Rodada classificatória do Parazão (comentários)

Campeonato Paraense 2015 – 1º turno, 4ª rodada

Remo x Castanhal – estádio Mangueirão, 20h30

Paragominas x Paissandu – Arena Verde, em Paragominas, 20h30

Parauapebas x Independente – estádio Rosenão, em Parauapebas, 20h30

Tapajós x Gavião – estádio Barbalhão, em Santarém, 20h30

Rádio Clube _ IBOPE_ Segunda a Sexta _ Tabloide

Na Rádio Clube, Claudio Guimarães narra e João Cunha comenta Remo x Castanhal; Carlos Gaia narra e Gerson Nogueira comenta Paragominas x PSC. 

Dado já acompanha o Papão em Paragominas

unnamed (14)

Dado Cavalcanti, novo técnico do Paissandu, foi apresentado oficialmente no final da manhã desta quarta-feira, no estádio da Curuzu. Ele falou com os jornalistas, dizendo de sua alegria em dirigir o Papão e apostando no apoio do torcedor para alcançar os resultados desejados. Dado viaja para acompanhar a equipe no jogo contra o Paragominas, à noite, na Arena Verde. O time bicolor, eliminado do primeiro turno do Parazão, joga apenas para cumprir tabela, porém o treinador busca observar seus comandados já de olho no segundo turno do Paraense, a Copa Verde, Campeonato Brasileiro da Série B e Copa do Brasil. (Foto: MARCELO LÉLIS/Diário)

Legendas do mundo da bola

B-tsgGRXAAIziE0

Time do Bayern de Munique, tricampeão da Europa em 1974, 1975 e 1976, com Beckenbauer, Müller, Breitner e Sepp Mayer.

Exercício de futurologia

B-tiAAKXEAA3k-E

Saindo da ópera no ano 2000, tema da litografia pintada a mão por Albert Robida (século 19).

Jornalista solta mais nomes do escândalo HSBC

Mais uma informação foi vazada por Fernando Rodrigues sobre as contas secretas do HSBC, nesta manhã: o empresário Jacob Barata, de 83 anos, conhecido como o “Rei do Ônibus”, e sua família, ilustram a seção de donos de empresas de ônibus municipais do Rio de Janeiro que tem contas bancárias listadas no banco suíço, entre 2006 e 2007.
O empresário e seus parentes têm participação em 16 empresas de ônibus municipais da cidade. Os registros mostram que Jacob mantinha US$ 17,6 milhões em uma conta conjunta com sua esposa Glória e seus filhos Jacob, David e Rosane. A conta existia desde 1990, e sua filha e esposa foram agregadas em 2004.
“De maneira inédita na história está sendo possível identificar as pessoas físicas por trás das antes inexpugnáveis ‘contas numeradas da Suíça’, quase sempre controladas por empresas em paraísos fiscais”, publicou o jornalista do Uol.
Com essas informações, foi possível descobrir que o número 1640BG, e depois sob o nome da empresa Bacchus, pertencia à Jacob Barata. A família abriu a conta há quase 25 anos, mas, a partir de 2004, os valores não foram mais movimentados diretamente pela família, quando uma empresa offshore passou a fazer isso por eles: a Bacchus Assets Limited, com sede em Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, do Reino Unido.
Nos dados secretos do HSBC, há os nomes dos clientes, os valores depositados e registros, como de reuniões realizadas por funcionários dos bancos e seus correntistas, incluindo data, local e o que foi conversado. “Esse conjunto de dados confere grande solidez à história de cada pessoa que buscou abrigo no sigilo financeiro da Suíça”, escreve o jornalista.
jacob-fernando-rodrigues
Jacob Barata integra essa “seção” selecionada por Rodrigues de 31 sócios, diretores e parentes de proprietários de empresas de ônibus do Rio de Janeiro. Não há a informação sobre como os recursos desses empresários foram parar no exterior. Mas o jornalista constatou que 23 dos 31 anunciados abriram as contas no HSBC de Genebra em um intervalo de 34 dias, entre maio e junho de 1990, doi meses depois de o ex-presidente Fernando Collor de Mello ter determinado o confisco de contas, poupanças e investimentos.
Se por um lado, Fernando Rodrigues confirma que os dados fornecem informações suficientes para entender o contexto das transações bancárias, por outro, insiste que o governo brasileiro “ainda não está investigando e pretende requerer os dados ao governo da Suíça”, escreveu hoje, em outra publicação, reiterando a tese de colocar a culpa no governo sobre os motivos que utiliza para não publicar os nomes da lista secreta ou demais apurações.
Ainda nessa publicação, o jornalista tira dúvidas sobre o projeto dos documentos nas mãos do Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ). Em um dos tópicos, explica que “o ICIJ não fará divulgação em massa de dados pessoais, mas vai continuar a investigar todos os dados com a ajuda de seus parceiros na mídia”.
Não foi a política editorial adotada por Fernando Rodrigues.
Em uma das primeiras publicações, Rodrigues explica que o seu Blog “vem tentando apurar esses dados desde o final do ano passado” e que “uma fração mínima de nomes sob os quais há alguma suspeita foram mostrados ao governo, de maneira reservada”. “A apuração demorou mais de três meses e continua incompleta”, completou, no dia 12 de fevereiro.
No dia seguinte, o jornalista informou que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) havia analisado a amostra de 342 nomes de brasileiros ou pessoas ligadas ao Brasil, que entregou em novembro de 2014 ao órgão, ligado ao Ministério da Fazenda.
O único jornalista brasileiro, dentre mais de 150 da equipe de investigação do ICIJ (aqui a lista completa), selecionou 342 nomes que considerou, por critérios próprios, ter alguma suspeita. Ele não investigou “todos os dados”, como estabeleceu o ICIJ. (Do Jornal GGN)

