Papão x Fluminense (comentários on-line)

Copa do Brasil 2015 – Oitavas-de-final, jogo de volta

Paissandu x Fluminense – estádio Jornalista Edgar Proença, 19h30

Rádio Clube _ IBOPE_ Segunda a Sexta _ Tabloide

Na Rádio Clube, Ronaldo Porto narra, João Cunha comenta. Reportagens – Dinho Menezes, Valdo Souza, Hailton Silva e Saulo Zaire. Banco de Informações – Fábio Scerni 

Galeria do rock

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Robert Plant tirando onda de centroavante. Londres, 1974.

Repórter e cinegrafista são assassinados durante transmissão ao vivo

A repórter Alison Parker e o cinegrafista Adam Ward estão mortos. Os dois foram assassinados a tiros na manhã desta quarta-feira, 26, enquanto faziam uma entrevista ao vivo no estado da Virginia, nos EUA. Os profissionais trabalhavam para a emissora WDBJ, afiliada à rede norte-americana CBS, que confirmou o ocorrido.

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Na transmissão, é possível ver a jornalista Alison entrevistando uma mulher. Em determinado momento, ela é surpreendida pelos tiros. O cinegrafista foi atingido primeiro e o vídeo mostra o momento em que ele cai no chão junto com a câmera. A repórter e a fonte saem correndo, mas são atingidas mesmo assim. Alison não resistiu aos ferimentos. A fonte foi atingida nas costas e precisou passar por cirurgia.

Segundo informações do G1, acredita-se que o atirador teria efetuado seis ou sete tiros. As primeiras investigações do caso mostram que o atirador pode ser um ex-funcionário “descontente” com a demissão. “Não é um caso de terrorismo. É um caso criminal”, explicou o governador de Virgínia, Terry McAuliffe.

O presidente e diretor-geral da emissora, Jeff Marks, lamentou o caso. “Não sabemos o motivo, e nem quem é o atirador. O condado de Franklin, que investiga o caso, está trabalhando com diligência para achá-lo e descobrir o motivo deste crime tão terrível. Nossos corações estão partidos”. No Twitter, a emissora também falou sobre o assunto. “É com extrema tristeza que nós informamos que Alison Parker e Adam Ward foram mortos em um ataque nesta manhã”.  (Do Comunique-se)

Novo desafio para o Papão

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POR GERSON NOGUEIRA

Depois de fazer um gol fora de casa no primeiro jogo, ao Papão cabe vencer o Fluminense hoje à noite para seguir na Copa do Brasil, situando-se entre os oito melhores do país na competição. Jornada dificílima por todas as razões técnicas conhecidas e, mais ainda, pelo fato de o time carioca ter vindo a Belém com um time quase todo formado por reservas.

unnamedExplicando melhor: as regras não escritas do futebol mostram que todo time badalado que escala reservas costuma ter um aproveitamento acima da média. E é fácil entender os motivos. Os caras que ficam na suplência vivem à espera de oportunidades – sempre raras – de mostrar seu valor.

Num clube que tem folha salarial na faixa de R$ 20 milhões e estrelas do porte de Ronaldinho Gaúcho e Fred dá para imaginar a gana com que reservas se lançam ao jogo quando têm a chance de mostrar suas qualidades.

No jogo de ida, semana passada, uma das principais figuras em campo foi justamente um reserva, o goleiro Júlio César. Ele é apenas o terceiro goleiro na hierarquia da posição nas Laranjeiras. Nem torcedores mais fanáticos do Flu lembravam dele. Agarrou muito, fazendo com que ninguém sentisse falta do titular Diego Cavalieri.

Por tudo isso, o Papão precisa se cercar de cuidados para não ser envolvido pelo jogo de velocidade da garotada que o Fluminense vai utilizar. Um dos caminhos a serem seguidos pelo técnico Dado Cavalcanti deve ser o de estabelecer média pressão na saída de jogo dos tricolores.

No Maracanã, essa estratégia funcionou em certos momentos da partida, quando Aylon e Leandro Cearense conseguiram encaixar boa marcação nos volantes do Flu, principalmente Jean. No Mangueirão, a tática deve ser explorada com mais intensidade. Não há meio mais fácil de enervar e desestabilizar um time visitante do que fechar suas saídas de bola.

