Fogo amigo derruba o Papão

POR GERSON NOGUEIRA

O pior dos castigos se abateu sobre o Papão, ontem à noite, em Criciúma. Mesmo sem jogar bem, o time paraense mantinha o jogo mais ou menos equilibrado diante dos donos da casa. Acontece que as emoções ficaram reservadas para o apagar das luzes, quando aconteceram os lances capitais.

Primeiro, foi marcado um penal inexistente contra os bicolores, mas o goleiro Ivan defendeu. Em seguida, veio a desgraça. Um gol contra marcado pelo centroavante do time.

unnamed (15)Everaldo, que não balançava as redes desde setembro do ano passado, resolveu quebrar o jejum justamente contra suas próprias redes. Lembrou Oséas, quando no Palmeiras. Seria até cômico se não fosse trágico.

No geral, o Papão cumpria uma jornada razoável. Sofreu alguns sustos nos minutos iniciais, mas depois se assentou em campo e executou boa marcação sobre os velozes atacantes do Criciúma durante todo o primeiro tempo. Conseguia sair com a bola no chão, através de Augusto Recife e dos laterais Pikachu e João Lucas, acionando o atacante Everaldo na frente.

O Criciúma utilizava o jogo de força, recorria à ligação direta e aos cruzamentos sobre a área, sempre levando algum perigo. Partia para o ataque sempre com imensa disposição, mas o Papão respondia com um bloqueio eficiente pelo meio, com Fahel à frente dos zagueiros, auxiliado por Jonathan e Recife.

O problema é que Pikachu, apesar de mais acionado que nas últimas partidas, continua abaixo de sua produção habitual. Na fase de arrancada do Papão, entre a terceira e a décima rodadas, o ala respondia pela maior parte das tentativas individuais, quase sempre decidindo jogos.

Depois do intervalo, o Papão voltou mais plantado no setor defensivo, claramente esperando que o Criciúma permitisse espaços para o contra-ataque, mas quando apareciam chances Welinton Jr. não conseguia puxar as jogadas com a rapidez necessária.

Por seu turno, o Criciúma mantinha a estratégia de sempre. Bola na área para Neto Baiano tentar o cabeceio. A insistência criava desassossego para a zaga bicolor, mas não surtia o efeito desejado pelo mandante. Aos poucos, porém, o time do Papão foi se deixando levar pela pressão catarinense, que a essa altura já atacava com até quatro homens de frente.

O crescente desespero do Criciúma talvez fosse a oportunidade para o Papão explorar o contra-ataque e matar o jogo. Dado Cavalcanti, porém, mantinha o improdutivo Welinton Jr., enquanto Petkovic fazia todas as trocas possíveis para dar injetar vigor ofensivo ao Tigre.

A primeira substituição no Papão veio logo no reinício da partida. Por contusão, Emerson saiu para a entrada de Ivan. Mesmo sem render, Welinton Jr. seguia em campo. Dado surpreendeu lançando Gilson no lugar de Augusto Recife. Pablo era a opção mais recomendável.

No ataque, a mudança só veio aos 39 minutos. Welinton Jr. foi trocado por Aylon, que ainda participou de dois bons lances. E tome sustos por conta de avanços de Neto Baiano, Lucca e Roger Guedes, principalmente.

Até que, num espaço de apenas dois minutos, o time foi do céu ao inferno. Ivan pegou penal mal assinalado pela arbitragem, mas no minuto seguinte Everaldo jogou contra o patrimônio, decretando a segunda derrota consecutiva do Papão. Desfecho cruel.

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Direto do blog

“Olha , pode chamar todo esse time é ensinar a se jogar fora e segurar os nervos em fim de jogo. O Everaldo cometeu o pior suicídio que um time pode sofrer. Tomar um gol desse. Requer muitas providências .O Paysandu teve todas as chances de estar entre os quatros melhores e jogou todas na lixeira. Noite de reflexão para os adeptos e diretoria, preocupante essas atuações desastrosas. Os craques do jogo, foram o goleiro do Criciúma e o artilheiro Everaldo”.

Harold Lisboa, de Tóquio, destrinchando a dolorosa derrota bicolor em Criciúma.

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Uma vitória tranquilizadora

A Série D é o carma do Remo. O time luta desesperadamente para obter a vaga e sempre acaba sucumbindo antes de conquistar o sonhado acesso à Terceira Divisão. Há no Evandro Almeida quem considere este o grande empecilho para a ressurreição financeira do clube.

Por isso, a participação no campeonato é encarada como prioridade máxima desta vez. Mesmo com vários problemas de ordem administrativa, o Remo tem cumprido boa campanha. O triunfo de anteontem na Arena Amazônia confirmou as credenciais da equipe e reafirmou a importância de Eduardo Ramos.

O gol no finzinho foi metade de Ramos e metade de Levy. A arrancada junto à grande área e o passe açucarado permitiram que o Leão saísse de Manaus com a liderança cada vez mais isolada no grupo. Mais que isso: a atuação deu a certeza de que o time tem tudo para engrenar na fase de mata-mata.

Desde que a cartolagem não atrapalhe.

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Parabéns, Botafogo!

Foi num 12 de agosto, há 111 anos, que nasceu o Botafogo. Desde então, o clube acumula algumas das mais belas páginas da história do futebol brasileiro. Sem o Glorioso não seria possível haver pentacampeonato mundial. Nenhum outro clube doou tantos craques ao escrete nacional, incluindo a épica jornada de 1962 quando a linha atacante botafoguense se encarregou da conquista da Jules Rimet.

É verdade que a fase não é lá das melhores, mas os grandes estão sujeitos a solavancos do destino e à incúria dos homens. Felizmente, a marca é mais forte que tudo e o brilho da Estrela Solitária certamente há de conduzir a dias melhores.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 12)

Criciúma x Papão (comentários on-line)

Campeonato Brasileiro da Série B 2015

Criciúma x Paissandu – estádio Heriberto Hulse, em Criciúma-SC

Rádio Clube _ IBOPE_ Segunda a Sexta _ Tabloide

Na Rádio Clube, Geo Araújo narra, Carlos Castilho comenta. Reportagem – Giuseppe Tommaso e Dinho Menezes. Banco de Informações – Fábio Scerni

O passado é uma parada…

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The Runaway (O Fugitivo), 1958. Pintura de Norman Rockwell.