POR GERSON NOGUEIRA
Apesar das análises otimistas dos técnicos, tanto remistas quanto bicolores têm consciência de que o primeiro turno do Parazão está praticamente perdido. A esperança é mantida muito mais para consumo externo, mas os dois clubes já projetam o segundo turno e se preparam para entrar com força total na segunda metade do campeonato.
Os cálculos, por mais milagreiros e favoráveis, não escondem a dura realidade da dupla Re-Pa. Ambos estão na dependência de fazer bons resultados e torcer por tropeços dos adversários. No grupo A1, o Remo ainda nem pontuou e já está quase fora. Precisará vencer o São Francisco dentro do Barbalhão, tarefa das mais indigestas sob qualquer circunstância. Depois, terá que derrotar o Castanhal em Belém.
Isso tudo só valerá a pena se houver um vitorioso no confronto entre Independente e Parauapebas na rodada final. Ambos têm seis pontos ganhos. Caso haja um empate, resultado dos mais prováveis em face do equilíbrio entre as equipes, o Leão dará adeus ao primeiro turno, sem ir sequer à semifinal.
O Papão não tem horizonte mais tranquilo no grupo A2. Somou três pontos em seus três jogos e tem à sua frente o Cametá (já classificado) e o Tapajós, com 4 pontos. O próximo compromisso bicolor no turno será contra o Paragominas na rodada final. Estará eliminado antes disso se o Tapajós derrotar o Cametá na próxima quinta-feira.
O amigo Guerreiro, apaixonado por tabelas e projeções, confessou em conversa informal que não esperava começar tão cedo a fazer tantas contas sobre o futuro de Leão e Papão no campeonato. Os tropeços iniciais, embora previsíveis, praticamente selaram a sorte da dupla na primeira parte da disputa.
Nos dois lados da Almirante Barroso não cabe usar como desculpa a nova fórmula de disputa, mais enxuta e arriscada. Nos arraiais azulinos, ainda menos, pois partiu de lá a proposta de um campeonato com menos jogos e mais emoção. Mais do que a tabela, pesou contra ambos a dificuldade em montar times competitivos em curto espaço de tempo.
Já os interioranos trabalham com elencos, orçamentos e ambições menores, além de não conviverem com a cobrança que ronda os grandes da capital. Cametá, São Francisco, Paragominas e Independente preservaram uma base de atletas, acrescendo alguns poucos reforços. Castanhal, Parauapebas, Tapajós e Gavião vinham em atividade desde novembro na disputa das fases de acesso.
Note-se que a pré-temporada foi maior do que em temporadas recentes (durou o mês de janeiro), mas tanto Leão quanto Papão dedicaram muito esforço e tempo a buscar reforços, o que sempre retarda a construção das equipes. Muitos jogadores ainda estão se recondicionando, outros nem puderam estrear ainda.
Por tudo isso, o bom sendo recomenda que ambos priorizem a Copa Verde, sem perder de vista o Parazão, onde precisam pontuar para afastar qualquer risco de rebaixamento. Ao torcedor, resta acompanhar a festa do interior na decisão do primeiro turno do campeonato e esperar para cobrar mais de seus times no returno, quando deverão estar entrosados e prontos para se impor aos emergentes.
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Blog confirma irregularidade no Santos-AP
Dos seis jogadores citados como escalados em situação irregular pelo Santos-AP contra o Papão, na abertura da Copa Verde, descobriu-se depois que todos estavam com situação já normalizada. Mas há um sétimo atleta cujo nome não consta do BID, nem com contrato novo e nem com prorrogação de contrato. Trata-se do goleiro Diego Cabral da Silva.
A descoberta é do baluarte Cláudio Santos, colaborador do https://blogdogersonnogueira.wordpress.com// e arguto observador dos bastidores do futebol paraense. A se confirmar isso, fica a impressão de que o departamento jurídico atirou na paca pra acertar na capivara ao citar inicialmente seis jogadores supostamente irregulares.
O fato vem confirmar a justeza da reclamação encaminhada pelo clube à CBF, que acolheu e encaminhou o caso ao STJD. Por conta da denúncia, dirigentes amapaenses chegaram a criticar publicamente o Papão, irritando o presidente Alberto Maia, conforme suas próprias palavras em entrevista ao programa Bola na Torre (RBATV).
Segundo o presidente, derrotar o Santos no próximo sábado, na Curuzu, tornou-se questão de honra para os bicolores, embora um empate sem gols já garanta a classificação alviceleste à 2ª fase da Copa Verde. O julgamento do caso, ainda não marcado pelo STJD, só deve ocorrer a partir de março.
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Técnico reaparece e reabre polêmica
O técnico Mazola Junior, que deixou o Papão no final de 2014, voltou a se manifestar aproveitando o princípio de crise gerado pela derrota para o Cametá no meio da semana. Depois de ter seu nome gritado por parte da torcida, Mazola deu longa entrevista ao repórter Dinho Menezes, da Rádio Clube, voltando a afirmar que não renovou contrato devido a uma pequena diferença de valores – cerca de R$ 10 mil, segundo ele.
Fontes do clube garantem que a história é bem diferente. A proposta de Mazola era de R$ 97.500,00, sendo R$ 70 mil para ele e o restante para seus dois auxiliares. Além disso, pediu dois apartamentos e dois carros, o que elevaria ainda mais os custos do negócio.
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Direto do blog
“Compatriota Gerson! Não sei se você já ‘escribou’ tal notícia, mas acabei de ler que o Palmeiras, em parceria com a Caixa, está vendendo entradas para seus jogos em qualquer lotérica – somente para Sócios-Torcedores. É uma ideia genial. Elimina-se fila, correria e confusão. Sem falar na comodidade que é adquirir o ingresso naquela lotérica na esquina de casa… e ainda alavanca o ST! Os clubes daqui deveriam imitar”.
De Gerson Motta de Macedo, atento aos avanços do Palmeiras na área do sócio torcedor.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 16)