Um problema resolvido

POR GERSON NOGUEIRA

O PSC vinha sofrendo com a má fase de seus goleiros. Gabriel Bernard tomou dois frangos contra o Botafogo paraibano. Thiago Coelho deu dois rebotes que causaram a derrota para o Brusque. Hélio dos Anjos, que não é de mandar recado, agiu botando o dedo no suspiro. Mandou os dois goleiros para recondicionamento técnico e promoveu a titular o recém-contratado Matheus Nogueira. Acertou em cheio.

Matheus pegou tudo na estreia contra o líder Amazonas, sábado, em Manaus. Logo nos dois primeiros lances da partida, ele disse a que veio. Suas intervenções evitaram o gol do time amazonense. Depois, ao longo dos 90 minutos, Matheus foi confirmando o bom posicionamento e teve papel fundamental na dramática vitória.

Nos acréscimos, quando o PSC atuava com apenas nove jogadores – Edilson e Wellington foram expulsos –, Matheus contribuiu para dar mais segurança à última linha defensiva da equipe, com defesas importantes.

Fazia muito tempo que o Papão não saía de campo com um goleiro como principal destaque. Matheus foi o melhor em campo. Indicação de Hélio dos Anjos, o goleiro de 25 anos não disputava uma partida oficial desde outubro de 2022, quando jogou pelo ABC na Série C do Brasileiro.

Hélio, que prometeu mudar a cara do time e conseguiu isso com uma vitória surpreendente fora de casa, tem o mérito adicional de não hesitar diante da necessidade de medidas drásticas. Com o estilo forte de sempre, a troca de goleiro foi um acerto que tem jeito de providência definitiva.

Um time ajustado começa por um goleiro que passe segurança ao sistema de defesa. Matheus, de forma até inesperada, chegou e foi logo assumindo protagonismo. Existem muitos outros pontos a corrigir no time bicolor. Hélio terá ainda muito trabalho pela frente, mas o primeiro problema aparentemente já foi solucionado.

Os próximos sete jogos irão testar as convicções do treinador, que desembarcou prometendo classificar e obter o acesso. Para isso, será necessário vencer pelo menos cinco, o que não é uma tarefa fácil. Um aspecto, porém, já é visível: os próprios jogadores demonstram confiar mais no potencial do time.

Antes da chegada de Hélio, o PSC se comportava de maneira caótica na maioria dos jogos, alternando alguns bons momentos e longos períodos de desarrumação em campo. Não por acaso, colecionou recordes negativos – pior defesa e time que levou mais cartões (59 no total, sendo 52 amarelos e sete vermelhos) em 12 rodadas. A partir da subida na tabela, do 16º para o 11º lugar, o momento é propício para acalmar espíritos e ajustar a rota.

Mangueirão deve ser palco da estreia de Diniz na Seleção

Belém segue favorita para receber a primeira partida das Eliminatórias Sul-Americanas, com chances de sediar o jogo contra a Bolívia, a 7 de setembro, no estádio Jornalista Edgar Proença (Mangueirão). A Fifa comunicou a extensão do prazo para indicação de cidades e estádios até 31 de julho para as rodadas 1 e 2 das eliminatórias.

As 10 associações nacionais filiadas à Conmebol foram informadas na segunda-feira, 10. No Brasil, houve vistorias em Belém e Manaus por indicação da CBF. Cabe à entidade definir agora o local que marcará a estreia de Fernando Diniz como técnico da Seleção.

É de supor que a CBF cumprirá o que foi um compromisso assumido publicamente pelo presidente Ednaldo Rodrigues em evento realizado em Doha, durante a Copa do Qatar. Garantiu que Belém receberia a Seleção ainda neste ano de 2023.

Uma das exigências da Conmebol diz respeito às condições do gramado e da estrutura do estádio. O novo Mangueirão tem hoje um dos melhores campos de jogo do país e dependências modernas, no mesmo padrão das arenas Fifa espalhadas pelo mundo.

