A chance do renegado

POR GERSON NOGUEIRA

Souza é a bola da vez. Não se dá um passo nesta cidade das mangueiras e do falso BRT sem que alguém discuta o papel dele no time do Papão. A maioria não engole sua efetivação como titular pelo técnico Dado Cavalcanti, mas é justo reconhecer que nos últimos dias cresceu consideravelmente o contingente de defensores da ideia.

Veterano aos 33 anos, com passagem por uma fieira de clubes, Souza é hoje um nômade sobrevivente do futebol. Destacou-se como centroavante de força, tipo tanque, que não deixava passar chances na pequena área. Grandalhão, sempre usou bem a cabeça para marcar gols. Foi assim que se manteve por quase uma década em clubes de ponta, como Corinthians e Flamengo. Passou ainda por Goiás e Bahia.

Quando embicou para a Segunda Divisão estava obviamente em baixa, fora do mercado da Série A. Veio para Belém e, mesmo aceitando ganhar um salário inferior ao que recebia nos últimos anos, ainda assim se configura no jogador mais caro do elenco do Papão.

Surpreendente foi sua escalação para o jogo com o Macaé, depois de uma série de jogos sempre no banco de reservas. Insatisfeito com o rendimento da equipe na derrota para o Bahia na Arena Fonte Nova, Dado Cavalcanti fez várias mudanças no time, mas a que chamou mais atenção foi a entrada de Souza.

A discussão se estabeleceu depois da fraca atuação do centroavante. Lento nos reflexos, mostrou falta de ritmo e desperdiçou oportunidades preciosas, daquelas que nos bons tempos não costumava deixar passar. É verdade que a perda do penal por Misael nos instantes finais do jogo, seguida do desempate do Macaé, ajudou a atenuar os comentários sobre Souza.

Aos que criticam o técnico por insistir com Souza, provável titular hoje diante do Bahia pela Copa do Brasil, falta o entendimento quanto aos critérios de Dado. A manutenção do centroavante no time, se confirmada, atende a um princípio que tem marcado o trabalho do treinador no Papão: dar chance para jogadores que não se apresentem bem em determinadas partidas.

Tem sido assim com Carlos Alberto, que permaneceu no time por várias rodadas mesmo não convencendo no papel de organizador. A avaliação do técnico nunca é apressada, permitindo que o atleta seja realmente testado.

Por outro lado, Souza representa o centroavante de referência que falta ao ataque em certas situações. Com ele em campo, mesmo longe da antiga forma, há um motivo a mais de preocupação para as zagas adversárias. Principalmente a do Bahia, que o conhece bem de outros carnavais.

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Sobre preços e competências

O atacante Sterling, quase desconhecido fora dos arraiais ingleses, superou seu compatriota Andy Carroll e se tornou o britânico mais caro da história do futebol. A transação com o Manchester City saiu por 49 milhões de libras. Carroll, menos conhecido ainda, custou 35 milhões de libras.

Imagino o que diria Johan Cruyff a respeito. Sobre o francês Pogba, outro hipervalorizado boleiro europeu, o mago do Carrossel Holandês afirmou: “Pagar 80 milhões de euros por um jogador como Pogba é um absurdo”. Tou com ele.

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Direto do Face

“Rivaldo está em campo neste momento num jogo de futebol profissional. Joga pelo Mogi Mirim na segunda divisão de um dos maiores campeonatos de futebol do mundo: o Brasileiro. Rivaldo acaba de fazer um gol. Um gol de pênalti com uma elegância de um aristocrata. Rivaldo correu pra festejar com o filho. O filho de Rivaldo joga com ele no mesmo time. É o Rivaldo Jr., que festejou com o presidente do Clube, que é ele, Rivaldo pai. Rivaldo que já foi o melhor jogador do mundo. Rivaldo que foi um dos maiores responsáveis pela conquista do Mundial de 2002 pelo Brasil. Rivaldo confirma que o futebol vive. Rivaldo que é um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. Um sobrevivente do Brasil, um nordestino que surgiu para o mundo no interior de São Paulo. Um artista que confirma que ainda existe sentimento nesse jogo que era esporte e virou um dos maiores negócios de entretenimento, mídia, consumo, marcas e economia globalizada. Rivaldo a quem todos os que amam futebol devem agradecer. Obrigado, poeta, por nos mostrar que nem tudo está vendido. Neste momento mais um gol! Gol de Rivaldo Jr!!”.

Glauco Lima, craque da publicidade e poeta de plantão, ontem à noite, extasiado com a permanência de Rivaldo no mundo da bola.

