Em partida movimentada, disputada em ritmo forte, Altos e PSC empataram em 1 a 1 neste domingo, em Teresina (PI). O placar foi construído na etapa inicial e o primeiro gol coube ao Papão: Robinho cobrou escanteio e o zagueiro Vanderson cabeceou para o fundo do barbante. Mário Sérgio e Bruno Alves desperdiçaram duas oportunidades de ampliar. O Altos tentou reagir com bolas aéreas. Em lance parecido com o que gerou o gol bicolor, Marcelo empatou para o time piauiense, escorando um cruzamento cobrado do lado esquerdo.
Na segunda etapa, os times mantiveram a correria e o PSC esteve próximo de marcar, colocando duas bolas na trave e até fazendo um gol, anulado por impedimento do ataque. O Altos, mesmo atacando em menor intensidade, também teve chances e o goleiro Matheus Nogueira voltou a pontificar como grande destaque bicolor no jogo. Nos acréscimos, um susto para a defesa do Papão: em cruzamento da esquerda, a bola passou pelo goleiro Matheus Nogueira e quase entrou no gol.
Com o empate, o PSC chegou aos 23 pontos, continuando no G8. O próximo compromisso será contra o Náutico, em Belém.
A atuação foi extremamente satisfatória, a melhor do time no campeonato. Além de boa performace, o Remo apresentou um jogo consistente e objetivo contra o Volta Redonda, conseguindo à certa altura do 1º tempo 74% de posse de bola. A pressão alta no início da partida deu resultado logo aos 11 minutos, com o pênalti sofrido por Muriqui, convertido pelo próprio. Ele estava há 11 jogos sem marcar. Atuou mais centralizado na frente e teve bom desempenho nos dois tempos.
Na entrevista pós-jogo, o técnico Ricardo Catalá valorizou o resultado, destacando as boas atuações de Jean Silva, que ficou marcado pela torcida após o empate com o Figueirense, e do goleiro Vinícius, que falhou no gol do Volta Redonda e se redimiu espetacularmente nos minutos finais com uma defesa de almanaque.
Catalá, no habitual estilo comedido, defendeu que a torcida tem o direito de criticar – vaiou os jogadores no final do 1º tempo, apesar da excelente atuação -, mas deve evitar fomentar o ódio. Justificou a opção pelo Mangueirão, negando que tirar os jogos do Baenão tenha a ver com a pressão da torcida. Segundo ele, a razão da mudança foi a qualidade do gramado, pois o Remo é um time que se caracteriza por gostar de trocar passes.
Na fronteira entre o G8 e o bloco intermediário, ocupando o 8º lugar com 22 pontos, o PSC tem hoje à tarde novo confronto com um time situado na zona do rebaixamento. Contra o lanterna Altos, o time de Hélio dos Anjos busca consolidar a boa campanha dos últimos cinco jogos – 10 pontos em 15 possíveis – para manter o sonho do acesso.
Hélio prometeu na chegada ao Papão que o time iria conquistar o acesso. Esse compromisso tem sido cumprido à risca. O time melhorou tecnicamente a partir da evolução no aspecto físico. Antes de Hélio, o PSC corria menos e parecia inferiorizado aos adversários.
Com o veterano treinador, o time recuperou a competitividade e a confiança nas próprias forças. Mesmo em situações adversas, a equipe reage e alcança bons resultados. Foi assim contra o Amazonas e o Remo. No atual giro pelo Nordeste, os embates são contra times em situação de desespero na tabela.
Na rodada passada, o América demonstrou o quanto pode ser difícil superar times aparentemente inferiores. A Série C é um campeonato democrático quanto à qualidade dos times. Todos têm nível insatisfatórios. Os jogos são disputados na base da valentia e da força. Não há técnica, nem talento.
Nesse aspecto, os times que privilegiam a objetividade tendem a se sair melhor. O PSC é um exemplo disso. Ganhou três jogos seguidos com imensas dificuldades, mas avançou na tabela. É o que importa na competição. Performance não conta, o que vale é o resultado.