Copa Verde: CBF define datas e horários dos jogos

A CBF anunciou na tarde desta quarta-feira os horários e datas dos jogos da dupla Re-Pa na segunda fase da Copa Verde. Paissandu x Nacional será no sábado, 7 de março, às 18h30, na Curuzu. O segundo jogo será na Arena da Amazônia no domingo, 22, às 18h30.

Princesa x Remo se enfrentam na segunda-feira, 9, às 21h30, no estádio da Colina, em Manaus. O jogo de volta será no sábado, 21, às 16h, no estádio Jornalista Edgar Proença, em Belém.

O canal Esporte Interativo transmitirá os dois jogos do Papão e o primeiro do Remo. Não está confirmada a exibição da partida do Mangueirão. (Com informações da Rádio Clube do Pará)

Novo técnico, mais despesas

POR GERSON NOGUEIRA

Depois de muita expectativa, Dado Cavalcanti foi confirmado ontem à noite como o novo técnico do Papão. Da novíssima geração de treinadores brasileiros, tem fama de estudioso e inovador. Cavalcanti tem mais ou menos o mesmo perfil de seu antecessor, Sidney Moraes.

O novo comandante chega com a missão prioritária de formatar o time para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B. Ao longo do caminho, porém, terá que enfrentar as agruras do Campeonato Paraense, que não tem a mesma importância, mas pode derrubar treinador.

unnamed (6)Na Curuzu, há consenso quanto ao fato de que a demissão de Sidney Moraes aconteceu no momento certo, sem causar maiores turbulências ao planejamento do clube. O time já está fora do primeiro turno do Parazão e a temporada mal começou, o que dá ao treinador tempo suficiente para que se familiarize com o elenco e faça os ajustes para que o time corresponda aos anseios do torcedor.

Pode-se avaliar que o Papão, mesmo tendo optado pela troca de técnico após dois meses de trabalho, não modifica seus planos para 2014. Até as semelhanças entre um e outro treinador foram mensuradas na hora de contratar Cavalcanti, a fim de diminuir os riscos de uma desaceleração interna.

O recém-contrato é um profissional que gosta de trabalhar com elencos jovens, que valoriza jogadores oriundos das divisões de base e que busca afirmação no cenário nacional. Sua escolha junta a fome com a vontade de comer. A aposta é recíproca. O Papão quer alçar voos maiores e Cavalcanti precisa se firmar no mercado.

