A vitória de quem errou menos

POR GERSON NOGUEIRA

O PSC foi aguerrido, soube conter o ímpeto inicial do adversário e chegou ao gol através de um pênalti inexistente – o Remo também teria um penal fantasioso em seu favor. O lance, aos 34 minutos, foi o primeiro ataque da equipe de Hélio dos Anjos no jogo, o que dá bem a medida de seu encolhimento ao longo do 1º tempo. Apesar dos muitos erros, alguns do próprio técnico, a vitória sorriu para o Papão, que chega à 10ª posição.

Justiça em futebol é item inexistente e irrelevante. O Remo começou melhor, arriscando mais e buscando o ataque, aparentemente tentando resolver o jogo nos primeiros minutos. Algo surpreendente, visto que Ricardo Catalá lançou um meio-campo lento e pouco criativo, com Claudinei, Marcelo e Rodriguinho. No 2º tempo, o Leão foi superior e botou pressão até o fim, mas a zaga bicolor foi bem e o goleiro Matheus Nogueira, não por acaso escolhido o melhor em campo. 

Apesar dessa limitação natural, o Remo ocupou com mais consistência os espaços e teve ímpeto para ir à frente, embora se atrapalhando nos erros de passe. Algumas tomadas de decisão, principalmente do lateral Lucas Marques, também atrapalhavam, mas os homens de frente – Elton, Muriqui e Pedro Vítor – tiveram aproximação e chances para finalizar.

Já o PSC se mantinha atrás, pouco agressivo e dependendo muito de uma meia-cancha com um a menos. Robinho voltou a ser peça nula e João Vieira se desdobrava para fazer o time sair do campo defensivo, mas a lentidão prevalecia.

Na frente, as bolas chegavam com extrema dificuldade a Nicolas Careca e Mário Sérgio. Vinícius Leite apareceu no lance do penal. Sofreu um leve toque de Claudinei e desabou. O árbitro foi no embalo e assinalou a infração.

Mário Sérgio cobrou e abriu o placar. Abalado, o Remo saiu jogando de maneira atabalhoada e quase entregou a rapadura no minuto seguinte. Nicolas Careca quase fez o segundo, a defesa afastou e no rebote o PSC teve nova oportunidade de ampliar.

Depois do intervalo, como era de prever, Catalá mexeu na equipe, substituindo Marcelo e Rodriguinho. Com isso, lançou o Remo todo ao ataque, abrindo deliberadamente o meio e a defesa. Terminou com cinco atacantes – Vítor Leque, Fabinho, Elton e Ronald.

Aos 8 minutos, um lance de bate-rebate na área, resultou em pênalti marcado sobre Elton. Outra interpretação equivocada do árbitro, pois a falta não existiu. Muriqui cobrou, “telegrafando” onde iria mandar a bola e Matheus saltou no canto certo, evitando o gol.

Foi possivelmente a bola do jogo para o Remo, que, no caso de empate, partiria em busca da vitória, até pela formação que teve na etapa final. O volume imposto à partida também foi superior, que parecia excessivamente preocupado em segurar o placar. Sem Pedro Vitor, lesionado, o Remo passou a depender das subidas de Evandro pela esquerda. E o lateral foi novamente um dos melhores do time.

A partir dos 15 minutos, o Remo partiu para tentar o empate de qualquer maneira, com os problemas que esse tipo de estratégia carrega. Ronald, que demorou a entrar, partiu para as jogadas pelos lados e Richard Franco tomou conta da saída de bola, com bom desempenho.

Pablo Roberto teve duas boas chances, a melhor delas quando teve a bola nos pés e poderia encobrir o goleiro, que saiu do gol para cortar o lance. O meia, porém, mandou pela linha de fundo. Do lado bicolor, em jogada quase parecida, Mário Sérgio também desperdiçou.

O clássico terminou em ritmo eletrizante, mas não o suficiente para apagar a impressão de um confronto entre equipes limitadas, com problemas que começam no comando e se estendem à performance dos jogadores.

Um clássico rico em falhas de técnicos e jogadores

Hélio dos Anjos, invicto nos clássicos (11 jogos, 8 vitórias e 3 empates), comemorou intensamente o resultado na entrevista pós-jogo. Tem méritos e motivos para isso. O PSC atual é melhor do que o de três rodadas atrás. É mais confiante e organizado, mas segue com problemas. Ele e Ricardo Catalá cometeram deslizes que deixaram o jogo menos qualificado.