Contra o América-MG, há duas semanas, o Papão agiu assim e matou no nascedouro todos os planos de vitória de Givanildo Oliveira e seus comandados. Naquela noite, Dado Cavalcanti lançou mão pela primeira vez de três atacantes – Misael, Cearense e Welinton Jr.

Como o Papão voltou a usar contra Fluminense e Botafogo a formação que conquistou o maior número de pontos na Série B, é quase certo que Dado mantenha a escalação com Capanema, Recife e Jonathan, o que permitirá exercer pressão sobre os volantes do Flu adiantando o primeiro combate, função que pode ser exercida por Jonathan, com a ajuda dos atacantes Cearense e Aylon.

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O fato é que as perspectivas são bastante positivas para o Papão. O time atravessa momento de alto astral, quase em estado de graça depois da categórica vitória sobre o Botafogo no último domingo, e jogando com aplicação e objetividade como não fazia desde o começo da Série B.

Além da força de conjunto, não se pode esquecer o tremendo trunfo representado pelo talento de Pikachu para decidir jogos. Em grande fase, não por coincidência atuando de novo ao lado de Jonathan, Pikachu terá a missão de furar o bloqueio defensivo dos visitantes. Mesmo sendo cada vez mais vigiado pelos marcadores, o ala já mostrou ser imune a pressões, costumando brilhar em momentos decisivos. Hoje tem nova oportunidade de mostrar essas qualidades para todo o Brasil.

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Gestão azulina dá exemplo de transparência

Em comunicado público, liberado ontem, o Remo presta contas do dinheiro recebido pela venda de Warian Santos, o Ameixa, ao Corinthians em transação efetivada no dia 31 de julho deste ano. O clube formador recebeu R$ 340 mil, quantia usada para pagar a folha do elenco referente a maio, salários de funcionários, parcela de acordo com o jogador George Lucas, devolução de empréstimos, repasse a base e ao próprio Ameixa, além de honorários dos advogados André Meira e Oswaldo Sestário.

Um procedimento exemplar, que permite acreditar em gestão mais transparente no clube. Segundo os dirigentes, a prestação pública de contas passará a ser uma prática rotineira. A conferir.

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Direto do blog

“Saindo diretamente aqui do Pará eu acho difícil o Pikachu conseguir a convocação, ou, em conseguindo, lograr se firmar no escrete. Menos pelo futebol, pois isso ele tem de sobra, superando, inclusive, a maioria dos concorrentes. Sem contar que aparenta ter sobriedade suficiente para suportar as ‘pressões’ que normalmente levam ao deslumbramento e daí ao fracasso. Na realidade, segundo meu ponto de vista, nas atuais circunstâncias do futebol brasileiro, para ter a convocação como certa e depois conseguir se firmar, é preciso ter toda uma retaguarda mercadológica, uma estrutura capaz e direcionada para vender o produto Pikachu para o exterior, tendo a Seleção como trampolim. E isso, quero crer, é algo que é multifacilitado a partir dos clubes de Rio, S. Paulo, Minas, Rio Grande do Sul. Mas, quem sabe, com esta onda de pretensa higienização do futebol brasileiro, de CPI de CBF, de Bom Senso etc., não prevaleça como pré requisito apenas o futebol, o talento, o futebol carismático e irreverente do Pikachu e ele não consiga queimar esta etapa e ir daqui direto pra Seleção. Oxalá!”.

Antonio Oliveira, com os pés no chão quanto à possibilidade de convocação de Pikachu para a Seleção

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A eterna ciranda financeira do futebol

O Manchester United decidiu abrir o cofre e aumentou a oferta por Neymar. Botou na mesa R$ 1,3 bilhão, mas o Barcelona faz pouco caso. É claro que as somas que movimentam o mercado boleiro na Europa estão diretamente atreladas à capacidade de faturamento e à liquidez dos clubes, mas não dá para ignorar o lado insano desses valores. Ninguém vale tudo isso, nem mesmo o infernal Messi.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 26)

Jornalismo de massa e de manipulação

POR FLÁVIA AZEVEDO, via Facebook

Exercício simples sobre a edição do JN. Resolvi colocar no “papel” porque nem sempre as pessoas entendem quando martelamos sobre os recursos do jornalismo para a prática da seletividade. É textão, sorry.

