Vilhena x Remo (comentários online)

Campeonato Brasileiro da Série D 2015 

Vilhena x Remo – estádio Portal da Amazônia, em Vilhena (RO), 18h30

Na Rádio Clube, Jorge Anderson narra, Rui Guimarães comenta. Reportagens – Paulo Caxiado. Banco de Informações – Adilson Brasil e Fábio Scerni

O que aconteceu com os roqueiros dos anos 80?

Leoni (esq.) com sua antiga banda

POR PEDRO ZAMBARDA DE ARAÚJO, no DCM

O carioca Carlos Leoni Rodrigues Siqueira Júnior, conhecido somente como Leoni, tem uma carreira dedicada ao pop rock. Fundou e foi baixista e compositor do Kid Abelha entre 1981 e 1986, período em que a banda tornou-se um fenômeno, colecionando discos de ouro. É autor de todos os principais hits (“Seu Espião”, “Como Eu Quero”, “Pintura Íntima”, “Fixação”, entre outras).

Saiu depois de um desentendimento. Fundou a banda Heróis da Resistência e, desde 1993, está em carreira solo. Tem parcerias com Cazuza (“Exagerado”), Herbert Vianna, Léo Jaime, Roberto Frejat, entre outros.

Aos 53 anos, Leoni é uma exceção, uma mosca branca, entre a imensa maioria de seus colegas de geração: uma “pessoa de esquerda”, como ele se define.

Roger, do Ultraje a Rigor, e Lobão são macartistas. Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, não fala coisa com coisa, especialmente em política. João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso, repete clichês sobre “corrupção” sem parar — sempre contra o PT, naturalmente. Tony Belloto, guitarrista do que restou dos Titãs, é autor de frases originais como “é uma merda pensar como o Brasil há 30 anos ou patina, ou piora”. A lista é longa.

“Na época da ditadura, tínhamos um inimigo comum. Quando acabou, percebemos o que cada um pensava”, diz Leoni. Ele conversou com o DCM sobre música, política, seus companheiros dos anos 80 e o que Renato Russo e Cazuza estariam pensando dessa salada.

Por que a sua geração está ficando reacionária?

Não acredito que todos os músicos da minha geração tenham se tornado conservadores… Todo mundo tem direito a ter opinião. O Roger sempre foi liberal e capitalista porque ele é um defensor do livre-mercado. Ele acredita numa sociedade nos moldes da dos Estados Unidos. Por isso, não está sendo desonesto com as pessoas hoje em dia. Ele era contra a ditadura, mas sempre foi capitalista. Até “Inútil”, o hino do Ultraje a Rigor nos anos 80, era uma música que tem a cara dele, meio que menosprezando o povo brasileiro. Esse sempre foi o discurso dele.

Por nossas diferenças, eu tive vários debates com ele por email. O único problema é que ele perde a cabeça com gente que não concorda com ele e se descontrola. Ele leva para o lado pessoal. Mas, se o debate permanece no alto nível com ele, é bom.

O Lobão é mais imprevisível. E te digo o motivo: o que ele gosta é da polêmica. Eu vejo ele fazendo mais polêmica do que música hoje, sinceramente. Tem também o problema das respostas das pessoas na internet, que é um local bom para debates felizmente. Nas redes sociais, se você não concorda com alguém em algo, você é idiota e deve morrer.

Na época da ditadura, tínhamos um inimigo comum. Quando acabou, percebemos o que cada um dos músicos pensava. O Roger e o Lobão eram diferentes da esquerda, por exemplo. Tem gente que se tornou mais liberal com o tempo. Algumas pessoas acreditam mais numa democracia capitalista, com serviços públicos aqui e ali, mas com a economia privatizada funcionando. É diferente do que eu penso, porque eu quero serviços do estado que ajudem os pobres.

O rock não é, supostamente, um estilo rebelde…?

O rock, sobretudo o americano e o inglês, sempre foi mais ligado aos movimentos libertários individuais do que os coletivos. A meta da música foi te levar a usar roupas, drogas e fazer sexo da forma que você quiser, no seu individualismo. O rock foi interessante pra caramba, revolucionou os costumes, mas ele continua desligado do meio social e dos problemas coletivos. Minha postura pessoal não é essa do rock.