No Papão, espanta o posicionamento de Mário Sérgio, que fica a maior parte do jogo longe da área. Atacante de boa técnica e em fase positiva, ele não pode ser utilizado pelos lados. É um pecado que Marquinhos começou e Hélio tem mantido teimosamente.

Na meia-cancha, outra teimosia só encontra explicação pela pressão natural dos gastos com o jogador. Robinho, que passou por vários clubes da Série A, maior salário do PSC, cumpre tabela. Não corre, não marca, pouco participa das jogadas e deixa o time mais frágil no meio-campo.

Do lado remista, Catalá ficou quase 60 minutos com o improdutivo Marcelo em campo, contribuindo para as dificuldades de fluência e velocidade que o Remo tinha no meio. Claudinei jogou por ele e pelo companheiro. No banco, esquecidos, Richard Franco e Curuá.

Vitor Leque até entrou bem, jogando mais que os 25 minutos habituais, mas Ronald demorou a ser lançado. Muriqui, mesmo perdendo o penal, deveria ter sido preservado até o final, pois jogava bem.

Mestre Kfouri se rende à esplêndida campanha do Fogão

Sob o título “A fenomenal campanha do Botafogo”, Juca Kfouri escreve coluna tecendo loas à campanha botafoguense na Série A. “Jamais, em 15 rodadas, na história do Campeonato Brasileiro, um time atingiu 39 pontos como o Botafogo, aproveitamento de espantosos 86%. Se o Glorioso fizer os mesmos 39 pontos, não em 15, mas nas 23 rodadas restantes, vai fazer 78 pontos, o que praticamente garante o título”.

É mais um nome de respeito e credibilidade, conseguindo enxergar o que os céticos ainda sustentam que é pura sorte ou mero acaso. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 18)

João Donato: o adeus de um mestre da música brasileira

O cantor João Donato morreu aos 88 anos, nesta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro. A causa não foi divulgada. A informação foi confirmada por meio de um comunicado oficial. “Hoje o céu dos compositores amanheceu mais feliz: João Donato foi para lá tocar suas lindas melodias. Agora, sua alegria e seus acordes permanecem eternos por todo o universo”, informou a equipe do músico, por meio do Instagram.

O artista enfrentava uma série de problemas de saúde e, recentemente, tratou uma infecção nos pulmões. Em junho, conforme publicado pelo filho Donatinho, ele esteve internado. “Vim passar uns dias para mimar o Big Donato, agora que ele teve alta do hospital. Ele pediu para eu cozinhar um dos pratos preferidos dele, o Spagabola (mais conhecido como Spaguetti a Bolognesa)”, publicou Donatinho, filho do compositor, no dia 30 de junho.

João Donato de Oliveira Neto, mais conhecido como João Donato, nasceu em 1934 em Rio Branco, no Acre. A paixão pela música começou ainda na infância. Anos depois, em 1945, a família se mudou para o Rio de Janeiro. À época, as primeiras apresentações no palco aconteceram em festas de colégio.

Já a primeira gravação profissional foi como integrante da banda do flautista Altamiro Carrilho. Tempos depois, porém, ele passa a trabalhar com o violinista Fafá Lemos, como suplente de Chiquinho do Acordeom. O artista frequentou o Sinatra-Farney Fã Clube, na Tijuca, por 17 meses. O local é considerado por críticos uma das principais escolas para a geração que anos depois criaria a Bossa Nova.

Com apenas 17 anos, ele namorou Dolores Duran – que tinha 21 anos. À época, no entanto, o relacionamento dividiu opiniões e despertou preconceitos por causa da diferença de idade. O compositor colocou um ponto final no namoro por causa de brigas familiares.

João Donato criou o próprio grupo, Donato e Seu Conjunto, em 1953, e também integrou o grupo Os Namorados. Um ano depois, ele decidiu montar o Trio Donato. O artista mudou-se para São Paulo em 1956, quando atuou como pianista no conjunto Os Copacabanas e na Orquestra de Luís Cesar. O primeiro LP da carreira, “Chá dançante”, foi produzido por Tom Jobim e lançado na mesma época.

Ele retornou ao Rio de Janeiro anos depois, em 1958, e passou a dedicar-se ao piano. Um ano depois, o músico viajou para o México com Nanai e Elizeth Cardoso. A mudança para os Estados Unidos aconteceu logo em seguida, país em que viveu durante três anos. Donato trabalhou ao lado de nomes como Carl Tjader, Johnny Martinez, Mongo Santa Maria e Tito Puente no período em que morou no país norte-americano. Ele acompanhou João Gilberto durante uma turnê pela Europa.