É muito mais sofisticado, mas ao mesmo tempo muito simples. Primeiro, trazem para o grande público recortes de uma entrevista de Dilma para jornais impressos e para rádios do interior de SP.

1) Dos fatos. Na entrevista aos impressos, Dilma diz que subestimou os efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira. “Agora, eu nunca imaginaria, ninguém imaginaria que o preço do petróleo cairia de 105 dólares [o barril] em abril, para 102 dólares em agosto, para 43 dólares hoje.” Juntando a isso, a presidenta fala que sim, após as eleições percebeu a bruta queda na arrecadação de impostos no Brasil. Ou seja, elementos que juntos agravaram a crise, segundo ela.

2) Das manchetes dos impressos:

Folha: Dilma afirma que errou na avaliação da situação econômica
Estadão: Dilma admite demora do governo em perceber a crise econômica
O Globo: Dilma diz que errou ao ter demorado para perceber gravidade da crise econômica

(Pausa: o que se percebe pelas manchetes? o erro foi de avaliação sobre a crise, mas de qual crise estamos falando? Quem lê a manchete pensa o quê? Economia brasileira, claro)

3) Já nas rádios, ela explica AO VIVO o que talvez não tenha dito para os impressos ou o que talvez tenha dito aos impressos mas tenha sido EDITADO pelos impressos. Contou que havia uma expectativa de crise internacional por conta do fim do superciclo das commodities. Alguma novidade até ai? Isso foi dito na campanha.

Voltemos ao JN. William Bonner diz, com voz grave e arqueando as sobrancelhas: “Sobre o tamanho da crise, em menos de 24 horas, a presidente deu respostas bem diferentes”. E ai a matéria corre profunda como um pires. (VIDE FOTO do momento da sobrancelha)

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(Pausa: como que ratificando, devagar e sempre, no imaginário coletivo, a imagem de uma chefe de estado louca, incompetente e senil)

PAUSA 2 ~ Entre as entrevistas de Dilma e a edição do JN aconteceu a grande acareação entre Yousseff e Paulo Roberto da Costa. Nela, o deputado baiano Jorge Solla pergunta novamente a Yousseff sobre Furnas, onde o inquirido reafirma que um dos destinatários da propina da estatal foi Aécio Neves. “Eu confirmo por conta do que eu escutava do deputado José Janene, que era meu compadre e que eu era o operador dele”.

5) Mas, ignorando totalmente a denúncia de Yousseff (atentem para a seletividade), o JN emplaca o recurso clássico para emitir sua opinião depois das eleições através do seu escolhido abençado: Aécio Neves, o mesmo do episódio de Furnas, comenta que Dilma usa a mentira como método para enganar as pessoas.

6) Percebam que não interessa ao jornalismo global a acusação sobre Furnas. Quase no final da edição, para mostrar que se trata de um jornal sério, os âncoras citam que Yousseff voltou a reafirmar que “ouviu dizer” que um dos dinheiros de Furnas foi para Aécio Neves, mas o Ministério Público disse que não há materialidade para se abrir uma investigação sobre isso.

(Pausa: atentem para a fala pausada de Bonner quando ele diz que Yousseff ouviu dizer, o que claro, demonstra a falta de materialidade para a denúncia do MPF e nós só estamos colocando isso aqui pq seria muita cara de pau não citar, visto que vivemos em tempos de REDES SOCIAIS)

Bom, e assim a vida caminha, com esse tipo de jornalismo de massa. De um lado, a louca e incompetente. Do outro, seu porta-voz, a voz do Congresso, o bom moço para levantar a bandeira da moral contra “tudo que está aí”. E assim, temos um exemplo claro de como funciona a mídia brasileira, que não está interessada em nada em contribuir para que as pessoas tenham suas próprias opiniões, princípio básico do jornalismo.