A associação entre clube e treinador tem boas possibilidades de dar certo, desde que Cavalcanti tenha o devido suporte e possa fazer suas próprias escolhas. Durante a gestão de Sidney Moraes foram contratados 19 atletas. Por uma questão de lógica, o novo técnico tem o direito de dizer com quem pretende ou não trabalhar. E certamente vai indicar mais reforços.

Todo mundo sabe que disputar a Série B custa caro. Para o Papão vai sair ainda mais caro do que o planejado porque a mudança de comando implica em contrair despesas não previstas.

————————————————–

Trapalhadas agitam ambiente no Leão

Depois da boa vitória sobre o Rio Branco, imaginava-se que o Remo iria finalmente desfrutar de alguns dias de paz, mas eis que alguns dirigentes começam a especular sobre a possibilidade de dispensas no elenco. Ora, qualquer aprendiz de gandula sabe que este é o melhor caminho para tumultuar ambientes boleiros.

Além das arengas trabalhistas – ameaças de perda do Carrossel e de outra área anexa ao estádio Evandro Almeida –, o clube convive ainda com o desgaste da eliminação precoce do turno do Parazão. Esperava-se que a diretoria tomasse as devidas cautelas para evitar agitações desnecessárias. Ledo engano.

Através das redes sociais, surgiu o boato de que três jogadores (Val Barreto, Rafael Paty e Ilaílson) seriam dispensados. Na verdade, a história circula há dias, mas voltou com toda força na segunda-feira.

Caso as dispensas se confirmem, parece no mínimo esquisito que o Remo esteja abrindo mão de seus dois atacantes de referência e um bom volante. A disputa da Copa Verde e do Parazão exige time titular forte e banco compatível. Se for apenas factoide, a coisa fica ainda mais inacreditável, ainda mais partindo de um dirigente.

Quando a atual diretoria assumiu, depois de campanha eleitoral das mais tumultuadas, houve quem enxergasse uma quantidade exagerada de “amadores” na nova administração. Episódios como o desta semana ilustram e confirmam essa visão.

————————————————

A sedução do futebol ofensivo

Será que viveremos para ver um técnico brasileiro ousado o suficiente para, na casa do adversário, mandar seu time à frente desde os primeiros minutos e continuar pressionando mesmo depois de botar 2 a 0 no placar? Foi o que se viu ontem no primeiro tempo de Manchester City e Barcelona.

Com a habitual categoria nos passes rápidos, saídas em velocidade e contando obviamente com a estupenda habilidade de Messi para conduzir a bola, o Barça chegou facilmente a dois gols (ambos do uruguaio Suarez) e seguiu insistindo, martelando. Superior, botava os ingleses na roda, a fim de fazer mais gols e matar o jogo.

Como não conseguiu ampliar, sofreu uma pressão dos diabos no começo do segundo tempo. Aguero diminuiu para os ingleses, mas a fúria do City durou relativamente pouco. A partir dos 30 minutos, a bola voltou para o domínio espanhol. O Barça pressionava, com Messi e Suarez, e abusava de perder chances.

Messi ainda perdeu um penal e a vitória sorriu para quem sabia o que fazer com a bola, explorando a notória superioridade técnica de seus jogadores. Em certos momentos, dava pena ver o time inglês correndo sem conseguir acompanhar a infernal troca de passes dos catalães.

Ah, sobre a perguntinha capciosa lá do primeiro parágrafo, seguramente não há dúvida quanto à resposta. Luis Henrique, mesmo sob vara no Barcelona, não deixou jamais o pragmatismo atrapalhar a filosofia do time.

Com maior ou menor intensidade, atacou sempre. Talvez por isso o Barcelona seja o clube que mais arrebanha torcedores pelo mundo. Futebol ofensivo é sempre bonito de ver.

————————————————-

A última flor do Lácio

O cartola e deputado federal Andrés Sanchez escreve “progeto”. O técnico Vanderlei Luxemburgo fala “pojeto”.

A inculta e bela sofre, mas assim caminha a humanidade…

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO)

Caso HSBC põe em xeque a liberdade de expressão

POR CARLOS CASTILHO, NO OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA

No Brasil, o megaescândalo de lavagem de dinheiro na sucursal suíça do banco inglês HSBC passou em brancas nuvens apesar haver suspeitas sobre oito mil correntistas brasileiros. Mas na Europa o tema está provocando conflitos entre profissionais nas redações e a direção de jornais importantes como Le Monde, na França, e Daily Telegraph, na Inglaterra.

