Leão faz parceria com Prefeitura de Paragominas

Foi fechada, esta semana, uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Paragominas, representantes do empresariado local e  o Clube do Remo, para estreitar os laços entre a cidade e a torcida do time. O acordo garante ao Remo a realização de três jogos da Série D no estádio local, a Arena Verde, em cumprimento à punição definida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que permite que os azulinos mandem os jogos exclusivamente a uma distância de no mínimo 100 km de Belém, com os portões abertos. Ficou acordado que as partidas contra Rio Branco (19/07), Náutico-RR (02/08) e Nacional-AM (23/08), pela 2ª, 4ª e 7ª rodadas do Brasileiro, serão sediadas em Paragominas.

A união é muito satisfatória para ambas as partes, pois existe todo um suporte de logística que a Prefeitura Municipal de Paragominas está oferecendo para que, não só clube, mas os torcedores, também, sejam beneficiados nesta empreitada. Hotéis, postos de gasolina e restaurantes entraram juntos na parceria e, de acordo com o secretário municipal Raphael Vale, tudo está sendo colocado à disposição para que torcedores de outras localidades vejam vantagens em seguir rumo à cidade.

O estímulo ao comércio e ao turismo local é o principal interesse do município, já que são esperados no mínimo 3 mil torcedores de outras localidades para cada partida. O fato de o Clube do Remo estar protocolando junto à CBF um pedido de antecipação de datas também ajuda bastante no alcance dos objetivos da gestão municipal. A proposta da Prefeitura é   que os jogos, que caem todos no domingo, sejam antecipados para os sábados, facilitando a chegada e o retorno dos torcedores de outras cidades. (Da Agência Eko) 

Galeria do rock

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Jimi Hendrix. Woodstock, 1969.

O problema é o Eduardo Cunha? Não, é a classe dominante antidemocrática, estúpido!

POR RONALDO PAGOTTO, especial para o blog O Escrevinhador

Um raio num céu azul. Com essa expressão, Marx ironizava o ataque dos bonapartistas à Assembleia Nacional francesa, criticando a leitura de muitos de que era uma surpresa tamanha, como algo inexplicável caindo do céu.

Os setores progressistas amanheceram nesta quinta-feira com o sabor da derrota. Em mais uma manobra regimental, a Câmara aprovou a redução da maioridade penal, com a reapreciação de uma matéria vencida na noite anterior.

A aprovação atenta contra a Constituição Federal e contra o regimento da Câmara. Já seria espantoso se fosse às escuras, em um pequeno grêmio estudantil ou em um sindicato. No entanto, foi na Casa do Povo, responsável por aprovar as leis, sob o olhar cúmplice de uma horda de deputados, que em nome da democracia, da vida e até de Deus atentaram contra a democracia, a vida e as forças divinas.

Atentar contra a democracia é um método

No entanto, não se trata de um “raio em céu azul”. O mestre Florestan Fernandes – que no próximo 10 de agosto completa 20 anos que nos deixou – estudou com profundidade a sociedade brasileira e afirmava que “as classes dominantes brasileiras são antidemocráticas”. Aplaudiram o golpe contra o país em 31 de março de 1964, brindaram as ditaduras latinas, babaram quando os EUA patrocinaram contrarrevoluções na América Latina e Caribe… Atualmente, reclamam dos direitos das domésticas, não aceitam a lei que confisca terras com trabalho escravo, atacam programas como o Bolsa Família e Mais Médicos, condenam as cotas étnicas.

O mestre Florestan afirmava ainda que essa pequena parte do Brasil não é apenas antidemocrática como também antipopular. Não suportam compartilhar o mesmo avião, os mesmos perfumes, frequentar os mesmos restaurantes ou disputar um lugar na praia. Muito menos ter que negociar salários e respeitar regras, ainda que mínimas. Esse não é o Brasil que as classes dominantes construíram, que era para ser para poucos, embora edificado por muitos.

O episódio dessa semana, marcado pelo desrespeito a leis e regras estabelecidas, é algo regular e comum no nosso país. A democracia brasileira, com muitas fragilidades e defeitos estruturais de forma e conteúdo, é insuportável para a classe dominante.

