10 fatos sobre redes sociais para prestar atenção

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POR EDUARDO VASQUES

Todos os dias tem novidade no universo das mídias sociais. E ficar antenado a tudo o que acontece anda cada vez mais difícil. Há, entretanto, alguns movimentos de mercado, de plataformas e até mesmo de comportamento do público que pulam na frente dos gestores de marketing e comunicação das empresas. Para pegar carona em tudo isso, é preciso prestar muita atenção e agir rapidamente.
1. Cada vez mais as plataformas sociais mandam no tráfego Entre os canais que se tornaram referência em termos de audiência e apropriação de interatividade estão o Buzzfeed e o Huffington Post. Seus relatórios são claros e mostram as redes sociais como as principais geradoras de tráfego e audiência. As plataformas sociais, inclusive, vêm brigando para se tornarem a primeira fonte de notícias para os usuários de internet. O relatório recente Reuters Digital News Report mostra que 34% dos entrevistados consideram o Whatsapp como uma importante fonte social de notícia no Brasil. O Instant Articles do Facebook está aí para mostrar essa realidade.
2. A hegemonia é perigosa
Já há alguns anos, acompanhamos uma soberania do Facebook em detrimento das demais plataformas sociais em termos de alcance, volume de usuários e audiência. Isso faz com que o jogo social aconteça de acordo com as regras estabelecidas – e muitas vezes não muito claras – de uma única plataforma. É muito poder para uma única empresa. O Google é o representante maior nesse quesito, quando falamos de buscas. Mesmo iniciativas recentes que tiveram destaque no cenário internacional já praticamente desapareceram do contexto – você se lembra do Ello, por exemplo?
3. A publicidade continua central no processo Por mais que muitos esforços sejam voltados para permitir e ampliar conexões entre pessoas, privilegiar relacionamentos, no fundo o que as plataformas sociais querem é obter o máximo de informações possíveis sobre o seu perfil para comercializá-las (vender) para as marcas (que compram espaço e publicidade para atingir seus públicos de acordo com os perfis que encontram nessas plataformas). Soma-se a isso a necessidade que as redes sociais têm de se mostrarem rentáveis para os investidores que ali colocaram alguns milhões de dólares.
4. Aplicativos de mensagens instantâneas são as novas redes sociais Cansados de encontrar pais e familiares ou até mesmo fugindo das discussões acaloradas demais em plataformas como Twitter e Facebook, as pessoas estão migrando para sistemas mais fechados e controlados. Especialmente no Brasil, onde a inclusão digital está acontecendo via mobile, os aplicativos como Whatsapp (que em janeiro já havia ultrapassado a marca de 700 milhões de usuários no mundo), Viber, Telegram e Snapchat ganharam força. O próprio Facebook, depois de comprar o Whatsapp e ser recusado pelo Snapchat, quebrou toda a experiência do usuário no celular em apps. Hoje, oferece um para linha do tempo, outro para gestão de páginas, outro para comunicador e assim por diante. O agravante para as marcas é que, até o momento, boa parte deles não pode ser monitorado.
5. O social commerce já é realidade
A combinação de redução de alcance dos conteúdos, necessidade de entregar retorno aos acionistas e marcas sedentas por criar relacionamento, ampliar e segmentar seus públicos vai provocar uma evolução significativa do social commerce. Os passos entre o ambiente de redes sociais e a aquisição de um produto, conteúdo ou serviço serão ainda mais curtos. Tanto que Instagram e até mesmo o Pinterest já estão disponibilizando botões de “comprar” em suas plataformas.
6. O conteúdo é cada vez mais visual
Lembra daquele bordão que ficou famoso em Cidade de Deus, quando o traficante Zé Pequeno pede para que seus comparsas procurem seu nome nos jornais e a resposta de um deles é: “só sei ler as figuras”? Então, no ambiente digital, as pessoas leem menos e as plataformas tendem a oferecer cada vez mais experiências visuais. De acordo com Leonardo Tristão, diretor-geral do Facebook no Brasil, “no último ano, o uso de vídeo cresceu 75%, o de foto 9%, enquanto o texto caiu 16%”.
7. Uma parcela importante do monitoramento de marca fica de fora Por mais que muitos esforços estejam sendo empregados, as ferramentas e os softwares de monitoramento já bastante conhecidos do mercado ainda não atingiram inteligência suficiente para capturar informações sobre a sua marca quando não há citações explícitas ou quando o conteúdo apresenta somente imagem e vídeo. Isso significa que se o seu logotipo ou uma imagem extremamente negativa associada à sua marca circular, você só saberá que esses dados estão circulando se uma boa alma encontrar e te encaminhar.
8. Boa parte do trabalho ainda é manual
Por mais que haja grandes avanços em relação à semântica aplicada às ferramentas e plataformas de monitoramento de redes sociais, a complexidade da linguagem e a rapidez com que as pessoas alteram sentidos, signos e significados não permite que esses softwares acompanhem essas alterações na mesma velocidade. Esse processo impede que a avaliação das marcas nesse ambiente social seja totalmente automatizado.
9. O papel do seu call center vai mudar
O avanço da nova geração de consumidores, nativos digitais e habituados a resolver tudo online, não terá a ligação telefônica como primeira opção. Isso pode ser uma boa notícia, afinal, sabemos o custo de uma operação de call/contact center. Por outro lado, o perfil de profissionais dedicados ao atendimento ao cliente vai mudar, os softwares serão outros e você terá de repensar toda a maneira de como oferece esse canal ao seu público.
10. Planejamento e gerenciamento em tempo real Crescimento do acesso, maior informação e interatividade amplificam o canal de retorno e tornam o público muito mais opinativo e interativo. Isso derruba qualquer planejamento de longo prazo e aumenta os riscos para empresas e marcas, fazendo com que o retorno e o gerenciamento de crise aconteçam praticamente de forma instantânea, forçando as empresas a investirem em marketing e comunicação em tempo real.