Para o confronto deste domingo, Hélio altera um pouco sua filosofia de repetir sempre a mesma equipe. As atuações claudicantes de Vinícius Leite devem garantir a efetivação de Gustavo Custódio no ataque, ao lado de Mário Sérgio e Bruno Alves.
Outra “novidade” é a escalação de Mário Sérgio no comando do ataque, depois de cinco partidas entrando pelos lados do ataque enquanto Nicolas Careca atuava centralizado. O golaço que garantiu o empate em Natal talvez tenha influenciado a decisão de Hélio.
O meio-campo segue com Jacy Maranhão, João Vieira e Robinho. A criatividade passa longe, mas é a formação que Hélio tem mantido desde sua chegada. A construção de jogadas não acontece na meia-cancha, mas tende a ficar nos passes alongados para o ataque. Deu certo diante do América e certamente se repetirá contra o Altos.
A quatro rodadas do fim da etapa de classificação, uma vitória deixaria o PSC muito próximo de assegurar presença na fase de grupos. Item obrigatório para quem pretende chegar a algum lugar, confiança é o que não falta ao Papão, principalmente depois que Hélio dos Anjos colocou em prática sua conhecida linha motivacional.
O valor da experiência na campanha tunante na Série D
Paulo Rangel voltou à Tuna e tem justificado plenamente a nova oportunidade. Além de marcar gols fundamentais, tem sido útil atuando na criação de jogadas. A experiência também conta pontos. Diante do Maranhão, no primeiro confronto eliminatório, o atacante foi decisivo na conquista da vitória dentro de São Luís.
A volta será hoje, no Souza, com amplas possibilidades de um resultado satisfatório para a Lusa, que tem a vantagem do empate. Afinal, o time dirigido pelo técnico Júlio César ostenta trajetória brilhante na competição, firmando-se no pelotão dos times cotados para subir.
É grande a contribuição dos veteranos Paulo Rangel e Marlon para a tranquila caminhada da Tuna até aqui. Obviamente, a fase de mata-mata traz sempre o risco de surpresas, mas pelo que exigiu na ida a equipe é favorita para seguir em frente.
Bola na Torre
Com apresentação de Guilherme Guerreiro, o programa começa às 22h, na RBATV, analisando a participação dos times paraenses nas séries C e D. Participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. A edição é de Lourdes Cezar.
Mudança na lei pode tirar jogador “de graça” dos clubes
Uma nova de recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) deve impactar fortemente o mercado do futebol profissional. Trata-se do FGTS Digital, que passará a vigorar a partir de janeiro de 2024. Os clubes correm o risco de perder atletas e de enfrentar sanções trabalhistas.
O modelo digital acarretará uma alteração no recolhimento do FGTS, que passará a ser feito pelo sistema PIX. Um dos efeitos da nova norma é a liberação (sem ônus) de atletas, caso não seja feito o recolhimento do fundo de garantia corretamente.
A partir deste ano, o tempo máximo de atraso para o recolhimento diminuiu de três para dois meses. A inadimplência do empregador quanto ao FGTS do atleta permite ao profissional o direito de receber todas as verbas rescisórias, inclusive a “cláusula compensatória esportiva”.
Prevista no art. 28 da Lei Pelé e no artigo 86 da nova Lei Geral do Esporte, sancionada pelo presidente Lula em junho, a cláusula compensatória tem dois limites: o máximo, de até 400 vezes o salário mensal no momento da rescisão; e o mínimo, equivalente ao total de salários mensais a que teria direito o atleta até o fim do contrato.
Dessa forma, a rescisão indireta de um jogador permite sua saída “de graça” e o recebimento de todas verbas rescisórias, além da cláusula de compensação. Por isso, além de se adaptar ao sistema PIX, os clubes terão que ficar atentos à data-limite de recolhimento – até o dia 20 de cada mês.
(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 06)
“Uma estimativa da CIA é de que Zelensky e sua turma desviaram U$ 400 milhões em diesel no ano passado de suas próprias forças armadas. Quem escreve é o Seymour Hersh, repórter premiadíssimo. Quem sou eu para duvidar?”.