Por isso, não é possível resumir os absurdos que começaram na quarta e terminaram na madrugada de quinta como algo surpreendente, tampouco oriundo de uma mente demoníaca na cabeça de Eduardo Cunha. Não que não tivéssemos que nos indignar ou que o Cunha não fosse uma mente demoníaca. No entanto, se trata de um fenômeno regular e que se intensifica nesses tempos de acirramento político.

Uma grande liderança dos idos do século 20 já dizia que legalidade e democracia são insuportáveis pelas classes dominantes, que permanentemente atentam ambas. Esse episódio deixa uma lição para as forças democráticas e populares, que é aprender a lidar com essas situações e a não confiar que legalidade e democracia são conquistas permanentes. Diante dessas forças, é preciso estar sempre preparados para os golpes e retrocessos. Desconfiem da legalidade, dizia Vladimir Lenin.

A opinião publicada não é opinião pública!

As maiores barbaridades humanas foram feitas precedidas de um intenso processo de convencimento. O casamento do sistema de rádio e TV com monopólio resulta em uma combinação explosiva na perspectiva da manipulação de massas, provavelmente sem comparação histórica.

Dentre tantos exemplos de barbaridades com forte trabalho de manipulação, dois casos são célebres. O primeiro aconteceu na Itália, em 1922, quando grande parte do povo apoiou e marchou sobre Roma, com os camisas negras. O segundo foi o nazismo, os campos de trabalho e extermínio na Alemanha. Ambos contaram com forte trabalho de convencimento, assim como os golpes militares. Esse processo deságua também em casos miúdos, como os linchamentos crescentes no nosso país e a construção de um clamor punitivo em expansão.

A grande mídia brasileira cria o clima de “Brasil, o país da impunidade” desde muito tempo. Casos e mais casos de violência construíram um espetáculo para justificar a volta do “dente por dente, olho por olho” de quase quatro mil anos atrás. Vale lembrar que os países que praticam uma punitividade excessiva contam com o apoio de grande parte do povo, conquistado pelo trabalho eficiente da manipulação cotidiana. Em alguns casos, as punições são assistidas em estádios lotados e sob forte aplauso. Há quem assista comendo pipocas.

Programas de Datenas, Wagneres Montes, Marcelos Rezendes e outros têm uma mensagem, reproduzida diariamente: o problema do Brasil é a falta de punição, o Estado não faz nada… Esse estímulo obtém a resposta desejada: repressão, endurecimento das leis, punição e justiça pelas próprias mãos…

As pesquisas são meros instrumentos que induzem a opinião do entrevistado. É comum mostrarem dois ou três casos de violência chocantes e, em seguida, perguntarem se o cidadão concordaria com a impunidade ou se acha que os criminosos deveriam ficar impunes, um mito quando se trata de adolescentes. As respostas induzidas não decepcionam Hitler, Mussolini, Franco, Salazar e tantos outros.

Alguém falou em segurança pública?

A manipulação da opinião depende não só da construção de um método que induza o cidadão a responder conforme se espera. É preciso também abordar o tema com um enfoque que retire a historicidade, o caráter classista e a situação concreta.

Três questões são indissociáveis quando o assunto é segurança pública.

A primeira é a fragmentação da polícia, entre as polícias e entre os estados, além da manutenção da Polícia Militar, uma herança da ditadura militar de 1964/85.

A segunda questão está relacionada à Polícia Militar, que em todos os estados é formada por agentes envolvidos com a criminalidade, muitos em grupos de extermínio e que não conhecem julgamentos sérios e punições efetivas. “Homicidas” são tirados das ruas por alguns meses, enquanto outros se tornam vereadores, deputados, senadores, prefeitos. Essa herança da ditadura precisa ser extinta.

A terceira questão é que temos um dos sistemas de apuração/investigação mais atrasados dos países latinos e do mundo. O braço investigativo, a Polícia Civil, apura menos de 10% dos crimes contra a vida no Estado de São Paulo. Ou seja, nove em cada 10 homicidas estão impunes. Seus agentes não dispõem sequer de tecnologias de meados do século passado, como a identificação datiloscopia (impressão digital) até hoje. A tecnologia para a cena de um crime ser periciada para encontrar digitais e descobrir a autoria, como os filmes retratam, ainda não chegou ao Estado mais rico e punitivo do País.