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Os muitos truques na cartola de dona CBF

A CBF continua imbatível na capacidade de gerar factoides. Enquanto o ex-presidente José Maria Marin jaz encarcerado na Suíça, sob ameaça de extradição para os Estados Unidos pelas muitas falcatruas da Fifa, seu sucessor Marco Polo Del Nero vai dando seus pulos para tentar abafar tentativas de insubordinação interna.

Com os presidentes de federações sob controle, tratou de inventar um Conselho Técnico para atrair a cartolagem dos clubes. Deu certo. Todos caíram na armadilha. Em reunião realizada ontem, os clubes da série A elegeram como representantes os presidentes de Fluminense, Atlético-MG, Atlético-PR, Grêmio e Corinthians. Nos próximos dias serão eleitos dois dirigentes da Série B, um da C e um da D.

O objetivo anunciado é discutir todos os temas e demandas dos clubes para “encontrar um caminho que leve à melhoria e modernidade do futebol brasileiro”. Na vera, a intenção de Del Nero é conter o ímpeto mudancista que tomou conta de alguns dirigentes logo depois que estourou o escândalo da Fifa.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 14)

Leão se reforça com volantes

A diretoria do Remo confirmou a contratação do volante Leandro, ex-Campinense-PB, para reforçar o setor de marcação do time. Ao mesmo tempo, negocia o retorno do volante Dadá, que integrou o elenco na campanha do bicampeonato estadual e da Copa Verde.

Sai a bio do jornalista mais premiado do país

POR ADELTO GONÇALVES

Poucos jornalistas são tão populares como José Hamilton Ribeiro (1935), já que há três décadas é visto pelo menos todas as manhãs de domingo às voltas com reportagens no programa Globo Rural, da TV Globo. Mas é ao mesmo tempo não só o jornalista brasileiro que mais Prêmios Esso acumulou, sete ao todo, como uma unanimidade entre os seus colegas, que o consideram uma referência profissional e um exemplo de ética na carreira e na vida particular.

Conhecer melhor essa trajetória é a oportunidade que oferece o livro O jornalista mais premiado do Brasil: a vida e as histórias do repórter José Hamilton Ribeiro (Secretaria Municipal de Cultura de Araçatuba-SP/Eko Gráfica, 2015), de Arnon Gomes, com prefácio de Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha de S. Paulo. Inicialmente trabalho de conclusão de curso (TCC) em Jornalismo apresentado à Universidade Santa Cecília (Unisanta), de Santos-SP, em 2004, este livro foi reescrito pelo menos duas vezes por seu autor, o que demonstra a sua preocupação com o estilo e a apuração da informação.

II

Mestre consumado da reportagem, que influenciou gerações de profissionais com textos que marcaram época, como aqueles produzidos para a revista Realidade como correspondente na Guerra do Vietnã (1965-1975), da qual saiu mutilado, ao pisar numa mina, José Hamilton Ribeiro está em atividade desde a década de 1950, quando deixou Santa Rosa do Viterbo, cidade do Interior paulista, na região de Ribeirão Preto, perto da divisa com Minas Gerais, para estudar Jornalismo em
São Paulo na Faculdade Cásper Líbero, inaugurada em 1947 e até então a única do gênero no País. Ainda estudante, começou a trabalhar na Rádio Bandeirantes escrevendo notícias para leitura por um locutor durante a madrugada.

Como se lê no livro de Arnon Gomes, Zé Hamilton, como é conhecido popularmente, logo trocou a emissora por um trabalho na redação do jornal O Tempo, hoje desaparecido, e, em seguida, foi para a Folha de S.Paulo, em 1956. Não concluiria o curso de Jornalismo porque seria expulso, ao lado de outros colegas, por participar como presidente do centro acadêmico de um movimento que exigia a contratação de melhores jornalistas para o corpo docente. Naquele tempo, porém, a profissão de jornalista não era regulamentada, o que se daria em 1969, e, portanto, esse detalhe não atrapalharia sua carreira. Mesmo assim, ele não desistiria da sua formação acadêmica e iria concluir o curso de Direito em Uberaba, em Minas Gerais, em 1964.

Da Folha de S. Paulo, em 1962, Zé Hamilton iria para a Editora Abril, a convite do jornalista Mino Carta, para trabalhar na revista Quatro Rodas, a uma época em que a imprensa brasileira começava a passar por grandes reformulações. Quatro anos depois, mudaria de redação na mesma empresa, passando para a revista Realidade, que, lançada em abril de 1966, trazia uma proposta inovadora com grandes reportagens e textos de alta qualidade.

