Campeonato Brasileiro da Série B 2015
CRB x Paissandu – estádio Rei Pelé, em Maceió (AL), 16h30
Na Rádio Clube, Geo Araújo narra; Gerson Nogueira comenta. Reportagem – Dinho Menezes, Paulo Fernando. Banco de Informações – Jerônimo Bezerra.
Campeonato Brasileiro da Série B 2015
CRB x Paissandu – estádio Rei Pelé, em Maceió (AL), 16h30
Na Rádio Clube, Geo Araújo narra; Gerson Nogueira comenta. Reportagem – Dinho Menezes, Paulo Fernando. Banco de Informações – Jerônimo Bezerra.
DO COMUNIQUE-SE
Considerada uma das maiores jornalistas do país, Dorrit Harazim foi anunciada na quarta-feira, 22, vencedora do Prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo de Reconhecimento à Excelência, às vésperas de completar 50 anos de carreira. A escolha de Dorrit foi unânime entre os onze membros do Conselho Reitor do Prêmio.
A forma com a qual ela narra os fatos, e sua capacidade para “encontrar ângulos e aspectos que outros jornalistas deixam passar desapercebidos, assim como a maneira que encontra para transportar o leitor até minuciosos e interessantes detalhes” foram alguns dos aspectos destacados pelo Conselho, formado por Germán Rey, Mónica González, Jean-François Fogel, Jon Lee Anderson, Héctor Feliciano, Rosental Alves, Martín Caparrós, Sergio Ramírez, María Teresa Ronderos, Héctor Abad Faciolince e Joaquín Estefanía.

(Imagem: Luiz Arthur Leitão Vieira/Prêmio GGM)
A distinção é concedida pela Fundação Gabriel García Márquez para o Novo Jornalismo Iberoamericano (FNPI) desde 2013. O reconhecimento à Excelência destaca exemplos de independência, integridade e compromisso com os ideais de serviço público que contribuem para o avanço do jornalismo. Gianina Segnini, da Costa Rica, Javier Darío Restrepo, da Colômbia, e Marcela Turati, do México já receberam o reconhecimento em edições anteriores.
Para José Roberto de Toledo, presidente da Abraji, “raras vezes vezes um prêmio foi tão merecido”. Em texto apresentado no 5º Congresso da Abraji em 2010, o amigo Zuenir Ventura definiu Dorrit, que era a homenageada daquele ano: “ela é minimalista, eu sou superlativo; ela é lide, eu sou nariz de cera”. E encerrou com uma frase que, em sua opinião, certamente seria suprimida em uma edição feita por ela: “gosto demais dessa gringa, do que ela faz e de como escreve”.
Histórico
Dorrit, nascida na antiga Iugoslávia, veio para o Brasil com a família fugindo da guerra quando tinha cinco anos de idade. Anos depois voltou para a Europa e começou a carreira como jornalista em Paris, na revista semanal L´Express. Na cidade, conheceu Mino Carta e Roberto Civita, que a convidaram para voltar ao Brasil e trabalhar em uma revista ainda sem nome.
A concretização do convite veio em 1968, quando Dorrit iniciou o trabalho como repórter na revista Veja. No decorrer dos anos trabalhando na publicação, ela chegou a ser, além de repórter, editora chefe e de redação.
Em seguida, na década de 1970, trabalhou para a Editora Abril em Nova Iorque e posteriormente foi para o Jornal do Brasil, em que dirigiu uma equipe de correspondentes. Foi também nessa década que ganhou mais de dez prêmios de jornalismo devido a coberturas de acontecimentos como a Guerra do Vietnã e a primeira Guerra do petróleo, nos Emirados Árabes.
Das coberturas de que já participou, destaque para os dois 11 de setembro históricos que presenciou. O primeiro, em 1973, aconteceu após o golpe de Estado no Chile, quando o Palácio da Moeda foi bombardeado pelos militares em ataque que terminou com a morte do então presidente Salvador Allende e a instauração de uma ditadura. O segundo foi em 2001, quando dois aviões colidiram com as Torres Gêmeas, em Nova Iorque. Dorrit ainda participou da cobertura de quatro eleições presidenciais nos Estados Unidos e já realizou a cobertura de nove Olimpíadas, completando dez no ano que vem.