A vitória na votação da redução da maioridade é apenas mais um exemplo e identifica 323 parlamentares que anuíram com o golpe contra o regimento e a Constituição Federal. Ou seja, não são simples “votantes”, mas coadjuvantes em mais uma farsa. Farsa que não suporta um singelo exame legal e que será derrotada por todos os setores que lutam por mais democracia política, cultural e econômica.

O golpe é contra o povo, a democracia e contra a vida. E não passará. As forças antidemocráticas, antinacionais e antipopulares são inconsequentes. Ganham quando o povo perde e, com isso, ajudam a despertar a reação de amplas camadas que não aceitarão esses retrocessos. As ruas responderão a essa ofensiva conservadora com unidade e luta. Eduardo Cunha e a horda conservadora ganharam uma batalha no tapetão, mas a luta não cessará.

*Advogado e militante da Consulta Popular em São Paulo.

Blindado, Cunha age como se fosse inatacável

Pode tudo

POR PAULO NOGUEIRA, no DCM

Vamos voltar alguns meses.

Eduardo Cunha apareceu na célebre Lista de Janot.

Depoimentos de gente como o doleiro Youssef – um homem absolutamente acreditado pela mídia quando cita o PT e ignorado quando fala em amigos do barões da imprensa – colocaram Cunha numa situação insustentável.

Cunha, numa palavra, achacou.

Uma empresa que regularmente fornecia propina para ele e seu partido, a Mitsui, fechou a torneira.

Youssef disse que, diante disso, Cunha em retaliação mandou uma Comissão no Congresso fazer uma devassa completa na Mitsui.

Repito: a isso se dá o nome pouco edificante, mas certeiro, de achaque.

Não ficou apenas no plano das palavras. Documentos que vazaram mostram que, de fato, aliados de Cunha fizeram “pressão pública” – a expressão é do insuspeito Globo – sobre a Mitsui.

Isto foi em março.

Era presumível que Cunha enfrentasse algum tipo de problema por conta das revelações.

Imagine que ele fosse do PT.

Quantos repórteres estariam envolvidos na investigação do caso? Que espaço a mídia dedicaria ao assunto? Como o Jornal Nacional e a Veja se comportariam?

E a Polícia Federal: quantos vazamentos ela deixaria escapar? E a Justiça, o que faria?

Mas acontece que Cunha é inimigo do PT, o que lhe dá imunidade para cometer qualquer delinquência.

É neste quadro que, num momento em que Cunha deveria estar comprando livros para uma provável temporada na cadeia, ele faz o que quer no Congresso.

Fez uma gambiarra indecente na questão do financiamento privado de campanhas, há pouco tempo, e agora repetiu a trapaça no caso da maioridade penal.

Eduardo Cunha deveria estar brutalmente acossado. Em vez disso, ele acossa – a decência, as regras, tudo.

Até Joaquim Barbosa se escandalizou.

“Matéria constante de proposta de emenda rejeitada (…) NÃO pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”, escreveu JB no Twitter.

(Um internauta, daqueles que tratavam JB como herói, comentou o seguinte neste tuíte: “Cala a boca … SEU DEFENSOR DE BANDIDO”. Barbosa está vendo agora o tipo animalesco de admiradores que construiu com seu comportamento no Mensalão.)

Emergiram denúncias vergonhosas. Um deputado federal que trocou de voto em 24 horas afirmou que ameaçaram mandar “bandidos de 16 e 17 anos” para sua casa.

Algum repórter vai levar essa denúncia adiante? Ora, quem acredita nisso acredita em tudo.

Quem melhor resumiu a esdrúxula situação de Eduardo Cunha foi Luciana Genro.

Também no Twitter, ao comentar o golpe aplicado na questão da maioridade, ela colocou o seguinte: “Cunha criminaliza a juventude para que esqueçam os crimes dele (…). Quer jogar os jovens na cadeia enquanto ele tenta escapar.”

Seria uma definição perfeita não fosse um detalhe.

Para pessoas com o perfil de Cunha, defensores da plutocracia em quaisquer circunstâncias, cadeia simplesmente não existe.