(*) Eduardo Vasques é head de mídias sociais da TV1.Com

Hoje na história do rock

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Exatamente há 50 anos, era lançado o álbum Help!, dos Beatles, nos Estados Unidos.

A pergunta do dia

“Se a oposição não tem sugestões para resolver a crise, por que colocá-la no lugar do Governo?”

Carlos Brickmann, jornalista

Impressões sobre dois rockstars

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POR JAMARI FRANÇA, no Facebook

Estava pensando na psique de artistas como Paul McCartney e Mick Jagger. Como será saber que é conhecido por mais de um bilhão de pessoas no mundo? Em Paul sinto simplicidade, em Jagger uma certa arrogância, como se ele incorporasse o poder que tem e se colocasse acima dos meros mortais. Já li sobre Paul andando de bicicleta sozinho e falando com as pessoas, levando o cachorro para passear, vendo um show ou uma partida de futebol no meio do povo e Jagger sempre em camarotes. O que isso diz sobre cada um? Claro que Paul tem suas defesas porque muita gente abusa.

Vi o Malvino Salvador reclamando de excessos de fãs numa turnê de sua peça pelo interior, de gente querendo que ele tire foto com a família inteira, que pede pra ele falar com um parente que é fã ao telefone. Isso um Malvino Salvador, imagine um Paul McCartney ou um Mick Jagger. O beatle mostra uma disposição de se expor, uma necessidade de interagir com fãs, o rolling stone prefere mantê-los à distância.

Em 2006 cobri Rolling Stones e U2 com intervalo de dois ou três dias, um no Rio, outro em São Paulo e comparei as performances dos dois vocalistas. Bono olhava para as pessoas, buscava uma reação no rosto dos que o viam, Jagger olhava para o horizonte, como se buscar o contato pessoal o desconcentrasse, sei lá. Pela proximidade entre os shows senti essa diferença de maneira viva, Bono da mesma postura de Paul, sou um de vocês, Jagger, sou um entertainer, sou pago pra fazer isso, faço super bem, mas mantenha distância.

De qualquer maneira não é fácil ser quem são, mentes complexas com posturas diferentes. Paul me passa a impressão de que toca para ter contato com os fãs, ele gosta de ser adulado, tem algumas posturas de palco para fazer o público adorá-lo. Mick parece que trata o show como um negócio. Keith é quem se diverte ali, é o playground dele, uma postura parecida com a de Paul, mas também não liga muito pra interações.

Chamada para o dia 16!

POR LEANDRO FORTES

Atenção coxinhas, analfabetos políticos, pobres de direita, Senhoras de Santana, juventude da TFP, paneleiros da classe média, leitores da Veja, Olavetes, roqueiros conservadores, fundamentalistas religiosos, eleitores de Bolsonaro, retardados on line, fascistas, nazistas, racistas e babacas em geral.

Nesse dia 16, façam algo realmente revolucionário:

LEIAM UM LIVRO!

A Diretoria

Papão não pode se amofinar

POR GERSON NOGUEIRA

A derrota já seria dolorosa, mas nas condições em que aconteceu acabou por se tornar traumática. O gol contra de Everaldo ainda martela nos corações e mentes alvicelestes. Nem podia deixar de ser. O desfecho lembrou em dramaticidade a derrota para o Macaé, quando o time desperdiçou um pênalti e logo a seguir deixou que o adversário marcasse o gol da vitória.

Apesar de tudo, o Papão não pode mergulhar em depressão, nem ajoelhar diante do muro das lamentações. O resultado foi ruim e até cruel, pois os times faziam um jogo mais ou menos equilibrado, mas é parte natural de uma competição naturalmente difícil como a Série B.

unnamed (70)O importante, a essa altura, é observar as condições gerais da tabela de classificação. O Papão caiu para o oitavo lugar, mas se conserva muito próximo do G4, estando a apenas quatro pontos do quarto colocado (Bahia) e a sete do líder Vitória.

Caso vença o Oeste na próxima rodada, estará novamente brigando palmo a palmo por um lugar no G4, o que permitirá fechar a participação no turno com um aproveitamento inédito em campeonatos brasileiros de pontos corridos. No histórico da Série B, o melhor desempenho do Papão foi em 2006, com 26 pontos, índice já superado nesta temporada.