No Monde, que foi um dos jornais líderes na investigação do escândalo, os donos criticaram duramente repórteres e editores sob a alegação de que o noticiário prejudicou interesses financeiros da empresa editora do matutino de tendência liberal. Pierre Bergé, um dos dois principais controladores da empresa editora do Le Mondeacusou a redação do jornal de “populismo barato” e incentivo aos “instintos mais baixos” das pessoas.

Bergé é um dos três milionários franceses que em 2010 compraram o Le Monde para evitar que o jornal fechasse. Os demais sócios – Mathieu Pigasse, presidente do banco de investimentos Lazzard e Xavier Nigel, magnata das telecomunicações – apoiaram as declarações do fundador do grupo Yves Saint Laurent. Pigasse chegou a classificar a cobertura do escândalo HSBC como um “macartismo fiscal”.

Mas os três milionários foram ainda mais longe na verbalização de suas queixas contra o jornalismo praticado pela redação do Le Monde ao afirmar candidamente que “não foi para isso que decidiram assumir o controle do jornal”. Pouco depois que Bergé, Pigasse e Nigel compraram o Le Monde, eles assinaram um acordo pelo qual garantiam total independência editorial para os jornalistas, mas agora estão arrependidos do trato feito.

No britânico Daily Telegraph, o seu principal comentarista político, Peter Oborne, renunciou ao cargo e pediu demissão do jornal acusando os seus proprietários de “fraudar os leitores” ao deliberadamente omitir informações relacionadas às denúncias de que o HSBC ajudou cerca de 100 mil clientes a lavar 180 bilhões de euros (pouco mais de meio trilhão de reais) em sua agência de Genebra, na Suíça.

Oborne vinha criticando a direção do jornal desde 2013, quando o HSBC suspendeu a publicidade no Telegraph depois de ser apontado pelo jornal como cúmplice de nebulosas transações financeiras no paraíso fiscal da ilha Jersey, controlada pelo Reino Unido, no canal da Mancha. O jornalista informou que, na época , um dos executivos do Telegraph lhe disse que o banco “era um cliente importante demais para ser ignorado”.

No Brasil, os jornais GloboFolha Estadão deram uma cobertura microscópica ao escândalo HSBC, como já comentou neste Observatório o colega Luciano Martins Costa. A situação mais embaraçosa é a da Folha de S.Paulo, que participou da investigação sobre o HSBC coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, mas preferiu a omissão quando o problema esbarrou nos interesses comerciais da imprensa.

O caso HSBC tornou-se exemplar não apenas pelo fato de resultar de um esforço coletivo de um grupo de jornais, numa rara atitude de colaboração mútua, mas principalmente porque colocou na ordem do dia a independência das redações diante dos interesses comerciais dos donos de empresas jornalísticas. Patrões e empregados foram colocados em campos opostos num tema crítico como a lavagem de dinheiro e as suas óbvias ligações com a corrupção.

A retórica da independência editorial e da liberdade de expressão nas redações ficaram seriamente arranhadas com a reação pública ou dissimulada de muitos donos de jornais que não tiveram dúvidas em colocar o dinheiro acima da informação na hora de enfrentar as consequências de divulgação de um escândalo envolvendo corrupção em escala planetária.

Os mesmos jornais que mergulharam fundo na investigação das denúncias de caixa 2 na Petrobras, agora “olham para o outro lado” quando se trata de um banco que gasta por ano meio bilhão de dólares em publicidade em todo o mundo.

A reação dos donos colocou os profissionais nas redações numa situação difícil, conforme Roy Greenslade, principal analista da mídia no jornal inglês The Guardian. Para ele, o caso HSBC colocou dramaticamente em evidência o aforismo de que a liberdade de expressão na imprensa só funciona para os seus donos. Com exceção do Guardian, que é controlado por uma fundação, nos demais grandes jornais do mundo o caso HSBC está sendo tratado com panos quentes. Peter Oborne é, por enquanto, o único profissional de renome mundial a hipotecar o seu emprego na defesa da liberdade de expressão nas redações.