A volta para o Brasil aconteceu em 1962, já casado com a atriz norte-americana Patricia del Sasser, mas acabou retornando para os EUA – onde viveu por mais dez anos. Donato foi amigo dos principais nomes da bossa bova, como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Gilberto e Johnny Alf.

De volta ao Brasil, nos anos 1970, o músico atuou como arranjador de diversos álbuns. Ele também trabalhou com nomes como Caetano Veloso, Daniela Mercury e Gal Costa.

LONGE DOS HOLOFOTES

Donato ajudou a moldar a MPB nos anos 1960 e 1970 com a elegância do seu piano e contribuiu com grandes clássicos, muitos com colaborações de peso na letra — como “A Rã” (Caetano Veloso), “Bananeira”, “A Paz (Leila IV)” e “Emoriô” (Gilberto Gil) —, mas não foi um medalhão midiático. Ele soube disso quando gravou “Quem é Quem” em 1973, no Brasil, após uma temporada nos Estados Unidos.

Com som próprio, meio bossa nova, meio jazz (mas sempre temperado com molho latino) foi cultuado por músicos, e o álbum, listado entre os 100 melhores discos brasileiros da revista “Rolling Stone”. Na hora de lançá-lo, ouviu do dono da gravadora que o trabalho não entraria no “esquemão” de outros artistas.

“Então não vai ter nenhum esquema”, pensou Donato. “Um amigo meu me disse: ‘Se eu fosse você, pegava uma caixa de discos na divulgação, ia ao Outeiro da Glória [morro do Rio de Janeiro], jogava os discos lá de cima e pedia para a televisão filmar'”. Ele obedeceu. Com as câmeras apontadas, jogou cópias de “Quem é Quem” para o alto. “Lancei a meu modo”, relembrou, gargalhando, em entrevista ao UOL em 2016.

“Serotonina”. O músico lançou o último álbum em 2022, o primeiro solo de canções inéditas em 20 anos. O projeto marcou a estreia de parcerias com compositores como Céu e Rodrigo Amarante. O disco foi inspirado pela ideia da música como cura.

“Serotonina é a substância do prazer, do bem-estar. E uma boa música pode trazer tanto prazer que é como uma dose de serotonina pura, 10ml, na veia, de manhã e em jejum! Então, o importante é tocar músicas que trazem essa serotonização, para ouvir e se encharcar de prazer”, disse Donato, em texto enviado à imprensa, à época. (Com informações do UOL)

Acima, clipe de “Nasci para Bailar”, composição de Donato com o paraense Paulo André Barata.

Re-Pa decisivo e ‘eliminatório’

POR GERSON NOGUEIRA

Os destinos de PSC e Remo se cruzam hoje à noite, no estádio Jornalista Edgar Proença, no clássico que pode definir quem vai continuar na luta pela classificação e quem passa a lutar contra o rebaixamento – nesse sentido, adquire um caráter eliminatório. Pela classificação atual, remistas e bicolores, distantes do G8, precisam com urgência de recuperação dentro do campeonato.

No Re-Pa, que pode ser o último da temporada, não há rigorosamente favorito. Os times se equiparam até nas campanhas tortuosas. O PSC tem dois pontos à frente do rival, mas (ao lado do Confiança) tem a pior defesa, com 20 gols sofridos.

O vencedor do clássico pode se aproximar mais da zona de classificação. O PSC iria a 18 pontos, ficando no 10º lugar. Já o Remo, com 16 pontos, poderá ultrapassar o Figueirense e ficar com a 11ª colocação, se vencer por dois gols de diferença.

O fato é que o clássico será um divisor de águas e, ao mesmo tempo, pode representar a redenção, pois o vencedor sairá indiscutivelmente fortalecido para brigar com mais força e fé pela classificação. Neste momento, pelo bom resultado obtido contra o Amazonas, o Papão parece mais confiante na possibilidade de alcançar um bom resultado.

Os azulinos, abalados pela derrota em casa frente ao Operário, vivem a pressão natural de quem precisa dar respostas imediatas. Ricardo Catalá é um técnico conhecido por trabalhar o lado motivacional, o que deve contribuir para que o Leão esteja fortalecido para o confronto de hoje.