Ao torcedor custa muito aceitar derrotas e a coisa piora ainda mais quando o infortúnio vem acompanhado de uma infelicidade. O gol contra de Everaldo doeu pela perda dos três pontos nos minutos finais e também por permitir uma infinidade de gozações por parte dos torcedores rivais, sina que acompanha as grandes paixões boleiras.

Todo grande time de massa está sujeito a zoeiras infernais quando perde nas circunstâncias em que o Papão perdeu anteontem. Ocorre que só os realmente grandes são capazes de encarar essas desditas com altivez. E os bicolores têm a vantagem adicional de poder dar a volta por cima já na próxima partida.

Problema maior diz respeito à produção do time e à condição técnica dos jogadores disponíveis. Depois de conseguir apenas uma vitória em oito partidas, o técnico Dado Cavalcanti deve estar reavaliando a estratégia de fazer constantes mudanças no setor ofensivo, causa do desentrosamento do setor.

Basta um rápido retrospecto para constatar que o técnico busca a cada jogo encontrar o ataque ideal. Começou com Leandro Cearense e Aylon, usando Bruno Veiga como opção. Partiu depois para a experiência com Souza e Aylon. Diante do fracasso retumbante, inovou com o trio Welinton-Cearense-Misael. Em seguida, escalou Welinton-Everaldo-Misael. E, contra o Criciúma, decidiu voltar ao sistema anterior, com dois atacantes, Welinton e Everaldo.

Nada funcionou a contento, com honrosa exceção do duo Cearense-Aylon, que esteve presente na maioria dos jogos da fase de oito jogos invictos no começo do campeonato. Talvez seja o momento de Dado esquecer as restrições a Cearense e revalidar a dupla, antes que a gordura acumulada até aqui comece a virar fumaça.

Por enquanto, diante do equilíbrio reinante na disputa, de alto a baixo, o Papão não tem nenhuma razão para perder o embalo. O campeonato está apenas na metade e a campanha segue dentro das expectativas iniciais.

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Leão contabiliza melhor início na Série D

Os números do Remo na Série D, após quatro partidas realizadas, permitem projeções mais otimistas que nas participações anteriores. O clube cumpre até aqui seu melhor começo de campanha, com 10 pontos ganhos em 12 disputados. Em 2010, a essa altura da disputa, tinha 8 pontos. Em 2012, 7 pontos. E, na competição do ano passado, apenas 5 pontos. Sem dúvida, a arrancada inicial já justifica o otimismo que começa a tomar conta da torcida.

Por sinal, a ansiedade do torcedor por ver o time novamente em alta tem garantido arquibancadas lotadas no estádio Evandro Almeida para acompanhar os jogos exibidos no telão. Certeza de grandes arrecadações quando o campeonato realmente pegar fogo a partir do mata-mata inicial.

Cacaio chegou a ser alvo de críticas no início do torneio por parte até de dirigentes corneteiros, mas volta a desfrutar de prestígio diante do bom trabalho realizado. Com crédito na casa pela conquista do Campeonato Estadual e o vice-campeonato da Copa Verde, o técnico só precisa afinar melhor a companhia, por ora excessivamente dependente das ações de Eduardo Ramos, seu principal jogador.

Caso solucione o problema do meio-campo, ainda dispersivo em vários momentos dos jogos, o Remo tem boas possibilidades de terminar em primeiro lugar no grupo e entrar forte nas etapas eliminatórias.

Importante: os dados estatísticos aqui citados foram pesquisados pelo produtor da Rádio Clube, Saulo Zaire.

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“Primeiras Linhas”: um grito de resistência

Saiu do forno o jornal-laboratório “Primeiras Linhas”, da Faculdade de Comunicação da UFPA, trazendo ampla reportagem de capa sobre a chacina de novembro de 2014, que vitimou dez pessoas em diferentes bairros da periferia de Belém e que até hoje permanece impune.

Em formato tabloide, com 12 páginas em cores, o jornal resulta do esforço e da participação dos estudantes do curso de Jornalismo da Federal, sob a responsabilidade do professor Guilherme Guerreiro Neto, diretor de Redação, e a supervisão de mestres como Manuel Dutra, Rodrigo Peixoto, Otacílio Amaral Filho, diretor do Instituto de Letras e Comunicação, e Rosane Steinbrenner, diretora da Facom.

Espécie de grito de resistência, o “Primeiras Linhas” marca a retomada do jornalismo impresso na Faculdade de Comunicação da UFPA, com um produto laboratorial em que os estudantes são apresentados “às práticas que haverão de abraçar na vida real, atentos para as mutações por que passa esse tipo de jornalismo nas suas interações com os suportes digitais”, como bem define o professor Manuel Dutra em mensagem aos leitores.

O projeto gráfico é da Oficina de Criação, com diagramação de Ricardo Harada Ono e impressão da Gráfica Universitária.

Vida longa ao “Primeiras Linhas”!

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 13)