A frase do dia

“Minha inspiração é o Daniel Alves, que está na seleção. Me espelho muito nele para que um dia possa chegar onde está. Ele é meu maior ídolo. Por ser da mesma posição, tenho ele como exemplo. Todos sonham em um dia vestir a camisa da seleção, e comigo não é diferente. Estou trabalhando para isso acontecer um dia e para que eu aproveite a oportunidade que, se vier, ficarei muito feliz”.

Pikachu, em entrevista ao site da Gazeta Esportiva

A “loucura” premiada

POR GERSON NOGUEIRA

Lionel Messi segue em dívida com sua seleção em jornadas decisivas. Ganha tudo pelo Barcelona, mas pela Argentina naufraga sempre. Ainda assim, pode-se dizer que o país de Evita, Che e Gardel também sai vencedor desta Copa América. Por um motivo simples e marcante: os quatro primeiros colocados são treinados por argentinos. Não é pouca coisa. Isto tem nome e significado: hegemonia.

E o mais importante é o fato de que os técnicos representam uma mesma escola de jogar futebol, são fiéis aos mesmos princípios básicos. Jorge Sampaoli, campeão com o Chile; Gerardo (Tata) Martino, vice-campeão; Ricardo Gareca, terceiro com o Peru; e Ramón Diaz, técnico do Paraguai, quarto colocado. E ainda tem Jose Pekerman, da Colômbia.

Importante: os times citados jogam à maneira argentina. Valorizam o toque de bola, até mesmo quando os jogadores são botinudos e mais rudes, como os paraguaios. Peruanos, colombianos e chilenos aprenderam a reproduzir bem os ensinamentos.

Jorge Sampaoli, que aplicou um tremendo nó tático em Martino na decisão de sábado, é o mais fiel à tradição argentina, daí ter sido ter sido bem sucedido, superando a própria seleção do país gerador de conhecimento.

Aqui cabe abrir espaço para o pai de tudo isso.

O Chile mostra evolução desde os tempos em que era comandado por Marcelo Bielsa. Os resultados do trabalho desenvolvido por ele entre 2007 e 2011 se refletiram na Copa do Mundo do ano passado no Brasil. O triunfo continental foi uma espécie de coroação de tudo isso.

Sob a batuta de Sampaoli, os chilenos jogam como Bielsa sempre propôs. Tocando muito a bola, controlando o jogo com habilidade e atacando com um destemor que o Chile nunca teve em sua história. Humilde, Sampaoli sempre cita Bielsa como mentor, admitindo que até hoje revisita palestras e preleções do mestre.

Com um pouco mais de observação é possível ver também recortes do pensamento de Bielsa no próprio selecionado argentino, pois Martino é também um aplicado discípulo seu.

Não por acaso, Sampaoli e Martino são definidos como os mais aplicados seguidores de El Loco, tendo o segundo jogado sob o seu comando no Newell’s Old Boys. E aí cabe entender melhor o papel de Bielsa nessa história toda. Foi com ele, não sem alguma dor, que a Argentina rompeu finalmente com as propostas antagônicas de Menotti e Bilardo.

Menotti, campeão em 1978, era dado a inovações. Bilardo, vencedor em 1986, ficou famoso pelo conservadorismo, tendo a ventura de contar com o gênio Maradona em sua seleção.

Quem acompanha a trajetória de Bielsa sabe que ele sempre cultivou o princípio da intensidade, tão em voga hoje que até o ‘pofexô’ Luxemburgo anda repetindo o mantra a cada nova entrevista. Seus times se caracterizam pela aproximação constante entre setores, movimentando-se sempre no sentido de reter a bola.

Na final da Copa América foi possível visualizar nos dois lados tais características de estilo. Sampaoli reproduz com mais fidelidade o que Bielsa prega. Ao contrário do colega e compatriota Martino, faz seu time girar o tempo todo, permitindo que até homens de criação – como Valdívia – se prontifiquem a marcar e participar da luta pela posse da bola.

Se Bielsa não conseguiu levantar taças como técnico da Argentina e do Chile, falhando na junção entre teoria e resultado, o triunfo de agora lhe faz justiça. Rígido e inflexível em suas convicções, ele não é propriamente uma figura fácil, mas ninguém poderá lhe negar competência.

O fato é que poucas vezes no futebol sul-americano se viu uma filosofia de jogo ser defendida em campo por seleções tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas. O temperamental e muitas vezes incompreendido Bielsa não podia ter recebido homenagem melhor.

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Águia tropeça de novo em casa

A não ser que um milagre aconteça, o Águia dificilmente escapará do rebaixamento. Sem vencer ainda na Série C, o time marabaense foi derrotado dentro de casa, na tarde de domingo, pelo ASA alagoano. O conhecido Didira mandou no jogo, principalmente no primeiro tempo. Ele próprio abriu o marcador logo no começo da partida. A tranquilidade dos visitantes era tão grande no Zinho Oliveira que antes de terminar o primeiro tempo Lucas ampliou para 2 a 0.

O Águia descontou ainda na primeira etapa graças a um penal sofrido por Lineker e convertido por Flamel. Novamente, o time teve todo o segundo tempo (como no jogo passado) para tentar reverter, mas acabou aceitando o resultado, incapaz de criar as oportunidades para chegar pelo menos ao empate.

Lineker, além da jogada do pênalti, apareceu bem como ala pela esquerda do ataque e também como articulador de jogadas.  Isso, porém, não foi suficiente para mudar os rumos da partida.

Com quatro pontos ganhos, o Águia enfrenta o lanter Icasa no sábado que vem. É a chance de pelo menos conquistar a primeira vitória na competição.

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Leão vence o último amistoso

No terceiro e derradeiro teste para a Série D, o Remo foi a Macapá e derrotou o Ipiranga, ontem à noite. O gol foi do zagueiro Henrique já no segundo tempo. Cacaio teve a chance de observar bem o grupo de jogadores e deve ter ficado especialmente satisfeito com a atuação de Chicão ao lado de Eduardo Ramos no meio-de-campo.

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Direto de Atenas

“A Grécia mostrou que a democracia não pode ser chantageada”.

A frase de Tsipras é sobre o plebiscito grego, mas serve (e como) para o Brasil.