Acima das expectativas, porém, vem o aspecto técnico. Nesse sentido, os dois times apresentam problemas sérios, principalmente nos setores de meio-campo e ataque. O PSC venceu quatro jogos na competição, com um ataque que só conseguiu marcar 11 gols nos 12 disputados. E Mário Sérgio, seu goleador, está cada vez mais afastado da área.

Desde que o técnico Hélio dos Anjos chegou, o astral da equipe mudou e o condicionamento também. Sujeito a constantes apagões na competição, o PSC passou a ser mais guerreiro e forte na marcação desde a vitória sobre o Amazonas, segunda partida sob o comando de Hélio.

Consciente das fragilidades que o time apresentava, Hélio tem insistido em treinos em dois períodos e reforço da parte física. Com isso, busca extrair mais qualidade de um grupo de jogadores que vive em constante mutação. 

Só na semana passada, chegaram dois jogadores – o lateral Kevin e o atacante Gustavo Custódio. Nos próximos dias, será anunciado um lateral direito, fazendo com que o número de contratações atinja a marca recorde de 42 atletas desde janeiro.

Do lado azulino, os problemas do Remo não diferem muito dos do PSC. O Leão tem apenas 13 gols anotados e três vitórias, todas conquistadas já na gestão de Catalá. De um time montado inicialmente com Uchoa de referência no meio-campo e Pedro Vitor no ataque, lesões e suspensões dificultaram a repetição de uma mesma formação.

Para agravar ainda mais as coisas, o Remo tem uma equipe titular repleta de veteranos – Vinícius (38), Muriqui (37 anos), Elton (37), Diego Ivo (34), Rodriguinho (35), Claudinei (34) e Marcelo (34) –, o que naturalmente se reflete na baixa intensidade do time.

Todas as imperfeições e incertezas entram em campo hoje, dando ao jogo a condição de tira-teima eliminatório e prestação de contas antecipada. O torcedor vai saber, ao cabo dos 90 minutos, qual dos times errou menos e pode acreditar mais. Em caso de empate, tudo seguirá rigorosamente na mesma.  

No tênis, o jovem Alcaraz triunfa sobre Djokovic

O espanhol Carlos Alcaraz conquistou seu primeiro título de Wimbledon, derrotando ninguém menos que Novak Djokovic. Resultado esperado para um atleta em ascensão. A questão é que ele encarou na decisão um dos melhores tenistas do mundo, que nos últimos anos, principalmente em 2020 e 2021, ficou mais conhecido pelo negacionismo em relação à vacina em plena pandemia de covid-19.

Nesse aspecto, acabou dando um péssimo exemplo para os fãs em meio a uma tragédia sanitária que vitimou milhões de pessoas no mundo inteiro. Detalhe: nunca se desculpou pelo passo em falso.

Tuna perde invencibilidade e Águia dispara goleada

Com 6 a 1 no placar, após levar um susto no primeiro tempo, o Águia aplicou uma convincente goleada sobre o São Raimundo, no estádio Zinho Oliveira, na estreia do técnico Rafael Jaques na direção do time. Uma vitória que teve como destaque o atacante Vander, autor de dois gols.

O triunfo, além do efeito revigorante após a saída do técnico Mathaus Sodré, trouxe a classificação antecipada à segunda fase (mata-mata) do Brasileiro da Série D.

A Tuna foi a Manaus e perdeu a invencibilidade de 11 jogos dentro da competição, sendo derrotada pelo Nacional por 2 a 1. A Águia Guerreira foi hesitante no primeiro tempo, mas teve um bom rendimento na etapa final, alcançando o empate. Um descuido nos minutos finais permitiu a vitória do Naça, que assumiu a liderança do grupo.

Futebol de muro baixo vira o paraíso dos veteranos

Alexandre Pato, que muitos já consideravam aposentado, com passagem apagada pela liga norte-americana de futebol, ressurgiu ontem pelo São Paulo e fez até gol. Além de colaborar com a goleada sobre o Santos, aplicou uns dois dribles que fizeram o torcedor se empolgar.

A idade (33 anos) não é o ponto mais complicado na trajetória do atacante. A inconstância técnica e as muitas lesões são os problemas mais preocupantes. Promessa de grande craque que nunca se concretizou, Pato ganha outra generosa chance de encerrar a carreira em nível digno. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 17)

Intimados pela PF, agressores de Alexandre de Moraes negam ataque e alegam “mal-entendido”

Questionado pelo repórter Jorge Talmonse se houve agressão ou injúria contra o ministro do STF, Alex Zanatta respondeu: ‘Não. De forma alguma’. Afirmação foi feita logo após o depoimento.