III

Alguns dos textos de Zé Hamilton daquela época são reproduzidos neste livro de Arnon Gomes e ainda hoje servem de modelo para quem pretende escrever bem. São textos objetivos, que prendem a atenção do leitor desde a primeira linha. É preciso que se diga também que, ao contrário do que ocorre hoje na grande imprensa, a Editora Abril daquela época investia em reportagem e o repórter tinha todas as condições financeiras para ir a campo e escrever seu texto.“Tinha gente que se fechava no apartamento e ficava às vezes uma semana inteira hibernando, para só sair com o texto pronto”, lembra Zé Hamilton.

Àquela época, a ideia que permeava a direção da revista é que os repórteres precisavam “viver” aquilo sobre o qual escreveriam. Assim, Zé Hamilton iria se empregar numa fábrica para viver na pele as dificuldades de um operário ou ainda iria tentar “ficar” negro para sentir como era a vida de um afrodescendente, experiência pela qual não chegaria a passar porque fracassariam todas as tentativas, desde um banho de tintura a um trabalho de maquiagem.

Com esse mesmo espírito foi escrita a reportagem que, segundo Arnon Gomes, é a preferida de Zé Hamilton, intitulada “Coronel não morre”, publicada na edição de novembro de 1966 deRealidade. Para mostrar como funcionava o coronelismo naquela época – hoje, o coronelismo ainda existe com toda a força, mas disfarçado e modernizado –, o repórter conseguiu a façanha de acompanhar o dia a dia do fazendeiro Chico Heráclio, grande proprietário de terras e homem politicamente influente em Limoeiro, na zona do agreste de Pernambuco.

Mas o que catapultaria Zé Hamilton para a fama seria a reportagem que faria como correspondente de guerra no Vietnã, da qual, infelizmente, viraria a própria notícia, ao pisar numa mina e perder boa parte da perna esquerda. A fotografia de Zé Hamilton sendo socorrido no Vietnã seria capa da edição de maio de 1968 da revista. Com o título “Eu estive na guerra”, a reportagem traz o depoimento de Zé Hamilton de todo o episódio e suas consequências, como a sua recuperação num hospital nos Estados Unidos e a batalha para se adaptar a uma prótese. A reportagem pode ser lida (ou relida) neste livro de Arnon Gomes.

Obviamente, a carreira de Zé Hamilton não parou aqui. Pelo contrário. O livro de Arnon Gomes recupera sua trajetória à frente das redações de vários jornais do Interior paulista, a uma época em que trabalhar na grande imprensa de São Paulo não era tarefa amena por causa das perseguições dos esbirros da ditadura militar (1964-1985). Recupera também os 14 livros que escreveu, desde Vietnã, o gosto da guerra, de 1969, obra de estreia, até Jornalismo Científico, teoria e prática, o último, de 2014, em parceria com o professor José Marques de Melo, passando por Pantanal, Amor Baguá, romance infanto-juvenil com mais de 40 reimpressões, de 1974,Jornalistas (1937-1997), sobre os 60 anos do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, e outros, até a sua entrada, aos 46 anos de idade, no mundo da televisão para trabalhar no programa Globo Repórter, da TV Globo.

Logo passaria para o programa Fantástico e, em seguida, para o Globo Rural, de onde não saiu mais. Suas reportagens televisivas no Pantanal, na Amazônia e em outros lugares paradisíacos do sertão ficaram na memória de muitos telespectadores e são recuperadas em detalhes por Arnon Gomes, que não se limitou a ouvir o seu biografado, mas muitos outros profissionais que trabalharam com ele – alguns dos quais faleceram nos últimos anos. Até porque, como diz Zé Hamilton com muita modéstia, o repórter teve “a sorte de sempre trabalhar com equipes de jornalistas melhores do que ele, equipes que o ajudam a fazer matérias boas o suficiente para serem premiadas”, como se lê na apresentação que Arnon Gomes fez para o seu próprio livro.

IV

Como seu ex-professor, este articulista pode dizer que Arnon Gomes foi aquele tipo de aluno que todo mestre gostaria de ter como orientando. Quando se apresentou para receber a primeira orientação para o seu TCC, já trazia não só o tema escolhido como sabia muito bem os caminhos a seguir. Além de tudo, já apresentava uma condição essencial para quem pretendia seguir carreira no jornalismo impresso: sabia escrever praticamente sem erros de Português, construir imagens atraentes e insólitas, sem rebuscamento, com um estilo direto.

O resultado foi um TCC que fez história naquela universidade e é até hoje lembrado pela direção e pelos professores do curso que tiveram a oportunidade rara de acompanhar a sua apresentação diante de um auditório lotado. Até porque o homenageado era o jornalista José Hamilton Ribeiro.

Nascido em Santos-SP, em 1983, o jornalista Arnon Gomes é editor-executivo do jornal Folha da Região, de Araçatuba, segunda maior cidade da região Oeste do Estado de São Paulo, que se caracteriza pela força econômica de sua pecuária e por seu polo universitário. Pós-graduado em História e Cultura, é autor de mais dois livros: Com o véu da alegoria, cem anos de carnaval em Araçatuba (Somos, 2008) e Genílson Senche, homem de ideias e ação (Somos, 2011).