Uma pergunta hipotética: como seria se o Cazuza ou o Renato Russo, que foram seus amigos, estivessem vivos hoje? Teriam virado reaças também?

O Cazuza, no final da vida, teve uma preocupação política com o Brasil e fez a música “Ideologia”. Mas ele foi mais revolucionário no comportamento, ao assumir sua homossexualidade. Não sei se estaria engajado politicamente.

O Renato Russo era mais antenado com política, mas ele era melhor escrevendo letras do que agindo. Suas letras eram metafóricas. O disco V do Legião, de 91, falava sobre os problemas do governo Collor, mas sem citar ninguém diretamente. Eram letras sobre quem perdeu dinheiro com os saques da poupança na época, além dos desempregados. Acredito que o Renato faria boas músicas sobre o que está acontecendo no Brasil ultimamente.

Qual é o seu balanço sobre a política cultural do governo Dilma?

Na parte cultural dos governos do PT, o de Lula foi bem melhor que o de Dilma, com o Gilberto Gil e o Juca Ferreira no Ministério da Cultura. O Gil ampliou os investimentos no ministério. O ex-ministro abriu um diálogo como eu não tinha visto antes. Cultura não é só história, dos grandes autores, mas sim toda a criação que fazemos hoje. Veio o governo Dilma e a ministra Ana de Hollanda interrompeu os avanços do setor. Ela achava que a cultura cigital era uma “brincadeirinha” na internet, por exemplo.

De resto, acredito que o problema real dos governantes são os conchavos e as alianças ruins para se beneficiarem, prejudicando a sociedade. Esse método foi criado pelo PMDB e pelos congressistas do chamado baixo clero, que querem receber agrados.

As maiores críticas ao PT não vem da direita, mas de ex-petistas decepcionados com o governo. Eu não sei se o PT conseguiria governar sem alianças, mas as reformas precisam acontecer. Fica o aprendizado: As coisas não funcionam do jeito que gostaríamos. Os únicos dois partidos que vejo falar em reforma política são o PT e o PSOL.

Como a Internet mudou a música brasileira?

Agora a gente nunca teve tanta diversidade e riqueza musical. Até aparecer a internet, as gravadoras, que eram poucas, detinham tanto o monopólio da produção quanto o da distribuição. Não tinha como entrar em estúdio e já lançar algo. Era caro pagar produção, capa, fabricação, vinis e a distribuição física para o país inteiro, com jabá para rádios e pra todo mundo que precisasse. Se você não tinha gravadora, você estava fora do negócio.

Isso era ruim, mas não tão ruim a partir dos anos 80. A partir da minha geração, os selos independentes americanos começaram a ser vendidos para conglomerados de mídia. A Warner se transformou na Time Warner. Ocorreram várias fusões e o único interesse da indústria musical se tornou o lucro. A qualidade caiu para vender mais, e as músicas comerciais ficaram mais padronizadas. Depois da moda do rock, veio axé, lambada, pagode, sertanejo e depois até voltou o pagode.

Na era da internet, a gente pode fazer a nossa própria música. A represa das gravadoras se rompeu. Tem gente fazendo de tudo no Brasil. Cada cidade tem uma cena musical interessante e própria. Antigamente a coisa era mais concentrada no eixo Rio – São Paulo. O Brasil é grande e as pessoas sequer conhecem o mínimo. O músico de hoje também não precisa agradar muita gente, mas chamar atenção é mais difícil. Não dá pra ouvir tanta gente talentosa junto, e muitos acabam passando desapercebidos. O negócio da música pode ir mal, mas a música em si vai muito bem.

A “blackface” e a ignorância sobre o racismo

Ele

POR MARCOS SACRAMENTO

O cantor Michel Teló poderia ter evitado o mico de posar no Instagram com o rosto pintado de preto se o assunto “racismo” estivesse mais presente nas suas conversas do dia a dia. Teló e boa parte dos seus fãs não sabia que o ato de passar tinta preta no rosto, chamado de blackface, surgiu no século XIX nos Estados Unidos como uma forma de ridicularizar os negros em espetáculos de humor.

No país com maior número de negros fora da África, o mito da mestiçagem foi introduzido na mentalidade nacional com tanta competência que ainda hoje pessoas acreditam que episódios de discriminação racial não passam de mal-entendidos e acusam de vitimismo as reivindicações por ações afirmativas.