O empresário Alex Zanatta, um dos acusados de agressão ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre Moraes, e ao filho dele, prestou depoimento neste domingo (16) à Polícia Federal (PF), em Piracicaba (SP). A defesa de outros dois acusados — Roberto Mantovani Filho, e a mulher, Andreia Mantovani — divulgou uma nota negando que eles tenham começado as ofensas, mas admitindo que houve um desentendimento verbal entre Andreia e duas pessoas que acompanhavam o ministro.

Ainda na nota, os acusados lamentam o ocorrido, dizem que houve um mal-entendido e pedem desculpas ao ministro. O caso ocorreu na sexta-feira (14), no aeroporto de Roma, na Itália. Também neste domingo, outras autoridades brasileiras manifestaram apoio ao ministro Alexandre de Moraes e à família dele.

Polícia Federal intimou quatro pessoas pelo caso. Um deles é o Alex Zanatta, que aparece em uma foto tirada no aeroporto de Roma, onde o ministro Alexandre de Moraes e sua família foram hostilizados e agredidos.

O depoimento de Zanatta à PF ocorreu pela manhã. Na saída, em entrevista ao repórter Jorge Talmon, ele e o advogado negaram as acusações. “Ele nega em absoluto que fez qualquer ofensa ao ministro. Mas nós estaremos esclarecendo isso nos autos e tudo será muito bem esclarecido no curso das investigações”, afirmou o advogado Ralph Tortima.

Questionado se houve agressão ou injúria, Zanatta respondeu: “Não. De forma alguma”.

Os outros três intimados a depor (Roberto Mantovani Filho, a esposa Andreia Mantovani e o filho) não compareceram, alegando que já tinham viagem marcada para Santa Catarina. Eles apresentaram à PF as passagens compradas com antecedência. Os depoimentos foram remarcados para próxima terça-feira (18). 

A defesa da família divulgou a seguinte nota:

Roberto Mantovani Filho e sua esposa lamentam, sinceramente, todo o acontecido, estando convictos da existência de equívoco interpretativo em torno dos fatos. Esclarecem que as ofensas atribuídas como se fossem de Andréa ao Ministro Alexandre de Moraes foram, provavelmente, proferidas por outra pessoa, não por ela. Que dessa confusão interpretativa nasceu desentendimento verbal entre ela e duas pessoas que acompanhavam o Ministro. Que diante dessa discussão, que ficou acalorada diante das graves ofensas direcionadas a Andréa, Roberto, que tem mais de 70 anos, precisou conter os ânimos do jovem ofensor. Dessa forma, reiteram que em nenhum momento ocorreram ofensas, muito menos ameaças ao Min. Alexandre, que casualmente passou por eles nesse infeliz episódio. Mesmo assim, se desculpam pelo mal entendido havido, externando o veemente respeito que nutrem pelas autoridades públicas, extensivo aos seu familiares.

Esclarecem, ainda, que aguardarão a divulgação da íntegra das imagens eventualmente captadas no aeroporto, acreditando que serão esclarecedoras do mal entendido havido. Por fim, manifestam acreditar numa apuração isenta, técnica e equilibrada. Inclusive, já assumiram o compromisso de comparecer perante às autoridades investigantes, o que se dará muito em breve, em data já agendada.

Sobre o filho do casal, Giovani Mantovani, a defesa disse que ele presenciou o ocorrido e não teve qualquer participação. O ministro Alexandre de Moraes estava na Itália para fazer uma palestra na Universidade de Siena. Na noite de sexta-feira, ele foi vítima de ataques no aeroporto de Roma.

O filho de Alexandre de Moraes, que o acompanhava na viagem, chegou a ser agredido por um dos envolvidos. A ação começou quando Andreia Mantovani teria chamado Moraes de “bandido, comunista e comprado”.

Logo depois, o marido dela, Roberto Mantovani Filho, gritou e agrediu fisicamente o filho do ministro. Mantovani Filho chegou a acertar o rosto do rapaz. Com o impacto, os óculos do filho do ministro caíram no chão. Após a agressão, Roberto, Andreia e Alex Zanatta teriam prosseguido com os xingamentos.