Jornalista ainda jovem, fez deste livro um manual de jornalismo, reunindo as lições do veterano José Hamilton Ribeiro em meio a pequenas e grandes histórias, todas saborosas, que fazem parte de sua longa trajetória. Aos poucos jovens que ainda sonham com uma carreira no jornalismo impresso, hoje ameaçado de morte pela concorrência digital, recomenda-se que, antes de prestar vestibular, leiam este livro. Equivale a fazer o curso de Jornalismo por inteiro.

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Adelto Gonçalves, jornalista, é doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de Gonzaga, um Poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), Barcelona Brasileira (Lisboa, Nova Arrancada, 1999; São Paulo, Publisher Brasil, 2002), Bocage – o Perfil Perdido (Lisboa, Caminho, 2003) e Tomás Antônio Gonzaga (Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2012), entre outros. E-mail: marilizadelto@uol.com.br

O sanatório geral da política

POR LUIS NASSIF

Tem-se um país pronto para alçar voo, com uma sociedade civil complexa, estrutura universitária, de pesquisas, grandes empresas, diversidade regional, mercado de capitais,  múltiplas vocações econômicas.

Mas há um vácuo político e uma imprevisibilidade total sobre os desdobramentos da crise.

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Vamos a uma análise dos principais personagens:

Fernando Henrique Cardoso – ainda é o principal mentor dos grupos de oposição. Mas seu único objetivo é a revanche com Lula. O resto – país, PSDB, aliados – que exploda.

Lula – entrou na chamada sinuca de bico. Tem que preservar Dilma e o PT, mas, ao mesmo tempo, teme afundar com ambos. Sua decantada intuição travou.

PT – desde a prisão dos principais líderes, uma militância sem comando. com os parlamentares votando sistematicamente contra bandeiras que levantou um dia. A única bandeira capaz de unir a todos é a perspectiva de um impeachment de Dilma.

PSDB –não existe mais como partido. Tem votado sistematicamente contra o rigor fiscal e contra um conjunto de leis que ele próprio patrocinou. Há um grupo com articulação com mídia e empresariado (FHC-Serra), um governador que tenta se articular, mas sem possuir familiaridade para os grandes arranjos políticos (Geraldo Alckmin) e um garotão sem noção (Aécio). Debaixo deles, um bando de tresloucados.

Aécio Neves –colocado na linha de frente por FHC para o chamado fogo de exaustão no governo Dilma desgastou-se sozinho. É figura descartável, assim que formar-se um consenso sobre os rumos da crise.

PMDB – os presidentes da Câmara e do Senado precisam acumular poder para escapar do risco de prisão. Ou sentam no trono ou vão para o calabouço. A única âncora de bom senso é o vice-presidente Michel Temer.

Grupos de mídia- a palavra de ordem é impeachment, e se colocam todos a produzir clima para tal. A ponte quebrou, exageramos, e toca a produzir artigos de bom senso relativo.  Todos disciplinadamente andando em manada ao sabor da falta de rumo.

Presidência da República –  poucas vezes na história se teve uma quadra tão medíocre e sem noção. Dilma só se valeu da palavra de presidente para defender a si própria das insinuações e dos abusos do inquérito. Não montou nenhuma estratégia consistente para poupar a economia dos reflexos da Lava Jato, nem se abriu para fora do seu gabinete, para preparar projetos minimamente articulados com a opinião pública.

Procurador Geral da República – hoje em dia, qualquer réu pode acertar contas com qualquer adversário. Basta tornar-se delator e mencionar o nome do desafeto em um interrogatório. Os bravos procuradores e delegados da Lava Jato se encarregarão de levar para a mídia. Foi necessário o Ministro Teori Zavascki chamar os procuradores à razão, para o PGR agir.

STF (Supremo Tribunal Federal) – só tem dois Ministros com coragem de investir contra as ondas: Marco Aurélio Mello, e sua tradição de remar contra a corrente; e Gilmar Mendes, e sua tradição de atuar de forma vergonhosamente partidária.

Grupos econômicos – o “road show” de Dilma nos EUA mostrou que ruim com ela, pior sem ela, péssimo com o impeachment. Mas, sem Dilma apresentar um projeto consistente, ficam ao sabor das manchetes.

Repito: quem disser que sabe o que sairá dessa miscelânea estará mentindo.

A volta do filho pródigo

Link permanente da imagem incorporada

Apresentação apoteótica de Tévez à torcida do Boca, ontem à noite, na Bombonera.