Sozinho, Palmeiras fatura mais que Fla e Timão

DA ESPN

As pesquisas dizem que a torcida do Palmeiras não é a maior do Brasil. Mas, no Brasileiro-2015, nenhum clube fatura tanto como o alviverde paulista. Em seis partidas no Allianz Parque, o clube arrecadou mais que a soma dos 13 jogos como mandantes de Flamengo, Corinthians e São Paulo, time mais populares do país, segundo levantamento do Lance!-Ibope de 2014.

Sozinhos, os palestrinos arrecadaram R$ 12,06 milhões com os seis jogos realizados em seus domínios, ante Atlético-MG, Goiás, Internacional, Fluminense, São Paulo e Chapecoense, este na última quarta-feira, segundo números do site Footstats.

Se juntarmos as rendas somadas dos quatro duelos do Flamengo no Maracanã (R$ 4,13 milhões, contra Sport, Fluminense, Chapecoense e Atlético-MG), do Corinthians na Arena (R$ 5,02 milhões, diante de Chapecoense, Palmeiras, Internacional e Figueirense – o primeiro em Araraquara e os restantes na Arena) e as dos cinco do São Paulo no Morumbi (R$ 2,5 milhões, ante Flamengo, Joinville, Santos, Grêmio e Avaí, no Morumbi), o número chega a R$ 11,7 milhões, R$ 344,7 mil a menos.

Ativista de direita se infiltra na comitiva presidencial

POR IRAM ALFAIA

Os fascistas que possuem perfis na rede social passaram do limite. Infiltrado na comitiva da presidente Dilma Rousseff que foi à Flórida (EUA), o ativista de direita Igor Gilly Teles passou a insultar a presidente de ladra, assassina, terrorista e comunista de me…. Uma atitude que fere frontalmente nossos preceitos democráticos.
O Ignóbil jovem, que aparece na foto acima ao lado de ninguém menos que o deputado Bolsonaro, não fez um simples protesto. Ele invadiu um espaço para cometer no mínimo um crime contra a honra da principal mandatária do país, tipificado no código penal como calúnia, injúria e difamação.
Com essa atitude fascista,  ele pode até responder por outros crimes, além de ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional por ter colocado em risco a integridade física da presidente. Premeditadamente, ele filmou tudo e colocou há pouco no seu perfil do facebook. Material comprometedor e que já pode ser utilizado pelo Ministério Público Federal (MPF) como instrumento necessário para uma futura ação.

Negócios da China

POR GERSON NOGUEIRA

Robinho deixa o litoral santista e dá uma guinada de 180 graus para ganhar fantásticos R$ 3,8 milhões mensais no generoso futebol da China. O Barcelona oferece 80 milhões de euros pelo novato Pogba, jogador mais assediado na janela europeia. O Liverpool se arrisca a pagar R$ 140 milhões para ter Roberto Firmino. O Bayern de Munique abre a carteira por um valor quase igual para contratar Douglas Costa. O Milan anuncia a aquisição do brasileiro Luiz Antonio por outro pequeno container de grana. Oscar deve deixar o Chelsea e migrar para a Velha Bota, também a peso de ouro.

Exemplos milionários que vêm confirmar a maluquice que toma conta do futebol mundial, cada vez mais guiado pelos investidores e por dirigentes que parecem não enxergar que os custos estão chegando a níveis estratosféricos, que logo serão impossíveis de bancar.

A ciranda internacional em torno de jovens atletas, alguns de talento duvidoso ou ainda por se consolidar (como Pogba e Firmino), afeta diretamente o trôpego mercado nacional da bola, onde os clubes continuam a vender o almoço para comprar a jantar, mas fazem pose de endinheirados.

É previsível que quando a corda se romper lá na Europa a coisa certamente desaguará por aqui, com consequências imprevisíveis. O Real Madri, de tantas contratações vultosas, parece estrategicamente moderado neste meio de temporada. Não anunciou nenhuma contratação de peso, nem mesmo se atreveu a entrar no leilão por Pogba, talvez esperando o momento certo para dar o bote.

Assusta a volúpia com o que os clubes europeus se movimentam, ávidos por novidades e aparentemente preocupados em não perder nenhuma corrida para os rivais, encaminha o mundo da bola para rumos incertos.

Assusta mais ainda a maneira caótica e claramente amadora com que os clubes brasileiros se comportam, quase todos, no processo de formação e negociação de atletas. Raramente as transações resultam em faturamento usado com sabedoria, com reinvestimento no próprio clube e nas sempre menosprezadas divisões de base.