Sobre os trabalhos mais recentes, a jornalista aujdou a fundar a revista piauí e mantém uma coluna para o periódico carioca O Globo, além de se dedicar a outros projetos jornalísticos e documentários. “O que eu acho curioso no meu caso como jornalista foi ter começado num patamar delirante, de ser uma caloura circulando entre jornalistas dos principais jornais do mundo, e depois decidir ir para o miúdo. E, nesse sentido, eu tenho alegria de dizer que, depois, que eu me meti nisso, fui feliz para sempre”, disse ela à FNPI.
A entrega do prêmio acontecerá em 30 de setembro, na Colômbia.
*Texto publicado originalmente no site da Abraji.
POR PEDRO AGUIAR, de Quito
O maior confronto enfrentado na América Latina atualmente é “a batalha midiática”, desde pelo menos o ano de 2002, quando a tentativa frustrada de derrubar Hugo Chávez na Venezuela deu início a um novo tipo de golpe de Estado, o “golpe midiático”, transferindo aos meios de comunicação privados o papel de partido político nas oposições aos governos da “guinada à esquerda”.
A avaliação foi feita pelo jornalista e professor Ignacio Ramonet (foto), ex-editor do jornal Le Monde Diplomatique, na palestra de abertura do congresso “Comunicação e Integração Latino-Americana”, realizado entre os dias 22 e 23 de julho em Quito, capital do Equador.
Organizado pelo Ciespal (Centro Internacional de Estudos Superiores da Comunicação para a América Latina), o evento comemora nesta sexta-feira (24/07) os dez anos de fundação da Telesur, canal multinacional de televisão mantido por diversos governos da região. Fundada por iniciativa de Chávez três anos após o golpe fracassado, a emissora nasceu com o papel de promover uma alternativa na cobertura das notícias latino-americanas, feita por jornalistas e comunicadores da própria região.

“Nos últimos 15 anos, todos os governos progressistas que chegaram ao poder democraticamente na região vêm sendo mantidos por via eleitoral. Nenhum deles foi derrotado nas urnas. Por isso, a resistência à mudança vem sendo cada vez mais brutal, apelando para novos tipos de golpes, alguns com fachada judicial, parlamentar, e sempre com forte ajuda da mídia”, disse Ramonet, lembrando os casos do Paraguai, Honduras e investidas recentes na Argentina e no Brasil.
Ao lado de Ramonet, a presidente da empresa, Patricia Villegas, lembrou que as principais coberturas do canal até agora foram justamente em países que não participam do consórcio, como a campanha militar contra a guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o golpe contra o presidente Manuel Zelaya, em Honduras, em 2009.
“Naquele momento, o mundo só pôde acompanhar o que acontecia em Honduras, minuto a minuto, graças ao sinal da Telesur. Porque as emissoras privadas globais ou não estavam lá, e as que estavam preferiam ignorar”, disse.
Para Ramonet, o grande mérito da Telesur ao longo dessa década foi oferecer “uma outra leitura” sobre os acontecimentos da América Latina e do mundo, fugindo das perspectivas de redes privadas como CNN e Fox News que, para ele, seguem praticamente a mesma linha.
“Estou convicto de que a CNN vai desaparecer, não por falta de capital, mas por falta de audiência”, previu Ramonet, falando por teleconferência desde Caracas para a plateia de jornalistas, intelectuais e estudantes reunida no auditório equatoriano. “A Telesur não tem concorrência. Esse é o sonho de qualquer canal. Porque as outras fazem mais ou menos a mesma coisa”.
‘Convergência digital’
Segundo o jornalista — que é espanhol mas vive radicado na França desde 1972 —, a maior mudança na comunicação nos últimos dez anos foi a integração das várias plataformas, a chamada “convergência digital”: smartphones, tablets e computadores, que roubaram da televisão o posto de tela principal da mídia. E, se antes as inovações tecnológicas estouravam primeiro nas cidades ricas da Europa e dos EUA, aponta Ramonet, agora já são disseminadas simultaneamente nas grandes metrópoles da América Latina e de outras regiões em desenvolvimento.
“As novas plataformas abandonam a continuidade que obrigava o espectador a assistir tudo linearmente; agora ele pode ver o que quiser, na ordem que quiser. Os canais que se adaptarem melhor são os que têm mais chance de sobreviver”, aponta.
Patricia Villegas enfatizou que a adaptação às novas plataformas é uma de suas maiores preocupações da Telesur. “Não adianta fazer conteúdos-espelho, que se repetem de forma idêntica na TV, na web, no Facebook, no Twitter. Os conteúdos precisam ser complementares e diferentes, porque o público os consome de formas diferentes”, disse ela.
