesga de inocência a ser esgrimida pela defesa do “mito”.

E há ainda o fator Frederick Wassef, o atrapalhado advogado que virou sombra de Bolsonaro e recomprou o Rolex de ouro que foi vendido por Cid nos States. Na quarta-feira (16) à noite, a Polícia Federal localizou Wassef em um shopping de São Paulo, apreendeu quatro celulares e fez uma revista em seu carro. É bem provável que os celulares de Wassef revelem novos segredos.

O roteiro rocambolesco lembra velhos filmes policiais de Hollywood, até no título (“O Escândalo das Joias”), mas, ao contrário das tramas da telona, desta vez – ao que parece – o crime não vai compensar. A casa vai cair.

Aguardemos.