Em fase iluminada, Botafogo recebe novo comandante

O lusitano Bruno Lage chegou ao Rio de Janeiro ontem para assumir o Botafogo, em substituição ao seu compatriota Luís Castro. Nos últimos dois jogos, o time foi comandado por Cláudio Caçapa e Lúcio Flávio. A vitória sobre o Patronato por 2 a 0, ontem, pela Sul-Americana, teve ainda a assinatura de Caçapa.

“Faremos de tudo, eu e minha comissão técnica, para continuar essa temporada fantástica. Já comandei um glorioso em Portugal e, hoje, estou comandando um glorioso no Brasil. Estou feliz por ser o escolhido para levar essa tarefa até o fim”, garantiu o técnico.

As palavras iniciais ajudam a desfazer uma preocupação do torcedor do Botafogo, que temia algum tipo de intervenção drástica de Bruno Lage num time que está encaixado e cada vez mais confiante de sua própria força. Mexer o mínimo possível é o que todo botafoguense espera de Lage.

Com Castro o novo técnico tem muitos pontos em comum. Quando o antecessor coordenava o futebol do Porto, Lage era treinador da base do Benfica. “Nos cruzamos várias vezes. Quando assumiu a equipe B do Porto e a equipe A, eu fiz o mesmo percurso”, diz Lage.

Famosa pelo apego à superstição, a torcida botafoguense tem bons motivos para acreditar no êxito do novo treinador. É que, por incrível coincidência, ele foi apresentado no mesmo 12 de julho em que Paulo Autuori chegou ao Brasil para assumir o time em 1995, ano da graça do segundo título brasileiro do Glorioso. Que assim seja. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 13)

Lula homenageia Cancellier: “Nunca mais essa insanidade”

Durante solenidade no Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, o presidente Lula homenageou o reitor Cancellier, da Universidade de Santa Catarina: “Nunca mais essa insanidade”, afirmou Lula durante o discurso aos conselheiros, referindo-se à tragédia pessoal de Cancellier, que se suicidou após ser alvo de perseguição e denúncias da Lava Jato – sem provas, para variar.

Governo Lula encerra programa de escolas cívico-militares de Bolsonaro

O governo Lula (PT) vai encerrar o Pecim (Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares), um dos principais pilares do MEC na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As escolas serão reintegradas ao formato regular. O programa será encerrado até o final do ano, segundo documento enviado aos secretários de Educação. A gestão do Pecim é dividida entre as pastas da Educação e da Defesa.

O documento, antecipado pelo Estadão e confirmado pelo UOL, foi assinado por Fátima Elisabete Pereira Thimoteo, coordenadora-geral de ensino fundamental do MEC, e Alexsandro do Nascimento Santos, diretor de políticas e diretrizes da Educação Básica na pasta.

Militares sairão gradualmente dos colégios. No documento, o MEC pede aos secretários que a transição seja cuidadosa para não atrapalhar o “cotidiano das escolas e as conquistas de organização que foram mobilizadas pelo programa”.

Programa desvia finalidade das Forças Armadas, diz nota técnica que justifica fim do projeto. O programa induz o desvio de finalidade das atividades das Forças Armadas, invocando sua atuação em uma seara que não é sua expertise e não é condizente com seu lugar institucional no ordenamento jurídico brasileiro.”

“Manutenção do programa não é prioritária”, diz o MEC. Para o ministério, os objetivos definidos para execução do Pecim devem ser “perseguidos mobilizando outras estratégias de política educacional”.

O formato de escola cívico-militar existe no país desde os anos 1990. No âmbito estadual e municipal, a gestão é compartilhada entre as secretarias de Educação e a Segurança Pública.

No governo Bolsonaro, esse modelo foi turbinado e, atualmente, mais de 200 escolas públicas fazem parte do Pecim. O ex-presidente criou uma secretaria dentro do MEC para o programa com orçamento e equipe próprios.

O formato foi promessa de campanha em 2018. Professores criticaram a medida e relataram casos de alunos que foram para delegacia e censura dentro da sala de aula.