Além do décimo aniversário, completado nesta sexta-feira, dia 24 de julho, a Telesur celebra também um ano desde o início da produção de conteúdos em inglês. “Não estamos traduzindo informações, mas produzindo diretamente em inglês”, enfatizou Patricia Villegas. Segundo ela, a entrada na esfera anglófona sinaliza a intenção da empresa em ampliar sua presença global. Por enquanto restrita ao site e às redes sociais, a Telesur em inglês espera iniciar em breve transmissões também como canal de televisão, com sede em Quito.
Sul geopolítico
“Na América Latina, vários intelectuais e lideranças políticas têm o vício de só ver a relação regional com o ‘gigante do norte’, os Estados Unidos. Mas também é extremamente importante considerar nossa relação com a China, a África, o Oriente Médio. A Telesur tem a tarefa de transportar a missão progressista da América Latina para o resto do mundo”, disse Ramonet.
Justamente por isso, Villegas diz que o canal continua expandindo seu universo de pautas para outras regiões, como o ataque da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, a aliança militar ocidental) na Líbia, em 2011, e mais recentemente na crise financeira da Grécia, quando o canal enviou jornalistas para Atenas e investiu na cobertura ao vivo. “Às vezes perguntam aos nossos repórteres: ‘O que vocês estão fazendo aqui?’. Estamos aqui porque a nossa ideia de ‘sul’ não é apenas geográfica, mas principalmente geopolítica. Enxergamos a informação como um serviço, e não como mercadoria”.
“Durante muito tempo na América Latina, o jornalismo era um privilégio das emissoras privadas, e as TVs públicas ficavam relegadas à programação educativa, cultural e folclórica. Daí a importância de investir em produzir informação numa tela pública. Não se trata de um monólogo do Estado, mas de dar voz também aos grupos comunitários, como indígenas e afrodescendentes, contra a folclorização dessas comunidades”, concluiu Patricia Villegas.
POR JAMARI FRANÇA, via Facebook
Vejo por aí a síndrome da eterna juventude, ninguém quer dizer a idade, ninguém quer parecer ultrapassado, querem estar rigorosamente upgreidados, ligados na última onda. É preciso cultivar o ego, está na moda, tome selfies. A indústria está aí mesmo para dizer que é imperativo postar tudo nas redes sociais, com os celulares dela e com as mau prestadoras de serviços dela.
Também é imperativo estar sempre em contato com pessoas que não estão onde você está. E as pessoas com quem você está? Estão em contato com outras pessoas que não estão onde elas estão. Quer dizer que ao vivo ninguém mais está com ninguém? Não chega a tanto, mas é por aí, no mínimo uma atenção dividida com quem está e com quem não está. Consequência: ninguém fica plenamente com ninguém. Só na cama, talvez.
Há tempos li uma entrevista do Caetano em que reclamava do celular porque a pessoa podia ser encontrada a qualquer momento. E dizia que saía sem celular porque não queria ser encontrado, queria estar consigo mesmo e se sentir livre. Isso antes da indústria criar a febre de estar antenado.
Uma amiga certa vez fez uma pequena palestra sobre as “vantagens” de ter o smartphone. Quando acabou eu lhe disse que não precisava de nada daquilo. Se um dia precisasse, compraria um. Claro que é necessário pra muita gente, maravilha, mas é preciso discernir se há uma necessidade verdadeira ou é apenas indução psicológica pela publicidade.
Viver sem isso hoje em dia é se sentir um marginal, exatamente como nas décadas de 60 e 70 no Brasil. Quando se atende um celular dumbphone num lugar publico, percebe-se olhares de “ih, esse aí é velho, tá por fora.” Rejeição idêntica à que sentia quando usava calça rasgada, o cabelo comprido, depois com a bolsa e os brincos. Continuo o mesmo, sem tudo isso, mas sempre surfando na direção contrária à onda, os conservadores hoje são os antenados. Nem todos, claro.
P.S. Nada tenho contra quem usa ou deixa de usar o que seja. Cada um sabe de si, é apenas um ponto de vista de observador com seis décadas e meia no couro.
À beira da extinção, informação e curtição sem perder o sinal do Wi-Fi.
futebol - jornalismo - rock - política - cinema - livros - ideias