A Polícia Federal já instaurou inquérito para apurar o caso. E pediu ajuda da polícia Italiana, inclusive acesso às imagens das câmeras do aeroporto. Segundo o código penal, os crimes praticados por brasileiros no exterior também podem ficar sujeitos à lei brasileira. Os envolvidos podem responder por agressão, ameaça, injúria e difamação. (Com informações de O Globo e Folha de SP)

Frouxos e covardes como todo fascista.

Rock na madrugada – The Byrds, “My Back Pages”

Cover histórico dos Byrds para esta obra-prima de Bob Dylan. Batida básica e encorpada, harmonia perfeita e o vocal inconfundível da banda liderada por Roger McGuinn. Uma preciosidade que está entre as melhores canções dos anos 60 e é lembrada pela conexão com Woodstock e os grandes festivais da época. A produção é de Gary Usher e dos Byrds, que ainda contavam com David Crosby nos vocais. A banda foi fundada em 1964, sob forte influência do som dos Beatles e do country rock sofisticado de Dylan.

Abaixo, um registro na voz do criador da canção:

Jane Birkin, a morte de uma lenda dos anos 60

Artista britânica ganhou na fama na França nos anos 1960; segundo a mídia local, ela foi encontrada morta em sua casa

A atriz e cantora britânica Jane Birkin, que ganhou fama nos anos 1960 e se tornou uma figura amada na França, morreu em Paris aos 76 anos, informou o Ministério da Cultura da França neste domingo (16).O jornal Le Parisien e a televisão BFM relataram que ela foi encontrada morta em sua casa, citando pessoas próximas a ela. Em 2021, a artista teve um leve derrame após sofrer problemas cardíacos em anos anteriores.

Jane Mallory Birkin nasceu em Londres em dezembro de 1946, filha da atriz britânica Judy Campbell e do comandante da Marinha Real David Birkin. Ela subiu ao palco pela primeira vez aos 17 anos e apareceu no musical “Passion Flower Hotel”, de 1965, do maestro e compositor John Barry, com quem se casou pouco depois. O casamento terminou no final dos anos 1960.

Antes de se aventurar pelo Canal da Mancha aos 22 anos, ela alcançou notoriedade no polêmico filme de Michelangelo Antonioni de 1966 “Blow-Up: Depois Daquele Beijo”, aparecendo nua em uma cena de sexo a três.

Mas foi na França que ela realmente alcançou a fama, tanto por seu caso de amor com a atormentada estrela nacional Serge Gainsbourg, quanto por seu estilo moleca e cativante sotaque britânico ao falar francês, que alguns dizem que ela cultivou deliberadamente.

Além de cantar e atuar em dezenas de filmes, ela era uma figura popular na França por sua natureza calorosa e luta firme pelos direitos das mulheres e LGBT.

Foi no set do filme “Slogan” em 1969 que Birkin conheceu Gainsbourg, que estava se recuperando de um rompimento com Brigitte Bardot, e os dois rapidamente começaram um caso de amor que cativou a nação.

Nesse mesmo ano, eles lançaram “Je T’Aime … Moi Non Plus”, uma canção icônica sobre o amor físico originalmente escrita para Bardot, na qual as letras explícitas de Gainsbourg são pontuadas por gemidos ofegantes e gritos de Birkin.

A bebida de Gainsbourg acabou levando a melhor sobre o relacionamento, e Birkin o deixou em 1981 para morar com o diretor de cinema Jacques Doillon.

Após o fim desse relacionamento, ela continuou sua carreira como cantora e atriz, apresentando-se no palco e lançando álbuns como “Baby Alone in Babylone” em 1983 e “Amour des Feintes” em 1990, ambos com letra e música de Gainsbourg. Ela escreveu seu próprio álbum “Arabesque” em 2002, e em 2009 lançou uma coleção de gravações ao vivo, “Jane at the Palace”.

Além da carreira nos palcos e nas telonas, a artista tem uma peça de luxo com o seu nome: a Birkin, da Hermès, que é um símbolo de riqueza rarefeita. Ela conheceu o presidente-executivo Jean-Louis Dumas da empresa durante um voo em que ela reclarou que não havia um bolsa no mercado que coubessem todos os itens necessários.

Ela deixa duas filhas, a cantora e atriz Charlotte, nascida em 1971, e Lou Doillon, também atriz, nascida em 1982. Ela também teve uma filha, Kate, que nasceu em 1967 e morreu em 2013.