O São Paulo, modelo de gestão há até alguns anos, torna-se refém das mesmas mazelas dos demais clubes. Enredado em dívidas com atletas, sem o planejamento adequado para a temporada deficitária que se desenha.

Ao mesmo tempo, alguns outros gigantes do futebol no Brasil se aventuram em contratações perdulárias e de alto risco. O Palmeiras contrata um jogador a cada semana, às vezes dois. Mesmo tendo acabado de inaugurar um estádio caríssimo, que mobilizou milhões de reais, o clube abraça o plano kamikaze de voltar a vencer a qualquer custo.

O Corinthians, que fez o mesmo há dois anos, agora arca com o repiquete. Sem dinheiro em caixa, comemora a construção de um estádio igualmente moderno, mas é obrigado a tirar o pé do acelerador quanto a investimentos no futebol.

Os clubes do Rio, bem, são os clubes do Rio. O Flamengo deu indícios de que iria trabalhar com austeridade, mas aos poucos afrouxa os laços e desanda a contratar. Pagar R$ 600 mil de salários a um atleta no Brasil é prova mais do que eloquente de insanidade. Pois o rubro-negro do Rio acaba de firmar isso com o peruano Guerrero e ainda sonha com Valdívia.

Cruzeiro e Atlético, curiosamente, vivem situação menos angustiante. Devem muito também, mas acumulam excelentes desempenhos em campo nos últimos três anos. O Cruzeiro efetuou um desmanche no final de 2014 e se prepara para um ano sabático. O Galo desistiu de loucuras desde que Ronaldinho Gaúcho passou por lá.

A gastança generalizada, aqui e no mundo, suscita uma velha indagação: ao fim e ao cabo, quem vai pagar toda essa conta?

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Do lado direito da rua direita

O Papão lidera a Série B, empreende uma campanha surpreendente, celebrada por todos. Está em lua-de-mel com seu torcedor. A trajetória é tão positiva que muitas vezes inibe críticas ao time ou ao sistema de jogo. Mas não existem equipes perfeitas e criticar é o papel do analista esportivo.

O lado direito, razão maior das preocupações do técnico Dado Cavalcanti, como já havia sido de seu antecessor Mazola Jr., segue inquietando a todos na Curuzu.

Curioso é que por ali trafega também o maior talento do time. Pikachu, lateral-direito de origem, principal jogador e um dos goleadores do Papão. Titular absoluto e inquestionável. Sob suas costas, porém, floresce uma imensa avenida que os adversários já mapearam e procuram explorar.

Mesmo o confuso Atlético-GO, adversário de terça-feira, tentou se dar bem investindo por ali. Forçou ataques seguidos e quase conseguiu chegar ao gol no primeiro tempo. Antes, o Vitória também buscou atalhos no finalzinho da partida, criando bastante desassossego.

O jogador que tem funcionado como escolta de Pikachu é Jonathan, mas nem sempre este se mantém de guarda quando é necessário. Mas antes de fazer qualquer juízo a respeito, cabe observar que, pelas próprias características, Jonathan é muito mais meia do que volante, mais homem de ataque do que de retaguarda.

Capanema ainda é o mais caprichoso vigilante da ala direita da defesa e talvez fosse o caso de ser oficializado por ali. O diabo é que também marca como poucos, respondendo pelo policiamento à entrada da área. Dado deve estar queimando pestanas com essa dúvida inquietante, ainda mais levando em conta as arapucas que aguardam pelo Papão na Arena Fonte Nova.

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Tio Sam apavora Marin e amedronta seus elos

Poucas notícias devem ter alarmado tanto alguns donos do futebol no Brasil do que essa investida norte-americana para extraditar os dirigentes da Fifa apanhados com a boca na botija na Suíça. Caso seja transferido para solo ianque, José Maria Marin arrisca-se a pegar uma pena de 20 anos, que pode ser amortizada caso colabore com a Justiça entregando parceiros e aponte elos das bandalheiras da CBF no Brasil.

Será divertido ver como o instrumento da delação premiada, tão celebrado por alguns veículos de nossa velha mídia, por razões outras, pode se voltar contra os poderosos e verdadeiros donos do negócio futebolístico no Brasil.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 03)