Teló, aparentemente, não faz parte desse grupo. No postagem no Facebook onde pede desculpas pelo blackface, ele reconhece que existe discriminação por aqui. “No anseio de me expressar contra o racismo, um assunto infelizmente ainda tão presente nas nossas vidas, acabei me envolvendo em uma corrente do Instagram, fazendo uma foto que, prá mim, era sinônimo de igualdade”.

A boa intenção se esfarelou por causa das críticas, obrigando Teló a apagar o post do Instagram horas depois. “Acredito que alguns conheçam o “black face”, mas acredito também que a maioria, assim como eu, não tinha conhecimento”, escreveu mais tarde no mea-culpa.

Um dos internautas que criticaram o cantor resumiu a polêmica com precisão: “O Michel Teló representa o brasileiro médio que nem sabe o que é blackface”.

O comentário me fez lembrar da palestra da executiva Mellody Hobson no TED, citada em outros artigos que escrevi no DCM. Ela defende a ideia de que uma das formas de combater o racismo é discutir o tema nos mais diversos espaços de convivência, postura que ela chama de “valente à cor”, em oposição à tendência de não observar as diferenças raciais, chamada por ela de “cegueira à cor”.

“Acho que é a hora de nos sentirmos confortáveis com a conversa desconfortável sobre raça: branco, negro, asiático, hispânico, homem, mulher, todos nós, se realmente acreditamos em direitos iguais e oportunidades igualitárias na América, acho que devemos ter conversas reais sobre esse assunto. Não podemos nos dar ao luxo de sermos cegos à cor. Temos que ser valentes à cor. Temos que estar dispostos, como professores e pais, e empreendedores e cientistas, temos que estar abertos a conversas proativas sobre raça, com honestidade, compreensão e coragem, não porque é a coisa certa a se fazer, mas porque é a coisa esperta a se fazer”, disse Hobson.

Ser “valente à cor” é simplesmente uma mudança de postura. Significa sair do senso comum, questionar o status quo e encarar a diversidade de frente. A valentia à cor não faria Teló e outros brasileiros médios pesquisar no Google sobre estereótipos raciais, mas poderia deixá-los atentos a notícias como o da peça “A Mulher do Trem”, suspensa por causa do uso de blackface para representar um personagem negro.

Da mesma forma, a valentia à cor não livraria o jogador Daniel Alves das bananas atiradas por racistas, mas nos pouparia do equivocada campanha “Somos Todos Macacos” criada no rastro da ofensa.

Pelo menos o mico de Teló teve uma função pedagógica e serviu para divulgar o conceito de blackface. Daqui pra frente as pessoas vão pensar melhor antes passar tinta preta no rosto e posar em solidariedade à causa negra. Mas para isso precisarão ser valentes à cor.

Tucanos já não escondem defesa do golpe

POR MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND

Em um regime democrático, faz parte do jogo político a existência da oposição. Mas, neste momento no Brasil, a oposição, capitaneada pelo PSDB, não segue esse preceito. Isso ficou claro nos discursos da convenção que reelegeu o senador Aécio Neves Cunha como presidente do partido.

Os diversos oradores, entre os quais o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o próprio Aécio Neves Cunha, pregaram o golpe abertamente.

O primeiro ao afirmar que o PSDB está pronto para assumir o governo, enquanto o candidato derrotado na última eleição presidencial comentava que a presidenta Dilma dificilmente completará o mandato de quatro anos para o qual foi eleita.

Ficou evidente que os dois discursos se complementavam. Aécio Neves Cunha, pregando o fim do governo, e FHC enfatizando que o PSDB está pronto e preparado para assumir o governo.

Aécio é Cunha

Vale assinalar que o presidente reeleito do PSDB omite deliberadamente o seu verdadeiro sobrenome, Cunha, que remete ao pai, Aécio Cunha. Ele foi deputado da Arena, o partido apoiador dos governos ditatoriais. Foi um dos defensores da derrubada do presidente João Goulart em abril de 1964, o que levou o Brasil a atravessar uma longa noite escura.

Coincidência ou não, no mesmo domingo da realização da convenção tucana, dois colunistas de O Globo, Élio Gaspari e Merval Pereira, pregavam também o fim do mandato da presidenta.

Gaspari, repetindo a fala de Aécio Neves Cunha na convenção do PSDB, questionava várias vezes se Dilma Rousseff completaria o mandato.

Já Pereira procurava convencer seus leitores que ela não vai resistir por muito tempo, pois, para o colunista, o governo chegou ao fim.

As demais mídias hegemônicas repetem diariamente agressões verbais contra o governo, inclusive multiplicando o grau da crise que assola o país e diversos outros em várias partes do mundo capitalista.

Defesa da legalidade

É mais do que provável que o PSDB e outros partidos de direita vão tentar intensificar a pregação golpista com o apoio da mídia conservadora.

Diante desse quadro, só resta aos setores verdadeiramente democráticos deixarem de lado eventuais divergências, secundárias nesta hora, e se unirem na defesa incondicional da legalidade. Uma unidade necessária para evitar o retrocesso que representaria mais uma vez a quebra da ordem constitucional.

*Mário Augusto Jakobskind é jornalista e integra o conselho Editorial do Brasil de Fato RJ

Campeonato Brasileiro da Série B – Classificação

P J V E D GP gp
1 Botafogo 24 12 7 3 2 21 8 66.0
2 América-MG 24 12 7 3 2 18 10 66.0
3 Bahia 24 12 7 3 2 15 8 66.0
4 Náutico 24 12 7 3 2 18 12 66.0
5 Vitória 23 12 7 2 3 19 11 63.0
6 Paysandu 22 12 7 1 4 14 10 61.0
7 Sampaio Corrêa 21 12 6 3 3 19 13 58.0
8 Macaé 21 12 6 3 3 23 19 58.0
9 Bragantino 16 12 5 1 6 15 17 44.0
10 ABC 16 12 4 4 4 13 14 44.0
11 CRB 15 12 4 3 5 13 14 41.0
12 Santa Cruz 15 12 4 3 5 17 19 41.0
13 Criciúma 15 12 4 3 5 10 16 41.0
14 Oeste 13 12 4 1 7 11 17 36.0
15 Luverdense 12 12 3 3 6 10 12 33.0
16 Paraná 12 12 3 3 6 10 14 33.0
17 Boa Esporte 11 12 2 5 5 9 11 30.0
18 Atlético-GO 9 12 2 3 7 7 14 25.0
19 Ceará 7 12 1 4 7 9 19 19.0
20 Mogi Mirim 7 12 1 4 7 9 22 19.

O passado é uma parada…

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Albert Camus, 1957.

Hora do renascimento

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo batalhou muito para estar presente no Brasileiro da Série D. Venceu o Campeonato Paraense quando todos apostavam que iria fracassar e se preparou, aos solavancos, para se fazer representar dignamente na competição nacional.

Pois chegou o grande dia.

Contra o Vilhena, em Rondônia, o time estreia neste domingo cercado de expectativa. O período de preparação esteve longe de ser o ideal, consistindo rigorosamente de uma partida, disputada no domingo passado em Macapá contra adversário semi-amador.

Apesar disso, o técnico Cacaio conseguiu acrescentar bons valores à base do Parazão, formando um time competitivo para encarar a fase regionalizada do torneio. Chegaram Fernando Henrique para o gol, Juninho e Chicão para o meio-de-campo, Henrique para a zaga, Aleílson e Léo Paraíba para o ataque.

Em condições normais, é uma equipe capaz de superar os adversários nortistas, com uma ou outra dificuldade. O Vilhena, por tudo que se sabe do time rondoniense, não é está entre os favoritos à classificação no grupo.

Como joga em seus domínios, impõe algum respeito, mas não há dúvida que o Remo tem condições de brigar pela vitória.

Os treinos finais indicam que Cacaio conseguiu achar um jeito de botar Chicão na meia-cancha, ao lado de Ilaílson, Juninho e Eduardo Ramos. Mantém Ilaílson na proteção à zaga, tendo Chicão como segundo volante e ponte de ligação com os meias. É uma boa estratégia, capaz de garantir posse de bola e domínio de jogo ao Leão.

Acima de tudo, Cacaio é o principal nome deste Remo em busca de dias melhores em competições nacionais. Dependerá muito de seu comando sobre os jogadores, impecável até aqui, o sucesso da campanha. Isto se problemas extracampo não comprometerem o planejamento.

Num torneio que começa a pegar fogo a partir da segunda fase, é natural incluir o Remo – pela história, tradição e torcida – entre os favoritos ao acesso. Ao lado do bicampeão paraense, 11 outras equipes podem ser alinhadas como candidatas a subir para a Série C: Red Bull (SP), Botafogo de Ribeirão Preto, Metropolitano (SC), São Caetano (SP), Gama (DF), Caldense (MG), Internacional de Lajes (SC), Duque de Caxias (RJ), Vila Nova (MG), Nacional (AM) e River (PI).

O detalhe fundamental é que nenhum desses times – independentemente dos recursos e reforços que tiver – conta com uma torcida tão apaixonada e numerosa quanto a que o Remo arrasta atrás de si. E isto faz uma enorme diferença.

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A bola pune os perdulários

Quando Misael gingou na área e sofreu o pênalti aos 44 minutos do segundo tempo, ninguém mais duvidava que o Papão estava prestes a obter nova e importante vitória longe de seus domínios. Com confiança, o próprio Misael pegou a bola e partiu para a cobrança. O chute saiu fraco, no meio do gol e facilitou a defesa do goleiro Rafael.

Além da frustração por deixar escapar a vitória, o time passaria dois minutos depois por um trauma pior ainda: em cobrança de falta, a bola sobrou para Pipico dentro da área finalizar e liquidar a fatura. Uma vitória arrancada nos instantes finais, fazendo o Macaé ressuscitar no jogo de maneira triunfal.

Do lado paraense, a decepção pela derrota nos estertores da partida, uma das mais cruéis formas de perder um jogo. O Papão segue com 22 pontos e, dependendo dos desdobramentos da rodada, poderia até permanecer na vice-liderança, mas o travo amargo de fel – com bem definiu Guilherme Guerreiro na transmissão da Rádio Clube – ainda vai perdurar por algum tempo no coração do torcedor.

O que torna particularmente difícil aceitar o revés foi a maneira como ocorreu, nos últimos minutos e depois de o Papão ter desfrutado de várias oportunidades de consolidar a vitória. Ainda no primeiro tempo, depois do gol de Gualberto, aos 10 minutos, o placar poderia ter sido ampliado por Souza, que desperdiçou três chances, e Aylon, duas chances.

A rigor, o Macaé só chegou de verdade aos 39 minutos em boa arrancada de Marquinho, cuja finalização foi desviada pelo goleiro Ivan.

Na etapa final, logo aos 5 minutos, o mesmo Marquinho não deixaria passar a oportunidade. Encaixou um tiro de 25 metros, na gaveta direita de Ivan, batendo de canhota. Um golaço. Daí por diante, o jogo ficou aberto. O Papão trocou Capanema por Augusto Recife; Carlinhos, cansado, por Carlos Alberto e Souza por Misael. O meio-campo ficou mais leve e dinâmico, o ataque ganhou em velocidade.

E foi em jogada rápida de Carlos Alberto pela esquerda que o Macaé perdeu o zagueiro Filipe, expulso por derrubar o armador com violência. Alguns minutos depois, aproveitando o buraco na defensiva adversária, Misael invadiu a área e foi derrubado. A partir daí, tudo que era favorável se voltou contra o Papão, como naqueles enredos de filmes de suspense.

Como não adianta chorar o leite derramado, cabe observar os problemas mostrados pela equipe, principalmente quanto à lentidão ofensiva provocada pela presença de Souza e a necessidade de marcação mais eficiente à frente dos zagueiros, talvez com entrada de Recife para colaborar com Capanema e Fahel. O lépido Edinho jogou bem por ali, mas só cresceu mesmo no jogo quando passou a correr pela ponta-direita. São observações que Dado Cavalcanti deverá levar em conta para o próximo confronto, contra o Sampaio, no sábado que vem. Antes, encara o Bahia pela Copa do Brasil.

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Bola na Torre

Giuseppe Tommaso comanda o programa. Saulo Zaire, Valmir Rodrigues e este escriba de Baião completam a bancada. Em discussão, a rodada do fim de semana para os clubes paraenses. Começa por volta de 00h10, logo depois do Pânico na Band.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 12)